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DIREITO INTERNACIONAL

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 APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO
 Devendo ser aplicada a lei estrangeira,
caberá ao juiz pesquisar e determinar o
seu conteúdo.
 Entretanto, se uma parte propõe ação
judicial apresentando a lei nacional,
quando deveria aplicar o direito
estrangeiro, deverá o juiz aplicar o direito
estrangeiro ex officio?
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 Com relação à característica legal da lei
estrangeira existem três doutrinas que se
soressaem:
 A) Doutrina da lei estrangeira como fato:
considera a lei estrangeira como simples
fato, e sendo fato, o juiz não teria o direito
de prová-la nem de aplicá-la, caso não
haja alegação pelas partes.
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 Doutrina da lei estrangeira como lei: segundo
esta doutrina, a lei estrangeira estaria no
mesmo nível da exigência de uma lei nacional.
Portanto, o juiz estaria obrigado a verificar e
aplicar a lei estrangeira de ofício.
 Doutrina da adaptação da lei estrangeira: esta
posição entende que a lei estrangeira indicada
pelo DIPr como lei aplicável se transforma em lei
nacional.
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 Irineu Strenger defende a divisão da teoria da
incorporação da lei estrangeira: de ordem
material e de ordem formal.
 Na incorporação de ordem material o direito
estrangeiro aplicado pelo juiz nacionaliza-se, é
incorporado a legislação pátria.
 Na incorporação de ordem formal há apenas a
aceitação da indicação do direito estrangeiro.
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 Apesar da resistência existente nos países da
Common Law, a tendência mundial mais forte
hodiernamente é se entender o direito
estrangeiro como lei.
 A legislação brasileira, seguindo o entendimento
dos outros países latino-americanos, entende a
doutrina do direito estrangeiro como lei.
Portanto deverá o juiz aplicar de ofício a
legislação internacional.
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 Como forma de aliviar o ônus do juiz, o
art. 14 da LICC determina que caberá a
quem invocar a legislação internacional
provar o texto da lei e a sua vigência.
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 Ônus da prova do Direito Estrangeiro:
 Decide-se o ônus da prova de acordo com a
posição que se tenha sobre o direito estrangeiro:
lei ou fato.
 Nos países da common law a teoria tradicional
entende que o ônus da prova recai sobre a parte
que alega, porém diversos julgados vêm
alterando esta posição para o uso da teoria da
notícia judiciária, segundo a qual somente o juiz
poderia determinar a interpretar a lei
estrangeira.
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 No Brasil é da parte o ônus da prova,
porém deverá o juiz investigar e
determinar a lei de ofício. Art. 126 e 337
do CPC e art. 14 da LICC.
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 Aplicação incorreta do direito estrangeiro e os
recursos cabíveis.
 O juiz deve aplicar a lei estrangeira como tal e
não como nacional, ou seja, deve ser
interpretada do mesmo modo como o juiz
estrangeiro a interpretaria.
 Deve um juiz, quando tem um litígio que
envolve elemento estrangeiro e nacional, dar
atenção à jurisprudência estrangeira ou dela
utilizar-se para o bom entendimento da lei que
ele é levado a aplicar?
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 Recursos cabíveis sobre os erros de
interpretação
 Quando o juiz comete um erro na
aplicação da lei internacional, as instâncias
superiores podem receber e analisar o
recurso?
 A experiência prática nos passa duas
teorias:
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 Posição discriminatória: Alguns países tendem,
de modo geral, a não aceitar recursos caso a
instância inferior cometa erros de interpretação,
alegando a morosidade do processo.
 Posição igualitária: para os países que adotam
essa teoria a função dos tribunais superiores é
promover a unificação dos julgados,
independentemente se foi realizado com base
em uma lei nacional ou estrangeira.
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 Em caso de não identificabilidade do direito
estrangeiro, são aplicadas três teorias:
 Teoria da rejeição da demanda: predomina nos
países que utilizam a teoria do direito
estrangeiro como fato.
 Teoria da aplicação da lei do foro: caso não seja
possível a verificação do conteúdo do direito
estrangeiro, presume-se que a lei estrangeira é
idêntica à lei nacional do foro.
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 Teoria da analogia: entende-se que o caso
deve ser solucionado de acordo com as
normas do sistema jurídico daquele país.
 No Brasil, conforme o art. 4º da LICC e o
art. 126 do CPC, o juiz deve escolher a lei
a ser aplicável de acordo com a analogia.
