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“ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL FANUEL”

GUARDA MIRIM DE TELÊMACO BORBA

AULA 8
PROPRIEDADES FÍSICAS E
MORFOLÓGICAS DOS MINERAIS
1 Disciplina: ESTUDO DAS MATÉRIAS-PRIMAS
Módulo: 6° MÓDULO
Data: 17/11/2018

Ricardo Assis dos Santos


DEFINIÇÃO
As propriedades físicas dos minerais são o resultado direto de
sua composição química e de suas características estruturais.
Existe um conjunto de propriedades físicas que podem ser examinadas
ou testadas rapidamente, com auxílio de instrumentos simples como um
imã, uma lupa de mão, um canivete e uma placa de porcelana. Com,
frequência estas propriedades são suficientes para a identificação de
um mineral desconhecido e, pela facilidade de seu estudo, são de
emprego corriqueiro por mineralogistas, tanto no campo como em
laboratório.

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A definição de mineral implica em “uma composição química
definida (mas geralmente não fixa)”:

 Sólido: onde as substâncias gasosas ou líquidas são excluídas do


conceito de mineral. Assim, o gelo nas calotas polares é um mineral,
mas a água não;
 Homogêneo: algo que não pode ser fisicamente dividido em
componentes químicos mais simples, dependente da escala de
observação;
 Natural: substâncias idênticas em composição e propriedades a um
mineral conhecido, o nomes deste mineral pode ser usado, acrescido do
adjetivo calotas polares como um mineral. Entretanto, para seguir o
conceito de mineral à risca, o gelo que fabricamos na geladeira não é
um mineral; 3
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A definição de mineral implica em “uma composição química
definida (mas geralmente não fixa)”:

 Composição Química Definida: quando um mineral é um substância


que pode ser expressa por uma fórmula química. Exemplo: O ouro
nativo é Au, a do quartzo é SiO2, a da calcita é CaCO3.;
 Arranjo Atômico Ordenado: implica na existência de uma estrutura
interna, onde os átomos ou íons estão dispostos em um padrão
geométrico regular, obedecendo as regras de simetria.;
 Inorgânico: podem se enquadrar em todos os requisitos indicados
acima, porém são geradas naturalmente por organismos, o exemplo
mais comum de mineral inorgânico/biogênico é o carbonato de cálcio
(CaCO3) presente nas conchas de moluscos na forma de minerais como
calcita e dolomita. 4
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Para determinar com segurança a composição química de um
mineral é necessário fazer uma análise química em laboratório.
Diversos métodos analíticos (análise por via úmida, fluorescência de
raios-x, microssonda eletrônica, espectrometria de absorção atômica,
ICP-MS, etc.).
Os resultados da análise química quantitativa de minerais e
rochas são geralmente expressos em proporção relativa ao peso do
material analisado. Assim, os elementos (ou óxidos) mais abundantes
na amostra podem ser expressos em termos de “percentagem em peso”,
enquanto elementos que estão presentes em quantidades muito
pequenas são normalmente expressos em “ppm”. (partes por milhão).

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A tabela abaixo (Klein & Hurlbut, 1999, p. 240) ilustra um
resultado de análise química quantitativa de um sulfeto:

CALCOPIRITA
1 2 3 4 5 6
% em Peso Proporção Razão Índice
Mineral Índice
peso atômico atômica atômica em %
Cu 34,30 63,54 0,54 ≈1 0,496368 49,6
Fe 30,59 55,85 0,55 ≈1 0,503632 50,4
S 34,82 32,07 1,09 ≈2 0,998359 99,8
Total 99,71

Cátions = Cu e Fe 6

Ânions = S
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
 A julgar pelos resultados da coluna 1, poderíamos interpretar o
mineral como tendo proporções iguais de Cu, Fe e S.
 Esta interpretação pode ser justificada do ponto de vista de
percentagem em peso, mas não reflete a real proporção de átomos
de cobre, ferro e enxofre na fórmula do mineral. Isto ocorre porque os
três elementos possuem pesos atômicos diferentes (coluna 2).
 Assim, um átomo de enxofre pesa pouco mais que a metade de um
átomo de ferro e quase a metade de um átomo de cobre. A
verdadeira proporção entre os átomos de cobre, ferro e enxofre na
fórmula do mineral pode ser obtida dividindo-se os valores das
percentagens em peso (coluna 1) pelo respectivo peso atômico de
cada elemento (coluna 2), fornecendo as proporções atômicas da
coluna 3.
 A partir destes valores, é possível deduzir que existem,7
aproximadamente, 1 átomo de Cu e 1 átomo de Fe para cada 2
átomos de S no mineral em questão.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
É possível, agora, representar a fórmula química do mineral
como CuFeS2, que corresponde ao mineral calcopirita. Note que, na
calcopirita, a proporção de Cu:Fe:S é 1:1:2, mas a proporção dos
metais para o não-metal é (Cu+Fe):S = 2:2 = 1:1. A proporção entre os
metais e os não-metais é frequentemente usada como um critério para
separar tipos químicos dentro de uma classe de minerais. Assim é
possível fazer uma análise quantitativa , é possível expressar a fórmula
exata para aquele mineral específico. Para o sulfeto da tabela anterior
esta fórmula será:

