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INTRODUÇÃO AO MANEJO

INTEGRADO DE PRAGAS

Fonte: HAWAII IPM PROGRAM


O QUE É O MANEJO
INTEGRADO DE PRAGAS ?

MIP

MANEJO INTEGRADO PRAGAS

COMPOSTO DE PARTES ORGANISMO QUE REDUZ


HABILIDADE DE
SEPARADAS A DISPONIBILIDADE,
MANUSEAR DE
COLOCADAS UNIDAS PARA A QUALIDADE, OU O
FORMA ADEQUADA
FORMAR UMA VALOR DE UM
E RACIONAL
UNIDADE COMPLETA RECURSO HUMANO
MANEJO INTEGRADO
DE PRAGAS :
O uso de diferentes métodos de
controle de forma bem organizada e
harmoniosa com o objetivo de atingir
um controle efetivo das pragas a
longo prazo
SÍNTESE DAS DEFINIÇÕES

“MIP É UM SISTEMA DE APOIO DE


DECISÕES PARA A SELEÇÃO E USO DE
TÁTICAS DE CONTROLE DE PRAGAS,
USADAS INDIVIDUALMENTE OU
HARMONIOSAMENTE COORDENADAS
EM UMA ESTRATÉGIA DE MANEJO
BASEADA EM ANÁLISES DE CUSTO E
BENEFÍCIO QUE LEVAM EM CONTA OS
INTERESSES DOS PRODUTORES, E
IMPACTOS NA SOCIEDADE E NO MEIO
AMBIENTE.”
W. KOGAN (1996) Ann. Rev.
Entomol.
QUAIS SÃO OS BENEFICIOS
DA UTILIZAÇÃO DO MIP ?

 Benefícios econômicos
 Benefícios ambientais
 Benéficos de conhecimento
Benefícios Econômicos do MIP
 Potencial para redução nos custos com
agrotóxicos :
1. Aplicando apenas quando necessário
2. Menores taxas e volumes de aplicação

 Potencial para agregar valor ao produto final


ofertado
1. Consumidores estão cada vez mais tendenciosos a
adquirir produtor mais saudáveis
2. Existe uma parcela significativa da população que
esta propensa a pagar por produtos “ mais
saudáveis “ e “ ambientalmente corretos”
Benefícios ambientais do MIP

Redução nas chances de


contaminação ambiental bem
como nos problemas causados
por intoxicações crônicas e
agudas do trabalhador rural
 Redução potencial no uso dos
agrotóxicos
 Utilização de técnicas e medidas
de controle ambientalmente
racionais
MIP diminui a taxa de aplicação
de agrotóxicos ao:
 Controlar as pragas apenas quando necessário
 Utiliza doses de agrotóxicos de maneira
racional e mais efetivas
 Possibilita o controle das pragas através do
controle biológico (inimigos naturais,
feromônios, etc...)
 Reduz as chances das pragas desenvolverem
rapidamente maior resistência aos Agrotóxicos
Benefícios ao Conhecimento
 Permite ao Agricultor determinar de
maneira racional e séria a extensão do
seu problema bem como o nível de
ação que seria realmente necessário.
 Desenvolvimento de um melhor
entendimento da praga, ciclo de vida,
ambiente favorável para seu
desenvolvimento e métodos de
controle.
 Permite ao agricultor modificar seu
programa de manejo de acordo com
suas necessidades especificas
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO MANEJO
INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)

 IDENTIFICAÇÃO DA  LIMITES DE DANO


PRAGA E NÍVEIS DE
INJURIAS

 MÉTODOS DE  MÉTODOS DE
MONITORAMENTO CONTROLE
Porque é importante a
identificação correta da Praga ?

 Para determinar se a praga é a praga chave ou


praga secundária

 Para determinar quais tipos e métodos de


controle deveriam ser utilizados

 Porque uma incorreta identificação pode resultar


em medidas não efetivas de controle
PRAGA CHAVE

Nem sempre a praga


mais numerosa é na
verdade a praga chave,
mas sim aquela que
potencialmente poderia
causar um dano mais
significativo a cultura
Porque é importante conhecer o
ciclo de vida da Praga
Pupa
 Para determinar o
momento em que a
praga é mais vulnerável
para determinada
Larva
prática agrícola

 Para determinar se o
nível de infestação está Adulto

próximo ao estágio de
dano potencial a cultura Ovo
Importância de Identificar e Avaliar
corretamente os danos feitos pelas pragas
 Determinar se o dano está ainda
fresco e se a praga está ainda na
cultura causando o dano

 Determinar se o dano está relacionado


somente a presença da praga ou se
existe outros fatores que possam estar
interagindo

 Determinar se o dano irá ser mais


baixo que o valor da cultura ou se o
dano esta em níveis toleráveis
Importância do Monitoramento

 Determinar a situação da praga na cultura e


avaliar que tipo de danos ou prejuizos estão
ocorrendo.

