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Tanatologia forense

Tanatologia forense
Conceito - é o ramo da Medicina que estuda a
morte seu diagnóstico, o período de tempo
decorrido entre a morte e os sinais encontrados,
assim como suas repercussões jurídicas.
Morte
É a cessação dos fenômenos vitais, pela parada da função
cerebral, respiratória e circulatória e o surgimento de
fenômenos abióticos lentos e progressivos que lesam
irreversivelmente os órgãos e tecidos.
Morte

É a extinção do sujeito de direito. (Rojas 1966)


Morte
Os sistemas respiratórios e circulatórios existem em
função de atender as necessidades de um complexo
conjunto de células cuja atividade coordena todo o
organismo e, ainda, possibilita toda a vida de relação.
Referimo-nos ao sistema nervoso central.
Morte
Resolução CFM 1.601/2000 Diz da Responsabilidade Médica
no fornecimento da Declaração de Óbito.

Resolução CFM 1.480/1997 Diz da mudança do critério de


morte do indivíduo – do critério cárdio - respiratório para o
encefálico.

Resolução CFM 9434, de 4 de fevereiro de 1997 Regulamenta


a realização de transplantes no território Nacional (não inclui
sangue, esperma e óvulo).
Modalidades de morte

 Anatômica: cessam todas as funções do organismo


entre si e com o meio ambiente

 Histológica: processo decorrente do anterior em que os


tecidos e células dos órgãos e sistemas morem
paulatinamente
Modalidades de morte

 Aparente: o sujeito apresenta-se como morto com


circulação débil que pode durar h.. É possível a reversão
através de socorro médico imediato e adequado. Comum
em mortes súbitas por asfixia-submersão e nos recém
natos.
Modalidades de morte
A) Modalidades de morte:
 Aparente:
 Sincopal: perturbação cardiovascular central
 Histérica: (letargia, catalepsia)
 Asfíxica: mecânica (via área), não mecânica (CO2,
cianureto, venenos metahemoglobinizantes)
 Tóxica anestesia ou alcaloides (morfina heroína,
depressores do sistema nervoso central, etc.)
 Traumática
 Elétrica (eletroplessão e fulguração)
 Térmica (termopatias e criopatias)
Modalidades de morte

 Relativa ou mediata: possibilita à vítima sobrevivência por


mais algumas horas

 Intermediária: Seria a que precede a absoluta e a relativa.


Quando socorrido tempo hábil, retornam à consciência física.
Modalidades de morte

Morte real ou absoluta: Ato de cessar a personalidade e


fisicamente a humana conexão orgânica.

Antigamente: tríade de Troinot: Imobilidade, ausência


aparente de respiração e ausência de circulação
Modalidades de morte

Quanto à rapidez

Morte rápida, súbita ou imediata - instantânea, havendo entre


seu início e fim apenas alguns minutos não possibilitando
atendimento mais efetivo

Morte lenta, agônica ou tardia - que se arrasta por dias ou


semanas, mas que lhe proporciona alguma providência (CID
10 – ocorre em menos de 24h do início dos sintomas, não
explicada de outra forma). Entende-se por parada cardíaca
diagnosticada por ausência de pulso em artéria calibrosa com
perda da consciência cianose ou palidez. Comum em
doentes acamados acometidos por moléstia de base.
Modalidades de morte
Perícia do tempo de sobrevivência

Cromoriência: “se dois ou mais indivíduos falecerem na


mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
dos cromorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.

Primoriência: com recurso da perícia médico legal pode-se


estabelecer quem morreu primeiro

Sobrevivência período de tempo que vai desde o evento


letal e a morte
Modalidades de morte
Perícia do tempo de sobrevivência

Docimásia hepáticas - Química: Glicogênio e glicose.


