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GESTÃO E FISCALIZAÇÃO

ADMINISTRATIVA DOS CONTRATOS DE


OBRAS PÚBLICAS, EM
CONFORMIDADE COM A NOVÍSSIMA
INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 06/2018
E A JURISPRUDÊNCIA DO TCU
ABORDAGEM

 Apresentação dos procedimentos de fiscalização


administrativa dos contratos de obras públicas;

 Conforme diretrizes da IN SEGES/MP 06/2018;

 Cotejo com a Portaria MP 409/2016 e o


recentíssimo Decreto 9.507/2018;

 Menção à jurisprudência do TCU e dos Tribunais


Superiores.
OBJETIVOS
e
PROGRAMA
Parte 1
INTRODUÇÃO
CONCEITOS BÁSICOS
1.1. Alcance e aplicação da
IN 06/2018
1.1. Alcance e Aplicação da IN 06/2018

 Observância obrigatória pelos órgãos e entidades


do Sistema de Serviços Gerais (SISG)
 A IN 06/2018 não decorre da jurisprudência do
TCU
 A IN 06/2018 determina a adoção de controles
nas contratações de obras que são adequados aos
contratos de terceirização?

O QUE LEVOU À EDIÇÃO DA IN 06/2018 ?


Parte 2
O DEVER DE FISCALIZAR OS
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
2.1. A Necessária Distinção Entre
Atos de Gestão e Atos de
Fiscalização
2.1. Distinção Entre Atos de Gestão e de Fiscalização
ATOS DE FISCALIZAÇÃO

 Acompanhar, registrar e atestar a regular execução dos


serviços, informando ao gestor a adequação dos serviços
prestados em relação às disposições contratuais.
 Apurar a ocorrência de fatos que dão ensejo, em tese, à
aplicação de sanções ao contratado, ou à rescisão do
contrato, oferecendo, no caso, representação ao gestor.
 Em resumo: o fiscal não pratica atos de cunho
decisório. Ele acompanha, registra e informa; subsidia a
atuação do gestor.

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2.1. Distinção Entre Atos de Gestão e de Fiscalização
ATOS DE GESTÃO

 Os atos de gestão envolvem o planejamento de


contratações, formalização, negociação e repactuação
dos contratos; tomada de decisões no curso da
execução, como aplicação de penalidades e/ou rescisão.
 Em breve síntese: o gestor exerce poder decisório;
delibera sobre o curso da contratação e decide os
incidentes que ocorrem durante a vida do contrato
(reajuste, revisão, repactuação, aplicação de sanções,
rescisão etc.).

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2.1. Distinção Entre Atos de Gestão e de Fiscalização

Atos de SEGREGAÇÃO Atos de


Fiscalização DE FUNÇÕES Gestão

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2.1. Distinção Entre Atos de Gestão e de Fiscalização

 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 2851/2016 – Plenário) Segregação de funções.
[VOTO]
27. Vê-se, pois, que o responsável foi presidente da
comissão de licitação da concorrência 01/2000-CEL/SAA-DF,
engenheiro executor do contrato decorrente do certame e
responsável por sua fiscalização.
28. Sem aprofundar no tema, esse fato, por si só, já
merece reprimenda por afrontar o princípio da segregação
de funções, ainda mais quando praticado juntamente com
outros fatos irregulares e que foram objeto de exame nestes
autos.

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2.2. Obrigatoriedade de
Designação Formal do
Fiscal/Gestor de Contrato
2.2. Designação Formal do Fiscal/Gestor

 A fiscalização da execução contratual é uma prerrogativa


da Administração: trata-se de um verdadeiro poder-dever
indeclinável.

 Lei 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
instituído por esta Lei confere à Administração, em
relação a eles, a prerrogativa de:
[...]
III - fiscalizar-lhes a execução;

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2.2. Designação Formal do Fiscal/Gestor

 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 3378/2012 – Plenário) Fiscalização. Poder-
dever.
[VOTO]
32. Não se pode ignorar que a prerrogativa conferida à
Administração de fiscalizar a implementação da avença deve
ser interpretada também como uma obrigação. Por isso,
fala-se em um poder-dever, porquanto, em homenagem ao
princípio do interesse público, não pode a Administração
aguardar o término do contrato para verificar se o objeto
fora de fato concluído conforme o programado, uma vez que,
no momento do seu recebimento, muitos vícios podem já se
encontrar encobertos.
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2.2. Designação Formal do Fiscal/Gestor

 Para cada contrato deve ser designado


formalmente agente(s) para atuar como fiscal.

 Lei 8.666/93:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado (...)

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2.2. Designação Formal do Fiscal/Gestor
 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 1094/2013 – Plenário) Designação
formal do fiscal/gestor
9.1.1. providencie portaria de designação
específica para fiscalização de cada contrato [...]
e que constem claramente as atribuições e
responsabilidades, de acordo com o estabelecido
pela Lei 8.666/93 em seu artigo 67;

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2.3. A Necessidade de Capacitação
do Fiscal/Gestor de Contrato
2.3. Capacitação do Fiscal/Gestor

 Lei 8.666/93:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado,
permitida a contratação de terceiros para
assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.