 Para definição da tomada de decisão

 Para prever os problemas e possíveis danos


antes que eles ocorram
Guia de Monitoramento
O que procurar

 Presença e evidências  Evidências de danos


de pragas  Natureza do dano
 Presença de inimigos  Local do dano
naturais  Presença de praga na
 Evidências de atividade cultura
e manejos que podem  Caso não reconheça a
estar contribuindo praga em questão, o
 Ex. Irrigação, adubação correto seria coletá-la e
enviar a um centro
especializado.
 Embrapa, IAC, Emater..
Freqüência do Monitoramento

 Em intervalos regulares

 Determinado
principalmente pela
biologia da praga

 Determinado pelo ciclo


da cultura
Tamanho da área a ser monitorada
 Depende da cultura, do tamanho
da propriedade e da praga
especifica
 Deve ser suficiente para prover
uma boa representatividade no
campo
 Depende do grau de
detalhamento ou acurácia
requerido
 Seguir um padrão único de
observação cuidadosa
Padrões de caminhada no campo para
monitoramento de pragas

S V
X U
Z
Registro das Anotações de Campo

 O Registro preciso das


informações colhidas
são importantes e
devem ser mantidas
para tomadas de
decisão e avaliação das
tendências
 Um formulário padrão
de monitoramento
deveria ser utilizado
Formulário de Monitoramento
de MIP

Um bom formulário para monitoramento em


MIP deveria possuir pelo menos as
seguintes informações:
 Insetos pragas e benéficos
 Identificação de campo e data
 Método utilizado no monitoramento
 Unidades de exemplos, se possível
Métodos de Monitoramento

Tipos de Métodos
de monitoramento

Armadilhas Redes de Histórico


Contagem
de feromônios captura do campo
visual
Contagem visual sobre uma área
representativa

 Contagem do numero  Contagem de injurias


de pragas presentes por que possam estimar os
planta, por folha, por danos por planta, por
fruto ou por área base área ou por frutos.

Vistoria na cultura em vez de aplicações com data marcada


Armadilha de Feromônios
 Armadilhas com
feromônios são
utilizadas para atrair
insetos
Redes de captura
 É preciso utilizar redes
de capturas padronizadas

 Os locais para varredura


devem ser
representativos
Histórico da Área

Procurar por pragas


? chaves, culturas
utilizadas e
histórico dos
problemas
existentes na área
a ser utilizada
Monitoramento de Insetos

INSETOS
Insetos

Contagem Visual Redes de Armadilhas


Captura de Feromônios
Monitoramento de Doenças

Doenças

Contagem Visual Histórico do Campo


Monitoramento de plantas Daninhas

Planta Daninha

Histórico Área Contagem Visual


Quem faz o Monitoramento ?
 A pessoa responsável pela
observação e
monitoramento deve ter
treinamento e
conhecimento sobre as
principais pragas da
cultura
Método Utilizado para o
Monitoramento de Insetos nas
Curcumbitáceas – EUA
 Checar o campo duas vezes  Exemplos devem se tomados
por semana em todos as áreas do campo
 Examinar 50 plantas por  O monitoramento deve
campo quando as plantas
começar em um canto do
estão pequenas
campo
(aproximadamente 10
folhas)  O monitoramento devera de
realizado caminhado no
 Examinar 100 plantas por
campo quando as plantas campo seguindo o padrao X
estiverem maiores (meio ao ou Z
final do ciclo)
Método para monitoramento de
plantas daninhas em cebolas – EUA

 Caminhar pela área e marcado ou indicando em mapa


referenciado (GPS) em quais locais as plantas daninhas
são prevalentes
 Identificar as espécies de plantas daninhas encontradas
 Identificar se as plantas daninhas são anuais ou são
perenes e que tipo de folhas possuem (larga ou estreita)
 Estimar a densidade da área coberta com cada especie de
planta daninha. Escala de 0 to 5, onde 0 = nenhuma e
onde 5=muitas
Método para monitoramento de
plantas daninhas em cebolas – EUA
Identificar por espécie, o tamanho da planta daninha da
seguinte forma:
 Sem ameaça: planta em germinação

 Pouca ameaça: planta com cotilédones ou primeira folha


verdadeira
 Pequena ameaça: < 1 metro altura ou superfície de área <

que um metro de diâmetro


 Grande ameaça:

 > 1 metro ou superfície de área > que um metro de diâmetro


 Estagio de reprodutivo, floração ou dispersão de sementes
PRINCIPIOS DO MIP

LIMITES ECONOMICOS
E NIVEIS DE DANOS
MIP – LIMITES

Estabelecer os níveis para os


quais a população da praga
deve alcançar antes de iniciar
um tratamento para o controle
da praga
Características dos Limites
 Devem mudar para cada  Devem ser
diferente estagio da constantemente
cultura revisadas para
 Pode variar de variedades contar novas pragas,
para variedades dentro novas variedades,
da mesma espécie novas praticas de
 Pode ser desenvolvida manejos, novos
pelo agricultor a fim de padrões de
que responda as suas mercados e novos
próprias necessidades preços para as
commodities
NIVEL DE CONTROLE (NC)

A densidade da praga para a qual


algum método de controle deveria
ser iniciado para prevenir o
aumento excessivo da população
da praga e desta forma evitar
perdas economicas
LIMITE DE DANO ECONOMICO

O limite de dano que a cultura pode suportar


sem que exista perda na produtividade

Este limite é muito utilizado também para


doenças em plantas, uma vez que os
patógenos são muito pequenos para serem
quantificados, são feitas estimativas das
quantidades de dano causadas por eles
DANO ECONOMICO

Este limite é alcançado após a


praga atingir o limite de
dano econômico
Dano Econômico

Limite de dano
economico
Densidade da Praga

(NC)

Flutuação da População da Praga

Tempo
Limites são desenvolvidos utilizando
alguns fatores como guias :

 Quanto a população da praga pode crescer


antes de causar danos
 Ate quanto os danos podem ser tolerados
 Quantidade de danos que podem ser
prevenidas utilizando apenas medidas de
controle
 Perdas monetárias associadas aos níveis de
danos
Limites são desenvolvidos utilizando
alguns fatores como guias :
 Custo de medidas de controle e custo de
perdas
 Histórico do área
 Distribuição das pragas na área
 Destino final da cultura e o padrão exigido
pelo consumidor final e pelo mercado
 Estabelecimento de níveis de que possam
manter a população da praga em baixos
níveis que não causem danos inaceitáveis
METODOS DE CONTRLE
NO MIP

Métodos de Controle

Controle Plantas Controle


Resistentes Agrotóxicos
Cultural Biológico
Controle Cultural
Solo, Nutrição e Sanidade

 Plantas com adequada  Remoção de restos


nutrição são mais vigorosas culturais
e permitem maior tolerância
as pragas e melhor  Utilização de
competição com plantas sementes melhoradas
daninhas e livres de doenças
 O cultivo adequado do do  Limpeza de
solo pode matar equipamentos e
determinadas pragas
expondo-as ao sol e a
implementos
predadores agrícolas
Controle Cultural
Rotação de Cultura e Policultura

 Ao alternar diferentes tipos de


cultura de tempos em tempos o
nível da população de pragas tende
a diminuir devido a falta de
plantas hospedeiras
 Quebra no ciclo de Patógenos
 Aumento dos inimigos naturais
 Limites de plantas por espécies
especificas
Plantas Resistentes

O uso de espécies ou variedades de


plantas que podem crescer e
produzir apesar da presença da
praga
Plantas Resistentes
Vantagens Desvantagens
 Podem não ser resistentes
 Sem efeitos prejudiciais
a todas as pragas
para inimigos naturais
existentes
ou organismos não alvos
 Níveis de tolerância ou
 Sem toxicidade ou resistência podem não ser
problemas de resíduos suficientes para algumas
 Podem ser uma solução pragas
a longo prazo  Descoberta e
desenvolvimento de
cultivares – processo lento
Controle Biológico

O uso de predadores ,
parasitoides, patógenos e
competidores para controlar
as pragas
Controle Biologico
Vantagens Desvantagens
 Baixo custo  Nem sempre

 Solução a longo prazo


aplicáveis
 Níveis de controle
 Não prejudicial a
organismos não alvos podem não ser
suficientes
 Sem toxicidade ou
 Custo de pesquisa são
resíduos
altos e muitas vezes
não produzem
resultados satisfatorios
Controle Químico

O uso de substancias tóxicas ou


agrotóxicos para matar ou
repelir as pragas
A decisão pra usar um agrotóxico
deveria ser baseado em:

 Informações obtidas do monitoramento a


campo

 Conhecimento dos limites estabelecidos

 Potencial benefícios X Riscos associados


Controle Quimico

Vantagens Desvantagens
 Prejudiciais para os
 Aplicável para a maioria
inimigos naturais e outros
das pragas organismos não alvos
 Efeitos curativos  Desenvolvimento de

resistência nas pragas


 Fácil aplicação
 Frequentemente tóxicos aos
 Rápido controle das usuários
pragas  Problemas com resíduos em

alimentos
 Altos custos dos produtos
MIP em Tomate no Brasil
Exemplo de caso
 Local : Pati do Alferes, município fluminense - RJ
 Durante anos, Evaldo de Oliveira Silva e Genis Marques obedeceram
religiosamente a uma rotina de trabalho:
 Todas as terças e sextas-feiras eram dias de sulfatar a cultura de tomate.

