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Problemas com argumentação:

1. Confusão conceitual

Uma mesma palavra é usada com significados


diferentes nas premissas e/ou conclusão.
Exemplo:

Poder é a capacidade que um ser humano tem de


agir sobre o meio que o circunda. É claro que nas
relações interpessoais nós agimos sobre outros seres
humanos e sofremos a ação deles sobre nós. Portanto,
não faz sentido dizer que o poder corrompe, pois, se for
mesmo este o caso, todos nós somos corruptos - toda
relação entre seres humanos é uma relação de poder.
Vamos analisar este argumento:

Tese: "não faz sentido dizer que o poder corrompe, pois, se


for mesmo este o caso, todos nós somos corruptos",
porque
Premissa: "Poder é a capacidade que um ser humano tem de
agir sobre o meio que o circunda", e
Premissa: "É claro que nas relações interpessoais nós agimos
sobre outros seres humanos e sofremos a ação
deles sobre nós".

(Explicação: sendo assim, todos os seres humanos


exercem poder, logo, se o poder
corrompe, todos somos corruptos.)
2. Non sequitor

A falácia "non sequitor" é o erro mais comum nos


argumentos, ele ocorre quando as premissas não dão um
verdadeiro suporte a tese, ou seja, as premissas não são
capazes de justificar a tese.
Exemplo:
O simples fato dos homens fazerem guerras onde
morrem milhões e deixarem a maior parte da população
mundial vivendo na miséria é prova incontestável de que
o ser humano não é um animal racional.
Vamos analisar o argumento:

Tese: "o ser humano não é uma animal racional", porque

Premissa: "homens fazem guerras onde morrem milhões e


deixam a maior parte da população mundial
vivendo na miséria".
3. Petição de princípio.

A falácia da petição de princípio, que, quando


ocorre numa definição é a falácia da circularidade,
consiste em justificar uma tese a partir da própria tese,
ou seja, quando a premissa que justifica a tese tem o
mesmo conteúdo que a tese.

Ela é mais fácil de ser visualizada no caso das


definições.
Exemplo:

Definição de número no dicionário:


"Nome, símbolo ou representação de uma
quantidade."

Definição de quantidade no dicionário:


"Grandeza expressa em número."

Logo, a definição de número tem como conceito básico a


noção de quantidade, e a noção de quantidade tem como
conceito básico a noção de número - está fechado o círculo
Exemplo de argumento:

Nenhuma cultura é superior ou inferior a outra cultura


porque todas as culturas são o resultado da atividade humana e
não existe uma atividade humana que seja superior ou inferior a
outra atividade humana.
Vamos analisar o argumento:

Tese: "Nenhuma cultura é superior ou inferior a


outra cultura", porque

Premissa: "todas as culturas são o resultado da


atividade humana", e

Premissa: "não existe uma atividade humana que


seja superior ou inferior a outra
atividade humana".
Tese: "Nenhuma atividade humana é superior ou
inferior a outra atividade humana, porque

Premissa: "não existe uma atividade humana que seja


superior ou inferior a outra atividade humana".

Ficando clara a circularidade do raciocínio.

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