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2.3. Capacitação do Fiscal/Gestor
 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 839/2011 – Plenário) Capacitação do fiscal.
Responsabilidade dos superiores.
1. Demonstrado nos autos que a responsável pela
fiscalização do contrato tinha condições precárias para
realizar seu trabalho, elide-se sua responsabilidade.
2. Comprovado que os responsáveis pela execução
técnica do contrato objeto dos autos negligenciaram
quanto à adoção de providências para sanar
irregularidades apresentadas no curso da execução
desse contrato, mantém-se, na íntegra, suas
responsabilidades.
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2.4. Possibilidade de
Responsabilização Pessoal do
Fiscal/Gestor de Contrato
2.4. Responsabilização do Fiscal/Gestor
 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 2420/2015 – Plenário) Teoria subjetiva.
41. No âmbito dos processos nesta Corte de Contas, a
responsabilidade dos administradores de recursos públicos,
escorada no parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal,
segue a regra geral da responsabilidade civil, ou seja, é de
natureza subjetiva. São exigidos simultaneamente três
pressupostos para a responsabilização, quais sejam: (i) o ato
ilícito na gestão dos recursos públicos; (ii) a conduta dolosa ou
culposa e; (iii) o nexo de causalidade entre o dano e o
comportamento do agente. Há de ser investigado, ainda, se
houve a ocorrência de algum eventual excludente de
culpabilidade, tal como a inexigibilidade de conduta diversa ou
a ausência de potencial conhecimento da ilicitude.
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2.4. Responsabilização do Fiscal/Gestor
 Doutrina:
 (Sílvio Rodrigues) Critério do “homem médio”.
Para se verificar se existiu, ou não, erro de conduta, e
portanto culpa, por parte do agente causador do dano,
mister se faz comparar o seu comportamento com
aquele que seria normal e correntio em um homem
médio, fixado como padrão. Se de tal comparação
resultar que o dano derivou de uma imprudência,
imperícia ou negligência do autor do dano, nos quais
não incorreria o homem padrão, criado in abstracto pelo
julgador, caracteriza-se a culpa, ou seja, o erro de
conduta.
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2.5. As Vertentes da Fiscalização:
Técnica e Administrativa
2.5. As Vertentes da Fiscalização

 IN 05/2017:
Art. 40....
II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o
objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes
contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade,
qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços
estão compatíveis com os indicadores de níveis mínimos
de desempenho estipulados no ato convocatório, para
efeito de pagamento conforme o resultado, podendo ser
auxiliado pela fiscalização de que trata o inciso V deste
artigo;

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2.5. As Vertentes da Fiscalização

 IN 05/2017:
Art. 40....
III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento
dos aspectos administrativos da execução dos serviços
nos contratos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra quanto às obrigações previdenciárias,
fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providências
tempestivas nos casos de inadimplemento;

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2.5. As Vertentes da Fiscalização

 DECRETO 9.507/2018 (em vigor a partir de


22.01.2019):
Art. 11. A gestão e a fiscalização de que trata o art.
10 competem ao gestor da execução dos contratos,
auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa,
setorial e pelo público usuário e, se necessário,
poderá ter o auxílio de terceiro ou de empresa
especializada, desde que justificada a necessidade
de assistência especializada.

27
2.6. O Preposto da Contratada.
Designação Formal. Poderes de
Representação
2.6. O Preposto da Contratada

 LEI 8.666/93:
Art. 68. O contratado deverá manter preposto,
aceito pela Administração, no local da obra ou
serviço, para representá-lo na execução do
contrato.

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2.6. O Preposto da Contratada

 IN 06/2018:
Art. 2º Os instrumentos convocatórios e os contratos
referentes à execução indireta de obras públicas deverão
prever, no mínimo, cláusulas que:
[...]
V - exijam a indicação de preposto da contratada para
representá-la na execução do contrato, nos termos do
art. 68 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;

30
2.7. Reunião Inicial com o
Preposto da Contratada
2.7. Reunião Inicial com o Preposto

 IN 05/2017:
Art. 45. Após a assinatura do contrato, sempre que a
natureza da prestação dos serviços exigir, o órgão ou
entidade deverá promover reunião inicial para
apresentação do plano de fiscalização, que conterá
informações acerca das obrigações contratuais, dos
mecanismos de fiscalização, das estratégias para
execução do objeto, do plano complementar de
execução da contratada, quando houver, do método de
aferição dos resultados e das sanções aplicáveis, dentre
outros.
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Parte 3
RESPONSABILIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS
TERCEIRIZADOS.
INAPLICABILIADE AOS
CONTRATOS DE OBRAS PÚBLICAS
Características do Contrato de Terceirização

 Conceituação: O contrato de terceirização é aquele que


tem por objeto a prestação de um serviço de natureza
continuada, executado mediante cessão de mão de obra.

