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Argumentos
não dedutivos
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Lógica informal
□ Argumentos indutivos
A conclusão de um argumento indutivo é Fracos
apenas provável. Por ser uma relação de
probabilidade, a validade indutiva tem graus. Argumentos Moderadamente
Por isso, há quem fale de força indutiva (e indutivos fortes
não de validade indutiva) para exprimir essa
Bastante fortes
relação de probabilidade.
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Lógica informal
Quanto maior for a amostra observada, maior Uma amostra de 2000 pessoas que contraíram o vírus da gripe fornece
será a probabilidade da conclusão. uma probabilidade maior às conclusões sobre a eficácia de uma vacina
antigripe do que uma amostra de 200 pessoas.
Qualidade da amostra: Exemplificação do critério:
Uma amostra mais representativa proporciona Considerando que o vírus da gripe tem uma distribuição uniforme por toda
uma probabilidade maior do que uma amostra a população, se 80 % de uma amostra de pessoas infetadas com o vírus da
menos representativa. A qualidade de uma gripe for constituída por doentes pulmonares e renais crónicos, essa
amostra é mais importante do que a sua amostra é enviesada e não representativa.
dimensão.
Existência de contraexemplos específicos: Exemplificação do critério:
Quanto mais contraexemplos a uma conclusão Se o estudo acerca de uma vacina antigripe concluir que a sua eficácia é de
geral ocorrerem, menor será a sua 97 %, mas alguns casos conhecidos de crianças que tomaram a vacina
probabilidade. revelam sintomas de gripe, a probabilidade da conclusão geral sobre a
eficácia da vacina terá de ser sujeita a um novo estudo.
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Lógica informal
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Lógica informal
Quanto mais indivíduos forem A comparação em termos de semelhanças e diferenças entre o Filipe e 50 estudantes é
considerados, maior será a mais relevante do que a mesma comparação entre o Filipe e 20 estudantes.
probabilidade da conclusão.
Variedade dos indivíduos Exemplificação do critério:
considerados:
A comparação entre o Filipe e 50 estudantes muito diferentes entre si, a ponto de se
Quanto mais variedade se verificar nos incluírem nos mais diversos níveis socioeconómicos, é mais relevante do que a
indivíduos considerados, maior será a comparação entre o Filipe e um grupo de 50 estudantes homogéneo do ponto de vista
probabilidade da conclusão. socioeconómico.
Número de semelhanças: Exemplificação do critério:
Quanto mais aspetos forem As semelhanças entre o Filipe e o grupo de 50 estudantes em termos de escola
especificados como semelhanças, secundária, curso, universidade, nível socioeconómico e média final de secundário
maior será a força do argumento. envolvem mais aspetos do que as semelhanças apenas em termos de escola secundária e
universidade.
Relevância das semelhanças: Exemplificação do critério:
Quanto mais relevantes forem A relevância das semelhanças é tão ou mais importante do que o seu número. Assim,
as semelhanças apreciadas, maior será as semelhanças na média do secundário e no nível socioeconómico entre o Filipe e
a força do argumento. os 50 estudantes têm mais relevância para a defesa da conclusão do que as meras
semelhanças de escola secundária, curso ou universidade.
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Lógica informal
Quanto mais modesta for a conclusão, Se a conclusão do argumento fosse modificada para que fizesse a afirmação mais
menor será a exigência que recai sobre as modesta «O Filipe tem condições para concluir o curso de economia.», as
premissas que a sustentam e mais forte semelhanças ganhariam relevância e o argumento evitaria a desanalogia referida
será o argumento; quanto mais ambiciosa anteriormente.
for a conclusão, maior será a exigência que Um argumento mais forte compensaria uma conclusão mais modesta.
recai sobre as premissas e mais fraco será
o argumento.
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Lógica informal
□ Argumentos de autoridade
Recorrer a autoridades nos mais diversos assuntos é uma maneira perfeitamente
sensata de sustentar uma conclusão.