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 O direito estrangeiro indicado pelo DIPr do
forum deve ser o direito privado do país
escolhido.
 O direito público, a princípio, está excluído do
âmbito de aplicação do DIPr.
 O direito estrangeiro indicado pelo DIPr deve ser
uma lei que esteja em vigor no país escolhido.
 Mesmo que o país seja considerado não-
civilizado, a norma em vigor deverá ser
considerada.
 No caso de governo não-reconhecido dependerá
do reconhecimento pelo país do foro.
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 Reenvio ou denúncia:
 Conflito positivo: provocado pela indicação
da própria lei nacional.
 Conflito negativo: quando a lei de um país
indica a lei de um outro como aplicável e
vice-versa.
 Três modalidades de reenvio:
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 Reenvio de 1º Grau: O DIPr do forum do país
“A” indica a lei do país “B”, mas o DIPr do país
“B” reenvia a lei do país “A”. (A-B-A).
 Reenvio de 2º Grau: O DIPr do forum do país
“A” indica a lei do país “B”, mas o DIPr do país
“B” reenvia a lei do país “C”. (A-B-C).
 Reenvio duplo: O DIPr do forum do país “A”
indica a lei do país “B”, mas o DIPr do país “B”
reenvia a lei do país “A”, mas o forum aplica o
direito substancial do país “B”. (A-B-A-B).
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 O DIPr do Brasil não reconhece o reenvio,
conforme dispõe o art. 16 da LICC.
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 Limites à aplicação do direito estrangeiro:
 O direito estrangeiro indicado como lei
aplicável pode ter excluída a sua aplicação
caso esta represente perigo ou séria
perturbação da ordem jurídica da
sociedade nacional do foro.
 A incorporação do direito estrangeiro pelo
direito nacional não pode existir sem
exceções:
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 ORDEM PÚBLICA:
 Devemos entender por ordem pública o
conjunto de princípios incorporados
implícita ou explicitamente na ordenação
jurídica nacional, que, por serem
considerados para sobrevivência do Estado
e salvaguarda de seu caráter próprio,
impedem a aplicação do direito
estrangeiro.
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 Segundo Jacob Dolinger, “a ordem pública no
DIPr impede a aplicação de leis estrangeiras, o
reconhecimento de atos realizados no exterior e
a execução de sentenças proferidas por tribunais
de outros países, constituindo-se no mais
importante dos princípios da disciplina.”
 Existe uma grande dificuldade para se
conceituar uma lei imperativa. No Brasil a LICC
fala de ordem pública no seu art. 17.
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 O STJ, em diversos casos recentes concernentes
aos conflitos entre a Convenção de Varsóvia –
que limita a indenização no transporte aéreo
internacional e nada dispõe sobre dano moral –
e o CDC – lei posterior protetiva de todas as
relações de consumo – aplicou-se este último,
por considerá-lo norma de caráter imperativo.
 Anteriormente a interpretação do STJ era no
sentido de considerar válida a convenção porque
norma espacial.
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 Nesse mesmo sentido a jurisprudência
brasileira possui inúmeros exemplos de
aplicação da ordem pública como limitador
do método conflitual do DIPr. Todavia o
STF vem abrandando esta limitação, como
no julgamento da CR 5332, DO de
02/06/1993.
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 Sendo inadmissivel o direito estrangeiro, qual lei
deverá substitui-lo:
 Duas posições doutrinárias:
 Complementação pelo direito estrangeiro:
recusa refere-se a uma norma, e não a
totalidadeda ordem jurídica estrangeira.
 Complementação pelo direito nacional: a recusa
da aplicação de um direito estrangeiro visa
proteger a ordem nacional, devendo ser
substituida, portanto, por uma lei substancial do
foro. Teoria mais utilizada.
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 Surge atualmente nos EUA uma nova
corrente doutrinária, chamada de ordem
pública funcional. Segundo esta, somente
após uma ampla análise da lei aplicável
indicada pelo DIPr, é que se pode decidir
pela sua efetiva adoção e aplicação.
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 QUESTÃO PRÉVIA:
 É uma questão que deve ser resolvida
preliminarmente, para que a questão
principal possa ser solucionada.
 Ex: Em caso de divórcio, a validade do
casamento pode ser levantada como
questão prévia.
 Três correntes doutrinárias:
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 Doutrina do DIPr do Foro: deve ser
resolvida mediante o DIPr do Foro;
 Doutrina da lei aplicável a questão
principal: deve ser resolvida mediante a
aplicação do DIPr do país cujo direito foi
indicado para decidir a questão principal;
 Doutrina do interesse do DIPr: leva em
consideração os interesses do DIPr em
cada caso concreto.