Executado
Serviço de
Mediante
Natureza
Cessão de
Continuada
Mão de Obra

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3.1. Responsabilidade solidária –
Encargos previdenciários
3.1. Responsabilidade Solidária – Previdenciários

 Lei 8.666/93:
Art. 71. .....
[...]
§ 2º A Administração Pública responde
solidariamente com o contratado pelos encargos
previdenciários resultantes da execução do
contrato, nos termos do art. 31 da Lei n.º 8.212, de
24 de julho de 1991.

36
3.1. Responsabilidade Solidária – Previdenciários

 Lei 8.212/91:
Art. 31. A empresa contratante de serviços executados
mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços e recolher, em nome da empresa cedente da
mão de obra, a importância retida até o dia vinte do mês
subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou
fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não
houver expediente bancário naquele dia, observado o
disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.

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3.1. Responsabilidade Solidária – Previdenciários

 Em que espécie de contrato há responsabilidade solidária da


Administração?: O STJ, ao interpretar o § 2º do art. 71 da Lei
8.666/93, c/c o art. 31 da Lei 8.212/91, fixou entendimento de que a
responsabilidade solidária pelos encargos previdenciários só se dá
em contratos de terceirização.

 Jurisprudência do STJ:
 (REsp 866.152/SC, DJe 01/09/2010) Responsabilidade
solidária. Encargos previdenciários. Incidência: contratos de
terceirização.
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
EMPREITADA GLOBAL POR OBRA. ART. 71, § 2º, DA LEI N.
8.666/91. NÃO INCIDÊNCIA. CONTRATO DE CESSÃO DE MÃO DE
OBRA NÃO CARACTERIZADO (ART. 31 DA LEI N. 8.212/91).
38
3.1. Responsabilidade Solidária – Previdenciários
 Jurisprudência do STJ:
 (Medida Cautelar 15.410/RJ, DJe 08/10/2009)
Responsabilidade solidária. Encargos previdenciários.
Incidência: contratos de terceirização.
[...] seja do ponto de vista da literalidade do disposto
no art. 71, § 2º, que faz expressa remissão ao art. 31, da
Lei 8.212/91, seja do ponto de vista da interpretação
histórica e teleológica deste dispositivo, da mesma lei, a
única conclusão possível é aquela segundo a qual a
atribuição da responsabilidade por débitos
previdenciários ao Poder Público restringiu-se aos
contratos de prestação de serviços mediante cessão de
mão de obra, [...]
39
3.2. Responsabilidade subsidiária–
Obrigações trabalhistas
3.2. Responsabilidade Subsidiária – Trabalhistas
 Lei 8.666/93:
Art. 71 O contratado é responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato
§ 1º A inadimplência do contratado com referência
aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não
transfere à Administração Pública a responsabilidade
por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras
e edificações, inclusive perante o registro de imóveis.

41
3.2.1. A disciplina legal e a Súmula 331 do TST
 Jurisprudência do TST:
 (Súmula 331 – redação original) Responsabilidade
subsidiária da Administração.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas,
por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas
obrigações, inclusive quanto aos órgãos da
administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de
economia mista, desde que hajam participado da
relação processual e constem também do título
executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de
21.06.1993).
42
3.2.1. A disciplina legal e a Súmula 331 do TST

 Boa Prática: O STJ e o TCU têm historicamente reconhecido a


possibilidade de responsabilização subsidiária; razão pela qual tem
determinado aos gestores exercer fiscalização efetiva quanto ao
cumprimento das obrigações trabalhistas pela contratada.

 Jurisprudência do STJ:
 (REsp 542.203/SC) Responsabilidade subsidiária.
Fiscalização.
9. O tomador de serviços tem o poder-dever de exigir
da empresa locadora de mão-de-obra que comprove,
mensalmente, o registro dos trabalhadores, e que vem
cumprindo as obrigações trabalhistas e previdenciárias,
porquanto responde subsidiariamente em caso de ausência
de idoneidade econômica ou financeira da empregadora.
(Precedente do STJ).
43
3.2.1. A disciplina legal e a Súmula 331 do TST

 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 1391/2009 – Plenário) Responsabilidade
subsidiária. Fiscalização.
9.3. recomendar ao [...] que fiscalize a execução dos
contratos de prestação de serviços, em especial no que
diz respeito à obrigatoriedade de a contratada arcar com
todas as despesas decorrentes de obrigações
trabalhistas relativas a seus empregados, de modo a
evitar a responsabilização subsidiária da entidade
pública, uma vez que a ausência de pendência por
ocasião da assinatura do contrato não assegura que isso
não venha a ocorrer durante a execução do contrato;
44
3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF

 Jurisprudência do STF:
 (ADC 16/DF, Dje 08-09-2011)
Responsabilidade contratual. Subsidiária.
Contrato com a administração pública.
Inadimplência negocial do outro contraente.
Transferência consequente e automática dos seus
encargos trabalhistas, fiscais e comerciais,
resultantes da execução do contrato, à
administração. Impossibilidade jurídica.
Consequência proibida pelo art., 71, § 1º, da Lei
federal nº 8.666/93.
45
3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF

 Jurisprudência do STF:
 (Rcl 22197 AgR, DJe-PUBLIC 05-10-2016)
Responsabilidade subsidiária. Culpa da Administração.
Possibilidade.
1. O registro da omissão da Administração Pública
quanto ao poder-dever de fiscalizar o adimplemento,
pela contratada, das obrigações legais que lhe
incumbiam - a caracterizar a culpa in vigilando -, ou da
falta de prova acerca do cumprimento dos deveres de
fiscalização - de observância obrigatória-, não caracteriza
afronta à ADC 16.

