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SOCIEDADE DA APRENDIZAGEM &

LETRAMENTO INFORMACIONAL

Professora Dra. Kelley Cristine Gasque


Universidade de Brasilia
Faculdade de Ciência da Informação
Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação
Disciplina: Fundamentos em letramento Informacional
 INFORMAÇÃO CIENTÍFICA/TECNOLÓGICA
+
 TECNOLOGIAS ELETRÔNICAS EM REDE
sociedade da informação

 sociedade do conhecimento
 A cultura simbólica dessa sociedade implica
novas formas de aprendizagem, o que sugere a
emergência de um modelo de ‘sociedade’ cujos
veículos mais eficazes de acesso são os
“processos de aquisição desse conhecimento,
uma vez que são as ferramentas mais poderosas
para espalhar ou distribuir socialmente essas
novas formas de gestão do conhecimento” e que
podemos denominar ‘sociedade da
aprendizagem’. (POZO, 2004, p. 11-12).
Níveis vinculados ao processo de
aprendizagem desse conhecimento
 Dado,

 Informação,

 Conhecimento e

 Inteligência
INFORMAÇÃO X CONHECIMENTO
Definindo…

 Dados: seqüência de símbolos quantificados ou


quantificáveis com valor sintático;
 Informação: abstração informal significativa
que comporta um elemento semântico,
podendo ser representada por meio de dados;
 conhecimento: a abstração interior, pessoal,
de alguma experiência de vida.
 Mobilizar certas capacidades e atitudes
para o acesso e o manejo da informação e
a conseqüente geração do conhecimento.

 Elemento pessoal e componente estrutural


do conhecimento: ‘conhecimento pessoal’
 Vivemos numa sociedade do conhecimento, mas
para muitos é uma sociedade da informação, uma
vez que quem não pode ter acesso às múltiplas
formas culturais de representação simbólica está
social, ecônomica e culturalmente empobrecido,
além de viver confundido, oprimido e
desconcertado diante da avalanche de informação
que não se pode traduzir em conhecimento, para a
qual não se pode dar sentido. (POZO, 2005, 11)
Tornar a informação disponível,
portanto, não é suficiente para que
se caracterize a sociedade da
aprendizagem, pois “o mais
importante é o desencadeamento de
um vasto e continuado processo de
aprendizagem” (ASSMANN, 2000,
p.9).
 O valor crescente do conhecimento e sua
gestão social em nossa sociedade deveriam
valorizar também a importância dos
processos de aquisição desse
conhecimento, uma vez que são as
ferramentas mais poderosas para espalhar
essas novas formas de gestão do
conhecimento… e democratizar o saber.
(POZO, 2005, p.11).
O direito ao conhecimento que
ninguém mais discute como um bem
social, deveria incluir também o direito
de adquirir esses kits ou ferramentas
cognitivas para aprender novos
conhecimentos em domínios
específicos. (POZO, 2005, p.11).
 Aprender é preciso!!!
 A aquisição do conhecimento é o traço mais
característico de nosso sistema cognitivo.
 Somente os humanos conseguem acumular
soluções culturalmente em forma de
conhecimento, transmitindo-o de geração em
geração, porque dispõem de sistemas de
aprendizagem e representação que os diferenciam
dos demais organismos e sistemas que aprendem.
 Somente se pode aprender a cultura,
participar dela, quando se adquire uma
cultura de aprendizagem que esteja de
acordo com ela. A cultura ou
conhecimento – e a aprendizagem são
dois processos, ou
sistema de
construção mútua.
(POZO, 2005, p.14)
INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO
E APRENDIZAGEM
 Informação: coisa significada a ser compreendida
pelo processo de decodificação e interpretação dos
signos que representam os objetos.
 A eficácia desse complexo sistema de informação e
comunicação depende do desenvolvimento do
pensamento reflexivo.