(Cu49,6Fe50,4)S2
Os índices da fórmula acima foram obtidos dividindo a proporção
atômica de cada cátions (coluna 3) pelo total de cátions (1,08753) e8
multiplicando por 100. Estes índices representam as percentagens de
CuS e FeS na fórmula do mineral analisado.
O QUE É MINERAL?
““Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição
química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente
ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos”".
Klein & Hurlbut (1999)

“Substância homogênea, inorgânica, de ocorrência natural com


propriedades químicas e físicas definidas em estado sólido”.

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Ilmenita
Tirolita Ouro + Quartzo
O QUE É MINERAL?
Composição química bem definida: pode ser representado por uma fórmula
química;

Dolomita – CaMg(CO3)2 Pirita – FeS2

Outros minerais podem apresentar uma série, onde um elemento pode


ser total ou parcialmente substituído por outro. Um exemplo são os piroxênios
que não apresentam composição química definida podendo variar com os
elementos Mg e Fe se substituindo mutuamente em várias proporções na
composição do mineral (solução sólida)-(Mg,Fe)SiO2;

Enstatita (Piroxigênio) – (Mg,Fe)SiO2


ORIGEM DOS MINERAIS
 Os minerais se formam pela cristalização a partir do resfriamento de
magmas.
A formação dos minerais depende em grande parte das condições físicas,
temperatura e pressão. Porém, a formação dos minerais, embora controlada
por aquelas condições físicas, pode processar-se por modos diversos que se
vão passar em revista.

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ORIGEM DOS MINERAIS
 Estrutura Cristalina: possui arranjo atômico geometricamente
ordenado.

 Cristal: sólido homogêneo com ordem interna regular limitado por face
planas.

Cristal de
Topázio 12
ORIGEM DOS MINERAIS
 Mineralóide: designação dada a materiais de origem geológica que
apresentem características semelhantes às dos minerais, mas não sejam
cristalinos ou, quando sejam, não tenham uma composição química
suficientemente uniforme para poderem ser considerados com um mineral
específico. Apresentam características amorfas ou parcialmente amorfas.

Âmbar
Obsidiana Mercúrio líquido
13

Outros exemplos: cálculo renal, concha de moluscos, gelo da geladeira.


ORIGEM DOS MINERAIS
 A opala é um silicato hidratado
amorfo (não possui arranjo
cristalino) originada da
decomposição de silicatos.

 A pérola é considerado um
mineralóide por ser produzida
organicamente. Também não
apresenta arranjo cristalino. É
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composta principalmente por
CaCO3 hidratado (nH2O).
ORIGEM DOS MINERAIS
 O gelo formado nas regiões polares é considerado um mineral, no
entanto, a água em estado líquido, não.

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ORIGEM DOS MINERAIS
 Rocha: agregado natural e multigranular formado de um ou mais
minerais e/ou mineralóide.
Granito

Cascalho
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ORIGEM DOS MINERAIS
 Minério: é um termo usado quando a rocha ou mineral apresenta
importância econômica.

Uraninita – rocha rica em Óxido de


Urânio Bauxita – rocha rica em Óxido-
hidróxido de alumínio
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PROPRIEDADES FÍSICAS
Minerais formam-se por cristalização, que nada mais é que o
crescimento de um sólido a partir de um gás ou líquido.
Os átomos agrupam-se em proporções químicas e arranjos cristalinos
segundo um arranjo geométrico tridimensional regular – ângulos se
formam entre as ligações químicas.

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Cloreto de Sódio
(NaCl)
HÁBITO CRISTALINO
Por hábito de um mineral se entende a (s) forma (s) com a qual ele aparece
frequentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais
tabulares (achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos
característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida. Muitas espécies
minerais ocorrem preferencialmente com um determinado hábito.
Por exemplo, cristais de magnetita (Fe3O4) são frequentemente octaédricos, pirita –
(FeS2) –comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas ocorrem
como lamelas.

