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ATOS

ADMINISTRATIVOS
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
 Ajurídicos • materiais

• regidos pelo direito privado


 Jurídicos
• administrativos
ATOS ADMINISTRATIVOS
 Conceito
 Requisitos
 Atributos
 Classificação
 Atos em espécie
 Ato discricionário e ato vinculado
 Desvio de finalidade (teoria dos motivos
determinantes)
 Extinção (revogação, invalidação, convalidação)
 Regulamento
1. Conceito
“É toda prescrição unilateral, juízo ou conhecimento,
predisposta à produção de efeitos jurídicos,
expedida pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes,
no exercício de suas prerrogativas e como parte
interessada numa relação, estabelecida na
conformidade ou na compatibilidade da lei, sob o
fundamento de cumprir finalidades assinaladas no
sistema normativo, sindicável pelo Judiciário.”
(Diógenes Gasparini)
1. Conceito
“Toda manifestação unilateral de vontade da
Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria.”
(Hely Lopes Meirelles)
2. Requisitos do ato administrativo
 Agente público competente
 Finalidade
 Forma
 Motivo
 Conteúdo
 Objeto
 Causa
Agente público competente
 É o que recebe da lei o devido poder para
desempenho de suas funções
Art. 12,
 Exercício obrigatório delegação Lei 9784/99
Art. 84, § único
 Intransferível CF

Art. 15,
 Irrenunciável avocação Lei 9784/99
Art. 170,
 Imodificável Dec lei 200/67
 Imprescritível
Finalidade
 Todo ato administrativo praticado deve visar
um interesse público Para que ?

genérico
Desvio de ATO
finalidade NULO
específico
Forma
 É o modo pelo qual o ato aparece
escrito pictório mímica

oral eletromêcanico
 ≠ formalidade (Ex.: decreto)

 ≠ formalismo
ausência forma = ato inexistente
inobservância forma = ato nulo Art. 2°, Lei 4.717/65
Motivo
 Circunstância de fato ou de direito que
autoriza ou impõe ao agente público a prática
do ato administrativo
 Pode constar ou não na lei
 Teoria dos motivos determinantes
 Motivo ≠ Móvel ≠ Motivação
Conteúdo
 É aquilo para o que o ato se destina. É a
modificação no ordenamento jurídico. É o que
o ato dispõe.

 Ex: outorga de uso – ato de permissão de uso


desligamento agente público – ato exoneração
Objeto
 Alguma coisa sobre a qual incide o conteúdo
do ato administrativo.

 Ex: faltas ocorridas – ato que abona as faltas dos


servidores em razão de greve.
Causa
 É a correlação lógica entre o motivo e o conteúdo em
função da finalidade legal do ato editado.
 A análise da causa permite a verificação se os
motivos guardam nexo lógico de pertinência com a
decisão tomada, em face da finalidade que se cumpre
atender.
 Ex: ato que remove (conteúdo) um servidor por
necessidade de serviço (motivo) a fim de alcançar
uma melhoria do serviço (finalidade legal do ato).
3. Perfeição, validade, eficácia

 Ato perfeito – completo


 Ato válido – de acordo com ordenamento
jurídico
 Ato eficaz – pronto para produção efeitos
3. Perfeição, validade, eficácia

Eficaz
Válido Ex: ato permite contração
Ineficaz
 Ato perfeito vencedor licitação após
prestação garantia

Ex: desapropriação
Eficaz por vingança
Inválido
Ineficaz Ex: nomeação para cargo
efetivo sem concurso
após recesso parlamentar
4. Vigência e eficácia
 Vigência – período que o ato permanece no
ordenamento jurídico
 Eficácia – prontidão para produzir efeitos

 Dependem publicação ou conhecimento pelo


destinatário
5. Efeitos do ato administrativo

 Próprios ou típicos – são os efeitos buscados


pelo agente público
 Impróprios – não são os buscados ou queridos
pelo agente público. Ocorrem sem que o ato
para isso estivesse destinado.