Critérios de avaliação de argumentos de autoridade
Competência reconhecida no assunto: Exemplificação do critério:
Quanto mais competência for A comissão de especialistas designada pelo tribunal tem mais provas dadas na investigação
reconhecida ao autor do argumento, desinteressada da comunicação social do que Rupert Murdoch, que está limitado a apelar
mais força este terá. sobretudo à sua experiência e ao conhecimento que ela lhe permitiu adquirir.
Integridade ética: Exemplificação do critério:
Quanto mais integridade ética for O argumento que aconselha a não tomar banho nas praias do sotavento algarvio tem mais
atribuída ao autor do argumento, dada força do que o argumento das autoridades em comunicação social. Isto sucede porque um
a sua história e currículo, mais força terá assunto da área das ciências naturais se presta geralmente a um conhecimento mais
o argumento. seguro do que um assunto de comunicação social, que é uma área em que o conhecimento
está mais sujeito a controvérsia.
Capacidade de raciocinar a partir do Exemplificação do critério:
argumento apresentado:
Nas áreas em que o conhecimento está sujeito a controvérsia, este critério tem toda a
Quanto mais formos capazes de pertinência. Uma vez que há desacordo entre as autoridades nessas áreas, cada um tem de
raciocinar a partir do argumento ser o mais possível capaz de raciocinar pela sua própria cabeça sobre o assunto. A cada um
apresentado, mais forte ele será. cabe, portanto, um papel relevante na formação de um juízo informado. Ora, o argumento de
autoridade que se revelar mais útil na formação desse juízo será aquele que tem mais força.
É de esperar, por exemplo, que o argumento da comissão de especialistas em comunicação
social esteja mais à altura deste critério do que o argumento de Rupert Murdoch.
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Lógica informal
Exemplo:
(1) Ter livre-arbítrio faz com que cada um seja responsável pelas ações que realiza.
(2) Ter livre-arbítrio é ter a capacidade de escolher livremente as suas ações.
Logo, ter a capacidade de escolher livremente as suas ações faz com que cada
um seja responsável pelas ações que realiza.
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Lógica informal
Exemplo:
(1) Ou cortamos na despesa ou aumentamos os impostos para
equilibrar o défice público.
(2) É errado aumentarmos os impostos para equilibrar o défice público.
Logo, cortamos na despesa.
Mas ignorar que uma proposição é falsa, porque não se provou que é falsa, não
implica que ela seja verdadeira. Do mesmo modo que ignorar que uma proposição
é verdadeira, porque não se provou que é verdadeira, não implica que ela é falsa.
Exemplo:
(1) Não tenho mais informação a este respeito, exceto a declaração das
autoridades de que nada há nos ficheiros desta pessoa que desminta as suas
conexões comunistas.
Logo, temos razões para considerar que esta pessoa é comunista.
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Lógica informal
Falácia ad hominem
Exemplo:
(1) A renegociação imediata da dívida pública portuguesa é uma ideia de radicais.
Logo, é uma má ideia.
Falácia da derrapagem
Exemplo:
(1) A adoção de um sistema público de saúde conduzirá à socialização dos seguros
de todo o tipo.
(2) A socialização dos seguros de todo o tipo conduzirá à socialização da indústria
farmacêutica.
(3) A socialização da indústria farmacêutica conduzirá à socialização das
companhias de aviação.
(4) A socialização das companhias de aviação conduzirá à socialização da habitação.
Logo, a adoção de um sistema público de saúde conduzirá finalmente a uma
sociedade socialista.
Demonstração e argumentação
Discurso de justificação
Este modo de discurso esconde-se sob o conceito de demonstração.
O discurso de justificação apresenta uma justificação racional da igualdade entre
todos os seres humanos, qualquer que seja a sua raça. O objetivo é levar cada um
a uma posição de razoabilidade; só depois se está em condições de fazer uma
avaliação imparcial dos argumentos apresentados.
