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UFCD 3294

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS COM CRIANÇAS COM


NEE
Formadora
Isabel Mota
Objetivos:

Planificar, desenvolver e acompanhar as atividades


pedagógicas das crianças com necessidades específicas de
educação.
Conteúdos:

Entrada e acolhimento das crianças / famílias


• Atividades pedagógicas na sala e no exterior
• Serviço e acompanhamento das refeições
• Sesta, higiene e saída
Entrada e acolhimento das crianças / famílias

O processo de adaptação carateriza-se pelo período


durante o qual a criança com NEE se separa do seu
ambiente familiar e é inserida num novo ambiente com o
qual ela nunca interagiu, onde passa muitas horas do seu
dia com rotinas que exigirão uma grande capacidade de
adaptação.
O jardim-de-infância tem o papel de favorecer a criança com NEE e o
novo ambiente, para que a criança adquira mecanismos positivos
frente a novas situações e se possa adaptar favoravelmente.
O educador organiza o ambiente tendo em conta as singularidades
das crianças, oferecendo-lhe condições para que desenvolva a sua
autonomia, identidade, espírito de cooperação e solidariedade.
O educador estabelece vínculos afetivos e de confiança com as
crianças e com a família.
Com as novas crianças e com os novos adultos:
• Conhecimento e respeito mútuo;
• Reconhecer e apreciar as suas capacidades e as dos outros;
• Cooperação mútua.
Com a nova sala:
• Conhecimento da sala e do seu funcionamento;
• Conhecimento das regras e hábitos.
Com as rotinas:
• Respeitar as rotinas;
• Aquisição de regras, comportamento, postura pessoal e em
grupo, promoção da autonomia.
O que os pais devem fazer ajudar na integração
dos seus filhos no jardim-de-infância?

• É importante que lhes deem a conhecer o espaço onde vai


passar a estar no dia-a-dia, nomeadamente a sala, espaço
refeições, casas de banho, recreio e outros locais vai utilizar.
Devem falar com a educadora na presença da criança.
Quando chegar a casa devem falar com os filhos, de forma
entusiástica, dos bonitos espaços que viu, onde vai aprender
e onde vai brincar.
• É importante referir sempre o facto de ir ter tantos meninos e
meninas com quem vai brincar, como vai pintar, fazer jogos,
apelando especialmente às coisas de que ele gosta.
• No primeiro dia é importante que os pais passem algum
tempo com os seus filhos, pelo que não devem ir a correr
deixá-lo à porta do infantário. Devem sim, fazer as coisas com
alguma calma. Na primeira semana, apesar da vida nem
sempre permitir, será bom que façam o esforço.
• Devem estacionar o carro, e ir com a criança até à sala, falar
com a educadora, com outros pais que ali também possam
estar. Devem fazer sentir à criança que aquele espaço é dele,
mas que está lá para o apoiar.
• Se os pais tiverem disponibilidade de horário, devem ir
buscar a criança antes do fim do dia e perguntar-lhe o que ela
fez. Essa partilha vai permitir que a criança se sinta mais
confiante.
• Os pais devem estar presentes mas não devem ser
demasiados protetores, não é isso que se pretende. A
criança tem que ir conquistando a sua autonomia e
confiança. Deve-se ajudar a ultrapassar os problemas, mas
não os retirar do caminho.
• Os benefícios para uma integração numa instituição regular de
crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) são vários,
tanto para com as diferentes crianças como até para com os adultos.
•Do ponto de vista da criança com NEE o facto de estar integrada
num ambiente de grupo em que haja outras crianças na sala da sua
idade e adultos atentos e sensíveis permite-lhe oportunidades de
interação múltiplas que num ambiente segregado não tem; no
fundo é estar incluída na “vida real”, indo aos poucos adaptando-se
também às regras, rotinas, etc.
• Em relação às outras crianças também recolhem os seus
benefícios, nomeadamente em termos de valores como a
solidariedade, a compreensão do outro e a aceitação da
diferença.
• As crianças com NEE devem ter uma relação de
companheirismo com o educador de infância. Estes devem
apoiar as crianças nas suas atividades, encorajá-las a
aproveitar, a desenvolver as suas capacidades e encontrar
soluções para os seus problemas. Devem discutir as
situações com as crianças e integrá-las no planeamento e
construção das atividades.
• O educador é um elemento privilegiado no
desenvolvimento da relação entre a escola e a família.
•Deve incentivar e promover uma relação sólida baseada
num profundo conhecimento da família para que esta se
envolva na vida quotidiana do jardim-de-infância e se torne
parceira ativa na educação da criança com NEE.
• Para incentivar à participação da família o educador pode promover
várias atividades, como por exemplo, encontros, convites, participação
direta nas atividades, tanto em casa como no jardim-de-infância/ escola.
• Quando se sentem integrados, os familiares tornam-se muito
disponíveis, expressam as suas preocupações, sentem-se ativos na
educação das crianças.
• O sucesso desta relação permite à criança sentir-se mais segura,
valorizada, participativa, motivada e confiante.
• O papel do educador e do assistente de ação educativa
cruzam-se no sentido de assegurar o bem-estar das
crianças, a satisfação das necessidades básicas, o
desenvolvimento afetivo e motor, a promoção da
socialização, da autonomia e da comunicação. É muito
importante estabelecer laços afetivos com as crianças,
estimular, interagir, identificar necessidades e
potencialidades.
O papel do técnico de ação
educativa na relação com as
crianças com NEE
Ser solidário e zelar pelo desenvolvimento da criança.
Ser paciente.
• Criar um ambiente de confiança e empatia.
• Ser tolerante.
• Ser transmissor de valores.
• Assegurar um ambiente seguro, confortável e desejável.
• Respeitar a criança como sujeito inserido numa sociedade e com os
seus próprios direitos.
• Guardar as informações pessoais das crianças, salvaguardando os seus
direitos.
• Promover a autonomia da criança.
• Promover o trabalho e parceria com outros técnicos.
• Assegurar a ligação entre crianças, educadores, pessoal administrativo,
e visitantes.
• Saber trabalhar em equipa.
• Apoiar a atividade pedagógica, de ação social escolar e de apoio geral.
Exercício
1- Defina processo de adaptação de uma criança.
2- Qual deve ser o procedimento do educador durante a fase de
adaptação?
3- Como devem agir os pais no primeiro dia de infantário/ escola?
4- Como deve ser a relação entre educador e a criança?
5- Indique três caraterísticas do papel dó Técnico da Ação Educativa
na relação com crianças com NEE.
Exemplo de Atividade: Se eu
fosse…
Se eu fosse uma fruta seria….
Se eu fosse um animal seria…
Se eu fosse um brinquedo seria…
Se eu fosse uma peça de roupa seria…
Se eu fosse um lugar seria…
Se eu fosse uma comida seria…
Se eu fosse uma estação do ano seria…
Se eu fosse uma canção seria…
Se eu fosse uma palavra seria…
A posição da família face à
criança com Necessidades
Educativas Especiais
• Na nossa sociedade é frequente os pais investirem muito, quer
em termos materiais quer em termos emocionais, enquanto
esperam o nascimento de um filho. O casal deseja ter um filho
saudável, uma criança robusta, que seja a sua auto imagem e, ao
mesmo tempo, que assegura a continuação do nome e a tradição
da família.
• A par dos sonhos do casal juntam-se, frequentemente, crenças e
receios, pois uma criança que vai nascer é um ser desconhecido
• É evidente que o interior do sistema familiar vai sofrer
alterações e a consciência desse facto lança algumas
dúvidas.
•Desde o início das gestações que se colocam questões, do
género “Como será o meu filho?” ou “Será que é perfeito e
saudável?”.
• O tempo passa e eis que chega o dia tão esperado: a
criança sonhada e idealizada finalmente nasceu! Mas os
factos, por vezes, contrariam os sonhos e os desejos dos
pais. O “fantasma” do filho com deficiência torna-se
realidade. Dar à luz um filho com deficiência é um
acontecimento inesperado para o qual a família não está
preparada.
É um acontecimento na vida dos pais que sempre ficará marcado e
produzirá mudanças no seio familiar. Nesta situação ocorrem questões,
tais como:

• “Porque nos aconteceu isto?” ou


• “Que mal fizemos nós para merecer tal castigo?”.

As esperanças dos pais desfazem-se e o futuro avizinha-se cheio de


receios, privações e incertezas.
O nascimento de uma criança “diferente” coloca os pais diante de um
facto que lhes pode despertar várias reações. Segundo alguns atores, este
acontecimento promove três etapas de adaptação no seio da família, a
saber:

• Experimentação de um período de desorganização emocional, incluindo


sentimentos de ira, culpa, depressão, vergonha e fraca auto estima;
• Repulsa pela criança ou superproteção e por último;
• Os pais acabam por aprender a aceitar o seu filho “diferente”.
As famílias com crianças com NEE podem e devem procurar
ajuda junto de profissionais (médicos, psicólogos,
educadores e outros técnicos), que devem proporcionar
todo o apoio possível, pois elas necessitam de informação
sobre a deficiência e, sobretudo, que as ajudem a aceitar
essas crianças, que lhes demonstrem solidariedade, para
que em nenhum momento se sintam sós, desamparadas e
soladas.
Os profissionais devem fomentar o vínculo afetivo entre
pais e filhos, de modo a favorecer a harmonia que deve
existir entre ambos. Relativamente à criança “diferente”, é
importante sentir-se amada e fazer parte integrante da
família, o que proporcionará equilíbrio e estimulação para o
seu desenvolvimento.
A família é uma instituição privilegiada da educação, pois
nela começa a existência do Homem e nela reside o meio
natural e mais adequado para o indivíduo se promover
como pessoa. O papel que a família desempenha na
educação de crianças com NEE não difere, de forma muito
significativa, da educação dada às outras crianças. Contudo,
a participação e a colaboração dos pais no processo
educacional das crianças com NEE é um fator
imprescindível para o seu desenvolvimento.
O papel dos pais na
intervenção educativa
•É essencial que o jardim-de-infância/escola promova a
colaboração dos pais na educação das crianças, sobretudo
das crianças com NEE.
•Os pais são elementos fundamentais no que diz respeito à
planificação, execução e avaliação de programas de
intervenção.
A família como primeiro agente de educação e de socialização de
qualquer criança, incluindo a portadora de deficiência,
desenvolve um papel relevante no âmbito da intervenção
precoce.
É, muitas vezes, a família, que deteta as «diferenças» em relação
a outras crianças.
Assim, temos de salientar a importância da educação no âmbito
familiar, especialmente no início do desenvolvimento da criança.
É à família que compete intervir de modo a desenvolver na
criança todas as suas capacidades.
A ajuda direta aos filhos quando estes têm dificuldades é
muito importante.
O incentivo é relevante pois, transmite aos filhos, a
importância atribuída à frequência na escola.
Por outro lado, os filhos sentem-se mais motivados quando
testemunham o interesse dos pais pela sua atividade
escolar.
Os pais sentem-se implicados no processo educativo quando
participam diretamente na atividade escolar dos filhos.
Aumentando as suas expetativas quanto ao percurso escolar
dos filhos, aumentarão, naturalmente, as expetativas destes em
relação ao seu próprio percurso, assim como a sua
autoconfiança, a auto estima e o seu auto conceito académico,
que culminarão, certamente, em bons resultados escolares e
afetivos.
Por outro lado, a participação dos pais aumenta a expetativa
dos professores.