Histológica: identificação microscópica do glicogênio
no fígado
Docimásias suprarremais – Químicas: , Fisiológicas
Histológicas; Adrenalina em casos de dúvidas de
tempo de sobrevivência, mostrando a maior ou menor
solicitação às suprarrenais numa morte súbita ou
agônica, pela reserva de adrenalina no tecido.
Modalidades de morte
C) Quanto à causa

 Morte natural: decorrente de processos mórbidos


preexistentes e desde que não tenham sido agravados
por um fator exógeno.

 Morte violenta: homicídio, acidente e suicídio.

 Morte suspeita é aquela que surge de forma inesperada


e sem causa evidente.
Tanatognose

É a parte da tanatologia forense que estuda o


diagnóstico da realidade da morte
Exame tanatológico

É o conjunto de verificações que têm como centro o


cadáver e , como epicentro, descobrir qual a causa da
morte.
Exame tanatológico
Provas de cessação da vida
Circulatórias: auscusta, pelo fundo do olho (vasos), ausência
de circulação sanguínea intracraniana, pela implantação
de uma agulha no coração, pela cianose ao ligar um dedo,
pela falta de batimentos por radioscopia do tórax,
eletrocardiograma, sucção com ventosa escarificada, pela
hiperemia conjuntival por éter, pela diotinina, pelo não
aparecimento de flictena com leucócito e albumina com
orla vermelha e rotura capilar pela aproximação de uma
chama, pela não distribuição da fluoresceína injetada
endovenosa, pela perda da turgência dos globos oculares,
água gelada nos condutos auditivos, por presença de
aminas vasoativas: histamina e serotonina.
Exame tanatológico
arborescência de Lichtenberg
Exame tanatológico
Provas de cessação da vida

Respiratórias: pela ausência do murmúrio vesicular pela


ausculta, pela ausência da mobilidade de uma superfície
líquida, pela ausência de embaçamento de um espelho,
por não apagar uma vela acesa colocada na frente da
boca ou narinas.
Exame tanatológico
Provas de cessação da vida
Químicas: pela eliminação de gás sulfídrico gasosos,
fosqueamento de uma agulha de metal, pelo aumento da
acidez tecidual.

Dinamoscópicas: ausência de resposta dinâmica de defesa:


pela ausência de vibração pulsátil, falta de reação pela
injeção com éter, deformação permanente da córnea,
aproximação de haste quente no pé.

Neurológicas: pela ausência de atividade cerebral -


eletroencefalograma
Exame tanatológico

Causas mortis médicas súbitas:

Afecções cardiovasculares, lesões do sistema nervoso


central, hemorragias meníngeas, e encefálicas,
perturbações neuroendócrino-humorais, acidentes
operatórios, hemorragias agudas, asfixias mecânicas,
rotura de vísceras, edema de laringe, choques em suas
modalidades, eletroplessão, fulminação, etc.
Exame tanatológico
Causas mortis jurídica (de morte violenta):

Homicídio: Morte de um indivíduo por outro, em forma dolosa


ou preterintencional

Suicídio: morte de um indivíduo pelas lesões que se auto


inflige com objetivo de pôr fim a própria vida

Acidente: diz-se da que sofre um indivíduo por causas


fortuitas e não previsíveis, ou que, em sendo previsíveis
não o foram por ignorância, negligência ou imprudência,
isto é, por culpa
Exame tanatológico

Cadáver

• Inviolabilidade,
• Constitui coisa apesar de nossa piedade;
• De natureza extrapatrimonial;
• Não pode ser utilizado de maneira contrária à dignidade
humana;
• Não faz parte da sucessão
Exame tanatológico

Direitos do indivíduo

 Vontades devem ser respeitadas após a morte;

 Pode-se pedir a necrópsia post-mortem, mas não pode


impedi-la (morte violenta ou suspeita).
Exame tanatológico

Direitos da família

 Vontades do morto podem ser contrariadas se


contrapuserem a ordem pública ou moral.
 Necropsia clínica somente será realizada com a
autorização da família
 Morte violenta ou suspeita necrópsia criminal
Exame tanatológico
Direitos da sociedade