46
3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF

 Jurisprudência do STF:
 (Rcl 20905 AgR, DJe PUBLIC 10-08-2015)
Responsabilidade subsidiária. Culpa da Administração
não demonstrada. Impossibilidade.
1. Afronta a autoridade da decisão proferida no
julgamento da ADC 16 (Min. Cezar Peluso, Pleno, DJe
9/9/2011) a transferência à Administração Pública da
responsabilidade pelo pagamento de encargos
trabalhistas sem a indicação de específica conduta que
fundamente o reconhecimento de sua culpa.

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3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF

 Jurisprudência do TST:
 (Súmula 331 – nova redação) Responsabilidade
subsidiária da Administração. Inadimplência da
contratada. Encargos trabalhistas. Alcance.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas,
por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas
obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.

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3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF

V - Os entes integrantes da Administração Pública


direta e indireta respondem subsidiariamente, nas
mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei
n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização
do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento
das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada.

49
3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF

 Consequências da decisão do STF ADC 16 e da redação


atual da Súmula 331:

 A culpa da Administração (fiscalização omissa ou


negligente) deve ser provada no processo judicial
 O ônus da prova é, em regra, da Administração,
porquanto o trabalhador é parte hipossuficiente na
relação processual
 Não havendo culpa da Administração, não lhe será
imputada responsabilidade subsidiária
 Havendo culpa, atribui-se a responsabilidade subsidiária
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3.2.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 STF
 Jurisprudência do STF:
 (RE 760.931/DF. Julgamento: 26.04.2017. DJe PUBLIC
12-09-2017) Responsabilidade subsidiária.
Terceirização. Condições para imputação.
9. Recurso Extraordinário parcialmente conhecido e,
na parte admitida, julgado procedente para fixar a
seguinte tese para casos semelhantes: “O
inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
empregados do contratado não transfere
automaticamente ao Poder Público contratante a
responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter
solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
Lei nº 8.666/93”. 51
3.2.3. Alcance da responsabilidade subsidiária

 Jurisprudência do TST:
 (Súmula 331) Responsabilidade subsidiária da
Administração. Inadimplência da contratada.
Encargos trabalhistas. Alcance.
VI – A responsabilidade subsidiária do
tomador de serviços abrange todas as verbas
decorrentes da condenação referentes ao
período da prestação laboral.

52
3.3. Inexistência de
Responsabilidade nas
Contratações de Obras Públicas
3.3. Inexistência de responsabilidade na contratação
de obras públicas
 IN RFB 971/2009:
Art. 151....
§ 2º Excluem-se da responsabilidade solidária:
[...]
IV - a partir de 21 de novembro de 1986, as
contribuições sociais previdenciárias decorrentes da
contratação, qualquer que seja a forma, de execução
de obra de construção civil, reforma ou acréscimo,
efetuadas por órgão público da administração direta, por
autarquia e por fundação de direito público.

54
3.3. Inexistência de responsabilidade na contratação
de obras públicas
 Jurisprudência do TST:
 (OJ 191 – SDI-1) Responsabilidade subsidiária.
Dono da obra. Inexistência.
Diante da inexistência de previsão legal
específica, o contrato de empreitada de construção
civil entre o dono da obra e o empreiteiro não
enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas
obrigações trabalhistas contraídas pelo
empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma
empresa construtora ou incorporadora.
55
Parte 4
A FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
DO CONTRATO DE OBRAS
PÚBLICAS, CONFORME A IN
06/2018, EM COTEJO COM A
PORTARIA MP 409/2016 E O
RECENTÍSSIMO
DECRETO 9.507/2018
4.1. Verificação da Regularidade
na Contratação e Durante a
Execução Contratual
4.1. Regularidade na Contratação e na Execução
 Constituição Federal:
Art. 195. .....
[...]
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o
Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios

 Lei 9.012/95:
Art. 2º As pessoas jurídicas em débito com o FGTS não poderão
celebrar contratos de prestação de serviços ou realizar
transação comercial de compra e venda com qualquer órgão da
administração direta, indireta, autárquica e fundacional, bem
como participar de concorrência pública
4.1. Regularidade na Contratação e na Execução

 Lei 8.666/93:
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e
trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
[...]
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos
perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943.
4.1. Regularidade na Contratação e na Execução

 Lei 8.666/93:
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
que estabeleçam:
[...]
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda
a execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.
4.1. Regularidade na Contratação e na Execução