Estes veem a presença dos pais na escola como


manifestação de interesse em relação à educação escolar
dos filhos, acontecendo o contrário em relação aos que
raramente aparecem.
Com o aparecimento dos apoios educativos ligados à
educação especial parece surgir uma ligação mais
“estreita” entre os pais de crianças com NEE e os
educadores/ professores.
Estes professores de Apoio Educativo, sendo, alguns
possuidores de especializações em Educação Especial,
trabalham diretamente com as crianças com NEE tendo em
conta as suas dificuldades e ajudando-as a ultrapassá-las
dentro das suas possibilidades;
Também colaboram com o educador/ professor da sala de
forma a facilitar a integração e a aquisição de
aprendizagens destas crianças.
Muitas vezes, apoiam também as famílias ajudando-as a
descobrir quais os seus direitos e orientando-os na melhor
forma de poderem ajudar os seus filhos.
No caso de crianças com NEE, a relação
pais/educadores/professores deverá, na medida do
possível, ser mais familiar.
É necessário estabelecer uma relação de confiança de parte
a parte para que esta relação seja frutífera e possa ajudar
de alguma forma a criança em causa e a sua família.
A família é o primeiro e o mais importante contexto para o
crescimento físico e psicológico da criança.
As famílias são consideradas as primeiras instituições educativas
das crianças, visto que é no seio delas que se inicia o processo de
socialização.
Logo, cabe à família integrar a criança na sociedade, funcionando,
também, como meio cultural de crescimento e bem – estar.
Nesta fase inicial da vida de uma criança, principalmente quando
vai para a creche, há sempre um adulto na sala com quem a criança
irá criar laços afetivos mais fortes.
Esta vinculação vai dar/trazer à criança uma maior segurança, que
vai fazer com que esta se sinta protegida e consiga então, transmitir
aos pais que está bem, serena e tranquila sempre que vai para a
creche.
A criança vai criando novos ritmos e aprendendo a fazer da sala o
seu espaço.
As atividades e os objetos existentes neste espaço tornam
possível a adaptação da criança à creche que passa por um
envolvimento dos pais, da educadora e auxiliares, que
devem proporcionar à criança um clima de segurança que
lhe permitirá ultrapassar as dificuldades da adaptação.
A firmeza dos pais tem um papel extremamente importante nesta
hora, pois há que explicar aos filhos com todo o carinho e amor que
os vão buscar ao final do dia, porque apesar de gostarem muito
deles têm de ir trabalhar.

Neste período de ansiedade de separação e angústia a criança pode


mostrar relutância em deixar a mãe, rabugenta e difícil de consolar,
contudo este comportamento da criança acabara por desaparecer.
Para a criança, o desvincular do seio da mãe poderá
desencadear sintomas de angústia e mal-estar porque, a
entrada na creche, onde a criança passará a maior parte do
seu dia, faz com que exista uma quebra no processo de
afetividade que vem a ser construído entre ambos.
A integração da criança na creche, que exige a socialização
com outras crianças, com educadores e com auxiliares, é
uma nova etapa no processo de formação da sua
personalidade.
Para o desenvolvimento da criança é necessário um meio
socio emocional, afetivo, monitor e cognitivo.
As emoções são uma forma de comunicação, especialmente
no bebé, porque é a maneira que este tem de se relacionar,
usando-a para expressar os seus sentimentos a criança
utiliza intensamente a linguagem emocional, a expressão
corporal, o choro.
A creche/ escola deve oferecer um ambiente
que evite angústia e mal estar e promover o
desenvolvimento da criança através da relação
entre os sentimentos e os afetos.
Exercício
1- Como olham o futuro, os pais de uma criança com NEE?
2- Quais as três etapas de adaptação da família à criança com NEE?
3- Qual o efeito na criança com NEE quando os pais demonstram
interesse pelas suas atividades escolares?
4- Descreva como deverá ser a relação entre pais e educadores/
professores?
5- A escola deve oferecer à criança com NEE um ambiente cuidado.
Refira algumas caraterísticas que esse ambiente deve ter?
A educação afetiva condiciona o comportamento, o caráter
e a atividade cognitiva da criança e a criança deve ser
pensada como um todo, formado de emoções e sensações,
sendo necessário proporcionar-lhe bem-estar psicológico,
físico e cognitivo.
A afetividade forma um elo na relação entre o educador e a
criança, tornando mais estreita a relação entre ambos.
Esta relação passa pela promoção do desenvolvimento de
competências emocionais, confiança, curiosidade,
intencionalidade, autocontrolo, capacidades de
relacionamento, capacidades de comunicação e de
cooperação.
As atitudes do(a)
educador(a):

