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A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Profª Heloisa Maria Paes de Souza – ETRB – 8º ano


No início do século XIX, as transformações que vinham ocorrendo na Europa
e na América deram origem a uma profunda crise do sistema colonial que
culminou na independência do Brasil.

Recordando: transformações na Europa e na América – séculos XVIII e XIX

 Europa: Iluminismo; Revolução Francesa; subida ao poder de Napoleão Bonaparte e a


formação do Império Napoleônico (Bloqueio Continental – França tenta controlar a
Inglaterra.

 América: independência das colônias inglesas na América do Norte (1786); independência


das colônias espanholas (iniciada em 1810); no Brasil, diminuição da produção aurífera e
conjurações (mineira e baiana), Revolução Pernambucana de 1817.
SISTEMA COLONIAL: REVISÃO

É o conjunto de relações entre as metrópoles europeias e suas colônias. O principal


objetivo desse sistema era garantir a riqueza de uma Metrópole ao povoar e explorar
suas colônias.
 Colônia: território ocupado e governado por um país (Metrópole) através do poder
militar e do controle econômico e social, dominando as populações nativas e
controlando os colonos e seus descendentes.

ATRAVÉS DO PACTO
COLONIAL
A COLONIZAÇÃO DO BRASIL: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

O Brasil foi uma colônia de exploração


entre 1500 e 1808.
Utilização de mão de obra nativa (indígena)
e africana (através do tráfico negreiro) em
diferentes modalidades de trabalho
(servidão, trabalho livre, escravidão, etc.).
Em relação aos africanos e seus
descendentes, predominou a escravidão.
Produtos explorados pelos portugueses no
Brasil: pau-brasil; drogas-do-sertão; cana-
de-açúcar; café, algodão, tabaco; ouro;
Mapa do Brasil no final do período
diamantes e outras pedras preciosas, etc. colonial
AS RELAÇÕES
ENTRE BRASIL E
EUROPA NO
SÉCULO XIX
O Bloqueio Continental e as relações entre Portugal e Inglaterra foram
fundamentais para o processo de independência do Brasil.

 Portugal e Inglaterra mantinham acordos


(tratados) desde o século XVI. Um dos exemplos
é o Tratado de Methuen ou Tratado dos Panos e
Vinhos (1703) – ver página 176 do livro didático.
 É importante destacar que Portugal consumia
mais produtos ingleses do que o contrário.
 Portugal pagava suas importações com o ouro
brasileiro. Com a crise aurífera no final do século
XVIII, Portugal tornou-se cada vez mais devedor
e dependente da Inglaterra.
O BLOQUEIO CONTINENTAL: REVISÃO

 1806: Napoleão
determina que os
países europeus
deixem de
comercializar com a
Inglaterra.
 1807: Portugal sofre
ameaça de Napoleão
– ou participa do
bloqueio ou será
invadido.
A TRANSFERÊNCIA (FUGA) DA FAMÍLIA REAL E
DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL
Com a transferência da Corte portuguesa, o Brasil deixa de ser colônia de
exploração – é o início do processo de independência (1808-1822)
1808: ASSINATURA DO DOCUMENTO “ABERTURA DOS PORTOS ÀS NAÇÕES
AMIGAS” POR D. JOÃO, PRÍNCIPE REGENTE DE PORTUGAL.
Antes de chegar ao Rio de Janeiro, D. João
desembarca em Salvador e assina o documento
“Abertura dos Portos às Nações Amigas” por
causa da pressão inglesa.
A partir desse momento, Portugal deixa de ter o
monopólio sobre o Brasil. As elites brasileiras
podem comprar e vender mercadorias para
outros países.
A Inglaterra aproveita a oportunidade e começa
a “inundar” o Brasil com seus produtos
industrializados.
1808: o Brasil torna-se economicamente
independente de sua Metrópole.
OUTROS TRATADOS QUE PORTUGAL É OBRIGADO A ASSINAR
EM FAVOR DA INGLATERRA

 TRATADO DE NAVEGAÇÃO E COMÉRCIO:


estabeleceu nova porcentagem dos
impostos sobre produtos importados no
Brasil, com vantagem para os ingleses.
 TRATADO DE AMIZADE E ALIANÇA: INGLATERRA PORTUGAL OUTROS
permitiu aos ingleses a liberdade PAÍSES
religiosa (a maioria era protestante); 15% 16% 24%
permitiu que os ingleses utilizassem a
madeira brasileira para construir seus
navios. Prometia o fim do tráfico de
africanos para o Brasil (que só
aconteceria, de fato, em 1850).
TRANSFORMAÇÕES NO RIO DE
JANEIRO – CAPITAL DO REINO
Com a instalação da Corte portuguesa no Brasil, o Rio de Janeiro
tornou-se a capital do reino e, por isso, passou por muitas
transformações.

