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AULA 8
PROPRIEDADES FÍSICAS E
MORFOLÓGICAS DOS MINERAIS
1 Disciplina: ESTUDO DAS MATÉRIAS-PRIMAS
Módulo: 6° MÓDULO
Data: 17/11/2018
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A definição de mineral implica em “uma composição química
definida (mas geralmente não fixa)”:
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A tabela abaixo (Klein & Hurlbut, 1999, p. 240) ilustra um
resultado de análise química quantitativa de um sulfeto:
CALCOPIRITA
1 2 3 4 5 6
% em Peso Proporção Razão Índice
Mineral Índice
peso atômico atômica atômica em %
Cu 34,30 63,54 0,54 ≈1 0,496368 49,6
Fe 30,59 55,85 0,55 ≈1 0,503632 50,4
S 34,82 32,07 1,09 ≈2 0,998359 99,8
Total 99,71
Cátions = Cu e Fe 6
Ânions = S
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A julgar pelos resultados da coluna 1, poderíamos interpretar o
mineral como tendo proporções iguais de Cu, Fe e S.
Esta interpretação pode ser justificada do ponto de vista de
percentagem em peso, mas não reflete a real proporção de átomos
de cobre, ferro e enxofre na fórmula do mineral. Isto ocorre porque os
três elementos possuem pesos atômicos diferentes (coluna 2).
Assim, um átomo de enxofre pesa pouco mais que a metade de um
átomo de ferro e quase a metade de um átomo de cobre. A
verdadeira proporção entre os átomos de cobre, ferro e enxofre na
fórmula do mineral pode ser obtida dividindo-se os valores das
percentagens em peso (coluna 1) pelo respectivo peso atômico de
cada elemento (coluna 2), fornecendo as proporções atômicas da
coluna 3.
A partir destes valores, é possível deduzir que existem,7
aproximadamente, 1 átomo de Cu e 1 átomo de Fe para cada 2
átomos de S no mineral em questão.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
É possível, agora, representar a fórmula química do mineral
como CuFeS2, que corresponde ao mineral calcopirita. Note que, na
calcopirita, a proporção de Cu:Fe:S é 1:1:2, mas a proporção dos
metais para o não-metal é (Cu+Fe):S = 2:2 = 1:1. A proporção entre os
metais e os não-metais é frequentemente usada como um critério para
separar tipos químicos dentro de uma classe de minerais. Assim é
possível fazer uma análise quantitativa , é possível expressar a fórmula
exata para aquele mineral específico. Para o sulfeto da tabela anterior
esta fórmula será:
(Cu49,6Fe50,4)S2
Os índices da fórmula acima foram obtidos dividindo a proporção
atômica de cada cátions (coluna 3) pelo total de cátions (1,08753) e8
multiplicando por 100. Estes índices representam as percentagens de
CuS e FeS na fórmula do mineral analisado.
O QUE É MINERAL?
““Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição
química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente
ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos”".
Klein & Hurlbut (1999)
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Ilmenita
Tirolita Ouro + Quartzo
O QUE É MINERAL?
Composição química bem definida: pode ser representado por uma fórmula
química;
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ORIGEM DOS MINERAIS
Estrutura Cristalina: possui arranjo atômico geometricamente
ordenado.
Cristal: sólido homogêneo com ordem interna regular limitado por face
planas.
Cristal de
Topázio 12
ORIGEM DOS MINERAIS
Mineralóide: designação dada a materiais de origem geológica que
apresentem características semelhantes às dos minerais, mas não sejam
cristalinos ou, quando sejam, não tenham uma composição química
suficientemente uniforme para poderem ser considerados com um mineral
específico. Apresentam características amorfas ou parcialmente amorfas.
Âmbar
Obsidiana Mercúrio líquido
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A pérola é considerado um
mineralóide por ser produzida
organicamente. Também não
apresenta arranjo cristalino. É
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composta principalmente por
CaCO3 hidratado (nH2O).
