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QUADRADO DA

OPOSIÇÃO
QUADRADO DA OPOSIÇÃO

Quando queremos mostrar que há algo de errado com um dado argumento, podemos
fazê-lo negando/refutando uma ou várias proposições que o constituem.

Imagina que alguém nos apresenta o argumento que se segue:

Premissa 1: Nenhum mamífero põe ovos.


Premissa 2: O elefante é um mamífero.
Conclusão: O elefante não põe ovos.

Trata-se de um argumento válido e a conclusão é, sabemo-lo, verdadeira. Contudo, não


se trata de um argumento sólido e a primeira premissa pode ser negada/ refutada.
Como?
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Afirmando que todos os mamíferos põem ovos? Não.

Apresentando pelo menos um mamífero que ponha ovos, neste caso, o ornitorrinco,
isto é, afirmando que existem mamíferos que põem ovos.

As proposições «alguns mamíferos põem ovos» e «nenhum mamífero põe ovos»


podem ser simultaneamente verdadeiras? Não.

Trata-se de proposições inconsistentes: se uma delas for verdadeira, a outra é


necessariamente falsa e vice-versa.
QUADRADO DA OPOSIÇÃO

Para negar proposições categóricas podemos recorrer à lógica aristotélica e ao


quadrado da oposição.

Uma proposição categórica é uma frase sujeito-predicado. É composta por dois


termos (sujeito e predicado) ligados por uma cópula (negada ou não): «S é P» ou
«S não é P».

Um elemento fundamental das proposições categóricas aristotélicas é o


quantificador, o qual nos mostra se a relação entre sujeito e predicado respeita à
totalidade ou apenas a parte dos elementos da classe do termo sujeito.
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O quantificador que introduz a proposição – «todos» ou «alguns» – determina a sua


quantidade.

Quanto à quantidade, as proposições aristotélicas podem ser universais ou


particulares.

Consideremos os exemplos:
→ Todos os patos são aves.
→ Todas as portas não são janelas ou Nenhuma porta é janela.
→ Alguns caracóis são comestíveis.
→ Algumas manhãs não são frias.
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As duas primeiras proposições começam com a palavra «todos» ou «nenhum» (ou


«todas» ou «nenhuma»). Aristóteles designou-as, por isso, proposições universais.

Em contraste, os dois últimos exemplos são introduzidos pelo quantificador «alguns»


(ou «algumas»). Aristóteles chamou a este tipo de frases proposições particulares.

A quantidade não é o único fator relevante para a classificação das proposições


categóricas. Estas proposições são também classificadas quanto à sua qualidade. É a
partir da cópula ou partícula de ligação entre sujeito e predicado – «é» ou «não é» – que
se identifica a qualidade de uma proposição categórica. No que respeita à qualidade, as
proposições podem ser afirmativas ou negativas.
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Consideremos os exemplos:

→ Todos os gregos são europeus.


→ Alguns gregos são atenienses.

Trata-se, claramente, de duas proposições afirmativas, uma vez que em ambos os casos
se atribui um determinado predicado ao sujeito, ou seja, se afirma algo sobre o sujeito.

No primeiro caso temos uma proposição universal afirmativa (Todo o S é P) e no


segundo uma proposição particular afirmativa (Algum S é P).
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Atentemos agora nos exemplos:

→ Todos os chineses não são japoneses ou Nenhum chinês é japonês.


→ Alguns chineses não são agricultores.

Conseguimos, intuitivamente, perceber a diferença entre afirmar que algo se verifica e


negar que algo se verifica. Os exemplos agora propostos dão conta de proposições
negativas, dado que em qualquer dos casos se recusa um determinado predicado ao
sujeito. À primeira proposição, Aristóteles chamou universal negativa (Nenhum S é P) e
à segunda particular negativa (Algum S não é P).
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Dois quantificadores e duas cópulas dão assim origem a quatro formas categóricas
possíveis.
QUADRADO DA OPOSIÇÃO

Estes quatro tipos ou formas de proposições podem ser organizados num diagrama
conhecido como quadrado lógico ou quadrado da oposição.

O quadrado da oposição resume as relações lógicas que ocorrem entre as quatro formas
de proposições categóricas quantificadas.
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Proposições contraditórias: Duas proposições contraditórias não podem ser ambas


verdadeiras nem ambas falsas simultaneamente.

Proposições contrárias: Duas proposições contrárias não podem ser simultaneamente


verdadeiras, mas podem ser ambas falsas.

Proposições subcontrárias: Duas proposições subcontrárias não podem ser


simultaneamente falsas, mas podem ser ambas verdadeiras.

Proposições subalternas: Duas proposições subalternas serão ambas verdadeiras se a


proposição universal for verdadeira e ambas falsas se a proposição particular for falsa.
Contudo, nada podemos concluir da proposição universal falsa ou da particular
verdadeira.
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Com o auxílio deste quadrado podemos então concluir que, relativamente às


proposições categóricas:

Exemplo Negação

Todos os portugueses são Alguns portugueses não são


A – Universal afirmativa
continentais. continentais.

Nenhum português é Alguns portugueses são


E – Universal negativa
continental. continentais.

Alguns portugueses são Nenhum português é


I – Particular afirmativa
continentais. continental.

Alguns portugueses não são Todos os portugueses são


O – Particular negativa
continentais. continentais.
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