Criação de instituições (Banco do Brasil, Imprensa Régia, faculdades,


Jardim Botânico, Biblioteca Real, Casa da Moeda, etc.)
Aumento da população.
Mudança dos hábitos.
Outros fatos importantes: liberação das manufaturas (em todo o
Brasil); vinda de artistas franceses para a fundação da Escola Real de
Ciências, Artes e Ofícios no Rio de Janeiro. Destaque para a vinda do
pintor Jean-Baptiste Debret, que representou o cotidiano brasileiro
em suas obras e que, atualmente, são fontes para a compreensão
daquela época.
Rio de Janeiro na visão de Debret.
Suas obras são fontes visuais para
conhecermos o cotidiano do Brasil no
início do século XIX
1815: Napoleão é derrotado pelos ingleses. É o fim das guerras
napoleônicas. D. João, a família real e a Corte já podem retornar à
Portugal...
Mas, D. João VI não retorna para Portugal com a Corte.
Por quê?
 O Brasil era um território de proporções
continentais e oferecia oportunidades de riquezas
para o rei e os nobres da Corte.
 Muitos nobres já estavam instalados e satisfeitos
com os lucros obtidos em diversos negócios.
 Em 1815, D. João eleva o Brasil à categoria de
Reino Unido à Portugal e Algarves.
 D. João temia que, ao deixar o Brasil e com o fim
do Pacto Colonial em 1808, os colonos
declarassem independência. A prova disso é que,
em 1817, na capitania de Pernambuco, houve
uma tentativa de revolução e proclamação da
república (Revolução Pernambucana de 1817.
Percebendo que o rei não demonstra o menor sinal de interesse em voltar a
Portugal, a burguesia portuguesa fica cada vez mais preocupada e acabam
se revoltando, sendo que tal agitação termina com a
REVOLUÇÃO DO PORTO EM 1820.
 O que desejavam os integrantes desse movimento ?

 Uma Constituição para Portugal, isto é, o fim do


Absolutismo e a criação de uma Monarquia
Constitucional que atendesse aos interesses
burgueses, especialmente prejudicados pela Abertura
dos Portos.
 O retorno imediato do rei e da Corte, transformando
Lisboa novamente na capital do reino.
 A RECOLONIZAÇÃO DO BRASIL (fim dos tratados
assinados com os ingleses, o que desagradou os
colonos brasileiros).
1821: D. João VI retorna para Portugal junto com a Corte, mas
deixa seu filho, D. Pedro, como príncipe regente do Brasil.

Antes de voltar para Portugal, no


entanto, D. João VI esvaziou os
cofres do Banco do Brasil.
1821/1822:
 Portugal já é uma Monarquia Constitucional,
onde há um Parlamento, composto por
deputados que criam e votam nas leis. O
Parlamento é denominado “Cortes”.
 Os deputados decidem que D. Pedro deve
retornar à Portugal, com a desculpa de que
deve dar continuidade à sua preparação para
assumir o reino depois do falecimento de seu
pai. Na realidade, tinham receio de que,
influenciado pelas elites brasileiras, apoie-os e
declare a independência.
 09/01/1822: Depois de receber um abaixo-
assinado pedindo sua permanência no Brasil,
D. Pedro assume o compromisso de
permanecer (Dia do Fico).
O CONFLITO DE INTERESSES:
partido português X partido brasileiro
Com a decisão de D. Pedro de permanecer no Brasil, o grupo que defendia os
interesses brasileiros separa-se daquele que defendia os interesses dos
portugueses.
PARTIDO BRASILEIRO: PARTIDO PORTUGUÊS:
 Combatia a proposta de  Desejava o retorno do Brasil à condição
RECOLONIZAÇÃO do Brasil feita pelos de colônia (recolonização do Brasil, ou
deputados das Cortes. Para isso, só a seja, como era a situação antes de
independência. 1808).
 Esse grupo acabou também por
dividir-se, pois uns queriam que o
Brasil fosse uma república e outros
uma monarquia constitucional.
A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA: a
versão oficial
 Após o Dia do Fico, D. Pedro demonstrou
querer separa-se de Portugal, fundando seu
próprio império na América. Ele expulsou
soldados portugueses que se recusaram a
jurar-lhe fidelidade e aproximou-se do Partido
Brasileiro, principalmente dos que desejavam
uma monarquia constitucional depois da
independência.
 No início de setembro chegaram várias cartas
de Lisboa desautorizando as ordens do
príncipe e exigindo seu retorno.
 No retorno de uma viagem à capitania de São
Paulo, D. Pedro recebe as cartas e, não
gostando da situação, declara a
Fim

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