• Criação de um clima de segurança afetiva individual e


coletiva.
• Atenção individualizada, mas não exclusiva, sobretudo nos
momentos quotidianos de: chegadas, despedidas, refeições;
compreendendo como momentos de grande importância
para a relação individual e afetiva com a criança (tratando
de evitar a pressa, agonia, nervosismo, etc.).
• Conhecimento da criança através de: entrevista com ao pais,
observação da criança e das suas reações diante situações
quotidianas da escola.
• Convite aos pais para entrarem na sala estando presentes sempre
que possam, desta forma, sentir-se-ão mais confiantes pois podem
observar e participar nas atividades e rotinas da sala.
• Reunir o máximo de informação sobre os hábitos da criança.
Atividades Pedagógicas na
Sala e no Exterior
Os objetivos do jardim-de-infância são vários:

•Estimular as capacidades de cada criança e favorecer a sua


formação e o desenvolvimento equilibrado de todas as suas
potencialidades;
•Contribuir para a estabilidade e segurança afetivas da
criança;
•Favorecer a observação e a compreensão do meio natural e
humano para melhor integração e participação da criança;

•Desenvolver a formação moral da criança e o sentido da


responsabilidade, associado ao da liberdade;
•Fomentar a integração da criança em grupos sociais
diversos, complementares da família, tendo em vista o
desenvolvimento da sociabilidade;

•Desenvolver as capacidades de expressão e comunicação


da criança, assim como a imaginação criativa;
•Estimular a atividade lúdica, incutir hábitos de higiene e de
defesa da saúde pessoal e coletiva;
•Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou
precocidades;
•Promover a melhor orientação e encaminhamento da
criança.
•Desenvolver pedagogicamente a expressão e a
comunicação através da utilização de linguagens múltiplas
como meios de relação, de informação, de sensibilização
estética e de compreensão do mundo;
•Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
•Incentivar a participação das famílias no processo educativo
e estabelecer relações e efetiva colaboração com a
comunidade.
Estratégias para elevar a
socialização
Os profissionais de educação, quando se deparam com
crianças com NEE na sala de aula , para além da
necessidade de se terem que inteirar da problemática
específica de cada caso de forma a saber que tipo de
atividades lhe pode proporcionar, para que possa
desenvolver o seu potencial de forma inclusiva e
integradora.
É essencial adequar estratégias para promover o
desenvolvimento integral da criança com NEE.
Como tal, descreve-se uma série de possíveis estratégias de
ensino para as diferentes áreas de intervenção, que
poderão ser adaptadas de acordo com as necessidades
individuais de cada criança com NEE.
Estratégias:
•Facilitar o contacto com diferentes alunos, promovendo o
convívio entre os mesmos: na sala de aula, no recreio, no
bar, no ginásio, etc.

•Visitar outras escolas, assim como outros locais onde se


propicie o contacto com diferentes pares.
•Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas.

•Organizar atividades que desenvolvam o contacto e o convívio.

•Integrar os alunos multideficientes nas saídas ao exterior,


nomeadamente: visitas de estudo, visitas de caráter recreativo e
cultural.
•Proporcionar atividades que facilitem o alargamento de
experiências, em diferentes ambientes, tais como: visitar
locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, etc.

•Ter um adulto dentro da sala de aula, a fim de facilitar a


participação/interação do aluno multideficiente no grupo.
•Ensinar/ estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos
outros.

•Realizar atividades práticas/ funcionais na comunidade,


tais como: ir à biblioteca, levar uma carta ao correio, pagar a
água, etc.
•Organizar atividades em que haja a participação de
diferentes adultos ou crianças nas atividades do grupo.

•Envolver encarregados de educação e as famílias neste


processo, convidando-os a organizar atividades, a colaborar
no processo ensino-aprendizagem do aluno, cooperar nas
deslocações, auxiliar na organização das atividades, etc.
•Reduzir os tempos e duração de algumas atividades, de
forma a aumentar o nível de participação dos alunos.

•Construir rotinas de apoio de modo a que os colegas


possam colaborar e participar na adaptação do aluno
multideficiente às atividades na sala de aula.
•Realizar intercâmbios com outras escolas, instituições e
outras entidades, a fim de promover a interação com
diferentes pessoas e diferentes ambientes.

•Utilizar os meios de comunicação pessoal para promover a


socialização, como a Internet, telefone, correios, etc.
Estratégias para desenvolver a
comunicação
a) Criar atividades diversificadas que propiciem a
informação e originem a necessidade de comunicar -
variando os espaços, as atividades, falar de temas de acordo
com os seus interesses, etc.
b) Identificar os parceiros com quem comunica através dos nomes, dum
gesto ou de um objeto de referência - apresentar as crianças umas às
outras, colocar questões ao grupo acerca das presenças e ausências,
estabelecer uma rotina clara e com consequências das ações, dizer o
nome da crianças para obter a sua atenção, etc.

c) Estruturar as ações no tempo de forma sistemática - lavar as mãos


antes de comer, vestir o casaco antes de ir para casa, etc.
d) Organizar o calendário do tempo onde se indiquem as
ações diárias e a sua sequência, utilizado desenhos, objetos
e escrita, de acordo com as capacidades do aluno.

