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Universidade Federal do Estado do Rio de janeiro

Centro de Ciências Humanas e Sociais


Disciplina: Educação e Filosofia
Alunos: Daniel Luiz; Mylena; Norma Lúcia e
Pedro Ivo

PAULO FREIRE: o Patrono da Educação


Brasileira
Pontos Abordados

 Biografia
 Pensamento
 Obras
 Influência no pensamento educacional brasileiro
Biografia - Infância

 Caçula dos 4 filhos, Paulo Reglus


Neves Freire nasceu em 19 de
setembro de 1921, em Recife;
 Aprendeu a ler e escrever com
gravetos debaixo das mangueiras de
sua casa;
 Mudou-se para a cidade de Jaboatão
dos Guararapes;
 Perde o pai aos 13 anos;
 Conseguiu bolsa para concluir os
estudos no Colégio Oswaldo Cruz, em
Recife.
Biografia – Juventude e Universidade
 Ingressou na Faculdade de Direito do Recife
aos 22 anos;
 Aos 23 anos, casou com Elza Maia Costa
Oliveira, professora primária, com quem teve
5 filhos: Maria Madalena, Maria Cristina,
Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes;
 Contratado como professor no Colégio
Oswaldo Cruz;
 Desiste de exercer o cargo de advogado após
cobrar dívida de um dentista;
 Em 1947, assume o cargo de Diretor do Setor
de Educação e Cultura do SESI do Recife –
Serviço Social da Indústria;
 Suas primeiras experiências como professor
de ensino superior foi lecionando Filosofia da
Educação na Escola de Serviço Social.
Biografia – O criador de ideias, o
educador
 Em 1960, ele participou da criação do Movimento de Cultura Popular em Recife. Era
uma grande escola aberta de cultura que atendia a população pobre;
 Em 1963, de Recife, Paulo e sua equipe foram para uma cidade no interior do Rio
Grande do Norte, no sertão, chamada Angicos. 300 trabalhadores e trabalhadoras
rurais foram alfabetizadas em 45 dias;
 A partir das experiências em Recife e angicos, a ideia se espalhou por todo Brasil, a
ponto do Presidente João Goulart chamá-lo para implantar o Programa Nacional de
Alfabetização com seu método.
Biografia – O criador de ideias, o
educador
 Características conceituais da concepção educacional de Paulo
Freire:
 Interpretar o desenvolvimento da consciência humana e seu relacionamento com a realidade,
permitindo que o educando a transforme com sua prática;
 A educação não é uma questão pedagógica. Ao contrário, é uma questão política. Pedagogia
crítica, como uma práxis cultural, contribui para revelar a ideologia encoberta na consciência
das pessoas;
 A pedagogia do oprimido é designada como um instrumento de colaboração pedagógica e
política na organização das classes sociais subordinadas;
 A especificidade da sua proposta é a noção de consciência crítica como conhecimento e práxis
de classe;
 Em termos educacionais, sua concepção é uma proposta anti-autoritária, na qual professores e
alunos ensinam e aprendem juntos. Partindo-se do princípio que educação é um ato de saber,
professor-aluno e aluno-professor devem engajar-se num diálogo permanente caracterizado por
seu ‘relacionamento horizontal’. Esse é um processo que toma lugar não na sala de aula, mas
num círculo cultural;
Biografia – Exílio

 Foi preso em 1964 pelos militares,


acusado de subversão, durante 72 dias
e depois partiu para o exílio na Bolívia,
deixando sua família no Brasil.
Permaneceu na Bolívia durante 1 mês e
meio até acontecer um Golpe de
Estado, viu-se obrigado a se mudar
para o Chile.
 No Chile, trabalhou por 5 anos no
Instituto de Capacitação e Investigação
em reforma Agrária (ICIRA) e escreveu
seu principal livro: “Pedagogia do
oprimido” (1968).
 Ainda passou por EUA e Suíça. Neste
período prestou consultoria educacional
a governos de países pobres, a maioria
da África.
Biografia - Exílio
 Atividades no exílio
CHILE (novembro de 1964 a abril de 1969)
- Assessor do Instituto de Desarollo Agropecuário e do Ministério da Educação do Chile.
- Consultor da Unesco junto ao Instituto de Capacitación e Investigación em reforma Agrária do
Chile. Neste país escreve Pedagogia do Oprimido que é resultado dos seus cinco primeiros anos de
exílio e expressa suas vivências com a educação popular, de conscientização, libertação e justiça
social.

ESTADOS UNIDOS (abril de 1969 a fevereiro de 1970)


- Professor convidado da Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachussetts, onde dava
aulas sobre suas próprias reflexões.

