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AVANÇOS E RETROCESSOS DA

LEGISLAÇÃO E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS


PARA
A EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS
INICIAIS.

Prof. ª Jacqueline Daniele França de Almeida


Objetivos:
• Conhecer alguns avanços e retrocessos da
legislação e das políticas públicas e suas
implicações para a Educação Infantil e Anos
Iniciais.
Questões para reflexão
Nós, professores e futuros professores
conhecemos a legislação e as políticas públicas
que regulamentam e orientam a Educação?

fazemos uma leitura crítica desses


documentos?
1988 – Constituição
Federal
Avanços:

• Mudança de concepção sobre a função


pedagógica;
• implementação de políticas públicas que
orientam a organização do trabalho nas escolas
infantis.
Art. 205. A educação, direito de todos e
dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Reitera, no Art. 206, a “[...] igualdade de
condições para o acesso e permanência na
escola; a gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais e a garantia de
padrão de qualidade” (BRASIL, 1988).
1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente

Em consonância com a Constituição;

dever do Estado e da família na preservação dos


direitos fundamentais da pessoa humana;

acesso a oportunidades que favoreçam o


desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e dignidade,
tanto da criança, quanto do adolescente (BRASIL,
1990).
1996 – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
• Composição dos níveis escolares.

• No Art. 29 o objetivo principal da Educação


Infantil é “[...] a promoção do desenvolvimento
integral da criança nos aspectos físico, afetivo,
intelectual, linguístico e social, complementando
a ação da família e da comunidade” (BRASIL,
1996).
• No Art. 30, determina que essa etapa da
educação, “[...] será oferecida em creches ou
equivalentes, para crianças de até três anos de
idade; pré-escolas para crianças de quatro a
cinco anos de idade” (BRASIL, 1996).
Outro avanço que a lei traz refere-se à avaliação,
que não tem a finalidade de promoção ou retenção
da criança.

Art. 31, estabelece que “[...] a avaliação far-se-á


mediante acompanhamento e registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental”
(BRASIL, 1996).
A LDB (1996) evidencia a necessidade de se
considerar a criança como um todo, para
promover seu desenvolvimento integral.
2006 – Lei 11.274

Após a aprovação do texto original da LDB, em


1996, uma mudança importante foi a extensão do
ensino fundamental de oito para nove anos de
duração.

A criança que frequentava a pré-escola ingressou


compulsoriamente no primeiro ano.
Essa mudança teve como principal consequência
a inclusão das crianças de 6 anos na faixa da
educação considerada obrigatória, diminuindo as
matrículas no último ano da pré-escola e
engrossando aquelas nas classes iniciais.

Medida polêmica do ponto de vista pedagógico.

Adotada sem prever um período de transição.

As regras não eram claras sobre a idade exata em


que as crianças deveriam ser aceitas no primeiro
ano.
Não houve o treinamento em serviço para que
os professores se preparassem para os alunos
mais novos.
Não esclareceram os pais sobre os motivos
dessa mudança,
os prédios, equipamentos, mobiliários e
materiais escolares não estavam adaptados
essa nova organização.
A Educação Básica apresenta problemas
relacionados a essas mudanças que não foram
solucionados até hoje.
• Do ponto de vista da ampliação do acesso à
escola, essa mudança pode ser considerada
positiva.

• Entretanto, é preciso não só ampliar o


acesso à escola, mas também garantir boas
condições para a aprendizagem dos alunos.
2009 Emenda Constitucional n.°59, a
educação obrigatória dos 4 aos 17 anos

• Modificou a definição da educação obrigatória, e


apesar de sua importância, foi aprovada sem que
fosse precedida por maiores discussões na
sociedade,
• exerce grande influência nas orientações da
política educacional do país.
• No Brasil, um dos efeitos que o conjunto dessas
medidas parece causar é a tendência de crianças
cada vez mais jovens serem empurradas para as
etapas seguintes da educação,

• crianças cada vez menores estão sendo


matriculadas no primeiro ano do ensino
fundamental.

• sem que as escolas e as práticas


educativas sejam antes
adaptadas para as suas
especificidades.
2010 – Projeto de Lei n.°280/2009
• o Senado Federal aprovou, sem que o
assunto fosse debatido na sociedade,

• define a idade de ingresso no ensino


fundamental aos 5 anos.
2010 – Diretrizes
Curriculares para
a Educação Infantil

• As Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação Infantil articulam-se às Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica e
reúnem princípios, fundamentos e procedimentos
definidos pela Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de Educação, para orientar as
políticas públicas e a elaboração, planejamento,
execução e avaliação de propostas pedagógicas e
curriculares de Educação Infantil.
2009 – Resolução n.º 5, de 17 de
dezembro.
• “É obrigatória a matrícula na educação infantil
de crianças que completam 4 ou 5 anos até o
dia 31 de março do ano em que ocorrer a
matrícula”.

• “As crianças que completam 6 anos após o dia


31 de março devem ser matriculadas na
educação infantil”.
• Esses desencontros revelam até que ponto
tem sido tumultuada a introdução dessas
mudanças na ordenação desse início da
escolaridade no País.
• Assim, para que a obrigatoriedade do ensino a
partir dos 4 anos de idade e o ingresso antecipado
no primeiro ano do ensino fundamental
contribuam para a democratização do acesso à
leitura, à escrita e ao conhecimento,

• seria necessário no mínimo que: primeiro, as


normas legais fossem claras e consistentes;
segundo, mudanças urgentes fossem promovidas
nas escolas, na formação dos professores e nos
currículos.
É um documento de caráter normativo que
define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica.
Referências
• Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares
nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC,
SEB, 2010.

• Insumos para o debate 2 – Emenda Constitucional


n.º 59/2009 e a educação infantil : impactos e
perspectivas. – São Paulo : Campanha Nacional
pelo Direito à Educação, 2010.

• PASCHOAL, Jaqueline Delgado. A Inclusão na pré-escola obrigatória: uma análise da


legislação. RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,
v.14, n. esp.1, p. 656-670, abr., 2019.

• PASCHOAL, Jaqueline Delgado. MACHADO, Maria Cristina Gomes. A História da


Educação Infantil no Brasil: avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade educacional.
Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.78-95, mar. 2009.

• https://educacaointegral.org.br/reportagens/sob-criticas-base-nacional-comum-
curricular-bncc-e-aprovada/

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