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APRENDENDO A PENSAR

COM A SOCIOLOGIA

Zygmunt Bauman & May Traduzido por Alexandre Werneck. Jorge


Zahar Editor 1990.
É possível compreender, no capítulo 10, Bauman & May
procuram explicar as tarefas do sociólogo, em que buscam
expressar o olhar sociológico, afirmando que o entendimento
está no núcleo da vida social, usando dois exemplos:

 O entendimento das coisas, suas ordens e seus significados.


que passa a ser entendido a partir de suas relações.

 O conhecimento tácito que extraímos de nossas vivências


cotidianas, formando quem somos.
Desse modo, eles explicam que o livro foi moldado através da
dimensão desses dois pontos e de suas complexidades para, enfim,
chegarmos ao ponto principal de o que é a sociologia e de que se trata
seu estudo.
Desta forma, os autores fazem a seguinte afirmação no que diz
respeito ao olhar sociológico:

“ Trata-se de uma forma de entendimento via um Relacionismo que


situa as pessoas pela maneira como suas vidas estão ligadas às
outras.” Neste contexto, nos chama atenção para uma atitude
questionadora e provar que entender o outro é entender a nós mesmos
com o auxílio e exemplo do exercício da alteridade.
Os autores caracterizam a sociologia como um “comentário
da vida social”, pois nos fornece uma série de notas
explicativas às nossas experiências. Ela também mostra
implicações para a maneira como conduzimos nossa vida.

Ainda no capítulo, classificam a sociologia como um olhar


disciplinado que analisa “como” procedemos em nossa vida
cotidiana e aloca os detalhes oriundos dessa análise em um
“mapa” que se estende para além de nossas experiências
imediatas.
O objetivo do texto gira em torno da máxima de que o pensamento
sociológico é uma forma disciplinada de pensar, e dar forma aos
processos de busca para soluções mais duradouras para problemas
rotineiros e/ou cotidianos.

Bauman & May citam a marca dos tempos modernos, como se


espera que a sociologia forneça informações sobre como as coisas
precisam ser arrumadas provocando nas pessoas o tipo adequado
de comportamento, explorando as esperanças, anseios, desejos e
motivações que dão forma as ações humanas.

Como exemplo disto eles fazem uso de situações cotidianas no


âmbito profissional:
Os administradores de call centers e fábricas podem contratar
sociólogos a fim de obter maior produtividade de seus empregados;
os líderes militares, solicitar-lhes a aplicação de pesquisas de coletas
de dados e estudos de observação que potencializem maior
disciplina nas fileiras ou revelem informações relativas a alvos
inimigos; as forças policiais, encomendar propostas de como
dispersar multidões de modo eficaz e implantar métodos de
fiscalização; supermercados, encaminhar seus agentes de segurança
a cursos projetados para detectar e reduzir o roubo em lojas; as
empresas, buscar expertise na sedução de clientes para a compra de
seus produtos; e os profissionais de relações públicas, os melhores
métodos para tornar os políticos mais populares e elegíveis,
fazendo-os parecer estar “em contato” com o povo.”
Explica ele que todas essas demandas significam a tarefa
do sociólogo sobre a maneira de combater situações pré
denominadas problemas por grupos específicos que
ignoram ou consideram “irrelevantes” as explicações e
soluções alternativas.
O texto aborda as três estratégias:

Primeira estratégia se preocupa com uma replicação da empresa


científica tal como colocada por essas expectativas dominantes.

Nosso pensador principal aqui é alguém cujo legado intelectual


ainda está sendo avaliado, dadas a amplitude e a profundidade
de seus interesses, mas também a relação entre seus escritos e o
contexto social em que se encontrava.
A sociologia, de acordo com esse modelo, é como um
explorador das grandes navegações, em busca de terras
sobre as quais ninguém tenha reivindicado soberania.
Durkheim as encontrou nos fatos sociais.

Trata-se dos fenômenos coletivos, irredutíveis a um


indivíduo em particular.
Podemos denominar esse segundo modelo reflexão e modificação.
Associado sobretudo ao trabalho de Max Weber, rejeita a ideia de
que a sociologia deva desinteressadamente imitar as práticas das
ciências físicas.

Em vez disso, propõe que a prática sociológica, sem perder a


precisão desejada do conhecimento científico, seja tão diferente
daquela das ciências naturais quanto a realidade humana investigada
pela sociologia o é do mundo estudado pelas ciências da natureza.

É essa realidade que deve conduzir a sociologia - que, como


disciplina, precisa ser sensível às mudanças ocorridas no interior das
sociedades como um todo.
Há ainda uma terceira estratégia que não é replicação, reflexão nem
modificação, mas pode ser caracterizada como demonstração pelo
efeito.