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HÁBITO CRISTALINO
A lista a seguir inclui os termos mais
comumente usados na descrição do hábito dos
minerais.
 Prismático:– os cristais do mineral são
frequentemente constituídos por prismas (ou
combinações de mais de um prisma). Usualmente
são empregados adjetivos para qualificar os cristais
prismáticos, como colunares, aciculares, fibrosos,
capilares ou filiformes, tabulares, laminares.
 Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico,
etc.: – mineral caracterizado pela ocorrência
frequente de cristais com as formas citadas.
 Micáceo: –cristais tabulares ou lamelares formados
por placas finas (como as micas (foto);
 Euédrico, subédrico, anédrico:– mineral que
ocorre comumente como cristais bem formados
(euédricos), ou com apenas algumas faces bem 20
desenvolvidas (subédricos), ou ainda como grãos
sem faces cristalinas presentes (anédricos).
CLIVAGEM
É a tendência de um mineral quebrar-se ao longo de planos de fraqueza (ligações
químicas mais fracas), produzindo superfícies lisas e brilhantes.

Os planos de clivagem são, portanto, repetitivos desde a escala mesoscópica


(do cristal), a escala microscópica e até a escala da própria estrutura cristalina. Para
estudar a clivagem de um mineral não é suficiente apenas reconhecê-la, mas é
necessário caracterizá-la em termos de sua orientação e sua qualidade. Em termos de
orientação (geometria) a clivagem pode ser descrita por adjetivos que a relacionam com
formas cristalinas. Assim, pode-se caracterizar a clivagem como cúbica (como na galena
- PbS), octaédrica (como no diamante - C), dodecaédrica (como na esfalerita - ZnS),
romboédrica (como na calcita - CaCO3), prismática (como nos piroxênios e anfibólios),
pinacoidal (como a clivagem basal das micas), etc.
Vimos que a clivagem esta intrinsecamente relacionada a estrutura cristalina.
Portanto, se um mineral possui uma determinada direção de clivagem, existe o potencial
para ocorrerem inúmeros planos de clivagem ao longo daquela direção. Assim, pode-se
dizer que uma clivagem é excelente (como a clivagem basal das micas e do grafite), boa,
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pobre ou ruim..
FRATURA
 Superfície irregular e curva, formada após a quebra do mineral que é
controlada pela estrutura atômica (maneira como o mineral se quebra
quando a clivagem é ausente);

A fratura refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe/quebra, exceto


aquelas controladas pelas propriedades de clivagem e partição. Ocorre
quando a força das ligações químicas fortes iguais em todas as direções e,
portanto, o rompimento não ocorre ao longo de nenhuma direção cristalográfica
em particular.

Os termos mais comuns usados para descrever fraturas em um mineral são:

1. Irregular - superfícies rugosas e irregulares;


2. Conchoidal – superfícies lisas e curvas (forma de concha interna), vidro
comum e quartzo; 22
3. Fibrosa - quando o mineral se rompe formando estilhaços ou fibras;
4. Serrilhada - superfície denteada, irregular, com bordas cortantes).
DUREZA
Define-se como dureza de um mineral a resistência que uma superfície lisa do
mineral apresenta a ser “arranhada”(sulcada) por outro material (outro mineral, a
ponta de uma faca, etc.). Em última instância, a dureza de um mineral está
relacionada à reação da estrutura cristalina à aplicação de esforço sem ruptura.
Em cristais formados essencialmente por ligações metálicas, os
quais podem fluir plasticamente, o atrito de um material de dureza mais alta
contra a superfície do cristal tende a produzir um sulco.
Minerais formados por ligações iônicas ou covalentes tendem a
apresentar um comportamento mais rúptil. Ao ser submetidos ao mesmo teste,
a produção do sulco poderá ser acompanhada da produção de pó do mineral
mais mole.

O mineralogista austríaco F. Mohs idealizou uma escala de dureza


com base em dez minerais relativamente comuns, aos quais atribuiu graus de
dureza relativa de um a dez. Esta escala ficou conhecida como Escala de 23
Dureza de Mohs.
DUREZA – ESCALA DE MOHS
Portanto, se um mineral que se deseja identificar é capaz de sulcar a fluorita
(4), mas não sulca a apatita (5), pode-se dizer que este mineral tem uma dureza entre
4 e 5.

Assim, “a unha humana possui dureza pouco acima de 2 (sulca talco e gipsita, mas não
sulca calcita)”; o cobre tem dureza pouco abaixo de 3; o aço comum tem dureza pouco
acima de 5; o vidro comum tem dureza 5 ½ , o aço temperado tem dureza 6 ½ etc.

