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Universidade Federal de Mato Grosso

Abordagem Contemporânea nas Ciências Sociais e


Humanas em Saúde
Oposições clássicas nas Ciências Sociais

- Visão dicotômica do mundo => desdobramentos


“Dicotomias”, “Oposições” clássicas:

Sociedade Indivíduo
Estrutura ação/sujeito
Todo parte
Coletivo individual
Objetividade subjetividade
Permanências transformações
Corpo mente
Material simbólico
Conseqüências, reação:

- Desastrosos à compreensão de fenômenos sociais


complexos => processo saúde-doença

- Esforços de superação de tais “oposições”

- Releituras dos clássicos;

- Duas grandes posições:


IDEALISMO X MATERIALISMO
IDEALISMO X MATERIALISMO

Única
realidade
MATÉRIA Nega
existência:
alma, Deus
O modo de produção da vida
material condiciona o
processo (movimento) da
vida social,
política e intelectual em geral.
Não é a consciência dos
IDÉIAS homens que determina o seu
ser. Pelo contrário: é o seu
ser social que lhes
determina a consciência.
Responsável: Professor Alessandro Paixão, Intituto Federal Catarinense - Campus Araquari. Criadores: Bruna
Carvalho,Cindielly Ribeiro Dzevieski, Jaqueline da Cruz Golçalves e Joel de Braga Junior. 2012.
Disponível em: http://www.pensadoresdasociologia.xpg.com.br/conteudo.html
O indivíduo e a sociedade/ interações
Ex: atitude de um professor p/ dar aulas, motivada por:

Ação com relação a VALORES


Ação com relação a FINS
Importância è
Receber o salário educação

Ação TRADICIONAL
Ação AFETIVA
Toda sua família é
Prazer que ele composta de professores
sente ao ver seus e ele sempre viveu no
alunos aprenderem meio educacional
COMO ENTENDER O SENTIDO?

COMPREENSÃO

MOTIVO

SENTIDO

COMPREENDER O MOTIVO
PORQUE É A CAUSA DA AÇÃO
Em “pólos”, nota-se o primado do:

COLETIVO
OU
do MATERIAL
OU
do INDIVÍDUO

Dificuldade de pensar a CO-PRODUÇÃO das partes e o


todo => CIRCULARIDADE
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA:
EM RECUSA:
Determinismos
Fixismos
Reducionismos
Coerções que apagam o sujeito
Sujeitos excessivamente libertos dos
constrangimentos sociais
 polarizações

 mas, CALIBRAGENS entre os termos


Integração, co-produção, circularidade,
determinação recíproca:

Sociedade Indivíduo
Todo parte
Coletivo individual
Objetividade subjetividade
Estrutura ação/sujeito
Corpo mente
• Nem sociedade, nem indivíduo, mas a interação de
ambos produzindo-se reciprocamente. (p.24)

• novas sociologias => indivíduos plurais: produzidos


e produtores de relações sociais variadas

• Perspectiva construtivista não tradicional, mas a


realidade social => construção histórica e cotidiana
de atores individuais e coletivos (p. 26-7).
Mundos sociais exteriores => diversidade relativa

Mundos internos => plurais

• Assim, busca-se ultrapassar:

a oposição macrossociologia e microssociologia

Apreender estruturas sociais englobantes e a


análise das ações e das interações face-a-face (mas
com diferenças se parte de uma e outra)
EX. experiência, contexto, estrutura social
Sofrimento social:

Relações entre a experiência subjetiva do mal-estar e


os processos social, político, cultural, econômico
que, combinados engendram formas corporificadas
de sofrimento nos sujeitos históricos e sociais

(Pussetti & Brazzabeni, 2011; Victora, 2011)


EX. experiência e estrutura social
• Equilíbrio dimensões micro e macrossociais:

entende-se a experiência da enfermidade crônica


influenciada pelo seu próprio curso; pela persistência
de construtos prévios (idéias, crenças) referentes
àquela condição levando às constantes explicações
e reinterpretações ao longo do convívio com ela; e
pelo ambiente social expresso pelas circunstâncias
da vida diária dos sujeitos e na sua inserção na
estrutura social

(Hunt et al, 1998; Hunt e Arar, 2001).


Analisar experiência - cotejar (elaboração
composta, multifacetada):

Subjetividade

Vida Estrutura
cotidiana social
EX. experiência e representações
• Os sentimentos despertados diante do corpo diferente
na deficiência física, envolvem interpretação, e esta
remete a uma ação do sujeito que mobiliza o universo
dos significados, construídos e com enraizamento
social e histórico.