 Para a sociedade o corpo representa um valor


 A necrópsia constitui ato de importância social e de
interesse coletivo do progresso científico ou na
determinação da causa mortis jurídica além de contribuir
para o bem estar social.
Exame tanatológico
Órgãos e tecidos

 Consentimento do doador;
 Consentimento da família;
 Cessão de órgãos ou tecidos de doadores vivos (pessoa
capaz, consentimento, histocompatibilidade,
compatibilidade)
 Lei 9434, de 04 de fevereiro de 1997 pelo decreto lei
2.268, de 30 de junho de 1997.
 Centrais de captação, recepção e distribuição de órgãos
Exame tanatológico
Lesões Reação vital (intra vitam)

sinais macroscópicos hemorragia, coagulação sanguínea,


retração de tecidos, reação inflamatória, reação vascular
(eritema, flictena com leucócitos e albumina,
arborescência de Lichtenberg, marcas de Jelinek),
cogumelo de espuma, fuligem em vias respiratórias,
embolias gordurosas ou gasosas, bossas linfáticas, CO2
no sangue, espasmo cadavérico.

Sinais microscópicas pelo afluxo de leucócitos, pela


histoquímica, pela ferritina em gânglio linfático regional.
Manobras e sinais pesquisados
Magnus: ligadura firme na extremidade de um dos
dedos, que adquirirá cor violácea se persistir a
circulação
Halluin: propôs a intilação de uma gota de éter na
conjuntiva ocular, que, se irritar, negará a existência da
morte
Ott: sugere a prova da ampola gasosa pela aproximação
de ma chama à pele do examinado. Se resultar flictena
própria de 2 grau das queimaduras, há vida e se surgir
uma ampola contendo gás, que se rompe com um
estalido, será sinal positivo de morte.
Manobras e sinais pesquisados
Icard: Prova da Fluoresceína utilizada na oftalmologia para
diagnóstico de úlceras carneais e lesões oculares por
contraste com o fundo do olho, injetada hipodérmica ou
endovenosamente. Havendo vida, ao cabo de minutos a
pele mucosas adquirem coloração amarela. A lâmpada de
Wood facilitará o diagnóstico.

Levassen: recomenda a aplicação de uma ventosa ao


corpo inerte. Se há vida, sai sangue

Hilário Veiga de Carvalho: Indica a injeção de solução


milésimal de adrenalina, através do ponto de Szubinsky,
dietamente no músculo cardíaco, o que, em se tratamdo de
morte aparente , seria uma forma de auxiliar no tratamento
Exame tanatológico
Fenômenos cadavéricos

a) Abióticos:
1. Imediatos: perda da consciência, da respiração, da
circulação, insensibilidade, imobilidade, abolição do
tônus muscular, palidez, midríase.

2. Consecutivos desidratação tegumentar, esfriamento do


corpo, rigidez
Exame tanatológico
Fenômenos cadavéricos

b) transformativos:

1. Destrutivos: autólise, putrefação, maceração


2. Conservadores: saponificação, mumificação,
petrificação, coreificação.
Exame tanatológico

Divide-se em:

Perinecroscopia

Necroscopia ou necrópsia

Exames complementares
PERINECROSCOPIA
PERINECROSCOPIA
Coleta de material
Vestígio Material Procedimento

Manchas de sangue Papel filtro ou Impregnação do papel filtro ou


ou outros vestígios espátula raspagem coma espátula
biológicos

Pós para revelação,


Impressões Aspersão do pó sobre a impressão,
levantadores e
papilares fotografia em macro e levantamento
máquina fotográfica

Luvas, espátula de Sobre o piso, coleta com luvas. Na


Projéteis madeira ou pinça de parede, espátula de madeira e pinça
plástico de plástico

máquina fotográfica Fotografia em escala e levantamento


Pegadas
e/ou gesso do molde com gesso

Máquina fotográfica
Marcas no cadáver Fotografia em escala
e escala
Fenômenos cadavéricos
1) Abióticos, avitais ou vitais negativos
Imediatos
Consecutivos