 Lei 8.666/93:
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e
trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
[...]
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos
perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943.
4.2. Recomendações do TCU
Quanto à Fiscalização
Administrativa.
Acórdão 1214/2013 – Plenário
4.2. Recomendações do TCU Quanto à Fiscalização
Administrativa: o Acórdão 1214/2013 - Plenário
 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 1214/2013 – Plenário) Recomendações
para alterar o modelo de fiscalização da IN 02/2008
[VOTO]
13. A implementação de mecanismos de controle
envolve uma avaliação de custo x benefício, uma vez
que qualquer medida de controle implica em custos
adicionais para a administração, que devem ser
compensados pelos benefícios gerados por essa medida.
E o relato apresentado pelo grupo evidencia que os
eventuais benefícios da exigência de todos os
documentos previstos na IN/MP 2/2008 não vêm
compensando os seus custos.
4.2.1. Recomendações do TCU Quanto à Fiscalização
Administrativa: o Acórdão 1214/2013 - Plenário
 Quanto à fiscalização do recolhimento das
contribuições previdenciárias :
 Contratada deve viabilizar o acesso dos empregados aos
sistemas da Previdência Social, para obtenção de extratos
previdenciários
 Não recolhimento de INSS é falta grave, que enseja
aplicação de penalidade e rescisão contratual
 Fiscal do contrato solicitar, por amostragem, diretamente
aos terceirizados, que apresentem extratos previdenciários
 Em caso de irregularidade, comunicar à Previdência e à RFB
4.2.1. Recomendações do TCU Quanto à Fiscalização
Administrativa: o Acórdão 1214/2013 - Plenário
 Quanto à fiscalização dos depósitos no FGTS:
 Contratada deve viabilizar a emissão do cartão cidadão, e
oferecer os meios para obtenção do extrato do FGTS
 Não recolhimento do FGTS é falta grave, que enseja
aplicação de penalidade e rescisão contratual
 A contratada deve apresentar, sempre que solicitada,
extratos do FGTS dos terceirizados
 Fiscal do contrato solicitar, por amostragem, diretamente
aos terceirizados, que apresentem extratos do FGTS
 Em caso de irregularidade, comunicar Min. do Trabalho
4.2.1. Recomendações do TCU Quanto à Fiscalização
Administrativa: o Acórdão 1214/2013 - Plenário
 Quanto à fiscalização do cumprimento das
obrigações trabalhistas:
 Exigir documentos por amostragem, a critério da
Administração (salários, alimentação e transporte)
 Não pagamento de salários, transporte e alimentação é
falta grave, ensejadora de sanção e rescisão contratual
 A fiscalização deve ser realizada com base em critérios
estatísticos, levando-se em consideração falhas que
impactem o contrato como um todo [?] e não apenas erros
e falhas eventuais no pagamento de alguma vantagem a
um determinado empregado
4.3. O Abandono do Modelo
Sugerido Pelo TCU: a Portaria MP
409/2016 e o Decreto 9.507/2018
4.3. O Abandono do Modelo Sugerido Pelo TCU:
Portaria MP 409/2016 e Decreto 9.507/2018
 Disposições obrigatórias do edital e do contrato:
 Prestação de garantia que cubra inadimplemento de
obrigações trabalhistas, previdenciárias e com o FGTS;
 Verificação mensal do cumprimento das obrigações
trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS, por meio
do exame de documentos que comprovem o efetivo
pagamento de salários, adicionais, 13º salário, férias, vale-
transporte, auxílio-alimentação, FGTS, INSS, cumprimento
da norma coletiva do trabalho;
 Retenção dos pagamentos em caso de inadimplemento;
 Pagamento direto aos trabalhadores.
4.4. O Modelo de Fiscalização
Administrativa Determinado Pela
IN 06/2018 Para os Contratos de
Obras Públicas
4.4. O Modelo de Fiscalização Administrativa
Determinado Pela IN 06/2018
 O modelo de fiscalização estabelecido pela IN
06/2018 sofreu forte influência da Portaria MP
409/2016
 Há muita semelhança nos procedimentos
estabelecidos por ambas as normas
 Por que razão? Não há semelhança entre
contratos de terceirização e contratos de obras
 Que riscos se objetiva mitigar com esses
controles?
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho
 IN 06/2018:
Art. 2º Os instrumentos convocatórios e os contratos
referentes à execução indireta de obras públicas deverão
prever, no mínimo, cláusulas que:
I – exijam, durante a execução contratual, o cumprimento de
Acordo, Dissídio, Convenção Coletiva ou equivalente,
relativo à categoria profissional abrangida no contrato bem
como da legislação em vigor;
[...]
§ 3º Não havendo na região Acordo, Dissídio ou Convenção
Coletiva relativa à categoria profissional abrangida no
contrato, este deverá prever cláusulas que garantam os
direitos trabalhistas, podendo utilizar como referência
regulamento de trabalho ou profissão de natureza similar da
região mais próxima.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

 Entendimento: O enquadramento sindical dá-se em função


da atividade econômica preponderante da empresa – e não em
função da atividade do trabalhador.