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 A Convenção Interamericana sobre
Normas Gerais de DIPr, no seu art. 8º, dá
ao juiz a liberdade necessária para que
este possa decidir a questão prévia em
conformidade com o DIPr do foro ou com
o DIPr do ordenamento jurídico que rege
a questão principal.
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 RECIPROCIDADE:
 Sempre que se tratasse de direito de Estado que
se recusasse à aplicação do direito estrangeiro,
o juiz territorial não poderia aplicar esse direito.
Ainda previsto no Direito Alemão e Italiano. No
Brasil é totalmente ignorado.
 Pode ser ampliada para o conjunto de direitos
que ao estrangeiro é permitido gozar pela lei
territorial.
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 INTERESSE NACIONAL LESADO:
 Sustentavam alguns autores que se de
uma relação jurídica, uma das partes fosse
nacional, o juiz só poderia aplicar o direito
estrangeiro se essa aplicação não viesse a
diminuir os direitos do nacional, ou
aumentar as suas obrigações.
 Apesar de muito pouco utilizada, a LICC
prevê uma situação no seu art. 10, § 1º.
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 INSTITUIÇÕES DESCONHECIDAS:
 Refere-se à situação na qual as diferenças
existentes entre os ordenamentos em pauta são
tamanhas que inviabilizam a aceitação da norma
de um país pelo outro.
 Prevista pela Convenção Interamericana sobre
as Regrais Gerais de Direito Internacional
Privado, embora o DIPr brasileiro nada disponha
sobre a instituição desconhecida.
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 PROCESSO INTERNACIONAL
 Ainda não existe hoje uma corte que decida com
imparcialidade os litígios internacionais de
caráter privado na sociedade internacional, ao
contrário da área pública onde a Corte
Internacional de Justiça e a Organização Mundial
do Comércio estão habilitados a solucionar os
conflitos internacionais públicos.
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 Assim, em geral as partes procuram escolher o
tribunal mais vantajoso, processo conhecido
como forum shopping.
 Com a a escolha da jurisdição surgem novos
problemas, como a citação, a apresentação de
provas, a validade de documentos estrangeiros,
dentre outros.
 Estudaremos a questão do processo civil
internacional, da jurisidção internacional e do
reconhecimento e execução da sentença
estrangeira.
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 PROCESSO CIVIL INTERNACIONAL:
 Ainda hoje são os tribunais nacionais que
solucionam os litígios internacionais privados.
 Como um tribunal deve aplicar as normas
processuais nacionais aos litígios internacionais?
 Responder à questão relativa à competência
internacional é o primeiro passo para abordar
uma hipótese multiconectada. Sua resposta
deve preceder o questionamento sobre a lei
aplicável.
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 Eduardo Vescovi identifica cinco princípios
básicos deste ramo do DIPr:
 Jurisdição razoável: entende ser o princípio de
que todo caso com elementos transfronteiriços
deve ser julgado por um juiz que tenha razoável
conexão com o objeto dos litígios, levando em
conta a necessidade de se evitar um foro
arbitrário ou abusivo.
 Acesso à justiça: relaciona-se com o tema da
gratuidade da justiça e com a existência de um
sistema judiciário gratuito.
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 Não-discriminação do litigante: O direito
brasileiro, de modo geral, não faz qualquer
distinção entre nacionais e estrangeiros.
 Cooperação interjurisdicional: princípio segundo
o qual os Estados se comprometem a
estabelecer obrigações e direitos comuns,
buscando atingir uniformidade de tratamento.
Compreende diversos atos que ocorrem no
curso do processo, sendo as cartas rogatórias o
instrumento por excelência deste intercâmbio.
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 Circulação internacional das decisões
estrangeiras: aceitação da jurisdição
estrangeira e reconhecimento da sentença
para efeitos no território nacional.
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 “O processo segue a lex fori” e a “lei material é
determinada pela indicação do DIPr” são os
temas ainda seguidos pelo DIPr, desde as
escolas estatutárias medievais.
 Segundo eles, o tribunal nacional deve aplicar as
regras processuais do forum, podendo aplicar o
direito estrangeiro como regra material.
 Entretanto, novas tendências vêm surgindo,
principalmente em razão da celebração de várias
convenções nesse sentido.
