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URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

OBSTÉTRICAS

FAGNER MACEDO
ENFERMEIRO CENTRO CIRÚRGICO -
MDER
DEFINIÇÕES

• Define-se por Urgência a ocorrência de agravo à saúde com ou sem


risco de vida cujo portador necessita de assistência médica imediata.
(Resolução 1451/95, do Conselho Federal de Medicina - CFM).

• Define-se por Emergência a constatação médica de condições de


agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento imediato
(Resolução 1451/95, do Conselho Federal de Medicina - CFM).

• Define-se o óbito materno como aquele ocorrido durante a gestação


ou até 42 dias após o seu término, independentemente da duração ou
localização da gravidez, por qualquer causa relacionada com ou
agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela,
porém não por causas acidentais ou incidentais. (Manual de Urgências e
Emergências Maternas - Ministério da Saúde,2000)
DEFINIÇÕES

I – Urgência obstétrica- • II – Urgência obstétrica –


Gestação Parto

• Hemorragias - Prenhez ectópica,


• Hemorragia - Rotura uterina,
Placenta prévia, Descolamento
Prematuro da placenta (DPP) Patologia da dequitação
• Abortamento • Infecção- embolismo
• Prenhez molar • Distócias
• Infecção • Prolapso de cordão
• Pré- eclâmpsia grave • Sofrimento fetal aguda
• Eclâmpsia • Situações fetais anômalas
• Acidentes tococirúrgicos
DEFINIÇÕES

III- Urgência obstétrica – Pós-parto (puerperal)


• Hemorragia pós-parto
• Infecção puerperal
• Tromboflebite
• Choque Séptico
CLASSIFICAÇÃO
• INFECÇÕES
 DECORRENTES DO ABORTO
 DO PERÍODO PUERPERAL

• DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NA GESTAÇÃO


 HIPERTENSÃO ARTERIAL AGUDA
 PRÉ-ECLÂMPSIA/ECLÂMPSIA
 SINDROME HELLP

• HEMORRAGIAS
 PLACENTA PRÉVIA E ACRETISMO PLACENTÁRIO
 DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA E COAGULAÇÃO
INTRAVASCULAR DISSEMINADA
 ROTURA UTERINA
 HEMORRAGIA PUERPERAL
FONTE: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
Mortalidade Materna em Alguns Países da América Latia

PAÍSES MORTE ERNA


ARGENTINA 44
BOLÍVIA 390
BRASIL 114
CHILE 25
CUBA 35
MÉXICO 48
URUGUAI 19

Safe Motherhood –OMS/Banco Mundial. Health Around the World. 1998.


1. INFECÇÃO
Abortamento Infectado

 Definição:  Exames Laboratoriais


• Ocorre após a. hemograma com contagem
manipulação para de plaquetas;
induzir a interrupção da
b. tipagem sangüínea;
gravidez e sob más
condições técnicas. c. dosagens de uréia e
creatinina;
• As infecções são
polimicrobiana e quase d. coagulograma;
sempre provocada pelas e. hemocultura;
bactérias presentes na f. cultura da secreção vaginal e
flora bacteriana vaginal. do material endometrial;
g. a ultra-sonografia
h. EAS
1. INFECÇÃO
Abortamento Infectado
 Quadro Clínico:  Diagnóstico Diferencial
a. Dor a manipulação dos a. Aborto evitável / ameaça de
órgãos pélvicos aborto
b. Sangramento vaginal com b. Corioamnionite com
odor fétido membranas integras
c. Febre c. Infecção urinária
d. Sudorese/calafrios d. Fabre por uso de misoprostol
e. Taquicardia, taquipnéia e e. Apendicite
hipotenção f. Outras patologias febris e/ou
f. Cianose hemorrágicas
g. Icterícia
h. Choque séptico
1. INFECÇÃO
Abortamento Infectado
 Tratamento:  Cuidados de Enfermagem
a. Hidratação com SF 0,9% a. Monitorar os sinais vitais;
b. Iniciar antibiótico terapia b. Investigar a existência de
de largo espectro alergia aos fármacos;
c. Se IG < 12 semanas, c. Administrar medicação
realizar esvaziamento conforme prescrição;
uterino d. Administrar toxóide tetânico;
d. Se IG > 12 semana, colo e. Preparar a paciente para
impérvio, administrar cirurgia;
misoprostol para dilatação
cervical e conseqüente
esvaziamento uterino.
1. INFECÇÃO
INFECÇÃO PUERPERAL

