Em busca da gênese?

Sauer e a Geografia Cultural

Geografia Humana e Cultural do Brasil

Professor Igor Robaina

Abril de 2018
 -Carl Sauer foi o fundador e líder da Escola de
Berkeley (1925-1975) – Geografia Histórico-
Cultural);
Geografia Humana e Cultural do Brasil

-Realizou seu doutorado na Universidade de

Chicago (1919), local de trabalho de Ellen Sample
e Rolin Salysbury (Determinismo Ambiental);
-Foi um opositor das perspectivas ambienalistas e
Possibilistas Lablachianas;
-Adota a perspectiva Cultural (KROEBER);
-A publicação mais importante traduzida para o
português foi a “Morfologia da Paisagem”.
 -Aponta as fortes relações entre a
Antropologia e a Geografia (França e nos
EUA);
-O Papel Colonial e imperialista destes dois
Campos e o Lugar de Centralidades
Geografia Humana e Cultural do Brasil

Sociedades Geográficas.
Paris - Société de Géographie (1821)
 “De um lado, existe o objetivo de limitar-se ao estudo de
uma relação causal particular entre o homem e a
natureza; de outro, o esforço se dirige a definir o material
da observação. (...) O primeiro grupo mantém seu
Geografia Humana e Cultural do Brasil

interesse preferencial pelo homem: quer dizer, pela

relação do homem com o meio, habitualmente no sentido
de adaptação do homem ao meio físico. O segundo
grupo, se é que se aceita dividir os geógrafos mediante
meras classificações, dirige atenção para aqueles
elementos da cultura material que conferem caráter
específico à área. Para simplificar, chamaremos a primeira
postura de Geografia Humana e a segunda de Geografia
Cultural. (SAUER, 2007, p.19-20).
Geografia Humana e Cultural do Brasil
 Morfologia da Paiagem (1925)
1- O estudo da superfície da terra como meio
dos processos físicos, ou a parte geofísica da
Geografia Humana e Cultural do Brasil

ciência cosmológica;.
2- o estudo das formas de vida como sujeitas
ao seu ambiente físico, ou uma parte da
biofísica lidando com tropismo;
3- o estudos da diferenciação de área ou
corologia. (p.14)
*Tropismo: reação de organismos fixos ou de suas partes, que consiste na
mudança de orientação determinada por estímulos externos, dita positiva quando
em direção ao estímulo e negativa quando se afasta do mesmo [O termo é
ocasionalmente us. para organismos de vida livre.]
Elementos de Epistemologia em Geografia Humana

“Os alemães têm repetido, durante muito

tempo, uma frase: ‘a transformação da
paisagem natural em paisagem cultural’;
expressão que proporciona um
programa de trabalho satisfatório no
qual o conjunto de formas culturais
em uma área merece a mesma atenção
que o das formas físicas” (SAUER,
2007, p.22)
 “A geografia cultural se interessa, portanto, pelas
obras humanas que se inscrevem na superfície
terrestre e imprimem uma expressão
característica” (SAUER, 2007, p.22-23).
Geografia Humana e Cultural do Brasil

“A área cultural do geógrafo consiste unicamente nas

expressões do aproveitamento humano da terra, o
conjunto cultural que registra a medida integral do
uso humano da superfície ou, seguindo Schluter, as
marcas visíveis, realmente extensivas e expressivas
da presença do homem. O Geógrafo mapeia a
distribuição destas marcas, agrupa-se em
associações genéticas, descreve desde a origem e
sintetiza-as em sistemas comparativos de áreas
culturais” (SAUER, 2007, p.23).
Geografia Humana e Cultural do Brasil

(SAUER, 2012 [1927],p.66)

Geografia Humana e Cultural do Brasil

(SAUER, 2012 [1927],p.66)

 “Os problemas principais da geografia
cultural consistirão no descobrimento do
conteúdo e significado dos agregados
geográficos que reconhecemos, de forma
Geografia Humana e Cultural do Brasil

imprecisa, como áreas culturais, em

estabelecer quais são as etapas normais de
seu desenvolvimento, em investigar as
fases de apogeu e de decadência e, desta
forma, alcançar um conhecimento mais
preciso da relação da cultura e dos recursos
que são postos à sua disposição” (SAUER,
2007, p.25).
Geografia Humana e Cultural do Brasil

(SAUER, 2012 [1927],p.69).