 Importância – só se invalidam efeitos próprios


6. Atributos do ato administrativo

 Presunção de legitimidade
 Imperatividade
 Exigibilidade
 Auto-executoriedade
Presunção legitimidade

 Decorrente princípio da legalidade

 juris tantum – relativa

 Presunção de veracidade – relacionada aos


fatos alegados
Imperatividade

 Atos são de observância obrigatória


independente da concordância seus
destinatários.
 Ex: ato que altera mão de direção rua, ato que
institui servidão
Exigibilidade

 O destinatário é obrigado a atender as


determinações/obrigações impostas pelo ato,
sem necessidade de apoio judicial.
Auto-executoriedade
 Administração Pública pode executar o ato
direta e imediatamente (sem contraditório e
ampla defesa)
 Não é atributo de todo ato administrativo
Ex: apreensão equipamento de pesca
tido por lei como proibido.(art. 33,
 Previstos em lei Código de pesca)

 Indispensável a salvaguarda do interesse


público Ex: demolição de prédio
que ameaça ruir
7. Classificação
 Quanto à natureza da atividade administrativa
 administração ativa – criam uma utilidade pública, constituem
uma relação jurídica. Ex: autorizações (uso bem público),
licenças (para construir), nomeações (de servidor), permissões
(serviço público)
 administração consultiva – informam, esclarecem ou sugerem
providências necessárias a prática dos atos administrativos. Ex:
pareceres, laudos
 administração controladora – prestam-se aos exames de
legalidade e mérito dos atos de administração ativa. Pode ser
prévia ou posterior Ex: aprovação, visto, homologação
 administração verificadora - Apuram a existência de uma
situação de fato ou de direito, ou documentam certa situação Ex:
se um prédio é seguro, matrícula imobiliária, registro
nascimento, casamento, óbito
 administração contenciosa – decidem assuntos natureza litigiosa.
Ex: ato de punição
7. Classificação
 Quanto à natureza do conteúdo

 Concretos – dispõe sobre um único e específico caso.


Ex: exoneração funcionário

 Abstratos ou normativo – dispõe para casos que


possam repetir-se Ex: regulamento (IR)
7. Classificação
 Quanto aos destinatários do ato
Singular. Ex:permissão de uso
 Individuais
Tem destinatário Plural. Ex: classif. aprovados concurso
certo.

 Gerais - Tem como destinatários um grupo de pessoas


inominadas, ligadas por uma mesma situação. Ex:
abono falta servidores, férias coletivas.
7. Classificação
 Quanto ao grau de liberdade da
Administração pública para decidir

 Discricionário – praticado com certa margem de


liberdade. Ex: outorga permissão de uso bem público

 Vinculado – praticado sem a menor margem


liberdade, sem qualquer avaliação subjetiva.
Ex: outorga de licença para construir
7. Classificação
 Quanto aos efeitos

 Constitutivos – criam, modificam ou extinguem uma


situação jurídica. Ex: outorga permissão uso, coloca
funcionário em disponibilidade

 Declaratórios – afirmam a existência de uma situação


de fato ou de direito. Ex: declara construção segura ou
insegura
7. Classificação
 Quanto à abrangência dos efeitos

 Internos – se preordenam a produzir efeitos apenas no


interior da Administração Pública. Ex: pareceres

 Externos – se destinam a produzir efeitos além do


interior da Administração Pública, alcançando
terceiros. Ex: naturalização de estrangeiro, ocupação
de terreno particular para canteiro de obra pública
7. Classificação
 Quanto à composição da vontade

 Simples – decorrentes manifestação vontade de um


único órgão. Ex: licença para construir
singulares colegiais

 Complexo. Ex: Art. 101, § ú, CF


7. Classificação
 Quanto à vontade administrativa

 Negociais – se preordenam a produzir um dado


resultado jurídico. Ex: ato que admite estudante
escola pública.