Dirige-se a um auditório universal, em que não se distinguem indivíduos
particulares, cada um com a sua identidade. Qualquer um, desde que seja
imparcial e abandone as suas preferências pessoais, pode ser membro desse
auditório universal.
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Da lógica informal à retórica
Os princípios da justificação não dizem quais são as ações corretas, mas definem
o modo pelo qual podemos ter a esperança de as descobrir e adotar.
Princípios da justificação
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Da lógica informal à retórica
Discurso de persuasão
Este modo de discurso esconde-se sob o conceito de argumentação.
O discurso de persuasão pede ao auditório que cada um se ponha numa
situação particular e que imagine o que sentiria. O objetivo é suscitar
sentimentos no auditório de modo a levá-lo a agir de uma certa maneira.
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Da lógica informal à retórica
As ferramentas da persuasão
As ferramentas da persuasão são tipos de argumentos distinguidos pela retórica.
Ferramentas da persuasão
(argumento pela lógica) Procura persuadir pedindo às pessoas que sigam as regras da lógica e deixem
conduzir os seus pensamentos. As pessoas gostam de pensar que são persuadidas apenas pela lógica
Logos
dos argumentos, mas são menos cerebrais do que julgam. Há, de resto, quem pense que, para ser
racional, a persuasão terá também de atender ao carácter e à emoção, e não apenas à lógica.
(argumento pelo carácter) Procura persuadir pela personalidade, pelo prestígio e pela capacidade de
gerar confiança do orador. O prestígio do orador é persuasivo. Um carácter duvidoso e dado à mentira
Ethos é incapaz de persuadir. O argumento de um orador que gera confiança tem uma probabilidade maior
de ser aceite. Há muito que se sabe que a vida de uma pessoa persuade melhor do que a sua palavra.
Os aspetos mais persuasivos do carácter são a virtude, o desinteresse e a sabedoria prática, que se
reflete no modo como uma pessoa experiente é moderada e flexível no uso de regras.
(argumento pela emoção) É o tipo de argumento que procura persuadir gerando emoções sedutoras.
As emoções motivam alterações de disposição, mas levam também um auditório a ser mais permeável
a mudar de ideias e a comprometer-se a agir de modo diferente. As emoções são vistas geralmente
Pathos
com suspeição, sobretudo por lógicos e por todos aqueles que se presumem capazes de pôr sempre a
linguagem ao serviço da inteligência. É provável que muitas vezes a lógica e o carácter sejam
suficientes. Todavia, quando se trata de levar as pessoas a mudar as suas ações, parece que a emoção
é indispensável e, por assim dizer, o combustível adequado a esse fim.
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Da lógica informal à retórica
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Da lógica informal à retórica
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Da lógica informal à retórica
Sofistas Platão
que com eles ganhou o estatuto de ramo • Viu nos riscos inerentes à persuasão uma
distinto do conhecimento. característica do próprio exercício da retórica.
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Da lógica informal à retórica
Sofistas: Platão:
O ensino da retórica habilita a usar Os governantes sábios resolveriam os
publicamente da palavra, uma problemas da sociedade recorrendo
capacidade muito importante em apenas à dialética (a argumentação
democracia. racional) e não à retórica.
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Platão
Da lógica informal à retórica
Retórica e filosofia
A retórica foi vista por muitos filósofos como o estudo de uma atividade
duvidosa que não tinha por finalidade última a descoberta da verdade, mas
simplesmente a persuasão, fosse ou não acompanhada pela verdade.
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Esquema-síntese
Argumentos indutivos
Petição de princípio
Falso dilema
reconhece Falácias Apelo à ignorância
e analisa informais Ad hominem
Derrapagem
Boneco de palha
estuda a
Logos Argumento pela lógica
tem como
Persuasão Ethos Argumento pelo carácter
ferramentas
Manipulação Lisonja
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