Professional Documents
Culture Documents
06 de junho de 2018
São Gregório de Nissa
Discurso sobre o amor aos pobres
São Gregório Nazianzeno
• Talvez tu dês esmolas, mas de onde as tiras
senão de teus assaltos cruéis, do sofrimento, Que faremos, pois, nós? Nós que herdamos um grande e novo nome, o
do próprio Cristo; nós, que somos nação santa, sacerdócio régio, povo
das lágrimas e dos suspiros do povo? particular e eleito, seguidor de obras boas e salvíficas; nós, discípulos do
• Se o pobre soubesse de onde vem a tua Cristo manso e benigno, que carregou sobre si nossas enfermidades, se
humilhou a ponto de assumir nossa carne e se fez habitar neste
esmola, ele a recusaria, porque a sentiria tabernáculo terrestre, sofrendo por nosso amor a fim de que nos
como morder a carne de seu irmão e sugar enriquecêssemos de sua divindade? Tendo tal exemplo de misericórdia e
o sangue de seu companheiro.Ele te diria compaixão, que pensaremos e que faremos com esses miseráveis?
estas palavras corajosas: Vamos desprezá-los, passar por eles de largo, abandoná-los como cobras
ou feras? De maneira alguma, irmão! Isso não nos conviria, ovelhas que
• ‘Não sacies minha sede com as lágrimas de somos de Cristo, do bom pastor que vai em busca da ovelha desgarrada
meus irmãos, não dês ao pobre o pão e fortalece a frágil. Nem, aliás, condiz com a natureza humana, que tem
por lei a compaixão e pela debilidade comum, nos ensina pela piedade e
endurecido com os soluços de meus humanidade.
companheiros de miséria. Devolve ao teu • Consentiremos que eles suportem o relento, enquanto habitamos
semelhante o que lhe roubaste e te serei casas esplêndidas, ornadas de toda espécie de pedras raras,
muito grato. De que vale consolares um coruscantes de ouro e prata, ornadas de mosaicos e pinturas
pobre, se tu fazes outros cem?’ variegadas que são ilusão para os olhos? E umas habitamos, outras
estamos ainda construindo... para quem? Talvez nem mesmo vão
ser de nossos herdeiros e sim de estranhos, quiçá de inimigos e
invejosos. Consentiremos então que aqueles doentes sofram sob
• São João Crisóstomo seus farrapos enquanto nos regalamos com vestimentas suaves de
finos tecidos, de linho e de seda? Destas, algumas nos servirão para
nossa indecência mais que para nosso adorno (pois assim julgo
• “Deus nunca fez uns ricos e outros pobres. tudo que é inútil e supérfluo);outras guardaremos nas arcas, como
Deu à mesma terra para todos. A Terra é inutilidades destinadas ao consumo de traça e do tempo.
toda do Senhor e os frutos da terra devem Consentiremos, pois, que eles não tenham o necessário para comer (ó
ser comuns todos. As palavras “meu” e eu” delícias minhas, ó misérias deles!) e permaneçam ante nossas portas,
desfalecidos de fome, sem meios até corpóreos para pedir? Pois
são motivo e causa de discórdia. A destituídos de voz, não se queixam; sem mãos não as podem estender
comunidade de bens é uma forma de para pedir; sem pés não podem andar até os ricos; sem respiração não
existência mais adequada à natureza do que podem entoar seus lamentos, e o que é o maior dos males, (a cegueira),
a propriedade privada “(Epist.I ad têm pelo mais leve, pois dão graças por não verem a desgraça que
sofrem!
Timotheum, XII,4).
Santo Tomás de Aquino (1225-1274) - Frade que elabora síntese realista e operacional do primado
do destino universal dos bens, com a organização privada da propriedade. Ele distingue três tipos
(ordens ou níveis) de justiça:
a comutativa (relativa à troca), que se fundamenta no direito de cada um à contrapartida
adequada do serviço que presta ao outro - é o caso do preço justo da mercadoria .
a distributiva, que se baseia no destino universal dos bens para todos, e na dignidade da
pessoa humana. Assim, a viúva e o necessitado têm direito ao um mínimo para viver; a
responsabilidade cabe, de modo especial, aos príncipes civis e eclesiásticos;
a legal, que se funda no bem comum e corresponde às obrigações e direitos do Estado (e da
Igreja) para com as pessoas e os grupos (familiar e outros). Assim, existe a obrigação de
pagar impostos (ou o dízimo) e o direito aos serviços públicos.