 SAUER E A QUESTÃO AMBIENTAL
“O último agente que modifica a superfície da
terra é o homem. O homem deve ser considerado
Geografia Humana e Cultural do Brasil

diretamente como um agente geomorfológico, já

que vem alterando cada vez mais as condições
de denudação e de colmatação da superfície da
terra, e muitos erros têm ocorrido na geografia
física por esta não ter reconhecido
suficientemente que os principais processos de
modelagem da terra não podem ser inferidos, com
segurança, embasados nos processos atualmente
vigentes a partir da ocupação do homem
(SAUER, 2007[1931], p.22)
 Pensando a terra e a propriedade
como produção de cultura
Geografia Humana e Cultural do Brasil

A) Sistema de Parcelamento da Terra;

B) Espaços Comuns de Produção.

A PROBLEMÁTICA “ESPAÇO/TERRITÓRIO”, A PARTIR DE

GEOGRAFICIDADES EXISTENCIAIS: AS COMUNIDADES
FAXINALENSES
Geografia Humana e Cultural do Brasil
 A Geografia está em toda parte?
Preparação para um trabalho de campo na metrópole
Geografia Humana e Cultural do Brasil

Professor Dr. Igor Robaina

 Reflexões Multi-dimensionais-escalares sobre a
população em situação de rua

Habitacional
Geografia Humana e Cultural do Brasil

Justiça Trabalho

Étnico-
Migração
racial
População
em
situação
de rua

Gênero Saúde

Educação Conflitos

Professor Dr. Igor Robaina

 Princípios que regem a pesquisa e a
prática de campo
Geografia Humana e Cultural do Brasil

-Ética;
-Crítica;
-Curiosidade Epistemológica;
-Observação cuidadosa;
-Escuta atenta e postura dialógica;
-Tentativa de Controle das emoções;

Professor Dr. Igor Robaina

 Como o trabalho será realizado?
 O trabalho será dividido em 4 partes.
 1ª Parte (O deslocamento)
Geografia Humana e Cultural do Brasil

Cada pesquisador(a) deverá realizar uma análise

descritiva das expectativas e da trajetória até o
local do Centro de Referência Especializado
para a População em situação de rua –
CENTRO POP.

- O que vocês acham que acontecerá neste campo?

- O que chamou a sua atenção durante o percurso? (Visão
complexa e totalizante, ou seja, estamos pensando para além do
fenômeno da população em situação de rua).
Professor Dr. Igor Robaina
  2ª Parte (A chegada)

Observação, descrição e análise do

quadro espacial do Centro Pop e do seu
Geografia Humana e Cultural do Brasil

entorno.
-Morfologia, práticas, comportamentos, significados,
dinâmicas etc;
-Envolve tanto o quadro físico, humano e as relações
constituídas entre eles.

Professor Dr. Igor Robaina

  3ª Parte (O Diálogo)
Cada aluna(o) deverá se aproximar de
uma pessoa em situação de rua e
estabelecer um diálogo. Não se esqueçam
Geografia Humana e Cultural do Brasil

que vocês são geógrafas e geógrafos e

devem conduzir os diálogos neste sentido.
*Não existem temas pré-estabelecidos. Vocês
são autônomos para realizar o campo/pesquisa.
** Posteriormente ao diálogo, vocês devem tecer
análises geográficas acerca das questões
emergentes.
Professor Dr. Igor Robaina
  4ª Parte (Transformações?)

-A realização deste trabalho de campo

gerou alguma ruptura com as
expectativas anteriores?
Geografia Humana e Cultural do Brasil

-Esta experiência possibilitou novas

reflexões sobre o conhecimento
geográfico?
-Quais aprendizados foram construídos
por você?
-Críticas e sugestões
-Considerações Finais (Ideia central)
Professor Dr. Igor Robaina
 Textos que podem ajudar!!!
 COSGROVE, D. A Geografia está em toda parte: cultura e
simbolismo nas paisagens humanas. In: ROSENDAHL,
Geografia Humana e Cultural do Brasil

Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato (Org.). Paisagem, tempo e

cultura. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1998.

 KATZ, C. Playing the field: questions of fieldwork

in geography. Professional Geographer 46, 1, p.67-72, 1994.

 ROBAINA, I. Entre mobilidades e permanências: uma análise

das espacialidades cotidianas da população em situação de rua
na área central da cidade do Rio de Janeiro. (Capítulo 2 –
“Entre idas, vindas e idas novamente”: a construção
teórica e metodológica de uma pesquisa. Doutorado em
[Geografia], Instituto de Geociências, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
 Alison Blunt
(Queen Mary – University of
London)

Robyn Dowling
Geografia Humana e Cultural do Brasil

(University of Sidney)