 Para o correto enquadramento devem ser observados os


princípios da unicidade sindical e da territorialidade.

 Os profissionais de categoria diferenciada só podem


reclamar o pagamento de benefícios e direitos previstos em
norma coletiva que tenha sido pactuada pelo sindicato
representativo da empresa.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

• Convenção Coletiva de Trabalho: Acordo de caráter normativo


pactuado entre o sindicato dos empregados e o sindicato dos
empregadores. Vincula toda a categoria econômica.
• Acordo Coletivo de Trabalho: Acordo de caráter normativo
celebrado entre uma ou mais empresas e um ou mais sindicatos
representantes dos empregados. Só vincula as partes
contratantes.
• Sentença Normativa: Acórdão do TRT ou TST que julga dissídio
coletivo (ação promovida, em caso de fracasso das negociações,
por sindicato, federação ou confederação – de trabalhadores ou
empregadores). Tem força normativa. Disciplina todos os
aspectos da relação trabalhista até a próxima data-base. Vincula
toda a categoria econômica.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho
 Jurisprudência do TCU:
 (Acórdão 719/2018 – Plenário)
Na contratação de obras públicas, não há determinação legal
que obrigue a Administração a examinar as propostas dos licitantes
para verificar se estes consideraram nos seus preços as despesas com
mão de obra decorrentes do cumprimento de acordo, convenção ou
dissídio coletivo de trabalho, devendo ser observadas as disposições
dos arts. 48 e 44, § 3º, da Lei 8.666/1993, bem como os critérios de
aceitabilidade de preços e outros requisitos previstos no edital. Isso
não exime os licitantes do cumprimento de acordo coletivo do qual
foram signatários, nem de disposições presentes em convenção ou
dissídio coletivo de trabalho, em observância ao art. 7º, inciso XXVI,
da Constituição Federal, e ao art. 611 do Decreto-Lei 5.452/1943
(CLT).
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

 Jurisprudência do TST:
 (RR - 1195-88.2011.5.22.0004, DEJT 27/04/2018)
Enquadramento sindical.
O entendimento jurisprudencial predominante
nesta Corte é de que o enquadramento sindical é
definido pela atividade preponderante exercida pela
empresa. Sendo o serviço postal a atividade dominante
na ECT, o Banco Postal funciona como correspondente
bancário de forma acessória, não possuindo atividades
peculiares de um estabelecimento financeiro.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

 CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
observado o seguinte:
[...]
II - é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

 Jurisprudência do TST:
 (RR - 961-49.2012.5.04.0012, DEJT 20/04/2018)
Princípio da territorialidade. Aplicação de norma
coletiva de trabalho.
RECURSO DE REVISTA DA EMPRESA. PROCESSO
ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017. ENQUADRAMENTO
SINDICAL. NORMAS COLETIVAS APLICÁVEIS. LOCAL DA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. PRINCÍPIO DA
TERRITORIALIDADE. Esta Corte tem decidido que são
aplicáveis as normas coletivas do local da prestação
dos serviços, e não da sede da empregadora ou da
contratação do empregado, em observância ao princípio
da territorialidade.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

 Jurisprudência do TST:
 (Súmula 374) Categoria profissional diferenciada.
Norma coletiva do trabalho exigível da empresa.
Empregado integrante de categoria profissional
diferenciada não tem o direito de haver de seu
empregador vantagens previstas em instrumento
coletivo no qual a empresa não foi representada por
órgão de classe de sua categoria.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho
 IN 06/2018:
Art. 2º ....
[...]
§ 4º A Administração Pública não se vincula às
disposições contidas em Acordos, Dissídios ou
Convenções Coletivas que tratem de pagamento de
participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados
da empresa contratada, de matéria não trabalhista, ou
que estabeleçam direitos não previstos em lei, tais como
valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou
previdenciários, bem como de preços para os insumos
relacionados ao exercício da atividade.
4.4.1. Observância das Normas Coletivas do Trabalho