O objetivo nesse caso é mostrar que a sociologia tem aplicações


práticas diretas e efetivas.

Essa estratégia dar à sociologia uma distinção prática em sua


missão de produzir um diagnóstico social.
É possível compreender que um professor de sociologia tem
por objetivo despertar em seus alunos um olhar sociológico,
isto é, construindo por meio do estranhamento do qual
implica na desnaturalização da vida social, ou seja, em não
tomar como natural, os acasos dos acontecimentos da vida
em sociedade, as concepções existentes a respeito dela e as
explicações, mas adquirir um senso crítico e reflexivo com
relação à vida social, permitindo observar a realidade em
que os indivíduos estão inseridos.
Nesse sentido, a sociologia no ensino médio permite
aos alunos superar as limitações inerentes ao
conhecimento do senso comum, com a questão das
pré-noções. Conforme Giddens (1984), a tarefa da
sociologia é romper a fronteira do familiar, do
próximo, do que é particular.
Segundo Giddens (2005) o pensamento sociológico deve contribuir para
a formação dos sujeitos por meio de três aspectos centrais:

 O primeiro aspecto é a questão no qual sujeito passa a ter consciência


das diferenças culturais, isto é, tendo em vista que ela nos possibilita
um olhar diferente ao mundo a partir de outros pontos de vista no
qual não são nossos exclusivamente;
 Já o segundo aspecto é referente ao modo de avaliar os efeitos das
políticas, já que uma pesquisa sociológica nos possibilita para a
avaliação de iniciativas políticas;
 E o último aspecto segundo o autor é justamente o auto
esclarecimento, uma vez que “Quanto mais sabemos porquê agimos
como agimos e como se dá o completo funcionamento de nossa
sociedade, provavelmente seremos mais capazes de influenciar
nossos próprios futuros.” (Ibidem, p. 27).
Três tipos de recortes são retirados nas propostas construídas
para o ensino de Sociologia no nível Médio e encontráveis nos
parâmetros oficiais, nos livros didáticos e mesmo nas escolas.
São eles: conceitos, temas e teorias

Os conceitos são elementos do discurso cientifico que se


referem a realidade concreta. Nesse caso, o discurso sociológico
merece um tratamento especial em sala de aula.
Temas
Pode-se trabalhar com muitos temas, e, dependendo do
interesse do professor, dos alunos e também da própria escola,
adequar essa escolha à própria realidade.

Teorias
Trabalhar com as teorias clássicas ou contemporâneas impõe a
necessidade de se compreender cada uma delas no contexto de
seu aparecimento e posterior desenvolvimento – apropriação e
crítica.
O papel da sociologia possibilita aos cidadãos um ensino além do
senso comum, com uma visão crítica e questionadora com
relação às questões sociais. Ou seja, a sociologia serve como
forma de reflexão mediante a realidade do educando a respeito do
trabalho, da cidadania, pois são atividades sociais.

Desta forma, papel do docente nesse processo de aprendizagem,


não apenas um orientador, mas organizador e transmissor do
conhecimento crítico. Pois as formas de se trabalhar com a
disciplina de sociologia podem ser variadas e dinâmicas e o
professor deve aproveitar a especificidade dessa disciplina para
estimular debates e discussões em sala de aula com os seus
alunos.
Geralmente o aluno apresenta um conhecimento prévio
do seu cotidiano, mas a função do professor é
justamente relacionar o conhecimento do senso comum
ao conhecimento cientifico. Nesse sentido, o docente
torna um agente sistematizador do conhecimento, ou
seja, aquele capaz de indicar a diversidade de possíveis
pensamentos.
Conforme Durkheim, o papel da ação educativa é justamente
formar cidadãos do qual possa tomar parte do espaço público,
essa ação educativa permitirá uma integração maior na
questão do indivíduo e também em termo de sua identificação
no sistema social.

Desta forma, segundo Durkheim a sociedade é determinante,


ou seja, exige que o indivíduo se adapte aos seus objetivos.
Assim, a educação passa a ser um instrumento principal dessa
adaptação, pois é a educação que transforma a criança,
desprovida de um senso social, em um ser ativo na sociedade
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 1999):

“[...] o conhecimento sociológico tem como atribuições básicas


investigar, identificar, descrever, classificar e interpretar/explicar
todos os fatos relacionados à vida social, logo, permite
instrumentalizar o aluno para que possa decodificar a complexidade
da realidade social (BRASIL, 1999, p.37).

Nesse sentido, conforme o trecho dos PCNs a Sociologia tem um


objetivo específico, ficando sob a obrigação do docente, empreender
algo bastante complexo, que é “[...] instrumentalizar o aluno para que
possa decodificar a complexidade da realidade social”.

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