 construção do sentido
 Aprendizagem significativa: relacionada, “de forma
não arbitrária e substantiva, (não literal), uma nova
informação a outras”.
 Na aprendizagem significativa, a informação não
forma “uma espécie de elo simples com os elementos
preexistentes da estrutura cognitiva”, mas que as
formas de obtenção de informação produzem
importantes modificações “tanto na nova informação
como no aspecto especificamente relevante da
estrutura cognitiva com a qual a nova informação
estabelece relação” (Ausubel, Novak e Hanesian,
1978, p. 23-48).
 Conhecimento

 interação sujeito–mundo

 Envolve experiências, vivências e


memórias e, portanto, o significado
pessoal e emocional.
 o conhecimento científico próprio da
aprendizagem reflexiva parece ter algo a expressar que
lhe é próprio e, portanto, resiste à pura subjetividade
do sujeito, por ser freqüentemente fruto de um
consenso, nutrido e sustentado pela razão, não se
reduzindo, pois, a “uma busca desestruturada de
pedaços de informação”.

 O conhecimento científico busca dar respostas às


indagações humanas, tornando-se condição necessária
para o bem-estar, desenvolvimento e progresso da
humanidade.
 O sujeito humano percebeu que não só
aprende como pode apropriar-se dos
mecanismos envolvidos no complexo processo
de aprendizagem e aperfeiçoá-los.
Information literacy – 2003 Brasil
 conceito permanece indefinido.
 Apenas um exercício de relações públicas, um nome mais
atual para práticas biblioteconômicas consolidadas ?
 Mais do que a soma de suas partes (information e literacy).
 Informação: conjunto de representações mentais codificadas e
socialmente contextualizadas que podem ser comunicadas.
 Literacy: "a habilidade de compreender matérias, ler criticamente,
usar materiais complexos e aprender por si mesmo"Lyman.
Entretanto, o termo não apresenta um significado preciso.
 Literacies (digital, tecnologica, academica...)
 A information literacy é um termo inclusivo, englobando todas
as demais.
 Expressões possíveis: alfabetização informacional,
letramento, literacia, fluência informacional, competência em
informação.
 competência em informação: parece ser a mais adequada
em função de sua definição voltar-se a um saber agir
responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem
valor.
EVOLUÇÃO DA INFORMATION LITERACY
 Década de 70 – os precursores
 Surgiu na literatura em 1974 em um relatório de autoria do
bibliotecário americano Paul Zurkowski. Sugeria que os recursos
informacionais deveriam ser aplicados na resolução de problemas.
 Em 1976: reaparece mais abrangente. Não se tratava apenas de
buscar a informação, mas de fazer uso dela para tomar decisões e
resolver problemas.
 Em 1979: uso das ferramentas informacionais na modelagem de
soluções para os problemas, um dos requisitos para a
competência.
 Década de 70: a informação é essencial à sociedade.
A década de 80 – Os exploradores
 Influencia das novas tecnologias de informação.
 Popularização da concepção da information literacy com o sentido de
capacitação em tecnologia da informação.
 Aproximação e integração do trabalho desenvolvido por bibliotecários,
docentes e educadores em geral, na implementação de programas
educacionais voltados para a information literacy.
 Em 1987, Kuhlthau lança as bases da information literacy education. O ponto
importante é a integração da information literacy ao currículo. Desfaz a
noção corrente na época de que as habilidades informacionais se
restringiam à biblioteca e aos materiais científicos bibliográficos.
 A década de 80 também foi marcada pela publicação de dois documentos
fundamentais para a information literacy: livro editado por Patricia S. Breivik
e E. Gordon Gee5 intitulado "information literacy: Revolution in the Library“ e
o relatório da ALA
A década de 90 – a busca de caminhos
 "Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer
quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e
usar efetivamente a informação... Resumindo, as pessoas competentes em
informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender,
pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a informação e
como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela." (American
Library Association – Presidential Committee on information literacy, 1989, p.1)
 Aceitação geral da definição da ALA.
 Implantação de programas de IL.
 Muitos bibliotecários utilizavam a expressão apenas como uma
terminologia alternativa para a educação de usuários.
 Período marcado pela busca de uma fundamentação teórica e
metodológica sobre a information literacy
 Bruce: a information literacy está acima do
desenvolvimento de competências.
 em 1997: criação do Institute for
information literacy da ALA – ACRL para
treinamento e capacitação de
bibliotecários .
 Influências conceituais que agem sobre a
information literacy acabam por determinar
diferentes concepções.
INFORMATION LITERACY NO BRASIL
 os precursores da information literacy estão entre
aqueles bibliotecários que desenvolveram estudos
relativos à educação de usuários.
 Especial destaque a Belluzzo, Caregnato e à
dissertação de Hatschbach recentemente concluída,
intitulada information literacy: aspectos conceituais e
iniciativas em ambiente digital para o estudante de
nível superior.
INFORMATION LITERACY