 CLT:
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo
de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre: [omissis]
[...]
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção
coletiva ou de acordo coletivo de trabalho,
exclusivamente, a supressão ou a redução dos
seguintes direitos: [omissis]
4.4.2. Efetivo Recolhimento do INSS e do FGTS
(art. 2º, IV; art. 3º, IV, V e §§ 1º a 3º)
 Verificação mensal
 O objetivo é se certificar do efetivo recolhimento
 Dos trabalhadores empregados na obra
 A partir do exame de documentos
 Solicitar documentos por amostragem [??]
 Além disso: pedir extratos diretamente aos
empregados, por amostragem [??]
 Extratos examinados ao longo de um ano
 Exigir documentos de demissão do trabalhador
4.4.3. Pagamento das Obrigações Trabalhistas
(art. 2º, IV; art. 3º, I, II e V e §§ 1º a 3º)
 Verificação mensal
 O objetivo é se certificar do efetivo pagamento
 Dos trabalhadores empregados na obra
 A partir do exame de documentos
 Solicitar documentos por amostragem [??]
 Quando da demissão de um trabalhador da obra,
verificar o correto pagamento das verbas e
encargos incidentes
4.4.4. Providências em Caso de Inadimplemento
(art. 2º, II; art. 3º, § 4º)
 Instaurar processo administrativo para aplicar
sanção prevista em contrato e
 Avaliar a possibilidade de rescisão unilateral do
contrato
 “Em caso de indício de irregularidade no
cumprimento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e para com o FGTS, os fiscais ou
gestores de contratos deverão oficiar os órgãos
responsáveis pela fiscalização.” (art. 3º, § 4º)
4.4.5. Retenção Parcial dos Pagamentos
(art. 2º, §§ 2º e 3º)
 “Caso não seja apresentada a documentação
comprobatória do cumprimento das obrigações [...]
a contratante comunicará o fato à contratada e
reterá o pagamento da fatura mensal, em valor
proporcional ao inadimplemento, até que a situação
seja regularizada.” (art. 2º, § 1º)
 Não havendo regularização em 15 dias, “a
contratante poderá efetuar o pagamento das
obrigações diretamente aos empregados da
contratada que tenham participado da execução dos
serviços objeto do contrato.” (art. 2º, § 2º)
4.4.6. Fiscalização das Subcontratadas

 IN 06/2018:
Art. 4º O disposto nesta Instrução
Normativa também se aplica às
subcontratações e cessões de contratos.

[Como fazer isso??]


Parte 5
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS.
VERIFICAÇÃO DO ADIMPLEMENTO
DAS OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS,
TRABALHISTAS E PARA COM O FGTS
5.1. Exame dos Documentos de
Admissão dos Trabalhadores
5.1. Documentos de Admissão dos Trabalhadores

 Boa Prática: Embora a IN 06/2018 nada diga quanto à


exigência de apresentação e exame da documentação
admissional dos trabalhadores, entendemos que esse
controle é fundamental [identificar quem são os
trabalhadores]:
 relação de empregados, discriminando: nome completo,
função, RG, CPF, endereço, data de admissão, salário
(adicionais, gratificações e eventuais benefícios), horário
de trabalho, quantidade e valor de vales-transporte e do
auxílio-alimentação
 cópia da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
de todos os empregados admitidos
 exame médico admissional
Roteiro de Verificação
(Subitem 5.1.1)
5.1.2. Elaboração da Planilha-resumo

 IN 05/2017:
ANEXO VIII-B – DA FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
10.1. Fiscalização inicial (no momento em que a prestação
de serviços é iniciada)
a) No momento em que a prestação de serviços é iniciada,
deve ser elaborada planilha-resumo de todo o contrato
administrativo. Ela conterá informações sobre todos os
empregados terceirizados que prestam serviços no órgão ou
entidade, divididos por contrato, com os seguintes dados:
nome completo, número de inscrição no CPF, função
exercida, salário, adicionais, gratificações, benefícios
recebidos, sua especificação e quantidade (vale-transporte,
auxílio-alimentação), horário de trabalho, férias, licenças,
faltas, ocorrências e horas extras trabalhadas
5.2. Verificação do Recolhimento
das Obrigações Previdenciárias e
do FGTS do Pessoal Empregado na
Obra
5.2. Como Saber se INSS e FGTS Foram Recolhidos?

 Boa Prática: A fim de se certificar da regularidade


previdenciária da contratada, o contrato deve prever a
exigência de apresentação dos seguintes documentos
comprobatórios (a serem cotejados com a planilha-
resumo):

 Folha de pagamento;
 Relatórios integrantes da GFIP;
 Guia da Previdência Social – GPS;
 Guia de Recolhimento do FGTS – GRF.
5.2.1. Folha de Pagamento

 REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:


Art. 220 .....
[...]
§ 2º O executor da obra deverá elaborar, distintamente
para cada estabelecimento ou obra de construção civil
da empresa contratante, folha de pagamento, Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social e Guia da
Previdência Social, cujas cópias deverão ser exigidas
pela empresa contratante quando da quitação da nota
fiscal ou fatura, juntamente com o comprovante de
entrega daquela Guia.
5.2.2. GFIP – GPS – GRF

 REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:


Art. 219 .....
[...]
§ 5º O contratado deverá elaborar folha de
pagamento e Guia de Recolhimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social distintas para cada
estabelecimento ou obra de construção civil da
empresa contratante do serviço.
Roteiro de Verificação
(Subitem 5.2.3)
Checklist
(Subitem 5.2.4)
Folha SEFIP GFIP
5.3. Comprovantes de Pagamento
da Remuneração dos
Trabalhadores
5.3. Pagamento da Remuneração dos Trabalhadores

 Boa Prática: A fiscalização do contrato deve verificar,


mensalmente, o correto do pagamento, pela contratada, dos
salários e demais verbas remuneratórias (13º salário, adicionais
etc.) devidos aos terceirizados, mediante cotejo da planilha-
resumo com a folha de pagamento e os contracheques ou
comprovantes de depósitos bancários.