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 Restrição das atividades dos advogados
estrangeiros. Apesar de uma tendência
moderna de abrir-se espaço para a
atuação de advogados estrangeiros em
temas específicos, em regra geral os
países proibem as suas atividades
profissionais. Formação de parcerias.
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 Competência Internacional no Brasil
 No Brasil, as regras sobre competência
internacional fixam monopólio jurisdicional
absoluto para si, através dos arts. 88 e 89
do CPC.
 Apenas nos casos de competência
concorrente se admite eficácia no Brasil de
julgado de outro Estado.
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 A determinação da competência ocorre em duas
etapas: na primeira o Poder Judiciário define sua
Jurisdição, na segunda define o contorno da
competência interna.
 O CPC dividiu a competência internacional entre
concorrente (art. 88) e exclusiva (art.89),
resultando do exame dessas as hipóteses em
que a justiça brasileira se declarará competente.
 O STJ já firmou bastar a ocorrência de qualquer
dessas hipóteses para ser competente.
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 Em caso de hipóteses não prevista na lei,
três correntes existem:
 Situações fora desses artigos estão
excluídas da justiça brasileira: sendo a
jurisdição uma atividade onerosa não deve
ser exercida desnecessariamente.
 Basta existir algum elemento de fixação
de competência para o Brasil estabelecer
sua competência: baseado na eficácia.
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 Para Barbosa Moreira a lista do art. 88 não
é exaustiva, podendo ser aberta exceção
nos casos de jurisdição voluntária.
 Os casos de direito de família sempre
recebem tratamento diverso daqueles
relativos aos contratos internacionais.
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 Competência concorrente: ocorre em
hipóteses predeterminadas, nas quais o
Estado brasileiro se julga competente,
mas admite que a justiça de outro Estado
também o seja.
 O TJSP já se manifestou competente em
ação que havia a incidência do art. 88, II,
mesmo ante a existência de ação idêntica
no exterior.
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 Há discórdia na doutrina sobre os efeitos da
cláusula de eleição do foro, mas o STJ já se
manifestou que trata-se de norma imperativa e
nào pode ser derrogada por disposição das
partes.
 Duas decisões antagônicas em 2003 abordaram
o mesmo assunto. O TJRS entendeu ser devido
a utilização do foro, enquanto o TJRJ decidiu
pela competência brasileira.
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 Competência exclusiva: Nestes casos não é
possível reconhecer a competência estrangeira
quando for pedida a homologação da sentença
estrangeira. Art. 89 do CPC.
 Abrange somente as de cunho real, e não as
obrigacionais.
 Como será realizado o inventário? E o divórcio?
Valores monetários também poderão ser
considerados bens?
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 CAPACIDADE PROCESSUAL DO ESTRANGEIRO:
 O direito brasileiro não dispõe expressamente
sobre a capacidade processual de ser parte nem
sobre a capacidade processual para estar em
juizo com relação aos estrangeiros.
 O Estatuto do estrangeiro (Lei 6.815/80) e o art.
5º da CF/88 afirmam que os estrangeiros
residentes no Brasil gozam de igualdade perante
os nacionais.
 A capacidade do estrangeiro é a mesma
dispensada aos brasileiros.
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 Atualmente, com relação é capacidade
processual duas teorias divergem:
 1) Considera a questão como processual,
devendo portanto ser decidida como lex
fori.
 2) Considera a questão como direito
material, sendo aplicável a lei pessoal
conforme a indicação do DIPr do forum.
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 No caso das pessoas jurídicas estrangeiras, as
capacidades processuais são determinadas pela
lex societatis, conforme o art. 11 da LICC. A
pessoa jurídica poderá a sua capacidade
processual através da prova estar regularmente
constituída.
 Todavia, segundo o art. 12, inciso VIII, do CPC,
deverá ser representado pelo gerente,
representante ou administrador de sua filial no
Brasil.
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 E se não tiver o seu estabelecimento no
Brasil? Art. 12, VI, do CPC.
 No tocante a pessoa física o CPC é claro,
sendo dada a competência pelo direito
civil, no qual a pessoa com capacidade de
exercício possui capacidade processual
para estar em juízo.
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 COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA INTERNACIONAL
 A CJI refere-se à cooperação das autoridades
governamentais dos Estados para o bom
desempenho de suas funções, das quais
dependem as atividades oficiais em outras
jurisdições internacionais.
 Os objetos da CJI são principalmente as
diligências de instrução dos processos em curso,
tais como citações, intimações, interrogações,
inquirições.