 saibam determinar a natureza e a extensão de sua


necessidade de informação.
 Sejam capazes de identificar e manusear fontes potenciais
de informação de forma efetiva e eficaz.
 Avaliem criticamente a informação segundo critérios de
relevância, objetividade, pertinência, lógica, ética,
incorporando as informações selecionadas ao seu próprio
sistema de valores e conhecimentos.
 Usem e comuniquem a informação, com um
propósito específico, individualmente ou como
membro de um grupo, gerando novas informações
e criando novas necessidades informacionais.
 Considerem as implicações de suas ações e dos
conhecimentos gerados, observando aspectos
éticos, políticos, sociais e econômicos extrapolando
para a formação da inteligência
Componentes da information literacy
 Processo investigativo;
 Aprendizado ativo;
 Aprendizado independente;
 Pensamento crítico;
 Aprender a aprender;
 Aprendizado ao longo da vida.
Concepção ou nível da informação:
ênfase na tecnologia da informação
 abordagem do ponto de vista dos sistemas
com o aprendizado de mecanismos de
busca e uso de informações em
ambientes eletrônicos.
 Limitado ao simples aprendizado de
habilidades e conhecimentos
instrumentais, praticamente mecânicos,
tem como foco o acesso à informação.
Concepção ou nível do conhecimento:
ênfase nos processos cognitivos
 Foco no indivíduo, nos processos de compreensão da
informação e seu uso em situações particulares.
 Os sistemas de informação são examinados à maneira
como são percebidos pelo indivíduo.
 Os pesquisadores procuram entender como as pessoas
buscam sentido para seus questionamentos e pesquisas, a
partir de suas habilidades e conhecimentos.
 A biblioteca é concebida como espaço de aprendizado.
 Privilegia o processo de ensino/aprendizado, tendo o
foco no indivíduo/aprendiz.
Concepção ou nível da inteligência:
ênfase no aprendizado ao longo da vida
 considera a dimensão social e ecológica do aprendiz.
 Sujeito é ator social, cidadão que vive na chamada
sociedade de aprendizado.
 Incorpora as concepções anteriores considera que os
membros da sociedade são aprendizes.
 Pressupõe mais que a apropriação tecnológica ou a
mudança nos processos cognitivos.
 O trabalho do bibliotecário é direcionado à mediação do
aprendizado.
information literacy education
 Currículo integrado (baseado na transdisciplinaridade) e o aprendizado
baseado em recursos (resource-based learning), com objetivo de
instrumentalizar e interiorizar comportamentos que levem à
proficiência investigativa, ao pensamento crítico, ao aprendizado
independente e ao aprendizado ao longo da vida.
 De acordo com as abordagens educacionais do currículo integrado e
do aprendizado baseado em recursos, depreende-se que as práticas
pedagógicas se voltam necessariamente para a valorização do
aprendizado a partir de duas vertentes: a resolução de problemas
(essencialmente um aprendizado reativo) e a elaboração de
projetos (essencialmente um aprendizado criativo).
Aula fundamentada nos textos:
 DUDZIAK, Elisabeth Adriana. Information Literacy: princípios,
filosofia e prática. Ciência da Informação, Brasília, DF,
v.32, n.1, p.23-35, jan./abr. 2003. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cienciadainformacao/>. Acesso em:
03 mar. 2006.
 GASQUE, Kelley Cristine G. D. ; TESCAROLO, Ricardo .
Sociedade da aprendizagem: informação, reflexão e ética.
Ciência da Informação, Brasília, v. 33, p. 35-40, 2005.
Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n3/a05v33n3.pdf>.
Acesso em: 01 fev.2010.

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