 O verbo é usado num sentido mais amplo, referindo-se à aplicação de


qualquer tipo de defensivo.

 "Na verdade, a gente nem sabia o que estava aplicando, muitas vezes nem
por quê, mas achava que tinha que sulfatar", assume Evaldo.

 Por conta desse "mandamento", os pés de tomate recebiam quase 30


aplicações de pesticidas durante o ciclo, que leva em média 100 dias.
MIP em Tomate no Brasil
Exemplo de caso
 A rotina foi alterada há cerca de um ano quando passaram a utilizar
técnicas de Manejo Integrado de Pragas
 Hoje eles continuam a percorrer a lavoura toda terça e toda sexta, mas
sem portar os pulverizadores.
 Fazem um levantamento por amostragem do número de pragas
existentes na plantação, para avaliar se vale a pena ou não aplicar os
produtos adequados para combatê-las.
 O MIP na cultura do tomate possibilita reduzir até 60% das
pulverizações
MIP em Tomate no Brasil
Exemplo de caso
 Para saber se é realmente chegada a hora de fazer uma aplicação de
defensivos o pragueiro deve inspecionar a lavoura duas ou três vezes
por semana, analisando cerca de 25 pés de tomate a cada 4 mil
plantas em todas as fases da cultura.
 Munido de uma bandeja de fundo branco, para facilitar a visualização,
ele deve fazer uma batedura nos ponteiros das plantas para verificar a
presença de insetos vetores de viroses, como tripes, pulgões e mosca-
branca (pragas chaves na cultura)
 Os insetos são contados e a quantidade anotada numa planilha
especialmente formulada para essa finalidade, que servirá de base para
saber se foi atingido o nível de ação, ou seja, o momento de realizar
uma pulverização.
MIP em Tomate no Brasil
Exemplo de caso
 Com o surgimento dos frutos, o pragueiro deve também anotar na
ficha a quantidade de pencas que apresentam ovos de broca-pequena
e de traça.
 Nas folhas mais antigas, é preciso procurar por larvas de traça e de
mosca-minadora.
 Para cada praga, há um nível de ação estabelecido por pesquisas na
área de manejo ecológico, assim como um produto mais adequado
para controlá-la.
 No caso dos vetores de viroses, a indicação é que sejam feitas, por
exemplo, aplicações de granulado sistêmico ou doses mínimas de
inseticidas apenas se, na média, houver um inseto por ponteiro; sendo
inferior a isso, o nível de infestação ainda não exige a operação.
MIP em Tomate no Brasil
Exemplo de caso
 O principal resultado da adoção do manejo de pragas é a economia de
defensivos, mas essa não é sua única qualidade.

 Rachid Elmor com 80 mil pés de tomate afirma que o diagnóstico da população
de insetos na cultura também racionaliza o uso de mão-de-obra.

 "Em cada aplicação, são gastas três horas de trabalho; com pulverizações mais
espaçadas, sobra tempo para outros tratos na lavoura", diz ele.

 Conta também que a redução no uso de agrotóxicos faz baixar o consumo de


energia ou de diesel da propriedade, já que é preciso ligar menos vezes a
bomba que lança água misturada aos defensivos na plantação.
MIP em Tomate no Brasil
Exemplo de caso
 O produtor realizou o MIP X Convencional para comparar os resultados
dos dois métodos.
 Produção
 MIP = média 370 caixas (de 22 quilos) por 1.000 pés de tomate,
 Convencional = media de 290 caixas (de 22 quilos) por 1.000 pés de tomate

 Consumo de inseticidas:
 MIP = 16 pulverizações; R$ 813, 00 por ha
 Convencional = 38 pulverizações; R$ 3.143, 00 por ha

 Consumo de fungicidas:
 MIP = 14 pulverizações; R$ 1.688, 00 por ha
 Convencional = 22 pulverizações; R$ 2.667, 00 por há
“Os países que possuem uma

agricultura mais próspera, não são

aqueles que tem terras mais férteis

e sim aqueles cujo profissionais e

produtores rurais tem mais

conhecimentos técnicos”

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