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RESENHA

OLIVEIRA, Luiz Antonio


UENP – agosto 2009
O QUE DIZ O DICIONÁRIO?

RESENHAR: referir-se minuciosamente a algo.

RESENHA: relação minuciosa, envolve resumo,


mas é mais que isso.

Fonte:
BUENO, Silveira. Minidicionário da língua
portuguesa. São Paulo: FTD, 2000.
CONDIÇÕES BÁSICAS

Desenvolver a prática de resumo;


Leitura atenta da obra objeto do ato de
resenhar;
Preocupação com o contexto em que a obra
foi escrita;
Resenha é uma produção que exige um
tempo considerável, dedicação e outras
pesquisas (não dá para fazer uma resenha
a cada semana).
APROXIMAÇÃO CONCEITUAL

Entende-se por resenha uma impressão crítica de


obra das várias áreas da ciência, das artes, das
literaturas e da filosofia, para publicação ou
divulgação.

Como atividade acadêmica, é utilizada para que o


estudante se familiarize com a análise dos
argumentos utilizados para se demonstrar, provar
e descrever um determinado tema.
APROXIMAÇÃO CONCEITUAL

Resenhar, portanto, significa enumerar


cuidadosamente os principais aspectos de
uma produção, visando a sua descrição
minuciosa e detalhada das idéias
fundamentais da obra, procurando informar
o leitor, de maneira objetiva sobre o assunto
tratado e a sua contribuição
APROXIMAÇÃO CONCEITUAL

•Podemos também considerar que a elaboração


de resenhas é o primeiro passo para introduzir o
aluno na pesquisa.

•A resenha além de reduzir o texto (deve ser


sintética, aproximadamente de 3 a 5 folhas
digitadas), permitir opiniões e comentários, inclui
julgamentos de valor, tais como comparações com
outras obras da mesma área do conhecimento, a
relevância da obra em relação às outras do
mesmo gênero
TIPOS DE RESENHA

• Informativa - limita-se a expor o assunto


com a maior objetividade possível.

• Critica - exposição objetiva do assunto


com comentários críticos e interpretativos,
discutindo, comparando e avaliando o
texto, formulando o resenhista um
conceito sobre o valor o trabalho (obra).
ESTRUTURA REDACIONAL

REFERÊNCIA BIO-BIBLIOGRÁFICA: apresentação de


informações sobre a obra e sobre o autor (es), bem como
sobre quem produz a resenha.

•Credenciais da obra: • Autor (es). Título (subtítulo).


Imprensa (edição, local da edição, editora, data, número
de páginas). • Ilustrações (gráficos, tabelas, fotos, etc.).

•Credenciais do autor (quem é ele): • Autoridade na


área do conhecimento.Títulos. Cargos exercidos. Outras
obras.

•Credenciais do resenhista (quem é ele): Autor.


Formação universitária. Instituição a que pertence.
ANÁLISE- ESTUDO DA OBRA

• Resumo das ideias principais expressas pelo autor.


Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou
partes em que se divide a obra.

• Conclusões do autor: O autor faz conclusões? (ou


não?). Onde foram colocadas? (separadas no final da
obra, ou dos capítulos?). Quais foram?

• Quadro de referências do autor: Modelo teórico,


influências sofridas pelo autor (que autores ele cita para
amparar seus argumentos?).
REFERENCIAL DO RESENHISTA
• Julgamento da obra: localizar o autor da obra resenhada às
circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas, etc.

• Crítica do resenhista: Julgamento da obra do ponto de vista da


coerência entre a posição central e a explicação, discussão e
demonstração.

• Mérito da obra: qual a contribuição dada para o desenvolvimento


da ciência; originalidade; - conhecimentos novos, amplos,
abordagens diferentes.

• Estilo empregado: conciso, objetivo, simples; claro, preciso,


coerente; linguagem correia; ou o contrário.

• Indicação da obra: - a quem é dirigida; fornece subsídios para o


estudo de que disciplina; pode ser adotado para que?
REFERENCIAL DO RESENHISTA

• O resenhista deve resumir o assunto e apontar


as falhas e os erros de informação encontrados,
sem entrar em muitos pormenores e, ao mesmo
tempo, tecer elogios aos méritos da obra, desde
que sinceros e ponderados. Quem tem
condições de realizar este item?

