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CRIMES CONTRA A DISPOSIÇÕES GERAIS LENOCÍNIO, TRÁFICO
LIBERDADE SEXUAL DE PESSOAS E ULTRAJE
PÚBLICO AO PUDOR
o Crimes contra a dignidade sexual: O Título VI do CP, com o advento da Lei nº 12.015/2009,
passou a tutelar não mais os costumes (moral sexual), mas a dignidade sexual (liberdade de
escolha do parceiro e o consentimento na prática de ato sexual).
o Estupro
3. Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Se menor de 14 anos, o delito será o do art. 217-A do CP
(estupro de vulnerável);
4. Tipo objetivo: Pune-se o ato de libidinagem forçado, buscando o agente que constrange a
vítima à conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou a praticar ou permitir que com ele
se pratique outro ato libidinoso (coito anal, oral, beijo lascivo, cópula entre os seios etc.);
7. Figuras qualificadas:
a) Se o crime for cometido contra vítima maior de 14 anos e menor de 18 anos. Ressalte-se que
o estupro contra menor de 14 anos é regulado pelo artigo 217-A, estupro de vulnerável;
b) Se a conduta do agente, praticada com violência ou grave ameaça, resultar em lesão corporal
de natureza grave para a vítima;
c) Se da conduta exercida com violência ou grave ameaça sobrevier como resultado a morte.
3. Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Tratando-se de menor de 14 anos, o crime será o do art.
217-A do CP (estupro de vulnerável);
4. Tipo objetivo: Pune-se o chamado estelionato sexual, no qual o agente, sem emprego de
qualquer forma de violência física ou moral, pratica com a vítima ato de libidinagem
(conjunção carnal ou qualquer outro), usando de fraude ou outro meio que impeça ou
dificulte a livre manifestação da vontade da vítima. É bom frisar que, para que o crime se
configure, a fraude deve ser capaz de iludir a vítima, não só pelo meio empregado como pelas
condições pessoais do ofendido;
7. Forma qualificada: A pena é acrescida de multa, caso o crime seja cometido com o fim de
obter vantagem econômica;
o Assédio sexual
2. Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, pois só pode ser praticado por pessoa que seja
superior ou tenha ascendência em relação de emprego, cargo ou função;
4. Tipo objetivo: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se
o autor de sua condição de superior hierárquico ou ascendência, inerentes ao emprego, cargo
ou função. É a insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada, que usa dessa
vantagem para obter favores sexuais do subalterno. Quanto ao possível assédio sexual
praticado por professor em relação a aluno, há uma discussão se a relação deve ser de
emprego ou se a ascendência pretendida pelo tipo penal se configura na relação professor
e aluno;
Se apenas um ato de assédio for o bastante, admite-se a tentativa, ainda que de difícil
configuração. Considerando o delito como habitual, obviamente, não será possível a tentativa.
o Estupro de vulnerável
4. Tipo objetivo: Pune-se o agente que tem conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso
com menor de 14 anos, com alguém enfermo ou deficiente mental, que não possua o
necessário discernimento, bem como com alguém que, por outra razão, não possa oferecer
resistência. Vale dizer que é irrelevante se a incapacidade de resistir foi ou não causada pelo
agente;
5. Tipo subjetivo: O dolo, devendo o agente ter ciência de que age em face da pessoa
vulnerável. No caso de enfermidade ou de deficiência mental, tal característica da vítima deve
ser aparente, reconhecível por qualquer leigo em psiquiatria;
2. Sujeito ativo: Qualquer pessoa, isolada ou associada a outrem. Como se trata de espécie de
lenocínio, o autor é conhecido como lenão;
4. Tipo objetivo: Induzir menor de 14 anos a satisfazer a lascívia (prazer sexual) de outrem. A
conduta deve recair sobre pessoa determinada, pois se o agente induz a vítima a satisfazer a
lascívia de um número indeterminado de pessoas, o crime a ser configurado será o de
favorecimento da prostituição (art. 218-B, CP);
6. Consumação e tentativa: Consuma-se o crime com a prática de ato de natureza sexual com
menor de 14 anos, independentemente de o destinatário se sentir satisfeito sexualmente. A
tentativa é admissível.
Trata-se, pois, de tipo misto alternativo, composto de duas condutas possíveis. A realização de
ambas as condutas perfaz um único delito, desde que no mesmo lugar com a mesma vítima. O
autor do crime não pode ter contato físico com a vítima, sob pena de configurar a figura de
estupro de vulnerável (art. 217-A).
5. Tipo subjetivo: Dolo, com a finalidade especial de satisfazer a lascívia própria ou de outrem. A
idade da vítima deve ser conhecida pelo agente;
3. Sujeito passivo: Menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para prática do ato libidinoso, seja homem ou mulher. A lei não
diferencia o já corrompido daquele que conta com sua moral intacta. A prostituta será vítima
sempre que for impedida de deixar a prostituição.
4. Tipo objetivo: São seis as ações incriminadas: submeter, induzir, atrair a vítima à prostituição
ou outra de facilitar a exploração sexual, facilitá-la ou impedir ou dificultar que alguém a
abandone. O favorecimento pode ocorrer por ação ou por omissão. Se o crime for cometido
com violência, grave ameaça ou fraude, diferentemente do art. 228, CP, tais circunstâncias
qualificarão o crime, mas poderá haver concurso de crimes.
a) Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com pessoa menor de 18 anos
ou maior de 14 anos na situação descrita no caput do art. 218-B;
o Disposições gerais
2. Aumento de pena: Se o crime for cometido com o concurso de duas ou mais pessoas; ou se o
agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou qualquer outro título de autoridade sobre ela.
Lenocínio;
Tráfico de pessoas;
Disposições gerais.