 Boa Prática: Se certificar de que o salário pago não é inferior


ao salário normativo ou ao informado na proposta da
contratada, caso essa informação tenha constado do proposta.

 Os documentos comprobatórios e o prazo para pagamento


de salários são definidos na legislação trabalhista.
5.3. Pagamento da Remuneração dos Trabalhadores

 Jurisprudência do TST:
 (Súmula 91) Vedação ao salário complessivo.
Nula é a cláusula contratual que fixa
determinada importância ou percentagem para
atender englobadamente vários direitos legais ou
contratuais dos trabalhadores.
5.3. Pagamento da Remuneração dos Trabalhadores
 CLT:
Art. 459 ....
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês,
deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês
subsequente ao vencido.
[...]
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra
recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto,
mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu
rogo.
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito
em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada
empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de
crédito próximo ao local de trabalho.
Roteiro de Verificação
(Subitem 5.3.1)
5.4. Comprovantes de Pagamento
de Benefícios Suplementares
(Vale-Transporte e
Auxílio-Alimentação
5.4.1. Vale-Transporte

 Vale-Transporte:
 Lei 7.418/85 (regulamentada pelo Decreto
95.247/87)
 Para uso efetivo em transporte público coletivo
 Valor do benefício [tarifa pública]
 Participação do trabalhador no custeio [6º do
salário básico – CCT pode reduzir ou isentar]
5.4.2. Auxílio-Alimentação

 Auxílio-Alimentação:
 Não há lei que obrigue a dar alimentação [por
força do contrato de trabalho é salário]
 PAT – Lei 6.321/76 (regulamentada pelo Decreto
5/91)
 Reforma trabalhista [dispositivos a seguir]
 Valor do benefício [verificar CCT]
 Participação do trabalhador no custeio [até 20% do
valor do benefício – CCT pode reduzir ou isentar]
5.4.2. Auxílio-Alimentação

 CLT:
Art. 457 - ....
[...]
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de
ajuda de custo, limitadas a cinquenta por cento da
remuneração mensal, o auxílio-alimentação, vedado o
seu pagamento em dinheiro, as diárias para viagem e os
prêmios não integram a remuneração do empregado, não
se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem
base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário.
[...]
5.4.2. Auxílio-Alimentação

 CLT:
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro,
compreende-se no salário, para todos os efeitos
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras
prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do
contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao
empregado. Em caso algum será permitido o
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas
nocivas.
Roteiro de Verificação
(Subitem 5.4.3)
5.5. Documentos Comprobatórios
do Pagamento das Verbas
Rescisórias dos Trabalhadores
5.5. Pagamento das Verbas Rescisórias

 Boa Prática: A fiscalização deve exigir da contratada a


apresentação da seguinte documentação, a fim de verificar
a regularidade das demissões de pessoal:
 notificação de aviso prévio – ou da indenização – ao
empregado demitido (art. 487, CLT), com observância da
concessão do aviso prévio proporcionalmente ao tempo
de serviço (Lei 12.506/2011)
 CTPS devidamente anotada (art. 29, § 2º, c, CLT)

 Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT);


5.5. Pagamento das Verbas Rescisórias

 a quitação das verbas rescisórias é comprovada por


documento específico, denominado Termo de Quitação
da Rescisão do Contrato de Trabalho.
 guia de recolhimento do FGTS incidente sobre as verbas
rescisórias (GRRF – Circular CAIXA 669/2014), em caso
de despedida sem justa causa. As informações devem ser
prestadas por meio do SEFIP e transmitidas
eletronicamente (Circular CAIXA 413/2007); o
recolhimento da contribuição previdenciária é feito
normalmente por meio do SEFIP;
 exame médico demissional (art. 168, II, CLT; NR-07;
Portaria MTE 3.214/78).
Roteiro de Verificação
(Subitem 5.5.1)
5.6. Concessão e Pagamento de
Férias dos Trabalhadores
5.6. Concessão e Pagamento de Férias

Contratação:
Um ano sem faltas injustificadas Aquisição do Direito:
10.04.2018 09.04.2019

Período Aquisitivo

Início de Novo Período Fim do Novo Período


Aquisitivo e do Período Aquisitivo e do Período
Concessivo: 10.04.2019 Concessivo 09.04.2020

Período Concessivo
Pagamento do salário e Pagamento após o
1/3 de férias = até 2 dias período concessivo: férias
antes do início do vencidas – em dobro
período de gozo
Roteiro de Verificação
(Subitem 5.6.1)
Checklist Completo
(Subitem 5.7)
5.6.1. Concessão e Pagamento de Férias – Roteiro

 Jurisprudência do TST:
 (Súmula 450) Férias. Concessão tempestiva.
Pagamento fora do prazo legalmente previsto. Dobra.
FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO
FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA
CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração
de férias, incluído o terço constitucional, com base no
art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época
própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal
[pagamento até 2 dias antes do início das férias].
Muito Obrigado !!

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