GENEBRA (fevereiro de 1970 a março 1980)


- Consultor do Conselho Mundial das Igrejas - conselheiro educacional de governos do Terceiro
Mundo;
- Presidente do Conselho Executivo do IDAC.
Neste período Paulo Freire “andarilhou” pelos continentes africano, asiático e europeu.
Biografia – Reaprendendo o Brasil

 Em 1980, aos 57 anos, desembarcou


em Campinas, regressando
definitivamente ao país que deixara há
16 anos. Fixou residência em São
Paulo;
 Aceitou o convite para lecionar na
Faculdade de Educação da Unicamp e
logo depois ingressou no Programa de
Estudos Pós-Graduados em Educação
(supervisão e currículo) da PUC-SP;
 Paulo Freire participa da fundação do
Vereda – Centro de Estudos em
Educação, também em São Paulo, cujo
objetivo era desenvolver pesquisas,
prestar assessoria e atuar na formação
de professores dedicados à prática da
educação popular.
Biografia – Reaprendendo o Brasil
 Em 1886, perde sua primeira esposa, Elza Maia Costa Freire, com quem ficou casado
durante 40 anos. 2 anos depois, casa-se com Ana Maria Araújo Freire;
 Com a chegada ao poder do PT, que ajudou a fundar, Paulo Freire assume o cargo de
Secretário da Educação da cidade de São Paulo em 1989;
 Em parceria com os movimentos populares, Paulo Freire criou o MOVA-SP
(Movimento de Alfabetização da Cidade de São Paulo), destinado a jovens e adultos;
 O coração de imensa fraternidade, amor e paixão por todas as gentes e pelas causas
do planeta solidário, cessou de movimentar no dia 2 de maio de 1997. Um infarto
silenciou Paulo Freire aos 75 anos de idade.

Pensamento – O método Paulo Freire
 Suas ideias nasceram no contexto do Nordeste brasileiro a partir da década de 1950,
onde metade dos seus 30 milhões de habitantes eram analfabetos, com predomínio do
colonialismo e todas as vivências impostas por uma realidade de opressão, imposição,
limitações e muitas necessidades;
 O seu “Método de Alfabetização” vai muito além da simples alfabetização, propõe e
estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, promovendo
o despertar para a cidadania;
 No processo de aprendizado, o alfabetizando ou a alfabetizanda é estimulado(a) a
articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua realidade, do seu cotidiano e das
suas vivências. Nesse sentido, vai além das normas metodológicas e lingüísticas, na
medida em que propõe aos homens e mulheres alfabetizandos que se apropriem da
escrita e da palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e
do mundo.
Pensamento – O método Paulo Freire
 O “Método Paulo Freire” está estruturado em três etapas:
1) Etapa de Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da
sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia.
2) Etapa de Tematização: aqui eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu
significado social, tomando assim consciência do mundo vivido.
3) Etapa de Problematização: aluno e professor buscam superar uma primeira visão
mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto
vivido.
Pensamento – O método Paulo Freire