ORIGEM DOS MINERAIS
O gelo formado nas regiões polares é considerado um mineral, no
entanto, a água em estado líquido, não.
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ORIGEM DOS MINERAIS
Rocha: agregado natural e multigranular formado de um ou mais
minerais e/ou mineralóide.
Granito
Cascalho
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ORIGEM DOS MINERAIS
Minério: é um termo usado quando a rocha ou mineral apresenta
importância econômica.
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Cloreto de Sódio
(NaCl)
HÁBITO CRISTALINO
Por hábito de um mineral se entende a (s) forma (s) com a qual ele aparece
frequentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais
tabulares (achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos
característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida. Muitas espécies
minerais ocorrem preferencialmente com um determinado hábito.
Por exemplo, cristais de magnetita (Fe3O4) são frequentemente octaédricos, pirita –
(FeS2) –comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas ocorrem
como lamelas.
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HÁBITO CRISTALINO
A lista a seguir inclui os termos mais
comumente usados na descrição do hábito dos
minerais.
Prismático:– os cristais do mineral são
frequentemente constituídos por prismas (ou
combinações de mais de um prisma). Usualmente
são empregados adjetivos para qualificar os cristais
prismáticos, como colunares, aciculares, fibrosos,
capilares ou filiformes, tabulares, laminares.
Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico,
etc.: – mineral caracterizado pela ocorrência
frequente de cristais com as formas citadas.
Micáceo: –cristais tabulares ou lamelares formados
por placas finas (como as micas (foto);
Euédrico, subédrico, anédrico:– mineral que
ocorre comumente como cristais bem formados
(euédricos), ou com apenas algumas faces bem 20
desenvolvidas (subédricos), ou ainda como grãos
sem faces cristalinas presentes (anédricos).
CLIVAGEM
É a tendência de um mineral quebrar-se ao longo de planos de fraqueza (ligações
químicas mais fracas), produzindo superfícies lisas e brilhantes.
Assim, “a unha humana possui dureza pouco acima de 2 (sulca talco e gipsita, mas não
sulca calcita)”; o cobre tem dureza pouco abaixo de 3; o aço comum tem dureza pouco
acima de 5; o vidro comum tem dureza 5 ½ , o aço temperado tem dureza 6 ½ etc.
A maioria dos minerais formadores de rocha = 2,5 < d < 3,3 g/cm3. 26
Alguns minerais com elementos de maior peso atômico (Ba, Pb, Sr) = d > 4 g/cm3
GEMINAÇÃO
Propriedade dos minerais apresentarem intercrescimento regular
simétrico de dois ou mais cristais de uma mesma substância. Segundo
dois tipos:
1. Simples: dois indivíduos
Geminação múltipla
em Pirita
Geminação múltipla 27
em Aragonita Geminação múltipla
em Cerussita
MAGNETISMO
É a capacidade de um mineral atrair ferro, metais e imãs, também chamados de
ferromagnéticos.
O número de minerais que apresentam esta propriedade é muito pequeno. Dentre os
minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a pirrotita (Fe1-xS)
apresentam esta propriedade.
Pirrotita (Fe1-xS)
Magnetita (Fe3O4)
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COR
O que o nosso cérebro interpreta como cor é, na verdade, o
resultado da absorção seletiva de determinados comprimentos de onda
da luz que atravessa o mineral. Os comprimentos de onda que não são
absorvidos tornam-se dominantes no espectro que emerge do mineral, e
a combinação destes comprimentos de onda é o que é percebido
como cor.
A origem da cor em minerais está ligada a uma variedade de
razões, tais como a presença de íons metálicos (em especial metais
de transição como Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu), fenômenos de
transferência de carga, efeitos de radiação ionizante, entre outros.
Devido à possibilidade de alteração de muitos minerais por contato com
o ar, água, etc., a cor deve ser sempre observada preferencialmente em
uma fratura recente do mineral.
