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Terapia de Reidratação Oral

Larissa de Amorim Cavalcanti


Diarréia - mortalidade
• 1,3 milhões de óbitos/ano em crianças < 5
anos de idade.

• 60% destes óbitos – desidratação.

• Redução da mortalidade infantil com o


tratamento da doença diarréica - TRO
Abordagem ao paciente com
doença diarréica
• Avaliação correta do paciente

• Prevenção da desidratação e manutenção da


alimentação

• Restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico:


reidratação

• Uso seletivo de drogas


TRO
• Tem por objetivo corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico pela
reidratação, manter e recuperar o estado nutricional.

• Essa terapêutica é feita com os sais de reidratação oral (SRO) que


são distribuídos pela OMS ou os fabricados pela indústria
farmacêutica, como o Pedyalite ou Rehidrate.

• Vantagens em relação à hidratação venosa:


– Mais segura;
– Menos dolorosa;
– Mais eficaz;
– De fácil aplicação;
– Menor custo;
– Favorece realimentação precoce.
Fisiologia
• Quantidade de líquidos e eletrólitos ingeridos
>> quantidade excretada nas fezes.

• A maior parte dos líquidos é absorvida nas altas


porções do intestino delgado (movimento
passivo – absorção de solutos ativamente).

• O mecanismo de absorção de Na+ e H2O com


moléculas de glicose permanece inalterado na
doença diarréica.
Composição e função dos
componentes do SRO.

• Eletrólitos (cloreto de sódio e cloreto de


potássio): Corrigem a volemia e as alterações
eletrolíticas.

• Glicose: Favorece a absorção dos eletrólitos.

• Citrato ou bicarbonato (o citrato tem maior


estabilidade que o carbonato): Previne a
acidose metabólica.
Modo de Preparo
• Usar água potável ou fervida.

• A posologia varia de acordo com o peso do


doente e da gravidade da diarréia.

• Crianças - Dissolver o conteúdo do sachê em


200ml e tomar após cada dejeção.

• Lactentes – Tomar o referente até 1,5 vezes o


volume de cada refeição.
SRO convencional X Solução de
baixa osmolaridade
• Solução convencional
Tabela 1 – Composição da solução de reidratação oral padrão.

Sódio Glicose Potássio Citrato Cloro Osmol

(mEq/l) (mmo/l) (mEq/l) (mmo/l) (mEq/l) (mmol/l)

90 111 20 10 80 311

• Solução de baixa osmolaridade


Tabela 2 – Composição da solução de baixa osmolaridade para
reidratação oral.

Sódio Glicose Potássio Citrato Cloro Osmol.


Fonte: Mattos,
(mEq/l) (mmo/l) (mEq/l) (mmo/l) (mEq/l) (mmol/l) A. P. et. al.
Hidratação
75 75 20 10 65 245 Oral.
“A baixa qualidade do soro caseiro em
Salvador, Brasil”
Cad. Saúde Pública vol.7 no.3 Rio de Janeiro Julho/Set. 1991

RESUMO
Durante o ano de 1988 foi realizada uma campanha de âmbito nacional com o
objetivo de informar a população brasileira sobre o preparo e utilização do soro
caseiro (solução sal/açúcar para reidratação oral). A campanha foi intensivamente
divulgada pelos meios de comunicação de massa. Este estudo preliminar avaliou a
qualidade do soro caseiro preparado por 23 mães de crianças internadas num
hospital pediátrico de Salvador, Bahia. Catorze (60,9%) dentre as 23 mães
prepararam soluções, contendo concentrações de Na na faixa de 30-80mmol/L,
recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Onze (47,8%) soluções
continham glicose dentro da faixa recomendada, de 30-112 mmol/L. Apenas seis
(26%) das 23 mães prepararam soluções com concentrações adequadas de Na e
glicose simultaneamente e, destas, somente três (13%) apresentavam, também,
balanço adequado das concentrações dos eletrólitos. Características potencialmente
iatrogênicas devido a elevadas concentrações de Na e glicose foram encontradas em
30,4% e em 43,5% das soluções, respectivamente. Os resultados revelam grande
dificuldade das mães em preparar o soro caseiro com características adequadas para
sua utilização numa campanha de controle da diarréia.
“Avaliação do conhecimento de mães sobre terapia de
reidratação oral e concentração de sódio em soluções sal-
açúcar de preparo domiciliar.”
Jornal de Pediatria - Vol. 77, Nº6, 2001

Objetivo: avaliar os conhecimentos de mães sobre a terapia de reidratação oral e determinar a concentração de
sódio em soluções sal-açúcar preparadas pelas mães entrevistadas.
Métodos: estudo de corte transversal, com famílias de baixo nível socioeconômico, moradores na periferia da
cidade de Natal,RN. Foram visitados 136 domicílios onde residiam crianças abaixo de 5 anos. Por
entrevista, as mães forneceram informações sobre a indicação, o modo de administração e a forma de
preparo da solução sal-açúcar. A concentração de sódio foi determinada em 100 soluções preparadas pelas
mães entrevistadas.
Resultados: apenas 9,0% das mães informaram adequadamente sobre a indicação da solução e 21,0% sobre a
forma correta de administração. Os percentuais de erros sobre o conhecimento quanto à medição dos
ingredientes foram: 2,5% para o sal, 22,2% para a água e 43,2% para o açúcar, considerando as respostas
das 81 mães que mencionaram as quantidades com base na colher plástica dupla. Metade das soluções
analisadas, independentemente do tipo de medida utilizada no seu preparo, apresentou concentração de
sódio dentro dos limites de segurança (30 mmol/l a 100 mmol/l). As soluções consideradas perigosas (>100
mmol/l) e inefetivas (<30 mmol/l) atingiram percentuais de 47,0% e 3,0%, respectivamente. Das 69
soluções preparadas com a colher plástica dupla, 63,8% foram adequadas quanto ao teor de sódio,
enquanto que 19,3% das 31 preparadas com outros tipos de medidas encontravam-se dentro dos limites
aceitáveis para a concentração de sódio (p=0,0001).
Conclusão: os conhecimentos das mães sobre terapia de reidratação oral foram insuficientes, e a concentração
de sódio das soluções sal-açúcar com freqüência estiveram fora dos limites de segurança, particularmente
para aquelas que não utilizaram a colher plástica dupla durante o preparo da amostra de soro solicitada.
Esses resultados devem ser considerados em futuros programas educacionais sobre a terapia de reidratação
oral.

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