 Definição:
• É aquela que se origina do
aparelho genital após parto
recente.
 Principais Fatores de
Risco
I. Amniorrexe e/ou trabalho de
IV. Desnutrição ou obesidade;
parto prolongados;
V. Traumas cirúrgicos;
II. Manipulação vaginal
excessiva (toques); VI. Operação cesariana;
III.Mas condições de assepsia; VII. Retenção de restos ovulares
Diagnóstico Clínico das Diferentes Formas
de Infecção Puerperal
Forma Clínica Temperatura Dor Secreção

Infecção do períneo 38-38,5°C Local Local (serosa,


(episiotomia) Sero-purulenta)

Fasciite necrozante 39-40°C Local, intensa Local (purulenta,


necrose)

Endomiometrite 38-39°C Pélvica Uterina (fétida)

Parametrite 38-39,5°C Pélvica, forte Eventual

Anexite 38-39,5°C Pélvica, forte Não

Peritonite 40°C Pélvica/difusa Não

Choque séptico 38 - 40°C Pélvica/difusa Não


hipotermia
1. INFECÇÃO
INFECÇÃO PUERPERAL
 Tratamento:
I. Medicamentoso:

Antibiótico

Regime 1 Regime 2
a) Clindamicina ou Metronidazol a)+ b)
associado a associado a
b) Gentamicina ou Amicacina Ampicilina ou Penicilina
1. INFECÇÃO
Sépse e Choque Séptico
 Definição:

• Sépse é o quadro sistêmico decorrente de uma infecção


clinicamente evidente, manifestado por taquicardia, taquipnéia
e disfunções da temperatura corporal.

• Síndrome séptica é um quadro de sepse com evidências de


hipoperfusão dos órgãos-alvo (hipóxia, acidose, oligúria).

• Choque séptico é um quadro de síndrome séptica com


hipotensão (pressão sistólica < 90 mmHg ou queda em relação
ao nível normal do paciente > 40 mmHg).
Fases Clínicas do Choque Séptico
Fase Hipoten Temperat Débito Estado Pele Estado
são ura urinário mental metabólic
o

“Quente” Leves Febre Normal Leve Quente, Alcalose


(Vasodilataç Calafrios letargia, seca respiratóri
ão confusão a,
hiperdinâmi hiperglice
ca) mia

“Fria” Progressi Febre, Reduzida Confusão Fria, úmida Acidose


(Vasoconstri va hiportermi progressiv severa
ção e do a tardia a, perda de
débito consciência
cardíaco)

Irreversível Grave Hipotermia Insuficiênci Coma Vasoconstr Hipoxemia,


a renal ição hipoblicemi
profunda a
1. INFECÇÃO
Sépse e Choque Séptico
 Tratamento:
• Controle Laboratorial
• Antibióticoterapia
• Reposição volêmica
• Cirurgia
 Cuidados de Enfermagem
• Identificar pacientes com sinais iniciais de sepse.
• Reconhecer os sinais iniciais da sepse e os fatores de risco para seu desenvolvimento.
• Prevenir a rápida evolução.
• Manter oxigenação adequada.
• Manter adequada volemia.
• Instituir terapia vasopressora ou inotrópica para melhorar o débito cardíaco.
• Controle rigoroso da glicemia capilar.
2. HEMORRAGIAS
Descolamento Prematuro da Placenta - DPP
 Definição:
• Descolamento Prematuro da Placenta normalmente inserida na região
corporal uterina é a sua separação abrupta do leito de implantação ainda
no ante-parto em prenhez de 22 ou mais semanas.
 Fatores Predisponentes :
– Hipertensão materna (DHEG – HAC)
– Trauma abdominal materno
– Grande multiparidade
– Cordão umbilical curto
– Anomalias uterinas (p.ex.: miomatose retroplacentaria)
– Compressão de veia cava inferior
– Súbita descompressão uterina (gemelar, polidramnia, ruptura prematura
de membranas)
– Uso de cocaína
– Tabagismo materno
– Idade materna avançada
2. HEMORRAGIAS
Descolamento Prematuro da
Placenta