• O substrato sociocultural de tais interpretações


encontra-se em ≠ níveis da realidade e interpenetram,
c/ sentido de mão dupla representado pelo
pensamento:
NÍVEIS DE ANÁLISE

Macrossocial o pensamento coletivo em si, cristalizado e


acessível por diferentes discursos
Meso ou compartilhado localmente, na vida diária por
microssocial grupos específicos e contextualizados

Singular, sujeito procede atualizações,


biográfico reinterpretações, transformações das suas
prévias noções e valores mais encarnados,
em trajetória específica e nunca
totalmente autônomo em relação aos
demais níveis
Modelo de Dahlgren e Whitehead
ALVARO PIRES
Normatividade epistemológica (p.44):
Simultaneamente, virtudes do relativismo e a
heterogeneidade e complexidade do mundo social

- “A liberdade criadora quanto às regras do método


não se obtém por via anárquica: ela se domestica na
própria prática da pesquisa” (Pires, 2008: 44)
DUAS VISÕES DE METODOLOGIA: p.55

1. “promessa”, paradigma estrito e fechado


“Escolha a melhor epistemologia ou o melhor protocolo
de tratamento dos dados e submeta aí todos os
objetos possíveis e pertinentes”

2. “concordatária” (deslocamento, liberta o pesquisador)


“Escolha suas questões de pesquisa ou os aspectos do
objeto que lhes interessam e, a seguir, escolham a
epistemologia e os tipos de dados que lhes pareçam
os mais apropriados, os mais interessantes ou
‘suficientes’ para tratar essas questões”
Tensão em “pólos”:

POSITIVISMO CONSTRUTIVISMO

-Objetividade - Subjetividade
- neutralidade -Realidade independe da mente
- leis universais humana?
- regularidades - há um sujeito que organiza o
- descobre a organização conhecimento
Buscar um EQUILÍBRIO INSTÁVEL entre os
enquadramentos teóricos e metodológicos possíveis
e o tipo de objeto que se propõe.
Modelos de apreensão da “verdade” => objetividade

1- neutralidade e observação do exterior

2-neutralidade e observação do interior

3-valorização da prenoção e da observação a partir de


baixo

Inicio dec. 90 => articulação, integração entre os 3


modelos => a metodologia geral, a perspectiva de
Corcuff tbem
Modelos de apreensão da “verdade” => objetividade

Reflexão de Bachelard; “medir/descrever e raciocinar”


(p. 79)

“explorar refletindo e refletir explorando” (p.81)

-criatividade, descoberta => distanciamento necessário,


“familiarização distante” (p. 80)
ESTRANGEIRO-PESQUISADOR

Unidade entre a distância e a proximidade

Liberdade prática e teórica.

“... capacidade de se apartar, se for preciso, e em


diferentes grau, de uma única perspectiva
epistemológica, de um único modo de conceber os
diferentes objetos, de uma única corrente teórica e de
um único tipo de pesquisa empírica. É preciso estar
preparado para viajar.” (p.83)
Estrangeiro e simpatizante (p.84-5)

- Parcialidade crítica

- Vai-e-vem do ponto de vista interno e externo => fugir


da alternativa fora/dentro => FRONTEIRAS

- Identidade e diferença

- unidade e fragmentação
CONSTRUTIVISMO
Dizer que algo foi construido é dizer que isto não estava ali p/ ser
descoberto, mas precisou ser feito, trazido à existência pela
atividade intencional de alguém em dado ponto no tempo.
Construtivismo radical: abordagem ao problema do
conhecimento que pressupõe que este é uma construção que
fazemos com base nos dados subjetivos de nossa experiência.
Viveríamos somente no mundo que construímos, e não teríamos
nenhuma base objetiva p/ além de nossas próprias
construções. Assim, se o sujeito determina absolutamente o
objeto dentro da relação de conhecimento; ou seja, se o que
nós chamamos de realidade é somente aquilo que construímos
como tal, nossas construções acerca do mundo não sofrem a
influência de um mundo externo objetivo e independente. Em
outras palavras, o construtivismo radical é uma forma
contemporânea de solipsismo, sendo um tipo especial de
idealismo.
EXEMPLOS: experiência e contextos
• Na abordagem da cronicidade, em foco, neste estudo, partiu-se
de dois pressupostos fundamentais. O primeiro diz respeito à
compreensão de que os significados acerca da experiência da
enfermidade são continuamente reconstruídos e confrontados
por diferentes diagnósticos construídos por familiares, amigos,
vizinhos e terapeutas, mas também por significados culturais
implícitos da doença que influenciam suas próprias
experiências.
• O segundo consiste no entendimento de que os fatores
socioculturais representam condicionantes ou “forças” que
podem determinar as ações dos sujeitos, contudo, não
eliminam a criatividade dos sujeitos e as situações
circunstanciais que permitem que eles “driblem” as pressões
contextuais nas situações particulares. (LOPES, 2015)
Objetividade/Objetivação:

As interpretações são minhas ou do


pesquisado?

Dados correspondem à “REALIDADE”?

Como saber???

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