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“Sempre é uma companhia”

de Manuel da Fonseca
Ação
A vida antes e depois da chegada da telefonia a Alcaria
• A solidão e os sentimentos de vazio e de inércia de Batola e a vida
dura e monótona dos habitantes de Alcaria – aldeia rural alentejana.

• Chegada da telefonia.

• A transformação operada nos habitantes da aldeia com a chegada da


telefonia.
Ação
• Antes da telefonia:
Tempo de marasmo e solidão;
Ausência do comunicação;
Desalento e inércia;
Falta de energia para agir.
• Depois da telefonia:
Tempo de convívio e encontro;
Comunicação entre as pessoas;
Curiosidade e alento;
Impulso para agir.
Ação aberta : deduz-se que o casal voltou a aproximar-se, surgindo
afetos e partilha, entre ambos.
Personagens
Protagonista: Batola
Outras personagens: a mulher de Batola, o amigo Rata e os habitantes
de Alcaria (homens, mulheres e crianças) e o vendedor da telefonia.
Tipo de caracterização: direta e indireta.
Exemplos de caracterização direta: “atarracado”, “pernas arqueadas”,
“olhar cheio de tédio”
Exemplos de caracterização indireta: “levanta-se quando quer”,
“Espreguiça-se, boceja, e arrasta-se até à caixa de lata enferrujada.”
Personagens
• António Barrasquinho, o Batola
Antes da rádio: preguiçoso, indolente, irresponsável, infeliz, solitário,
alcoólico.
Depois da rádio: determinado, lúcido, responsável, conversador,
ansioso por notícias
• A mulher do Batola
Antes da rádio: responsável, diligente, determinada, autoritária.
Depois da rádio: Aparentemente confusa, solitária, submissa,
(quase)terna, conciliadora.
Personagens
• Rata, o mendigo – amigo de Batola:
Antes da rádio: sociável, companheiro, conhecedor do “mundo” além
da aldeia.

• A população da aldeia:
Antes da rádio: exaustos do dia de trabalho, presos à rotina, sem ânimo
para conviver.
Depois da rádio: admirados, animados, alegres, curiosos,
conversadores.
Personagens
• O vendedor : observador, dotado de sentido de oportunidade,
simpático, sorridente, expedito, manipulador.

• Calcinhas: obediente, prestável.


Espaço físico e social
• Espaço físico:

A venda e os fundos da casa de Batola- espaço de desleixo e de sujidade;


Alcaria, a aldeia alentejana (quinze casas);
A rua
Os campos, planície alentejana com campos solitários;
O velho caminho que vem de Ourique, espaço de evasão, de sonho.
Espaço

• Espaço social:
Localidade rural, de condições de vida duras;
Parada no tempo;
Isolamento geográfico – Alentejo profundo - sem contacto com o
resto do mundo (fechamento);
Atraso tecnológico, só uma casa tem eletricidade e sem telefonia;
Espaço de pobreza e do atraso cultural – talvez devido às políticas do
governo central.
Espaço
• Espaço psicológico:
• A negatividade do espaço estende-se ao retrato das personagens, é
opressivo – antes da chegada da telefonia;
• A comunicação entre as personagens leva a uma mudança de
perspetivas sobre o espaço (tudo se torna mais perto)
• O espaço, que aprisionava, torna-se libertador.
Tempo
• Tempo histórico – durante a Segunda Guerra Mundial e do Estado
Novo;
• Tempo da ação – concentração: a “véspera” e a “tarde” da chegada
da telefonia e o “mês” de experiência.
• Tempo psicológico – antes da telefonia, há uma vivência lenta do
tempo cronológico; o mês da experiência da telefonia foi vivido
intensamente.
Narrador
• Narra os acontecimentos e 3ª pessoa - narrador heterodiegético

• Comenta – narrador subjetivo;

• Conhece o mundo interior das personagens – narrador omnisciente;


Linguagem e estilo
• Simplicidade da linguagem (predomínio de termos monossémicos)
• Escassez de expressões dubitativas;
• Presença de regionalismos e expressões populares;
• Predomínio da linguagem denotativa com função informativa ou
referencial.
Características do conto do século XX
Neorrealismo
O papel de intervenção social do conto – contribuir para a mudança da
sociedade

Alertar para as condições humanas e sociais dos habitantes do Alentejo


profundo – a solidão, o abandono, a trabalho árduo, a vida difícil e
infeliz dos habitantes.

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