Ao fim do 800 e início do 900 não havia por parte dos bispos uma postura colegial,
porém alguns bispos, mesmo antes da Rerum Novarum, tiveram um discurso social
extremamente comprometidos com a realidade do momento.
Fatos Históricos mais importantes realizados pelos católicos
França
a) Monsenhor Belmas (1830) - Arcebispo de Cambrai - escrevendo sobre a penitência, ressalta os riscos que os
ricos sofriam, sobre a culpa diante de Deus por pesarem sobre os mais pobres
b) Monsenhor Roven (1840) - Bispo de Croy - falava sobre a exploração das crianças nas fábricas
c) Monsenhor Giraud (1845) - sucessor de Belmas, publicou uma carta sobre os problemas causados pela
transferência das pessoas do campo para a cidade e a exploração nas fábricas. Denunciava o comportamento imoral
da classe dirigente. (1846) - escreve outra carta sobre a Lei do Repouso e afirmava que a religião não pode ficar
anônima diante da problemática dos seus.
d) Monsenhor Alfre (1843) - Paris - crítica ao Liberalismo. Diz que o operário é um novo tipo de escravo, fazendo
uma análise precisa sobre o sistema econômico, apresentando como causa as leis do sistema capitalista.
Áustria
Karl von Volgelsang –
-escreve um programa onde pede a escola gratuita, segurança dos trabalhadores, responsabilidade do Estado pelos
trens, correios e bancos
-funda uma revista que tratava da Reforma social cristã
-indica o corporativismo como solução
Estados Unidos
Cardeal Gibbons (1870-1890)- justo salário para os operários
- atuação da "Knights of Labor"(Cavaleiros do Trabalho) sociedade secreta. Uma das associações operárias mais
importantes do séc XIX. Reunia um grande número de trabalhadores
Suas aspirações eram legítimas.
*contra o liberalismo e o socialismo
*não era estritamente confessional
*liberdade religiosa
*contra a laicização
*popularredução a 8 horas de jornada
*trabalho igual - remuneração igual
*impostos sobre terras não cultivadas
*repúdio contra toda ação violenta
Gibbons se posiciona perante a Santa Sé, a favor da organização, sendo apoiado pela mesma (Los Obispos Sociales Pg 14)
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
“Perita em humanidade, a Igreja oferece, em sua doutrina social, um conjunto
de princípios de reflexão, de critérios de julgamento, como também de
diretrizes de ação ” (LC 72c)
Dignidade humana e
seus direitos inalienáveis POLÍTICA
Subsidiariedade
Participação
SOCIEDADE
Bem comum
Solidariedade ECONOMIA
Propriedade Privada/ Função
social Destino universal dos bens criados
Opção preferencial pelos pobres Primazia do trabalho sobre o capital
Defesa da Dignidade da Pessoa Humana e de seus
direitos inalienáveis
"O homem é o caminho da Igreja - representa a síntese mais densa do compromisso da
Igreja com o homem.
A promoção integral do homem.
A dignidade da pessoa humana deve ser o objetivo último da produção de bens, da
organização política e das expressões culturais.
IMAGO DEI
Opção preferencial pelos pobres
Diante das estruturas de morte, Jesus
faz presente a vida plena. “Eu vim para
dar vida aos homens e para que a
tenham em plenitude”
PALAVRA
DE
DEUS
SOCIEDADE
• Teórica
• Histórica
DSI • Prática
17
• §2459 – O homem é o autor, o centro e
o fim de toda a vida econômica e social.
O ponto decisivo da questão social é
que os bens criados por Deus para
todos de fato cheguem a todos
conforme a justiça e com a ajuda da
caridade.
• §2427 - O trabalho é um dever (2Ts 3,10). O trabalho honra
os dons do Criador e os talentos recebidos. Também pode
ser redentor... o homem colabora de certa maneira com o
Filho de Deus em sua obra redentora. Mostra-se discípulo
de Cristo carregando a cruz, cada dia, na atividade que é
chamado a realizar. O trabalho pode ser um meio de
santificação.
• §2242 – O cidadão é obrigado a não seguir as
prescrições das autoridades civis quando estes preceitos são
contrários às exigências da ordem moral, aos direitos
fundamentais das pessoas ou aos ensinamentos do
Evangelho.
• "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus"
(Mt 22, 21). ‘Obedecer antes a Deus que aos homens" (At 5,
29).