Das terras baixas da Holanda às montanhas de Minas.
Uma contribuição à história das missões redentoristas,
durante os primeiros trinta anos de trabalho em Minas Gerais. LUCIANO DUTRA NETO Tese PPG em Ciências da Religião. UFJF 2006 Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de São João del-Rei (1972), graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Colatina (1978), graduação em Psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (1993), mestrado e doutorado em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1999/ 2006). Atualmente é professor titular do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora na área de Filosofia e professor titular - Faculdades de Administração e Ciências Contábeis Machado Sobrinho, nas áreas de Filosofia e Ética Profissional. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Família, atuando principalmente nos seguintes temas: terapia de casais, terapia familiar, separações e divórcios. OBJETIVO DA TESE
• “Desenvolver um estudo sobre a atividade dos redentoristas,
desde a chegada dos primeiros missionários ao Brasil, em 2 de julho de 1893, até o final da década de 20, mantendo-me nos limites da História Social da Igreja Católica”. • “Enquadra-se pois esta tese, como um capítulo da História da Igreja Católica no Brasil, na linha de pesquisa História Social e Cultural das Religiões e no específico projeto de História Social do Catolicismo do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora”. FONTES + Arquivo da província do Rio de Janeiro: - Cartas dos missionários holandeses. - Revista “Volks-Missionaris”. Criada em 1879 pelo provincial Kronenburg. - Litterae Annales Provinciae Hollandicae - Per quinque Lustra. Res Gesta per quinque lustra. V- Provinciae Hollandicae-Brazilianae, 1894-1919 - http://www.archieven.nl/index.php/nl/zoeken?mivast=0&mizig=210&mia dt=1212&miaet=1&micode=AR- P039&minr=876731&miview=inv2&milang=nl FONTES +Crónicas. - Crônicas do Convento da Glória Juiz de Fora. - Labores externi – Convento da Glória. - Crônicas do Convento de Belo Horizonte. - Crônicas do Convento de Curvelo. - Crônicas do Convento de Congonhas. - João Batista Boaventura Leite. Documentos internos da Província do Rio de Janeiro. - Ibid. Os Começos - Ibid. Igreja N. Sra. da Glória – primeira fundação - Ibid. Igreja de São José – segunda fundação - Ibid. Pequena História da Vice Província – MG, RJ e ES. FONTES Júlio Cesar de Moraes Carneiro – Coletânea Sesquicentenário. Instrução pastoral dando regulamento às missões na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Livros de tombo das paróquias missionadas. Jornais: Periodieken "O Santuario de S. Geraldo" van juli 1912 en maart en december 1913, verschenen onder redactie van de paters redemptoristen te Curvelo, 1912-1913 Revistas, fotografias da época. - Spicilegium Historicum CSSR. .http://www.santalfonsoedintorni.it/pdf-studi-storici-alfonsiani Escritos de Afonso Maria Ligório. Constituições e regras da congregação do Santíssimo Redentor. CATOLICISMO POPULAR VS. ROMANIZAÇÃO.
• Catolicismo popular visto como relacionado à colónia,
medieval, pré-tridentino, devocional, culto aos santos, não existia separação entre o sagrado e o profano. • Catolicismo popular entendido por Oliveira como “um conjunto de representações e práticas religiosas autoproduzidas pelas classes subalternas, utilizando o código do catolicismo oficial”. Já Azzi, divide o catolicismo em tradicional, reformado e popular, sendo que esse catolicismo popular, como religião domestica e comunitária, gira em torno de poder divino da criação do mundo, da pequenez do homem e do poder dos santos. CATOLICISMO POPULAR VS. ROMANIZAÇÃO. • A romanização do catolicismo brasileiro, visto como uma reação: à revolução, às ideias maçônicas, ao socialismo, às classes trabalhadoras e urbanas; à perca de poder político do Papa, à separação estado-igreja. • Para Della Cava “restaurar o prestígio da Igreja e a ortodoxia de sua fé e remodelar o clero , tornando-o exemplar e virtuoso, de modo que as práticas e crenças religiosas do Brasil pudessem ficar de acordo com a fé católica, apostólica e romana de que a Europa se fazia então estandarte”. • Para o padre Júlio Maria, “a maior de todas as obras da caridade paroquial é ensinar os ignorantes. A ignorância da religião – eis o inimigo; a doutrinação – eis a grande arma apostólica”. CATOLICISMO POPULAR VS. ROMANIZAÇÃO. • Estabelece uma hierarquia vertical e organizacional efetiva. • Vigilância estrita sobre o clero, sua moral. • Ensino rigoroso e ortodoxo nos seminários. • Aumento das missões populares. • Cuidado aos colonos europeus. • Ordens religiosas europeias com exercício no ensino. • Critica a confrarias e irmandades, destaque às associações. • Controle dos centros de catolicismo popular, dos centros de romarias e das capelas rurais. Controle das esmolas. SOBRE OS REDENTORISTAS • A chegada dos Redentoristas ao Brasil insere-se portanto, nesse movimento de reforma da Igreja e de implantação da mentalidade tridentina, renovada pelo Vaticano I, mas para o autor “não está pois ligada a qualquer interferência direta de Roma, de forma a torná-los agentes da romanização”. • “Vieram para implementar os bons costumes, a prática religiosa, a catequese doutrinária, a aproximação com a vida sacramental e devota já que tais objetivos, mesmo antes do Concílio de Trento, sempre estiveram presentes nas santas missões, tarefa primeira a que se propuseram”. • Objetivos: reforma dos costumes, revigoramento da fé e instrução religiosa.