2) Transformativos
Destrutivos
Conservadores
Fenômenos abióticos imediatos
A - Perda da consciência

B - Abolição do tônus muscular com imobolidade

C - Perda da sensibilidade

D – Relaxamento dos esfíncteres

E - Cessação da respiração
Fenômenos abióticos imediatos
F - Cessação dos batimentos cardíacos

G – Ausência de pulso

H – fácies hipocrática

I – Pálpebras parcialmente cerradas


Fenômenos abióticos consecutivos
A - Resfriamento paulatino do corpo ( “Algor mortis” )

Tendência do corpo a equilibrar sua temperatura com o


meio ambiente (cerca de 12 horas)

Em ambiebte de 20 a 30 graus, perde-se cerca de 0,5


ºC nas três primeiras h. e depois cerca de 1 C / hora.
Criança cerca de 20 h. e adultos 24 h..
Fenômenos abióticos consecutivos
A - Resfriamento paulatino do corpo
Influenciada por fatores ambientais, idade, panículo
adiposo, agasalhos.

Q = K x S X (T-t)

Q= resfriamento
K= constante, própria de cada corpo inerte
S= sua superfície
T= temperatura do cadáver
t = temperatura ambiente
Fenômenos abióticos consecutivos
Fatores que influenciam no resfriamento

Temperatura do ambiente
Arejamento do local
Estado nutricional
Espessura do panículo adiposo
Vestes
Fenômenos abióticos consecutivos
Rigidez cadavérica ( “Rigor mortis”)

É um fenômeno originado por uma reação de acidificação


gerando um estado de contratura muscular que desaparece
quando se inicia a putrefação.
É explicada pela desidratação muscular que produz a
coagulação da miosina associado ao aumento de ácido lático
nos músculos.
A rigidez se inicia na face, nuca, seguindo dos músculos do
tronco, os membros superiores e por último inferiores,
desaparecendo na mesma ordem (crânio-caudal)
Mandíbula e nuca 1-2 h, 2 – 4 membros superiores, 4-6 torax, 6-
8 membros inferiores) Flacidez 36-48h
Fenômenos abióticos consecutivos

Espasmo cadavérico

É uma rigidez abrupta generalizada e violenta sem o


relaxamento muscular que precede a rigidez comum. O
indivíduo permanece na posição em que morreu.
Fenômenos abióticos consecutivos

Dessecamento: decréscimo de peso, pergaminhamento da


pele e mucosas dos lábios, modificações dos globos
oculares, manchas da esclerótica, turvação da córnea
permanente, perda da tensão do globo ocular, formação
da tela viscosa.

Ocorre devido à evaporação tegumentar .


Fenômenos abióticos consecutivos
• Decréscimo de peso

• Pergaminhamento da pele (pardacenta)

• Dessecamento das mucosas e dos lábios

• Modificação dos globos oculares (córnea turva)


Midríase

• Ocorre logo que o tronco cerebral sofre a


falência isquêmica.

• As pupilas geralmente ficam em posição


moderadamente dilatadas, devido ao
relaxamento do músculo pupilar.
Midríase
• .
Dedos semi-fletidos em direção ao oco da mão e
recobrindo parcialmente o polegar
Exteriorização de esperma pelo canal uretral

.
Sinal de Sommer e Larcher: triangular, nas
extremidades e com a base para a íris
Rigidez de membros inferiores
Fenômenos abióticos consecutivos
C - Manchas de hipóstase cutâneas (“Livor mortis”).
Ocorrem na superfície em virtude do acúmulo de sangue
nas partes mais em declive do cadáver, por atuação da
força da gravidade. (surgem em 1- 2- 3h, fixando em 8-12
horas)

A cor varia de acordo com o meio de morte. Será vermelho


claro na asfixia submersão, achocolatado no
envenenamento pelo clorato de potássio, vermelho rosa ou
carminada nas asfixias pelo monóxido de carbono e escura
nas asfixias em geral.
Fenômenos abióticos consecutivos