e) Utilizar sinais sonoros.


f) Ter formas de comunicação variadas de acordo com as
capacidades do aluno e para que todos os presentes
entendam - representar a mesma atividade de diversas
formas, colocar a mão da criança sobre a sua para que esta
sinta o que está a realizar e se sinta motivada para imitar,
etc.
g) Construir tabuleiros com diferentes texturas (para usar
como calendários, por ex.).
h) Tomar atenção às formas de resposta do aluno (como:
movimentos corporais, expressões, posturas, respirações,
etc.).
i) Dar tempo para que a criança responda às iniciativas
propostas.
j) Responder ao aluno de acordo com a situação, uma vez
que determinados gestos são repetidos, mas dependendo da
hora, da situação e do contexto nem sempre querem dizer o
mesmo - apontar para a rua de manhã pode significar ir
passear, se for ao final do dia, pode significar que está a
chegar alguém para o levar a casa, por exemplo.
k) Diversificar os contextos e parceiros de comunicação -
levá-lo à sala de aula, ao recreio, etc.

l) Levar o aluno a pedir materiais em função das atividades


propostas, estimulando assim a comunicação - ao almoço
não lhe dar o copo com água, não colocar o talher, etc.
m) Responder de forma positiva a todas as formas e
tentativas de comunicação - incentivar, dar pistas.

n) Dar informação verbal acerca da atividade que a criança


realiza, utilizando sempre a fala em conjugação com outras
formas de comunicação.
o) Mediar a quantidade de informação e a forma como é
transmitida à criança, uma vez que muita informação e mal
estruturada podem ser motivo de confusão e mesmo de
desmotivação para a criança.
Estratégias para
desenvolver a autonomia
Promover a participação dos alunos de forma parcial, ou
seja, dar a possibilidade ao aluno de realizar alguns passos
da tarefa, com ou sem ajuda, na ausência da capacidade de
realização da mesma.
Comer sozinho (ou com pouca ajuda).
Diversificar os ambientes de realização das tarefas.
Realizar as atividades de higiene, como lavar a cara, as
mãos, tomar banho, lavar os dentes, fazer a barba.
Ter formas de comunicação que lhes permitam chamar a
atenção, pedir ajuda, recusar ou pedir mais.
Deslocar-se com pouca ajuda em espaços da sua rotina
diária.
Conhecer os espaços onde se desloca e move, assim como as
pessoas que os compõem, com a escola, casa e comunidade.
 Trabalhar a independência no uso da casa de banho (ser o mais
independente possível e pedir ajuda quando não consegue ser
autónomo).
Visitar espaços da comunidade envolvente a fim de os conhecer
e relacionar.
Proporcionar atividades que facilitem o alargamento de
experiências, em diferentes ambientes, como: visitar locais
da comunidade, ir às compras, café, mercado, ir à biblioteca,
levar a carta ao correio, pagar a água.
Utilizar meios de comunicação pessoal para promover o
desenvolvimento da autonomia, como Internet, telefone,
correios, etc.
Proporcionar área de segurança para a aprendizagem e
para a brincadeira.
Criar um ambiente controlado e pouco confuso onde o
aluno possa aprender e concentrar-se nas atividades
propostas.
Utilizar marcadores fluorescentes e cores com texturas
para auxiliar a orientação e organização do aluno.
 Arrumar os materiais e objetos em locais próprios,
desenvolvendo a orientação e a consistência ambiental.
Utilizar materiais/ objetos de diferentes texturas,
tamanhos, formas, pesos, etc
Aplicar objetos da vida diária.
Usar little room ou pequenos ginásios onde o aluno possa
desenvolver as suas capacidades e habilidades.
Empregar materiais que ativem e desenvolvam os
sentidos: visual, auditivo, olfativo, tátil e gustativo do aluno
(como o uso de objetos produtores de vibrações,
ressonâncias, ritmos, pesos e temperaturas para
desenvolver estes sistemas sensoriais).
Utilizar sinais sonoros.
Aplicar pistas sonoras e táteis que permitam encontrar
objetos ou explicação para algumas situações.
Usar texturas secas, húmidas e molhadas.
Realizar atividades de estimulação sensorial em ambientes
controlados e mudá-los gradualmente para ambientes naturais.
Organizar atividades rotineiras a fim de proporcionar experiências
sensoriais e encorajar a sua utilização em situações específicas.
Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas.
Tocar primeiro a mão do aluno antes de apresentar o objeto.
Apresentar primeiro as texturas nas costas da mão do aluno e só
depois na palma da mão.
Apresentar objetos/ materiais nas partes do corpo da
criança menos sensíveis (joelhos, cotovelos e ombros).
Ensinar/ estimular o uso das mãos como ferramentas de
exploração e experimentação.
Permitir que os objetos estejam ao alcance do aluno.
 Efetuar a estimulação sensorial de forma cuidada,
sistemática e gradual (para não criar confusão ao aluno).
 Explorar objetos/ materiais em conjunto com o aluno
(mostrar como se segura, utiliza e explora os objetos).
 Ensinar/ estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos
outros.
Estratégias para
desenvolver a cognição

Utilização do jogo como instrumento de desenvolvimento


da cognição: esconder objetos pode ensinar à criança que
os objetos permanecem; despejar o conteúdo de uma caixa
pode aprender a relação causa-efeito; empilhar peças pode
aprender a relacionar forma, tamanho, etc.
Utilizar as rotinas diárias significativas para a criança como momento
de aprendizagem.
Proporcionar à criança experiências significativas, organizadas e
diversificadas.
Proporcionar atividades onde o princípio, meio e fim sejam claros e
onde ambos (aluno/ professor) possam realizá-la em conjunto.
Proporcionar espaços seguros para a aprendizagem e para a atividade
lúdica.
Dar oportunidade ao aluno de experimentar várias
situações onde tenha controlo sobre o seu ambiente, de
forma a generalizar competências aprendidas.