• Entretanto, mesmo que o resenhista tenha


competência na matéria, isso não lhe dá o
direito de fazer juízo de valor ou deturpar o
pensamento do autor, é fundamental que o
mesmo estabeleça um diálogo com o autor.
ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO

• Elementos Pré-textuais (capa, e


outros).

• Elementos Textuais [Introdução,


desenvolvimento (a resenha),
conclusão].

• Elementos Pós-textuais (bibliografia,


anexos)
EXEMPLO DE RESENHA CRÍTICA

LIVRO NO UNIVERSO DAS IDÉIAS (Alethea Muniz, da equipe Jornal Correio Braziliense, 17 de maio
de 2001). Se você se interessa por filosofia, mas não sabe por onde começar a viagem pelo universo
das idéias, eis a dica: História do Pensamento, 463 páginas, escrito pelo britânico Bertrand Russell
(1872-1970), lançamento da Ediouro Publicações. A credibilidade da obra começa pela assinatura do
autor, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1950 e respeitado lógico matemático, fundador da
filosofia analítica junto com Kurt Gödel. Russell já tinha publicado os dois volumes da História da
Filosofia Ocidental (1945) quando decidiu escrever História do Pensamento Ocidental. São obras
diferentes, embora tratem do mesmo assunto. Enquanto a primeira esmiúça em dois tomos (da
antigüidade aos padres da primeira filosofia católica; e da reforma protestante ao século 20) a filosofia
ocidental, a Segunda apresenta uma espécie de panorama das idéias ocidentais, a partir da base
anterior. (aqui se vê a parte descritiva e dados bibliográficos da obra da obra). Uma das qualidades do
autor é o didatismo. Não se trata de exposição chata, com esquemas que subestimam a capacidade
do leitor, mas de contextualizar cada pensador no seu tempo. E relacioná-lo com acontecimentos
históricos e sociais, da maneira mais clara possível. A linguagem é simples e não se detém em
extensas explicações conceituais. (aqui se vê a crítica e opinião do resenhador). Boa parte do livro é
dedicada aos gregos e, ao fazer isso, o autor tinha plena consciência de que poderia ser bastante
criticado pela "generosidade" com eles. Mas defende que está ali a base do pensamento. Textos de
Platão e Aristóteles são tratados pontualmente - a Poética, por exemplo, ganhou três páginas. O leitor
dificilmente se surpreenderá com a seleção de autores listados, pois Russell não foge do cânone
filosófico do período entre os pré-socráticos e Wittgenstein. (aqui se vê a parte narrativa da obra:
resumo). Ao percorrer as páginas de História do Pensamento Ocidental, deve-se ter clara a idéia de
que se trata é um analítico fazendo história da filosofia. Essa informação é fundamental para entender
especialmente a parte dedicada aos existencialistas, a quem Russell acusa de tentar passar por
lógicas as observações psicológicas. (aqui se vê a parte narrativa da obra: resumo). A edição
apresenta uma série de diagramas e imagens "úteis à discussão de idéias ou abstrações menos
familiares", mas na realidade pouco dialogam com o texto ao lado. São dispensáveis à compreensão
do conteúdo, embora de inegável valor estético (vê-se aqui a crítica do resenhador quanto à presença
de diagramas e imagens na obra). De qualquer maneira, está feito o convite. Como disse Russell se o
livro for suficiente para o leitor se aprofundar em qualquer um dos temas, seu propósito terá sido
alcançado.
REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de filosofia. São Paulo:


Moderna, 1992.

BUENO, Silveira. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo:


FTD, 2000.

GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnicas de redação: o que é


preciso saber para bem escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de


fichamentos, resumos, resenhas. São Paulo: Atlas, 2000.

MUNIZ, Alethea. O livro no Universo das ideias. Jornal Correio


Braziliense, 17 de maio de 2001.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21aed. São


Paulo: Cortez, 2000.

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