Em termos de dureza absoluta, a progressão de talco (dureza 1) até diamante (dureza


10) não é linear, mas segue uma curva exponencial, de tal maneira que a diferença de
dureza entre o diamante (10) e o corindon (9) é muito maior do que a diferença de
dureza entre a gipsita (2) e o talco (1).
Como a dureza é uma propriedade direcional, alguns minerais possuem
dureza diferente segundo direções cristalográficas distintas. Quando ocorre, este fato
frequentemente auxilia na identificação do mineral. Por exemplo, os cristais de cianita
possuem dureza igual a 5 na direção do comprimento e dureza igual a 7 na direção
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perpendicular ao comprimento.
TENACIDADE
A tenacidade é o impacto necessário para levar um
material à ruptura, ou seja, a sua resistência ao ser
quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. A tenacidade
não guarda necessariamente relação com a dureza. O
exemplo clássico desta diferença é o diamante, que
possui dureza muito elevada mas tenacidade
relativamente baixa, quando submetido a um impacto.

Os seguintes termos qualitativos são usados para expressar tenacidade de um mineral:

 Friável (frágil ou quebradiço) : se rompe ou é pulverizado com facilidade. Ex.: calcita


e fluorita;
 Maleável: pode ser transformado em lâminas. Ex.: ouro, prata e cobre;
 Séctil: pode ser cortado por uma lâmina de aço/canivete. Ex.: ouro, prata e cobre;
 Dúctil: pode ser estirado para formar fios. Ex.: ouro, prata e cobre;
 Flexível: pode ser curvado, mas não retorna a sua forma original, depois de cessado o
esforço. Ex.: alumínio, talco e gipsita (gesso); 25
 Elástico: pode ser curvado, mas volta à sua forma original, depois de cessado o
esforço. Ex.: micas, borracha*.
DENSIDADE RELATIVA
A densidade relativa de minerais é definida através da razão entre quantas vezes o
volume do mineral é mais pesado que o volume de água, expressão em g/cm3.
A densidade relativa é característica para cada mineral, e depende
basicamente de dois fatores: (1) os elementos químicos que constituem o mineral e (2)
a maneira como estes elementos estão arranjados dentro da estrutura cristalina.

 Os carbonatos ortorrômbicos de Ca, Sr, Ba e Pb, onde a densidade relativa


aumenta com o aumento do peso atômico do cátion, de 2,95 na aragonita (CaCO3)
até 6,55 na cerussita (PbCO3).

 A maioria dos minerais formadores de rocha = 2,5 < d < 3,3 g/cm3. 26

 Alguns minerais com elementos de maior peso atômico (Ba, Pb, Sr) = d > 4 g/cm3
GEMINAÇÃO
Propriedade dos minerais apresentarem intercrescimento regular
simétrico de dois ou mais cristais de uma mesma substância. Segundo
dois tipos:
1. Simples: dois indivíduos

2. Múltipla: vários indivíduos.


Geminação simples
da Estaurolita

Geminação múltipla
em Pirita
Geminação múltipla 27
em Aragonita Geminação múltipla
em Cerussita
MAGNETISMO
É a capacidade de um mineral atrair ferro, metais e imãs, também chamados de
ferromagnéticos.
O número de minerais que apresentam esta propriedade é muito pequeno. Dentre os
minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a pirrotita (Fe1-xS)
apresentam esta propriedade.

Adicionalmente, o fato de que diferentes minerais possuem diferentes


susceptibilidades magnéticas permite a separação física de grãos de minerais distintos
mediante o uso de equipamentos.
Ao ser aquecido acima de uma temperatura específica, os materiais
ferromagnéticos perdem suas fortes propriedades magnéticas, para a magnetita, este
fenômeno ocorre a 85ºC.

Pirrotita (Fe1-xS)
Magnetita (Fe3O4)
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COR
O que o nosso cérebro interpreta como cor é, na verdade, o
resultado da absorção seletiva de determinados comprimentos de onda
da luz que atravessa o mineral. Os comprimentos de onda que não são
absorvidos tornam-se dominantes no espectro que emerge do mineral, e
a combinação destes comprimentos de onda é o que é percebido
como cor.
A origem da cor em minerais está ligada a uma variedade de
razões, tais como a presença de íons metálicos (em especial metais
de transição como Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu), fenômenos de
transferência de carga, efeitos de radiação ionizante, entre outros.
Devido à possibilidade de alteração de muitos minerais por contato com
o ar, água, etc., a cor deve ser sempre observada preferencialmente em
uma fratura recente do mineral.
29
COR
Resulta da absorção seletiva de parte do espectro que compõe a luz.
Existem alguns fatores para absorção como:“
I. Elementos de transição (Fe, Cu, Ni, Cr, V) na composição;
II. Defeitos na estrutura atômica;
III. Pequenas inclusões de minerais

