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POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

CAPÍTULO 5

CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

AUTODEPURAÇÃO NATURAL
EM CURSOS D’ÁGUA

1
A autodepuração envolve:
• Diluição
• Sedimentação
• Estabilização bioquímica
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

2
Autodepuração Natural

• Equação de Streeter - Phelps:

Dt =
k1
k 2 − k1
La 10 (
− k1 .t
− 10 − k 2 .t
)
+ Da 10 −k2 t
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Dt: deficit de oxigênio dissolvido, em relação à saturação, nos diversos


instantes t, em mg/L.
• k1: coeficiente de desoxigenação, em d-1
• k2: coeficiente de reaeração, em d-1
• La: DBO total de 1o estágio das águas do rio, imediatamente após a
mistura com os esgotos, em mg/L.
• Da: deficit inicial de oxigênio dissolvido, isto é, deficit de oxigênio no
ponto de lançamento dos esgotos, em relação à saturação, em mg/L.
• t: tempo, em dias.

3
Autodepuração Natural

• Cálculo de La:

QRio × DBORio + QEsgoto × DBOEsgoto


La =
QRio + QEsgoto
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• QRio: Vazão do rio imediatamente à montante do lançamento dos


• esgotos.
• DBORio: DBO total de 1o estágio das águas do rio, imediatamente à
• montante da mistura com os esgotos.
• QEsgoto: Vazão de esgotos.
• DBOEsgoto: DBO total de 1o estágio dos esgotos.

4
Autodepuração Natural

• Cálculo de Da: Da = ODSAT − ODMIST

• Da: deficit inicial de oxigênio dissolvido nas águas do rio.


• ODSAT : concentração de oxigênio dissolvido de saturação
• ODMIST :concentração de oxigênio dissolvido nas águas do rio, imediatamente após
a mistura com os esgotos.
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

QRio × ODRio + QEsgoto × ODEsgoto


ODMIST =
QRio + QEsgoto
• QRio : vazão do rio imediatamente à montante do lançamento dos esgotos.
• ODRio : concentração de oxigênio dissolvido nas águas do rio, imediatamente à
montante da mistura com os esgotos.
• QEsgoto : vazão de esgotos.
• ODEsgoto : concentração de oxigênio dissolvido nos esgotos.

5
Autodepuração Natural

• Coordenadas do Ponto Crítico:


• Tempo Crítico:

1  k 2  Da ( k 2 − k1 ) 
tc = log 1 −  }
k 2 − k1  k1  La .k1 
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• tc: tempo de percurso até o ponto crítico, em dias.


• k1: coeficiente de desoxigenação, em d-1
• k2: coeficiente de reaeração, em d-1
• La: DBO total de 1o estágio das águas do rio, imediatamente após a mistura com
os esgotos, em mg/L.
• Da: deficit inicial de oxigênio dissolvido, isto é, deficit de oxigênio no ponto de
lançamento dos esgotos, em relação à saturação, em mg/L.

6
Autodepuração natural

• Coordenadas do Ponto Crítico


• Deficit Crítico

k1 −k1 .t c
Dc = La .10
k2
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Dc: deficit crítico de oxigênio dissolvido nas águas do rio, em mg/L.


• tc: tempo de percurso até o ponto crítico, em dias.
• k1: coeficiente de desoxigenação, em d-1
• k2: coeficiente de reaeração, em d-1
• La: DBO total de 1o estágio das águas do rio, imediatamente após a
mistura com os esgotos, em mg/L.

7
Autodepuração Natural

• Equações Auxiliares:
• DBO remanescente no tempo t:
−k1 .t
Lt = L0 .10
• Lt: DBO remanescente após t dias, em mg/L.
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Lo: DBO total de 1o estágio, em mg/L


• k1: coeficiente de desoxigenação, em d-1

( )
t: tempo, em dias.
−k1t
• Equação da DBO removida:
y = L0 1 −10

• y: DBO removida após t dias, em mg/L

8
Traçado da Curva de Autodepuração

1. Fixar a vazão média de esgoto.


2. Estabelecer as características do esgoto (DBO e OD).
3. Determinar as características do curso d’água:
Vazão para cálculo (provável: vazão mínima)
– DBO e OD das águas do rio
– Velocidade média das águas
4. Determinar ou estabelecer os valores das constantes k1 e k2 a 20oC.
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

5. Determinar a DBO total de 1o estágio dos esgotos e das águas do rio à


montante do lançamento (20oC), através de:

(
y = L0 1 − 10 − k1t
)

9
Traçado da Curva de Autodepuração

6. Determinar a DBO total de 1o estágio das águas do rio (à 20oC), após a


mistura com os esgotos, através de:

QRio × DBORio + QEsgoto × DBOEsgoto


La =
QRio + QEsgoto
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

7. Admitir as temperaturas para o estudo (esgoto e rio à montante).


8. Determinar a temperatura das águas do rio, após a mistura com os
esgotos:

Qrio × TRIO + Q ESG × TESG


TM =
Q RIO + Q ESG

10
Traçado da Curva de Autodepuração

9. Corrigir o valor de La para a temperatura da mistura, através de:

• La(ToC) = La(20oC) . [1 + 0,02(T – 20)]

10. Corrigir os valores das constantes k1 e k2 para a temperatura da


mistura, através de:
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

K1(toC) = k1(20oC).1,047(T-20)

K2(toC) = k2(20oC).1,135(T-20)

11
Traçado da Curva de Autodepuração

11. Determinar o OD das águas do rio após a mistura com os esgotos,


através de:

QRio × O DRio + QEsgoto× O DEsgoto


ODM IST =
QRio + QEsgoto
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

12. Determinar o OD de saturação, para a temperatura da mistura


(interpolar com os dados da tabela)
13. Determinar o deficit inicial de Oxigênio dissolvido, Da, através de:

Da = ODSAT − ODMIST

12
Traçado da Curva de Autodepuração

14. Determinar os valores dos deficits de OD nos diversos instantes t (em


dias) (t = 1,2,3,4,5,6...), através de:

Dt =
k1
k 2 − k1
La 10 (
−k1 .t
−10 −k 2 .t
+ Da 10 )
−k 2 t
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

15. Determinar os valores de OD nos diversos instante t, através de:

ODt = ODSAT - Dt

16. Traçar a curva no EXCEL relacionando OD x Distância

13
Traçado da Curva de Autodepuração

17. Verificações:
• Tempo Crítico

1  k 2  Da ( k 2 − k1 ) 
tc = log  1 −  }
k 2 − k1  k1  La .k1 
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Deficit Crítico

k1 −k1 .t c
Dc = La .10
k2

14
Determinação da Eficiência da ETE

1. Fixar a vazão média de esgoto.


2. Estabelecer as características do esgoto (DBO e OD).
3. Determinar as características do curso d’água:
– Vazão para cálculo (provável: vazão mínima – Q7,10)
– DBO e OD das águas do rio
– Velocidade média das águas
4. Determinar ou estabelecer os valores das constantes k1 e k2 a 20oC.
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

5. Determinar a DBO total de 1o estágio dos esgotos e das águas do rio à


montante do lançamento (20oC), através de:

(
y = L0 1 − 10 − k1t
)

15
Determinação da Eficiência da ETE

6. Determinar a DBO total de 1o estágio das águas do rio (à 20oC), após a


mistura com os esgotos, através de:

QRio × D BORio + QEsgoto× D BOEsgoto


La =
QRio + QEsgoto
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

7. Admitir as temperaturas para o estudo (esgoto e rio à montante).


8. Determinar a temperatura das águas do rio, após a mistura com os
esgotos:

Qrio × TRIO + Q ESG × TESG


TM =
Q RIO + Q ESG

16
Determinação da Eficiência da ETE

9. Corrigir o valor de La para a temperatura da mistura, através de:

La(ToC) = La(20oC) . [1 + 0,02(T – 20)]

10. Corrigir os valores das constantes k1 e k2 para a temperatura da


mistura, através de:
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

K1(toC) = k1(20oC).1,047(T-20)

K2(toC) = k2(20oC).1,135(T-20)

17
Determinação da Eficiência da ETE

11. Determinar o OD das águas do rio após a mistura com os esgotos,


através de:

QRio × ODRio + QEsgoto × ODEsgoto


ODMIST =
QRio + QEsgoto
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

12. Determinar o OD de saturação, para a temperatura da mistura


(interpolar com os dados da tabela)
13. Determinar o deficit inicial de Oxigênio dissolvido, Da, através de:

Da = ODSAT − ODMIST

18
Determinação da Eficiência da ETE

14. Fixar o OD mínimo no rio


15. Determinar o deficit máximo permissível: DMÁX = ODSAT -ODMÍN
16. Determinar o tempo crítico, através de:

1  k 2  Da ( k 2 − k1 ) 
tc = log  1 −  }
k 2 − k1  k1  La .k1 
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

17. Calcular o deficit crítico, através de:

k1 −k1 .t c
Dc = La .10
k2

19
Determinação da Eficiência da ETE

18. Comparar Dc e DMÁX. Se Dc > DMÁX:


19. Determinar nova La, através de:

Dt =
k1
k 2 − k1
(
− k1 .t
La 10 − 10 − k 2 .t
)
+ Da 10− k2 t
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

OBS: Considerar Dt = DMÁX, t = tc e manter o mesmo Da)

20. Com a nova La, calcular novo tc através de:

1  k 2  Da ( k 2 − k1 ) 
tc = log 1 −  }
k 2 − k1  k1  La .k1 

20
Determinação da Eficiência da ETE

21. Com o novo tc, calcular novo Dc, através de:

k1
Dc = La .10 −k1 .tc
k2

22. Comparar Dc e DMÁX:


Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Se Dc > DMÁX voltar ao passo 19 entrando com o novo tc


• Se Dc < DMÁX, seguir com o passo 23.