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 As matérias mais freqüentemente tratadas nas
convenções de CJI é a questão da caução
processual, das cartas rogatórias, do
reconhecimento e execução de sentenças e de
laudos arbitrais e da informação acerca de
direito estrangeiro.
 Normalmente os Estados elaboram seus
mecanismos de CJI apoiando-se na teoria da
reciprocidade e da cortesia internacional. O
Brasil vem gradativamente aumentando o
número de ratificações nesse sentido.
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 CARTAS ROGATÓRIAS
 É um requerimento feito por um tribunal do país
a um tribunal correspondente de jurisdição
estrangeira. Tem por finalidade o cumprimento
de atos e diligências no exterior sem fins
executórios como por exemplo, citações,
inquirições de testemunhase provas periciais.
 Por força constitucional no Brasil é de
competência do STF analisar todos os atos
recebidos do exterior, oncedendo o exequatur.
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 A carta rogatória deve redigida na língua
da justiça rogada, devendo a autoridade
rogada aplicar a lei processual da lex fori.
 A carta rogatória deve ser preparada
conforme as exigências postadas pelo país
rogado, devendo a autoridade judiciária
conceder o exequatur.
 Pode ser dividida em duas: passiva ou
ativa.
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 Carta Rogatória ativa: emitida por tribunal
brasileiro para execução no estrangeiro.
 Carta Rogatória passiva: emitidas por
tribunais no exterior para execução no
Brasil.
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 Meios de transmissão da Carta Rogatória:
 Meio consular direto;
 Canal diplomático formal;
 Meio consular;
 Vias autoridades centrais;
 Transmissão direta entre autoridades
respectivas.
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 PROVA NO EXTERIOR:
 No processo judiciário a regra básica é a de
quem alega deve provar.
 No processo internacional caso os peritos ou
testemunhas morem no exterior, ou caso os
objetos de vistorias, perícias ou inspeções
fiquem no exterior a justiça tem a necessidade
de trazer essas provas ao país do Forum ou
procurar realizar a colheita dessas provas no
exterior.
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 Em razão disso surge a necessidade da
cooperação judiciária internacional. São os
documentos mais legais nessa área:
 A) Convenção de Haia sobre Procedimento
Civil (1954);
 B) Convenção de Haia sobre a colheira de
Provas no Estrangeiro em Matéria de
Direito Civil e Comercial (1970).

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 Convenção Interamericana sobre obtenção
de provas no exterior (1975) –Assinada
pelo Brasil;
 Tratado de Bustamante: arts. 398 a 407;
 LICC, art. 13.
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 Testemunho voluntário: Via de regra, em
países que não proibem tal tipo de
testemunho, via de regra a colheita de
provas é bastante informal;
 Se o país estrangeiro não permite tal tipo
de testemunho será necessário a
utilização do consulado no país onde está
a testemunha.
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 Nos casos de colheita de prova forçada é
necessária a utilização de carta rogatória.
 Através de Tratados e Convenções os
Estados buscam simplificar este processo.
O Brasil acolhe razoável número de
tratados bilaterais.
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 VALIDADE DOS DOCUMENTOS DE
ORIGEM ESTRANGEIRA:
 O Brasil exige dois requisitos para que os
documentos formulados em língua
estrangeira tenham eficácia jurídica:
 A) Ser traduzido em português por
tradutor (oficial ou juramentado);
 B) Ser registrado no Registro de Títulos e
Documentos;
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 Todavia, a jurisprudência vem constantemente
produzindo exceções, para simplificar. As mais
recentes vem aceitando a cópia de obra juridica
em língua estrangeira, bem como a exigência do
registro com relação aos documentos
consulrizados.
 Pela regra geral, os documentos devem ser
válidos de acordo com a lei do local onde foram
expedidos.
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 CAUÇÃO DE PROCESSO:
 É uma garantia a favor da parte contrária para
cobrir as custas decorrentes de um processo
civil.
 Tem como finalidade defender o réu ou o Estado
perante a possibilidade de que o próprio
demandante não possa ou não queira assumir
as custas de processo de sua responsabilidade.
 Previsto no CPC, art. 835.
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 Com relação à forma de garantia a lei
aceita tanto a forma real como a pessoal e
até a garantia de terceiros. (Arts. 826-
830).
 E a pessoa jurídica?
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 ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
 No Brasil a Lei 1.060, art. 2º, declara que
gozarão de benefícios os nacionas e
estrangeiros residente no país.
 O Brasil já firmou vários tratados
internacionais nesse sentido.
 E as pessoas jurídicas?

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