IV. Tipos:
 Idiocromáticos: cor característica (enxofre);
 Alocromáticos: cor variada (turmalina, quartzo)

Quartzo alocromático
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TRAÇO
É definido como a cor do pó fino de um
mineral.
Embora a cor de um mineral seja
frequentemente variável, o seu traço
tende a ser relativamente constante, e
portanto é uma propriedade
extremamente útil na identificação do
mineral. Os óxidos de ferro magnetita
(Fe3O4) e hematita (Fe2O3), por exemplo,
podem ser distinguidos por seu traço
preto e avermelhado, respectivamente.
Alguns minerais possuem dureza
tão baixa que são capazes de deixar
traço em materiais como papel, como é 31o
caso do grafite e da molibdenita (MoS2)
BRILHO
Refere-se à aparência do mineral à luz refletida. Em uma classificação
ampla, o brilho dos minerais pode ser dividido em:
 Metálico: refrete > 75% da luz incidente. Característico de minerais
dominados por ligações metálicas. Minerais de brilho metalico
geralmente (mas nem sempre) apresentam traço escuro.
 Não-metálico: sem aparência de metal, reflete < 75% da luz. Típico de
minerais dominados por ligações iônicas ou covalentes. Geralmente
possuem traço claro. Uma serie de termos são usados para descrever os
tipos de brilho não-metálico:
 Vitreo: brilho como o do vidro. Ex.: quartzo;
 Resinoso: brilho semelhante ao de resina;
 Nacarado: brilho semelhante ao brilho da perola;
 Gorduroso: brilho que lembra uma superfície coberta de óleo.
Ex.: nefelina; 32
 Sedoso: brilho que lembra a seda. Ex.: asbesto e gipsita fibrosa;
 Adamantino: brilho que lembra o brilho do diamante.
PROPRIEDADES DEPENDENTES DA LUZ
 Jogo de cores: a cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado
(diamante, opala);
 Mudança de cores: idem, mas a variação é lenta (labradorita);
 Iridescência: espectro de cores no interior (fraturas, clivagens) ou na superfície
(revestimento superficial) do mineral (bornita, calcopirita);
 Opalescência: reflexão leitosa ou nacarada no interior do mineral (opala);
 Embaçamento: a cor da superfície é diferente da cor do interior do mineral
(calcocita, bornita, calcopirita);
 Asterismo: formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é
observado ao longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais
hexagonais;
 Luminescência: emissão de luz, exceto as provocadas por incandescência.
Normalmente é tênue, melhor observável no escuro;
 Triboluminescência: emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em minerais não
metálicos e anidros (fluorita, esfalerita);
 Termoluminescência: emissão de luz provocada por aquecimento (fluorita);
 Fluorescência e fosforescência → emissão de luz provocada por exposição 33 a
determinados tipos de radiação, como luz ultravioleta, raios-x, raios catódicos.
(fluorita, scheelita);
TRANSPARÊNCIA
É a capacidade de permitir a passagem de luz. Podem ser:
 Transparente: é possível ver contornos de objetos através do
mineral;
 Translúcido: há passagem de luz, mas não é possível distinguir
contornos de objetos;
 Opaco: não permite a passagem de luz, mesmo em seções
delgadas;

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PROPRIEDADES ELÉTRICAS
A condução de eletricidade em minerais é fortemente controlada pelo
tipo de ligação existente. Assim, minerais formados exclusivamente por
ligações metálicas (por exemplo, os minerais nativos) são condutores,
minerais formados por ligações parcialmente metálicas (p.ex. alguns
sulfetos) são semicondutores, e minerais formados por ligações
iônicas e/ou covalentes são maus condutores de eletricidade.

 Piezoeletricidade: produção de eletricidade por aplicação de


pressão ao longo de um eixo polar. Este efeito só pode ocorrer em
cristais que não possuem centro de simetria. Exemplo: quartzo –
relógio de quartzo, computadores;
 Piroeletricidade: produção de eletricidade por aumento de
temperatura. Ocorre apenas em minerais que não possuem centro de
simetria e tem pelo menos um eixo polar. Exemplo: turmalina 35 –
utilizada em sensores de temperatura.
RADIOATIVIDADE
Ocorre em minerais formados por elementos radioativos, tais como U
(urânio) e Th (tório), e pode ser um importante critério de identificação
nestes casos.

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