 Meros atos – exteriorizam apenas um conhecimentos,


cujos efeitos decorrem diretamente da lei. Ex: certidão
8. Espécies de ato administrativo
 Admissão
 Permissão
 Autorização
 Aprovação
 Homologação
 Licença
 Concessão
 Dispensa
Admissão
 É ato administrativo vinculado pelo qual a
Administração pública faculta o ingresso de
administrado em estabelecimento
governamental, desde que tenha atendido às
exigências legais, para desfrute de um serviço
público.
Permissão
 É o ato administrativo, vinculado ou
discricionário, segundo o qual a
Administração Pública outorga a alguém, que
para isso se interesse, o direito de prestar um
serviço público ou de usar, em caráter
privativo, um bem público
Autorização
 É o ato administrativo discricionário e
precário mediante o qual a Administração
Pública outorga a alguém, que para isso se
interesse, o direito de realizar certa atividade
ou usar determinados bens públicos de
exclusivo ou predominante interesse do
particular.
Aprovação
 É o ato administrativo discricionário mediante
o qual a Administração Pública faculta a
prática de certo ato jurídico ou concorda com
o já praticado para lhe dar eficácia, se
conveniente e oportuno. Pode ser anterior ou
posterior
Ex: anterior Art. 90, CF Art. 128, §2º, CF
posterior Art. 62, CF
Homologação
“ É o ato administrativo vinculado pelo qual a
Administração Pública concorda com o ato
jurídico praticado, se conforme com os
requisitos legitimadores de sua edição.”
Licença
“ É o ato administrativo vinculado por meio
do qual a Administração Pública outorga a
alguém, que para isso se interesse, o direito
de realizar certa atividade material que sem
ela lhe seria vedada, desde que satisfeitas as
exigências legais.”
Concessão
“É o ato administrativo, discricionário ou
vinculado, mediante o qual a Administração
Pública outorga aos administrados um
“status”, uma honraria ou, ainda, faculta-
lhes o exercício de uma atividade material.”
Dispensa
“ É o ato administrativo, vinculado ou
discricionário que consiste na liberação de
alguém que se achava obrigado a um dado
comportamento, à vista da ocorrência de
determinadas circunstancias.”
9. Formas do ato administrativo
 Decreto – chefe do Executivo
 Portaria – autoridades de qualquer escalão
 Alvará – expedição de autorização e licença
 Aviso – Ministros, principalmente militares
 Circular –
 Ordem de serviço
 Resolução – órgãos colegiados
 Ofício
 Instrução
 Despacho
 Parecer
10. Extinção dos atos administrativos
Esgotamento do prazo
Pelo cumprimento dos efeitos Execução do ato
Por ter alcançado seu
objetivo
Desaparecimento do sujeito
Ato eficaz Desaparecimento do objeto
Revogação
Invalidação
Retirada
Cassação
Renúncia Caducidade

Recusa
Ato ineficaz
Mera retirada
10.1. Revogação
10.1.1. Conceito
10.1.2. Espécies
10.1.3. Objeto, motivo e conteúdo
10.1.4. Natureza, eficácia e fundamento
10.1.5. Competência revogatória
10.1.6. Irrevogabilidade
10.1.7. Revogação e Indenização
10.1.8. Revogação da Revogação
10.1.9. Nova decretação do ato revogado
10.1.1. Conceito de revogação
“É a retirada, parcial ou total, de um ato
administrativo válido e eficaz do
ordenamento jurídico, mediante outro ato
administrativo, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os efeitos
produzidos.”
10.1.2. Espécies de Revogação

 Total (ab-rogação)
 Parcial (derrogação)

 Expressa Princípio do paralelismo


 Tácita
10.1.3. Objeto, motivo, conteúdo
 Objeto – ato inoportuno e/ou inconveniente
 Motivo – inconveniência ou inoportunidade
 Conteúdo – desfazimento do ato sobre qual
incide
10.1.4. Natureza, eficácia, fundamento
 Natureza – ato administrativo
 Eficácia – “ex nunc”, desde agora
 Fundamento – inesgotabilidade da
competência
10.1.5. Competência revogatória