Garantir a generalização das aprendizagens realizadas


com todas as situações significativas.
Criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o
aluno possa aprender, praticar e concentrar-se nas
atividades propostas.
Aplicar jogos/ objetos/ materiais que propiciem o
desenvolvimento da cognição.
Definir dentro do ambiente do aluno diferentes áreas de
realização de atividades.
Arrumar os materiais e objetos em locais próprios,
desenvolvendo a orientação e a consistência ambiental.
Utilizar materiais/ objetos de diferentes texturas, tamanhos,
formas, cores, pesos, etc.
Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas.
Permitir que os objetos/ materiais estejam ao alcance do aluno.
Use objetos simples de forma a facilitar a sua exploração
por parte da criança e que sejam significativos para ela.
 Garantir que a informação fornecida e as competências a
desenvolver sejam úteis e contribuam para aumentar a sua
independência na vida futura.
Motivar o aluno para a aprendizagem e saber qual o tipo
de esforço mais efetivo para a criança (prémio social,
comida, brinquedo preferido...).
Conhecer as condições para a criança aprender, assim
como as estratégias que esta utiliza para explorar o seu
ambiente.
Estratégias para desenvolver
a motricidade

Aplicar materiais/ objetos surpresa durante as atividades


para auxiliar no desenvolvimento de skills (habilidades).
Realizar atividades variando os espaços de realização das
mesmas.
Aproveitar materiais/ equipamentos que permitam o
trabalho de habilidades motoras, como: puxar, largar
objetos.
Utilizar materiais estimuladores e diversificados.
Realizar atividades que promovam e desenvolvam a
consciência do próprio corpo, a lateralidade, coordenação
geral, o equilíbrio, organização do esquema corporal e
organização espacial.
Trabalhar skills que promovam o desenvolvimento global
da criança com multideficiência no sentido de lhe
proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Realizar atividades que auxiliem o desenvolvimento da
motricidade fina e grosseira.
Ter em conta os posicionamentos da criança (recorrer à
ajuda de um terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta, se
necessário).
Realizar atividades de carácter individual e em grupos.
Planificar atividades tendo em conta as capacidades e as
limitações do aluno, realizando as devidas adaptações,
assim como as progressões pedagógicas.
Atividades e jogos
pedagógicos
Dominó das cores
Facilitam a nomeação das cores, as peças são grandes e para
facilitar o manuseio, o material pode ser higienizado, pois é
confecionado com tinta lavável.
Descrição: Material feito em madeira, medindo 9 cm de
comprimento, 4 cm de largura e 1 cm de espessura. Cada
peça possui duas cores. Uso de tinta lavável.
Jogo da memória
Desenvolve a memória visual e atenção concentrada, pode ser trabalhada
com figuras que contenham meios de transporte, relação entre
quantidade e numeral ou qualquer outro assunto trabalhado em sala de
aula. O material é de simples manuseio, pode ser manuseado com pinças
laterais, em dois ou mais dedos ou ambas as mãos para empurrar e virar as
peças.
Descrição: Jogo elaborado com tampas de maionese ou qualquer outro
tipo de tampa do tipo médio a grande, colados sobre pares de figuras.
Quadro agarradinho
Disponibiliza à criança uma alternativa de comunicação. Desenvolvido para
alfabetização de alunos com paralisia cerebral.
Descrição: Material confecionado com lâmina de compensado, forrado
com espuma fina e encapado com tecido emborrachado. Quatro faixas de
velcro que permitem unir saquinhos cheios de areia ou arroz. Nesses
saquinhos são colados letras ou formas geométricas. O quadro mede 70 cm
de comprimento por 50 cm de largura, tamanho ajustável à necessidade da
criança.
Atividades de recorte
A criança com deficiência física não pode participar de atividades de
recorte e colagem a menos que a tesoura seja adaptada, temos que
analisar qual é o tipo de habilidade (fechar ou bater a mão) dessa
criança e assim construirmos uma tesoura adaptada.
Se a criança não consegue usar a tesoura e segurar o papel devemos
passar a atividade que era individual para coletiva, uma criança
segura o papel, a outra recorta e um próximo passa a cola, assim
podem participar na atividade todos juntos.
Atividades de desenho e pintura
Para as atividades de desenho e pintura podemos desenvolver
algumas adaptações, podemos fixar a folha com fita adesiva na
mesa, adaptar o lápis de colorir com espuma macia enrolada na volta
do lápis para aumentar a superfície de contato, utilizar borrachinhas
de posicionamento, são algumas possibilidades para melhorar a
posição da mão.
Área da expressão plástica
Nesta área a criança experimenta vários materiais e
suportes, realiza artefactos com materiais reutilizáveis,
realiza colagens, pinturas, desenhos com variadas técnicas,
manuseia tesouras, agulhas, colas, experimenta e treina
noções de espaço relativos ao suporte que nele se inscreve.
A expressão plástica é um dos modos mais caraterísticos
que a criança/jovem tem, não só de observar e manipular a
matéria, deforma criativa, como, também, de comunicar ao
exterior a sua particular visão do meio, sua aquisição
permanente de noções e a necessidade de compartilhar
com os outros o seu estado emocional.
A criatividade, e a expressão na criança/jovem, implicam
amadurecimento, capacidade de comunicação, nível
percetivo e motor, grau de motivação e, desde logo,
conhecimentos da aplicabilidade de certas técnicas no seu
trabalho criativo.
Serviço e Acompanhamento
das Refeições
Como objetivos da educação alimentar destinada às crianças
em idade pré-escolar, podem identificar-se os seguintes:
Criar atitudes positivas face aos alimentos e à alimentação;
Encorajar a aceitação da necessidade de uma alimentação
saudável e diversificada;
Promover a compreensão da relação entre a alimentação e a
saúde;
Promover o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.
Nem sempre os adultos dão a devida atenção à rotina da
alimentação, partindo do princípio que o fundamental é
alimentar, se a criança é saudável.
Mas é muito importante, pois é na infância que a
alimentação influencia o amadurecimento tanto físico
como psicológico das crianças, e como tal tem de haver um
equilíbrio nutricional das refeições que são dadas.
É importante a postura que o adulto adota durante as
refeições pois o adulto é o ponto de referência da criança,
sendo um modelo para ela.
As refeições devem ser vistas como algo que constitui uma
oportunidade diária de fortalecer relações com as crianças,
apoiando-as na conversação, na exploração e na repetição,
proporcionando assim, uma aprendizagem e uma
autonomia, fazendo com que a criança se torne
independente e se consiga alimentar sem a ajuda do adulto.
É importante que o adulto tenha as mesmas horas de
refeição para que possam desfrutar de um momento em
família .
No jardim-de-infância/ escola é servido o almoço, lanche e
complementos no intervalo das refeições (sempre que se
justifique). O almoço normalmente é servido às 12:00 horas
na sala de atividades pelas respetivas educadoras e
auxiliares educativas, sendo a ementa adaptada às
indicações médicas para cada criança.
A ementa do almoço é composta por: uma sopa, um prato,
principal (carne e peixe em dias alternados acompanhados
de legumes) e fruta ou sobremesa (uma vez por semana).
Às 15:30 é servido o lanche, sendo normalmente composto
por pão com manteiga ou queijo e leite simples e iogurte
natural em dias alternados.
As crianças portadoras de necessidades especiais precisam
de hidratação constante, ainda mais quando consomem
produtos industrializados ou fórmulas especiais.
As que utilizam sonda de alimentação acabam por consumir
água de forma involuntária. Por isso, é importante que o
profissional que as acompanha calcule as quantidades de
água utilizadas na limpeza do utensílio, após as refeições,
para que não exceda a conta.
As dificuldades na ingestão de água são habituais. Por isso, é
importante ter algumas precauções:

