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AIDS - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

 A história natural do HIV caracteriza-se por


imunodeficiência progressiva, com surgimento de
infecções por germes oportunistas como por germes
comuns, assim como neoplasias, com grande número
de doenças que podem aumentar a mortalidade.
 Em média a síndrome evolui silenciosa por 10 anos (
média de 50% ), na ausência de terapia.
 Fases – aguda, assintomática e sintomática.
FASE AGUDA
 Após exposição, de 5 a 90 dias, média 15-30 dias, pode
haver sintomas que simulam gripe: febre, fraqueza,
mialgia, artralgia, faringite, cefaleia, adenomegalias,
diarreia, meningite, que duram poucas semanas.
 Leucograma com características virais, geralmente
testes para anticorpos para HIV são negativos, mas
antigenemia pode ser determinada (p24, carga viral).
FASE ASSINTOMÁTICA
A fase assintomática é variável, com grande parte dos
pacientes infectados sem manifestações clínicas, mas
com sorologias reagentes e contagem de células
CD4/CD8 normais ou não, com carga viral presente ou
em títulos baixos.
Linfadenopatia generalizada persistente.
Menos de 1% de indivíduos, mais em mulheres, a carga
viral mantém-se baixa ou indetectável, não há
comprometimento imunológico na evolução da
síndrome – controladores de elite.
FASE SINTOMÁTICA
 Precoce – manifestações clínicas comuns em estado de
imunodeficiência : febre prolongada, sudorese,
monilíase oral, leucoplasia pilosa, diarreia crônica,
perda de peso.
 Tardia – manifestações clínicas como infecções ou
neoplasias que raramente ocorrem em
imunocompetentes.
 Apresentações típicas ou atípicas, de repetição por
germes como S. pneumoniae (sinusite, pneumonia,
otite), sepse por Salmonella spp, BK ganglionar, por
exemplo, podem ser a primeira manifestação de AIDS.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
AIDS - RESPIRATÓRIO
 Pneumocistose – fungo Pneumocystis jirovecii leva a
inflamação intra-alveolar que pode evoluir para
insuficiência respiratória por hipoxemia ( PaO2 menor
que 60 mmHg na gasometria ).
 Geralmente de evolução lenta: febre, tosse seca, fadiga,
sudorese, calafrios, perda de peso, brandas até
sofrimento respiratório. Ausculta é pobre, poucas
vezes com estertores ou roncos. Radiografia de tórax
normal a condensações, porém o padrão clássico é
infiltrado intersticial difuso bilateral.
AIDS - RESPIRATÓRIO
 DHL geralmente elevada.
 Diagnóstico do agente.
 Geralmente ocorre quando CD4 menor que 200
células.
AIDS - RESPIRATÓRIO
 Tratamento da pneumocistose:
Sulfametoxazol-trimetoprim 75-100mg/kg/dia e 5-15
mg/kg/dia, 6/6h ou 8/8h, VO ou IV, 21 dias.
Dapsona 100 mg/dia por 21 dias com 5-15 mg/kg/dia de
trimetoprim.
Clindamicina 600 mg 8/8h IV ou 300-450 mg VO 6/6h
ou 8/8h , 21 dias.
Profilaxia se CD4 menor ou igual a 200 células/mm3.
Corticosteroide – prednisona 80 mg/dia por 5 dias; 40
mg/dia por 5 dias; 20 mg/dia por 11 dias.
AIDS - RESPIRATÓRIO
 Pneumopatias por outros fungos como Cryptococcus
neoformans, Histoplasma capsulatum – achados
radiológicos inespecíficos ou radiografia normal,
adenomegalias hilar/mediastinal, lesões cutâneas,
hepatoesplenomegalia, pancitopenia. Tratamento com
antifúngicos.
 Infecções bacterianas – bronquite, pneumonias,
sinusites por pneumococo são mais comuns em
pacientes HIV positivos, podendo haver doença
invasiva. Outros germes: S. aureus, H.influenzae,
P.aeruginosa. Tratamento com antibiótico.
AIDS - RESPIRATÓRIO
 Tuberculose – independente da contagem de células CD4, a
infecção por Mycobacterium tuberculosis é frequente no
paciente HIV positivo, aumentando o risco de óbito.
 Início insidioso com tosse produtiva, febre vespertina,
sudorese noturna, queda do estado geral, emagrecimento,
mas também com outras manifestações não clássicas.
Radiografia pode ter de infiltrado difuso ou lesões
cavitárias.
 Se atividade: tratamento específico.
 Profilaxia de PPD maior ou igual a 5 mm sem tuberculose
ativa: isoniazida por 6 meses.
AIDS - RESPIRATÓRIO
AIDS - NEUROLÓGICO
 As doenças neurológicas na AIDS podem ser por vários
agentes, inclusive pelo próprio vírus, são frequentes,
com sintomas como cefaleia, tontura, convulsões,
déficit de memória, alterações de marcha, força,
sensibilidade, confusão mental, delírio, torpor, coma.
 Exemplos: neurotoxoplasmose, meningite por
Cryptococcus, encefalopatia pelo HIV, LEMP, linfoma,
encefalites, meningites bacterianas, mielopatias, AVC,
neuropatias, etc.
AIDS - NEUROLÓGICO
 Neurotoxoplasmose – principal causa de lesão encefálica
com efeito de massa, possivelmente por agudização de
infecção latente, que manifesta-se por cefaleia de difícil
tratamento com analgesia comum, incoordenação,
convulsões, hemiparesia, tremores, coma, com TC ou RM
com uma ou mais lesões com reforço de contraste (anel),
necrose e edema.
 Tratamento – Sulfadiazina 100 mg/kg/dia (máximo 6
g/dia), pirimetamina 200 mg no dia 1 e 50-75 mg/dia, ácido
folínico 10-25 mg/dia, média de 6 semanas.
Corticosteroides se edema cerebral ou HIC. Alternativa:
clindamicina 600mg VO ou IV 6/6h com pirimetamina.
Profilaxia se CD4 menor ou igual a 100 células/mm3.

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