Quadro Clínico
•Palidez cutâneo mucosa
•Dor abdominal de intensidade
variáve
•Sensibilidade, Irritabilidade
e/ou Hipertonia Uterina
•Hemorragia vaginal externa
oculta (hemoâmnio / útero de
Couvelaire)
•FCF alterada Choque
Hipovolêmico
Descolamento Prematuro de Placenta
2. HEMORRAGIAS
Descolamento Prematuro da Placenta

 TRATAMENTO E CONDUTA :
• DPP com Feto Vivo e sem Coagulopatia: Cesareana
• DPP com Feto Vivo e Coagulopatia: Transfusão, estabilização
do quadro e Cesareana
• DPP com Feto Morto: depende do tempo de DPP, das condições
do colo, da presença de coagulopatia e das condições hematológicas
materna:
– Acelerar o parto vaginal até 4 h (amniotomia) + Sedação com
Meperidina
– Regularização da volemia com sangue total fresco e plasma fresco
congelado
– Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos
– Tratamento da CIVD
2. HEMORRAGIAS
Descolamento Prematuro da Placenta

 Cuidados de Enfermagem
• Punção venosa em veias de grosso calibre;
• Ágil e oportuna administração de líquidos prescritos;
• Exame físico;
• Verificação constante de sinais vitais;
• Cateterismo vesical de demora;
• Monitorização da freqüência cardíaca fetal;
• Observação constante;
• Manter oxigenação adequada.
2. HEMORRAGIAS
Hemorragia Pós-Parto - HPP
 DEFINIÇÃO:
• É a perda sangüínea puerperal calculada em mais de 500ml
 CLASSIFICAÇÃO
• Imediata - 24h após o parto ( 80% )
• Tardia > 24h até 6 semanas
 PRINCIPAIS CAUSAS DE HEMORRAGIA PUERPERAL:
HPP imediata HPP Tardia
Atonia uterina Restos placentários
Lacerações de trajeto Hematoma puerperal
Retenção de placenta
Placentação anômala
Rotura uterina
Inversão uterina
2. HEMORRAGIAS
Hemorragia Pós-Parto - HPP
 Tratamento e Condutas na HPP:
• O tratamento inicial consiste em massagem uterina e no uso de
ocitocina, ergometrina e prostaglandinas.
• No insucesso com estas medidas iniciais, outros métodos devem
ser aplicados rapidamente na tentativa de controle da hemorragia.
• Métodos mecânicos, como a compressão uterina bimanual, a
compressão da aorta abdominal e o tamponamento uterino, devem
ser utilizados.
• Métodos cirúrgicos, como as ligaduras arteriais, suturas de
compressão uterina, embolização angiográfica e histerectomia
também fazem parte do arsenal terapêutica desta situação.
Tratamento e Condutas na HPP:
Condutas de Enfermagem
• Observar presença de sangramento vaginal, principalmente se não
houver presença de coágulos, ou se estes forem frágeis, em puérperas
e gestantes;
• Observar palidez cutânea, sudorese, taquicardia;
• O “choque” pode instalar-se de forma abrupta ou insidiosa;
• Providenciar oxigenação, com ventilação mecânica se necessário.
Controle da freqüência respiratória;
• Monitorização cardíaca;
• Controle rigoroso de níveis pressóricos, inclusive com métodos
invasivos, em casos mais graves;
• Sondagem vesical de demora com controle rigoroso de diurese e
balanço hídrico;
• Em casos de alto risco, coleta de sangue para tipagem e prova cruzada
e reserva de sangue para necessidade urgente de transfusão;
3. SÍNDROMES
HIPERTENSIVAS