 Administração Pública somente


 Obrigatória – princípio do interesse público
10.1.6. Irrevogabilidade
São Irrevogáveis, os atos:
 Declarados por lei como irrevogáveis
 Consumados – já cumpriram seus efeitos
 Vinculados – Adm. Pública já esgotou competência
 Meros atos administrativos – não expressam uma prescrição
da Adm. Pública
 Criam direito adquirido – protegidos pela Constituição
 Atos complexos – não podem ser revogados por apenas
um órgão
10.1.7. Revogação e Indenização

 Em regra, não cabe indenização


fundamentada em revogação – não lesa
direito de terceiro
10.1.8. Revogação da Revogação
 É possível com a revogação da revogação
restaurar o ato revogado ????
 Não. Somente se contiver disposição
expressa. Art. 2º, § 3º, Lei de
Introdução
ao Código Civil
10.2. Invalidação
 10.2.1. Conceito
 10.2.2. Objeto, motivo, conteúdo e espécies
 10.2.3. Natureza, fundamento e efeitos
 10.2.4. Competência invalidadora
 10.2.5. Invalidação e indenização
 10.2.6. Convalidação
 10.2.7. Prescrição e invalidade
10.2.1. Conceito
 A retirada retroativa, parcial ou total, de um
ato administrativo, praticado em
desconformidade com o ordenamento
jurídico, por outro ato administrativo.
10.2.2. Objeto, motivo, conteúdo, espécies
 Objeto – ato administrativo ilegal
 Motivo – ilegalidade ato administrativo
 Conteúdo – desfazimento ato inválido
 Espécies – invalidação total ou parcial
10.2.3. Natureza, fundamento, efeitos
 Natureza – ato administrativo
 Fundamento – obediência princípio legalidade
 Efeitos – “ex tunc”, retroativo (resguardam-se
somente efeitos que atingiram terceiros de
boa-fé)
10.2.4. Competência invalidadora
 Administração Pública – invalidação
 Obrigatória – principio da legalidade
 Judiciário – anulação
10.2.5. Invalidação e indenização
 Não outorga ao beneficiário do ato direito o
indenização
 Exceção: se realizou investimento e estava de
boa-fé
10.2.6. Convalidação
 Não se convalida o que é inválido, ilegal
 Exceção: pequenas irregularidades

 Nova decretação ato invalidado – desde que


sanado vício
10.2.7. Prescrição e invalidade
 Anulação judicial – 5 anos (Art. 1º, Decreto
federal nº 20.910/32)

 Invalidação Administrativa – 1 ano, caso não


haja disposição específica (Art. 6º, Decreto
federal nº 20.910/32)
Art. 2º, § 3º, Lei de Introdução ao
Código Civil

“Salvo disposição em contrário, a lei


revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência”
Art. 62, CF
“ Em caso de relevância e urgência, o
Presidente da República poderá adotar
medidas provisórias, com força de lei
devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional”
Art. 90, CF
“ Compete ao Conselho da República
pronunciar-se sobre:
I – intervenção federal, estado de defesa e
estado de sítio;
II – as questões relevantes para a
estabilidade das instituições democráticas.
Art. 128, § 2º, CF
“ A destituição do Procurador-Geral da
República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de
autorização da maioria absoluta do Senado
Federal
Art. 101, § ú, CF

“ Os ministros do Supremo Tribunal Federal


serão nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal”
Art. 2°, Lei 4.717/65
“ São nulos os atos lesivos ao patrimônio das
entidades mencionadas no artigo anterior,
nos casos de :
a) incompetência
b) vício de forma
c) ilegalidade do objeto
d) inexistência dos motivos
e) desvio de finalidade
Art. 84, § único, CF
“ O Presidente da República poderá delegar as
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII,
XXV, primeira parte, aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.”
Art. 170, Dec. Lei 200/67

“ O Presidente da República, por motivo


relevante de interesse público, poderá avocar
e decidir qualquer assunto na esfera da
Administração Federal”
Art. 12, Lei 9.784/99
“Um órgão administrativo e seu titular poderão,
se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou
titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.”
Art. 15, Lei 9.784/99

“ Será permitida, em caráter excepcional e por


motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência
atribuída a órgão hierarquicamente inferior”

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