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Almeida Garrett, Frei Luís de

Sousa: contextualização
histórico-literária
1. Em que período histórico-literário
se integra este texto dramático?

Esta obra integra-se no romantismo.


2. Qual é o século de implantação do
romantismo em Portugal?

Em Portugal, o século XIX é o século


romântico, por excelência.
3. Qual é a situação política, em
Portugal, no início do século XIX?

Em Portugal, no século XIX, vive-se um


conflito entre absolutismo e liberalismo.
4. Que características específicas
apresenta o romantismo na literatura?

O romantismo foi, ao mesmo tempo, um


movimento de rutura com o classicismo e de
inovação para a arte. Na literatura, os
escritores românticos valorizam o indivíduo e
as suas emoções e redescobrem as raízes
culturais e históricas, assumindo-se como
defensores de uma literatura nacional.
A dimensão patriótica e a sua
expressão simbólica;
o Sebastianismo: História e ficção
1. Que época histórica de Portugal
retoma a peça Frei Luís de Sousa?

Frei Luís de Sousa integra a ação no


início do século XVII (1599), vinte e um anos
após a Batalha de Alcácer-Quibir (4 de agosto
1578), que provocou o desaparecimento do
rei D. Sebastião.
2. Em que medida o Sebastianismo
está presente nesta obra?

Ao longo da peça, o Sebastianismo está


presente em múltiplos aspetos: nos receios de
D. Madalena, nas esperanças patrióticas de
Maria, nos desejos mais profundos de Telmo e
no confronto entre Manuel de Sousa
Coutinho e os governadores espanhóis.
3. Em que medida se cruzam na obra
História e ficção?

Nesta obra, estão presentes algumas


figuras históricas, no entanto o seu
desempenho é essencialmente ficcionado.
No texto dirigido ao Conservatório Real,
Garrett assinala: “Eu sacrifico às musas de
Homero não às de Heródoto: e quem sabe,
por fim, em qual dos dois altares arde o fogo
de melhor verdade!”
Recorte das personagens
principais, a dimensão trágica
1. Como podemos caracterizar
D. Madalena?

D. Madalena de Vilhena é a suposta


viúva de D. João de Portugal, desaparecido na
Batalha de Alcácer-Quibir. Casada em
segundas núpcias com Manuel de Sousa
Coutinho e mãe de Maria, é uma personagem
angustiada e insegura que está
constantemente aterrorizada com o possível
regresso do primeiro marido.
1. Como podemos caracterizar
D. Madalena?
(cont.)

Sente fortes remorsos, pois enamorou-


se por Manuel de Sousa Coutinho ainda
casada com D. João de Portugal. Mostra-se
inquieta e preocupada em relação à saúde da
filha. É uma personagem que representa o
horror ao vazio familiar e à solidão, típicos da
mentalidade do seiscentismo.
2. Como podemos caracterizar
Manuel de Sousa Coutinho?

Manuel de Sousa Coutinho é o segundo


marido de D. Madalena e pai de Maria. É uma
personagem íntegra que se rege por valores
morais e patrióticos. Manifesta alguma
preocupação relativamente à saúde da filha.
Apresenta uma relevante cultura livresca e
forte sentimento religioso.
3. Como podemos caracterizar
D. Maria de Noronha?

Maria é filha de D. Madalena e de


Manuel de Sousa Coutinho. É uma jovem
curiosa, fantasiosa e idealista. Anseia pelo
regresso de D. Sebastião e pela libertação de
Portugal do jugo de Castela.
4. Quem é Frei Luís de Sousa?

Frei Luís de Sousa é o nome que Manuel


de Sousa Coutinho adota quando decide
entrar para o convento, no final da peça.
5. Como se pode relacionar a ação
desta peça com o espaço descrito
nas didascálias iniciais?
A ação de Frei Luís de Sousa decorre
essencialmente em espaços interiores, em
Almada: no Palácio de Manuel de Sousa
Coutinho, no Ato I, e no Palácio de D. João de
Portugal, nos Atos II e III. Enquanto no Ato I o
espaço é familiar e agradável, no Ato II,
domina um espaço opressivo, pouco
iluminado e inquietante.
5. Como se pode relacionar a ação
desta peça com o espaço descrito
nas didascálias iniciais?
(cont.)
O Ato III tem lugar na capela do palácio,
um espaço ainda mais reduzido e mais
austero. Esta progressão evidencia o
progressivo “encurralamento” da
personagens.
Linguagem, estilo e estrutura:
características do texto dramático;
A estrutura da obra; o drama
romântico: características
1. Que características específicas
apresenta o texto dramático?

O texto dramático apresenta um texto


principal constituído por diálogo, monólogo ou
apartes e um texto secundário destacado, com
indicações cénicas, designado didascália. Os
textos escritos para serem representados estão,
geralmente, divididos em atos, sempre que há
mudança de cenário, e em cenas, de acordo com
a entrada ou saída das personagens do palco.
2. Qual é a estrutura de Frei Luís de
Sousa?

Como é característico do texto dramático,


Frei Luís de Sousa organiza-se em três atos,
todos eles subdivididos em cenas. O Ato I
constitui o momento inicial de exposição do
conflito que evolui até ao final do Ato II,
culminando com o reconhecimento do Romeiro
por Frei Jorge. No Ato III, inicia-se a resolução do
conflito que termina com a catástrofe final.
3. Quais são as características da
tragédia presentes nesta peça?
Esta peça, não sendo uma tragédia, contém
algumas características deste género clássico, que
apresenta um conflito que conduz as personagens a
uma fatalidade ruinosa, tal como acontece neste
texto. Assim, em Frei Luís de Sousa encontramos
alguns elementos que integram a tragédia clássica: o
desafio à ordem estabelecida (hybris), a presença
implacável do destino (anankê), o reconhecimento
(anagnórise), a catástrofe final.
4. Quais são as características do
drama romântico?

O drama romântico valoriza o homem


como joguete das suas próprias paixões e
analisa o mundo e as relações sociais numa
perspetiva próxima do cidadão comum.
Apresenta, por vezes, momentos que
provocam o riso misturados com um clima
emocional mais pessimista.
5. Por que razão Frei Luís de Sousa
não é uma tragédia clássica?

Esta obra não é uma tragédia, uma vez que


não apresenta todas as características específicas
que este género exige. A tragédia clássica
apresenta três atos centrais acompanhados de
um prólogo e um de epílogo, três protagonistas, o
coro, que anuncia ou comenta os
acontecimentos, e respeita a unidade de ação, de
tempo e de espaço.

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