 Definição:
• Hipertensão gestacional: aumento PA após 20 semanas de gestação,
sem proteinúria. Volta ao normal após o parto (10 dias). Vinte a 50%
evolui para pré-eclampsia.
• Hipertensão crônica: pré-existente, ou antes de 20 semanas de
gestação, persistindo após 12 semanas do parto;
• Pré-eclampsia: tríade clássica, em mulheres com PA prévia normal.
Associa-se com distúrbios visuais, cefaléia e dor epigástrica.
• Eclampsia: pré-eclampsia + convulsão;
• Hipertensão crônica: pré-existente, ou antes de 20 semanas de
gestação, persistindo após 12 semanas do parto;
• Pré-eclampsia superajuntada: HAS crônica + proteinúria ou sd.
HELLP.
3. SÍNDROMES
HIPERTENSIVAS
 Definição:
• Define-se como crise hipertensiva a presença de pressão arterial
diastólica ≥ 110 mmHg. A crise hipertensiva pode caracterizar-se em
urgência (ausência de sintomatologia clínica) ou emergência
hipertensiva (presença de sintomatologia clínica).
3. SÍNDROMES
HIPERTENSIVAS
Doença Hipetensiva Específica da Gravidez –
DHEG (Pré-Eclâmpsia)
• Doença multissistêmica;
• Ocorre tardiamente na gestação (após 20
semanas);
• Tríade clássica:
– Hipertensão (> 140 x 90 mmHg);
– Proteinúria (> 0,3g/24h);
– Edema .
3. SÍNDROMES
HIPERTENSIVAS
Doença Hipetensiva Específica da
Gravidez – DHEG (Pré-Eclâmpsia)
3. SÍNDROMES
HIPERTENSIVAS
Eclâmpsia e Síndrome Hellp
Eclâmpsia: Síndrome Hellp

• Cefaléia intensa • Sinais e sintomas da pré-


• Visão confusa/escotomas eclâmpsia / eclâmpsia
• Hipertensão severa • Hemólise (H)
• Proteinúria • Elevação das enzimas
• hepáticas(EL)
Edema (anasarca)
• • Diminuição plaquetária (LP)
Epigastralgia
• Coagulação Intravascular
• Convulsões Tônico-clônicas
Disseminada (CID)
• Coma em alguns casos
SÍNDROMES
HIPERTENSIVAS
 Alterações Sistêmicas:
• Vasculares: vasoespasmo, insuficiência cardíaca e edema
pulmonar.

• Hematológica: pode desenvolver trombocitopenia, coagulação


intravascular disseminada e destruição eritrocitária.

• Endócrinas e metabólicas: o sistema renina-angiotensina II


está diminuído, provocando retenção de sódio.

• Cerebrais: necrose hemorrágica, edema e trombos


intravasculares originam as convulsões.

• Fetais: diminuição da perfusão útero-placentária


Terapia Anti-hipertensiva
Cuidados de Enfermagem

• Análise e registro dos sinais vitais – maternos e fetais;


• Observação e alerta da evolução e manifestações clínicas
como escotoma, epigastralgia, visão turva;
• Controle rigoroso do balanço hídrico;
• Farmacoterapia de acordo com os protocolos estabelecidos;
• Observar os efeitos de toxidade do sulfato de magnésio –
rubefação, cefaléia, depressão respiratória;
• Proporcionar ambiente tranqüilo e na penumbra;
• Preparação pré-operatória para uma eventual cesareana;
• Cuidados pós-operatórios.
OBRIGADO!

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