 Em seu livro Educação como Prática da Liberdade, Freire propõe a


execução prática do Método em cinco fases, a saber:
1. 1ª fase: Levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará;
2. 2ª fase: Escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado;
3. 3ª fase: Criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai
trabalhar;
4. 4ª fase: Elaboração de fichas-roteiro que auxiliem os coordenadores de debate no
seu trabalho.
5. 5ª fase: Elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas
correspondentes aos vocábulos geradores.
Pensamento – A Pedagogia do Oprimido:
da liberdade à libertação
 Escrito durante o exílio, quando morava no
Chile, em 1968, o livro Pedagogia do
Oprimido é considerado a obra mais
completa e importante de Paulo Freire.
Traduzida em mais de 20 idiomas, tornou-
se referência para o entendimento da prática
de uma pedagogia libertadora e
progressista. Nela, estão os temas que
sustentam a concepção freireana:
conscientização, revolução, diálogo,
cooperação, entre outras;
 Quando Freire fala em pedagogia, ele não
está falando apenas das relações que se
estabelecem na escola e na sala de aula. A
sua pedagogia está relacionada a todo esse
contexto de opressão social e de falta de
democracia que estamos apontando. Toda
educação é política, assim como toda
política é educativa.
Pensamento – A Pedagogia do Oprimido:
da liberdade à libertação
 No conceito de pedagogia para a libertação, Paulo Freire caracteriza duas
concepções opostas de educação:
1. A concepção “bancária” - o educador sabe tudo e o educando pouco sabe ou nada
sabe; o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que nada sabem, que se
tornam, afinal meros objetos. “A educação torna-se um ato de depositar, como nos
bancos.”
2. Educador e educando integram um mesmo processo, estabelecendo-se uma relação
dialógico-dialética, na qual ambos aprendem juntos. Aqui prevalece o diálogo, a troca
de informações, educador e educando interagem saberes, produzem conhecimento.
Pensamento – Educação e Política: a
construção da cidadania
 Paulo Freire entende "a alfabetização
como formação da cidadania" e como
"formadora da cidadania". A
práxis freireana trata a educação para
além da sala de aula, relaciona-se a
todo um contexto de opressão social e
ausência de democracia. De maneira
ampla e diversificada, suas ideias
alcançam as áreas da economia, das
ciências sociais, da física, da química,
da psicologia, da política, entre outras.
Trata, evidentemente, de construir a
cidadania para cada um e para todos.
Pensamento – Educação e Política: a
construção da cidadania
 Desde os seus primeiros passos na  Aliando educação e política, fazendo-as
prática pedagógica, Paulo Freire optou caminhar juntas no seu trabalho de
por uma pedagogia política centrada na acompanhamento pedagógico de
liberdade e na autonomia do ser, homens e mulheres iletrados, em várias
propondo a politização da educação. partes do mundo, Paulo Freire os
motivou à reconquista dos seus direitos
 Ao avaliar que o processo do e da sua voz, via apropriação da
conhecimento acontece quando o palavra, da leitura e da escrita.
indivíduo, ao se reconhecer humano, é
estimulado a refletir sobre os seus
problemas na vida cotidiana, o trabalho
pedagógico político de Paulo Freire
movimenta-se para o homem excluído
das ações políticas, julgado, pelos
poderosos como incapaz de definir sua
existência.
Obras

 Principais obras de Paulo Freire


 “Educação como Prática de Liberdade” (1967)
 “Pedagogia do Oprimido” (1968)
 “A importância do ato ao ler: em Três Artigos que se Completam” (1981)
 “Pedagogia da Autonomia” (1996)
 “Cartas à Guiné-Bissau: registros de uma experiência em Processo” (1978)
 “Professora sim, tia não - Cartas a quem ousa ensinar” (1997)
 Influência no Pensamento Educacional
Brasileiro
 Livros de autores brasileiros sobre a vida e obra de Paulo Freire:
 História do menino que lia o mundo. Carlos Rodrigues Brandão. São Paulo: ANCA, 2002.
(Fazendo História nº 7, MST);
 Discurso pedagógico, mito e ideologia. Maria Cecília Sanchez Teixeira, Rio de Janeiro:
Quartet, 2000;
 Conversação libertária com Paulo Freire. Edson Passetti. São Paulo: Imaginário, 1998.
 Pensamento pedagógico brasileiro. Moacir Gadotti, São Paulo: Ática, 2006.
 Paulo freire: uma Biobibliografia. Moacir Gadotti, Rio de Janeiro: Cortez, 1996.
 Pedagogia da Práxis. Moacir Gadotti, Rio de Janeiro: Cortez, 1995
 O Cristo do povo. Márcio Moreira Alves. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.

 Influência no Pensamento Educacional
Brasileiro – Moacir Gadotti
 Reinventando Paulo Freire no Século 21 – 2008

 Os Mestres de Rousseau - (2004)

 Pedagogia da Terra – 2000

 Autonomia da Escola – 1997

 Escola Vivida, Escola Projetada - 1992

 Nascido em Rodeio, Santa Catarina, em 01  Paulo Freire: Uma bibliografia (1996)


de outubro de 1941, é um dos mais
 Pensamento Pedagógico Brasileiro - 2009
respeitados educadores brasileiros.
 Pedagogia da Práxis (1995)
 Autor de muitos livros, alguns em parceria
com Paulo Freire, com quem estudou nos  Marx: Transformar o Mundo. (1989)
anos 70, na Suíça.
 Publicações em que desenvolve uma
proposta educacional cujos eixos são a
formação crítica do educador e a construção
da Escola Cidadã, numa perspectiva
REFERÊNCIAS

 http://projetomemoria.art.br/PauloFreire/index.jsp
 https://educacaointegral.org.br
 http://pedagogia-dosaber.blogspot.com/p/moacir-gadotti.html
 Educar para Transformar. Produção de Tânia Quaresma. Projeto Memória, 2005. 1
Arquivo de áudio/vídeo wmv (29 min).
 BORTOLINI, Rosane Wandscheer. Freire e o pensamento educacional brasileiro.
Pleiade, Foz do Iguaçu, v.3, n.6, p.85-100, jul/dez. 2009.

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