Dar água apenas na colher aos que se engasgam com muita


facilidade, ou aos que não estão acostumados com ela (a água, e a
colher também).
Dar em pequenas quantidades também aos que se alimentam
apenas por sonda.
Dar frutas frescas, suculentas e macias, ao menos 3 vezes
ao dia.
Comprar uma redinha de alimentação ou colocar pedaços
de alimentos macios enrolados numa gaze. Encostar nos
dentes superiores do canto da boca e ajudar com suas mãos
a exercitar a mastigação e movimentação da língua e outros
músculos da face.
Sesta, Higiene e Saída
As crianças vivem cada mais vez segundo os horários dos pais.
Há uns anos atrás, a maior parte das mães estavam em casa e
podiam gerir o dia-a-dia de acordo com as necessidades dos
mais pequenos, hoje essa organização é praticamente
impossível.
Consequentemente, para que as crianças possam passar
algum tempo na companhia dos pais, acabam por ir para a
cama muito mais tarde do que o recomendável.
Desta forma, cada vez mais é necessário este tempo de
descanso no fim de almoço. Todos nós conhecemos as
consequências da falta da sesta: irritabilidade, birras,
atividade fora do normal e até sonolência à hora do jantar.
Quando dorme, sonha, e esse sono "recarrega" as baterias
do sistema nervoso.
O descanso é fundamental para o equilíbrio da criança.
É normal que a criança diga que não quer dormir, tentando
resistir. No entanto, o educador deve insistir neste hábito e
proporcionar um ambiente propício ao descanso:
tranquilidade, temperatura agradável e conforto.
Para que a criança consiga dormir melhor poderá colocar-se
uma música calma ou deixá-la dormir com um boneco.
Mesmo ao fim de semana as rotinas devem ser mantidas.
Há que ter em conta que nem todas as crianças têm as
mesmas necessidades: há crianças que precisam de dormir
durante mais horas do que outras e enquanto há crianças
que aos cinco anos ainda necessitam da sesta, outras já não
têm esta necessidade.
É bastante importante respeitar o ritmo de cada um.
Resumindo, dormir é uma necessidade fisiológica. O sono tem
como função:
oA reorganização funcional do sistema nervoso central;
oA reparação do cansaço físico;
oAgilização da memória e a aprendizagem que ajudam a criança
a desenvolver-se saudavelmente;
oPermite que o cérebro trabalhe no sentido de consolidar as
mudanças motivacionais do sistema nervoso central.
O repouso ajuda as crianças a ficarem com a sua
boa disposição de volta, possibilita às crianças a
oportunidade de recarregarem energias físicas e
emocionais para a parte do dia que se segue.
Os hábitos de higiene por parte da criança são adquiridos ao longo do seu
processo de desenvolvimento, por isso são os pais que têm um papel
fundamental para que a criança consiga interiorizar a importância desses
hábitos.
É importante que os pais apoiem e ensinem a criança a responsabilizar-se pela
sua própria higiene, criando desde cedo rotinas e promovendo, gradualmente,
a autonomia nos seus cuidados pessoais e gosto pela imagem.
A falta de higiene não é apenas um problema que pode interferir com a saúde
pois está paralelamente relacionada com a autoestima e o bem-estar, podendo
causar nos jovens dificuldades de relacionamento entre os seus pares.
A higiene pessoal da criança inclui:

 Tomar banho,
 Limpar os ouvidos e nariz,
 Pentear o cabelo,
 Lavar os dentes.
O banho diário pode ser uma das melhores formas de
promover a saúde.
Deverá transmitir à criança as várias razões da importância do
banho diário, tais como: a limpeza da pele, a prevenção de
infeções, a estimulação da circulação sanguínea, o
relaxamento da tensão muscular e, naturalmente, a melhoria
da imagem perante os outros (muito importante na
adolescência) e o bem-estar.
Deve-se explicar sobre a importância da mudança de roupa
após o banho, pelo menos da roupa interior, pois ao estar
mais em contacto com o nosso corpo, requer uma maior
atenção.
O cabelo também precisa de ser lavado, pois acumula
poeira e suor e para que cresça saudável e forte, também
deve ser cortado e escovado com regularidade.
A lavagem das mãos é algo de extrema importância, e por
isso mesmo tem de ser incutido nas crianças logo desde
cedo. O simples ato de lavar as mãos faz com que se remova
bactérias, células descamativas, suor, sujidade (que nas
crianças é muito frequente devido à sua atividade de
exploração do meio envolvente) e oleosidade da pele.
A lavagem das mãos é um comportamento aprendido.
Para ser efetiva, uma correta lavagem das mãos deve ser
ensinada, com tempo e calma.
É bom que, para além da aprendizagem das regras de
lavagem, se faça também ver às crianças que não se trata de
um “frete” a fazer mas sim de uma rotina que deve
prolongar-se ao longo da vida.
Quando se deve lavar as mãos?
• Antes de preparar uma refeição ou de comer;
• Após ida à casa de banho;
• Após mudar as fraldas ou limpar uma criança que foi à casa
de banho;
• Depois e antes de estabelecer contacto direto com pessoas
doentes;
•Depois de assoar, tossir ou espirrar;
•Depois de mexer num animal;
•Depois de mexer no lixo;
•Depois e antes de tratar de um corte ou ferida;
•Após a chegada ao trabalho/escola;
•Depois e antes de dar medicação.
É muito importante lavar as mãos depois de comer,
especialmente as crianças que comem com as mãos, de
modo a diminuir a quantidade de saliva nas mãos, a qual
pode conter microrganismos.

Até aos 2 anos de idade ou enquanto a criança não for


autónoma, a lavagem das mãos nos momentos apropriados
está dependente dos educadores.
Limpar os ouvidos e o nariz
Os ouvidos
A presença de cera nos ouvidos não é sinal de sujidade mas
de que o canal auditivo externo está a funcionar. Por esta
razão, não se deve limpar os ouvidos com cotonetes porque
só servirá para empurrar as secreções para locais mais
fundos do canal auditivo.
Quanto muito, poder-se-á limpar a parte de fora do ouvido
com muito cuidado. Cotonetes com proteção redonda maior
devem ser preferidos para limpar a orelha.
O nariz
Deve ser limpo cuidadosamente, pelo menos uma vez por
dia de forma completa.
Assoar-se e não fungar. São palavras de ordem que têm de
ser repetidas até à exaustão, sobretudo a partir dos 2 anos e
meio de idade, altura em que já é possível uma criança
assoar-se.
Higiene oral
Como prevenir e evitar o aparecimento de cáries?
 Limpar diariamente os dentes da criança;
 Não deixar que adormeça com o biberão com sumo ou
leite;
 Não deixar que chuche por longos períodos de tempo no
biberão;
Dar apenas água se tiver sede à noite;
 Não molhar a chupeta em mel ou outros líquidos doces;
 Ir regularmente com a criança ao médico dentista;
 Pensar que o fator tempo é muito importante: quanto
mais tempo o dente for exposto a um produto açucarado,
maior é o risco de cárie.
Para que a criança se interesse pelos cuidados com a higiene oral,
o momento da escovagem dos dentes deve tornar-se divertido e
não ser visto como uma obrigação ou castigo.
Um copo com água
Uma escova e pasta
Para lavar os dentes
É o que me basta
Esfrego, esfrego, esfrego
Com muito cuidadinho
Com os dentes lavados
Que rico cheirinho
FIM

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