23. Com a nova La, determinar a DBO do esgoto tratado, através de:

QRio × DBORio + QEsgoto × DBOEsgoto


La =
QRio + QEsgoto
21
Determinação da Eficiência da ETE

24. Com a DBO total de 1o estágio do esgoto tratado, determinar a DBO de


5 dias, através de:

(
y = L0 1 − 10 − k1t
)
OBS: Entrar na equação com t = 5 dias
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

25. Com a DBO5 do esgoto tratado, determinar a eficiência da ETE,


através de:

DBOE .BRUTO − DBOE .TRATADO


E DBO (%) = × 100
DBOE .BRUTO

22
Determinação do coeficiente de reaeração k2

• Fórmula de O’Connor e Dobbins 0,5


K2: Coeficiente de reaeração (base e), h -1
 DL × v 
DL: Coeficiente de difusão do oxigênio k2 =  3 
na água = 7,54x10-6 m2/h  h 
v: Velocidade da corrente em m/s
h: Profundidade da corrente em m

v 0,5
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Para k2 em d-1 e base e, tem-se: k 2 = 3,95 × 1, 5


h

v 0,5
k 2 = 1,71 × 1,5
• Em base decimal: h

23
Valore Típicos de k2 (Azevedo Netto, 1962)

Temperatura 20oC K2 / k1 K2 para k1 = 0,1 d-1

Pequenas lagoas, pequenos lagos e 0,5 a 1,0 0,05 a 0,10


remansos
Rios de escoamento muito lento, 1,0 a 1,5 0,10 a 0,15
grandes lagos e represas
Grandes rios de velocidade baixa 1,5 a 2,0 0,15 a 0,20
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

Grandes rios de velocidade normal 2,0 a 3,0 0,20 a 0,30

Rios de escoamento rápido, córregos 3,0 a 5,0 0,30 a 0,50

Corredeiras, cascatas e quedas d’água 5,0 0,50

24
Exercício de Autodepuração

1. A destilaria ALCA produz 3283 m3/d de vinhoto, com DBO total de 1º


estágio é de 25.000 mg/L, lançando-os continuamente no rio Doce.
Antes do rio Doce encontrar com o rio do Carmo, receberá também os
esgotos da cidade de Santa Maria. Pede-se:

a) Traçar a curva de oxigênio dissolvido no rio Doce.


b) Determinar em que trecho do rio Doce ocorrerá:
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

- Morte de peixes
- Anaerobiose
c) Informar qual será o tratamento mínimo do vinhoto lançado ao rio
Doce, para que as condições mínimas de O.D. sejam preservadas.
d) Determinar qual o grau de tratamento necessário para reduzir a carga
orgânica da cidade de Santa Maria após o tratamento ou redução de
vazão da destilaria ALCA?

25
Exercício de Autodepuração

• SITUAÇÃO 1: Destilaria
Rio do Carmo

Sem Tratamento ALCA

Ponto B

Rio Doce
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

Destilaria
• SITUAÇÃO 2: ALCA

Com Tratamento

Rio do Carmo

Ponto B

Rio Doce

26
Exercício de Autodepuração

CARACTERÍSTICAS DO RIO DOCE:

• Vazão = 24.320 L/s


• DBO = 1,0 mg/L (1o estágio)
• O.D.= 7,0 mg/L
• O.D.SAT= 8,0 mg/L
• Coeficiente de Desoxigenação: 0,1 d-1
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• Coeficiente de Reaeração: 0,2 d-1


• Velocidade: 0,14 m/s
• O.D. mínimo = 3,5 mg/L

27
Exercício de Autodepuração

• CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS LÍQUIDOS DA DESTILARIA

• Vazão = 3.283 m3/d


• DBO = 25.000 mg/L (1º estágio)
• O.D.= zero
• Distância da cidade = 145 km
Poluição das Águas - Capítulo 5 - Autodepuração

• CARACTERÍSTICAS DA CIDADE SANTA MARIA:


• População: 1.211.490 hab.
• Per-capita de esgoto = 160 L/hab.dia
• DBO = 210 mg/L (1º estágio)
• Distância para o rio do Carmo: 120 km
• OD = zero

28

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