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COR
Resulta da absorção seletiva de parte do espectro que compõe a luz.
Existem alguns fatores para absorção como:“
I. Elementos de transição (Fe, Cu, Ni, Cr, V) na composição;
II. Defeitos na estrutura atômica;
III. Pequenas inclusões de minerais
IV. Tipos:
Idiocromáticos: cor característica (enxofre);
Alocromáticos: cor variada (turmalina, quartzo)
Quartzo alocromático
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TRAÇO
É definido como a cor do pó fino de um
mineral.
Embora a cor de um mineral seja
frequentemente variável, o seu traço
tende a ser relativamente constante, e
portanto é uma propriedade
extremamente útil na identificação do
mineral. Os óxidos de ferro magnetita
(Fe3O4) e hematita (Fe2O3), por exemplo,
podem ser distinguidos por seu traço
preto e avermelhado, respectivamente.
Alguns minerais possuem dureza
tão baixa que são capazes de deixar
traço em materiais como papel, como é 31o
caso do grafite e da molibdenita (MoS2)
BRILHO
Refere-se à aparência do mineral à luz refletida. Em uma classificação
ampla, o brilho dos minerais pode ser dividido em:
Metálico: refrete > 75% da luz incidente. Característico de minerais
dominados por ligações metálicas. Minerais de brilho metalico
geralmente (mas nem sempre) apresentam traço escuro.
Não-metálico: sem aparência de metal, reflete < 75% da luz. Típico de
minerais dominados por ligações iônicas ou covalentes. Geralmente
possuem traço claro. Uma serie de termos são usados para descrever os
tipos de brilho não-metálico:
Vitreo: brilho como o do vidro. Ex.: quartzo;
Resinoso: brilho semelhante ao de resina;
Nacarado: brilho semelhante ao brilho da perola;
Gorduroso: brilho que lembra uma superfície coberta de óleo.
Ex.: nefelina; 32
Sedoso: brilho que lembra a seda. Ex.: asbesto e gipsita fibrosa;
Adamantino: brilho que lembra o brilho do diamante.
PROPRIEDADES DEPENDENTES DA LUZ
Jogo de cores: a cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado
(diamante, opala);
Mudança de cores: idem, mas a variação é lenta (labradorita);
Iridescência: espectro de cores no interior (fraturas, clivagens) ou na superfície
(revestimento superficial) do mineral (bornita, calcopirita);
Opalescência: reflexão leitosa ou nacarada no interior do mineral (opala);
Embaçamento: a cor da superfície é diferente da cor do interior do mineral
(calcocita, bornita, calcopirita);
Asterismo: formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é
observado ao longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais
hexagonais;
Luminescência: emissão de luz, exceto as provocadas por incandescência.
Normalmente é tênue, melhor observável no escuro;
Triboluminescência: emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em minerais não
metálicos e anidros (fluorita, esfalerita);
Termoluminescência: emissão de luz provocada por aquecimento (fluorita);
Fluorescência e fosforescência → emissão de luz provocada por exposição 33 a
determinados tipos de radiação, como luz ultravioleta, raios-x, raios catódicos.
(fluorita, scheelita);
TRANSPARÊNCIA
É a capacidade de permitir a passagem de luz. Podem ser:
Transparente: é possível ver contornos de objetos através do
mineral;
Translúcido: há passagem de luz, mas não é possível distinguir
contornos de objetos;
Opaco: não permite a passagem de luz, mesmo em seções
delgadas;
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PROPRIEDADES ELÉTRICAS
A condução de eletricidade em minerais é fortemente controlada pelo
tipo de ligação existente. Assim, minerais formados exclusivamente por
ligações metálicas (por exemplo, os minerais nativos) são condutores,
minerais formados por ligações parcialmente metálicas (p.ex. alguns
sulfetos) são semicondutores, e minerais formados por ligações
iônicas e/ou covalentes são maus condutores de eletricidade.
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