D - Manchas de hipóstase visceral

Depósito sanguíneo por ação da força da


gravidade nas partes em declive das vísceras.
Hipóstase visceral
Mancha de hipóstase não fixa.
A compressão local impede a sua formação nesta fase
Mancha de hipóstase fixa

.
Fenômenos abióticos consecutivos
G - Conteúdo gástrico Se o conteúdo estomacal do
cadáver exibe alimentos não digeridos, suspeita-se de
que alguma refeição foi realizada nas últimas 2 h. antes
do óbito.
Conteúdo no estômago

Tempo de permanência
Tipo de alimento ingerido
no estômago (h.)
1a2 Água café, chá, leite
massas, carnes cozidas, biscoitos,
2a3
legumes, frutas
Pão, arroz, carne assada,
3a4
verduras, legumes, presunto
4a5 Carne de porco
Conteúdo estomacal
Fenômenos abióticos
consecutivos
H - Nível de potássio no humor vítreo

A quantidade de potássio, avaliada em


meq/litro, aumenta, à medida que transcorre o
tempo após a morte.
Estimativa de tempo de morte
Humor vítreo
Estimativa de tempo de morte
restauração da pressão intraocular

• Em cerca de 4 h de morte perde se 0,02 ml por


hora de líquido.
Estimativa de tempo de morte
fenômenos de sobrevivência
• Epitélio respiratório apresenta movimento fibrilar até 13 h,
espermatozoides até 36 h, musculatura reage a estimulo
elétrico até 6 h, atropina dilata a pupila até 4 h,glândulas
sudoríparas reagem a estímulo elétrico até 30h, leucócitos
mortos em 8% nas primeiras 5 h, 58% nas 30h e 95% em
70 h, córnea é vital até 6 h.
Fenômenos abióticos
consecutivos
I - Crescimento do pêlo

Mesmo após a morte, alguns fâneros, como pêlo e


unhas continuam a crescer. Os pêlos crescem a razão
de 21 μ/hora.
Fenômenos transformativos
Destrutivos
 autólise
 putrefação
 e maceração

Conservadores
 mumificação
 saponificação
Fenômenos transformativos
destrutivos
• Autólise
– Mais intensa em tecidos ricos em enzimas.
• Putrefação
– Período cromático (de coloração);
– Período gasoso (enfisematoso);
– Período coliquativo (de liquefação);
– Período de esqueletização.
• Maceração
Fenômenos transformativos
destrutivos
A – Autólise

Série de fenômenos putrefativos anaeróbicos, motivados


pelas próprias enzimas celulares. O meio torna se ácido
começando a decomposição intra e extra celular.

Não há interferência bacteriana. Apenas fenômenos


bioquímicos.
Fenômenos transformativos
destrutivos
A – Autólise
Há acidificação do meio intracelular por deixar
de receber novos elementos pela corrente
plasmática.
Fenômenos transformativos
destrutivos
B - Putrefação
Consiste na decomposição fermentativa da matéria
orgânica por ação de diversos germes e alguns
fenômenos daí decorrentes. Ocorre logo após o a fase
de autólise
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período de coloração
Tonalidade verde enegrecida dos tegumentos, originada
pela combinação de hidrogênio sulfurado nascente com
a hemoglobina (sulfoxihemoglobina) surge, no nosso
meio, entre 24 e 36 h. em clima frio em clima quente 18-
24 h e dura , em média, 7 dias.
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação
Mancha verde abdominal: mais de 20-24 h. de morte
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação
Mancha verde abdominal: mais de 20-24 h. de morte
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período gasoso: Os gases internos da putrefação migram


para a periferia provocando o aparecimento na superfície
corporal de flictenas contendo líquido leucocitário
hemoglobínico com enfisema putrefativo que crepita à
palpação e confere ao cadáver a postura de boxeador e
aspecto gigantesco, especialmente na face, no tronco, no
pênis e bolsa escrotal
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período gasoso: A compressão cardiovascular emigra


sangue para a periferia determinando desenho na pele
(circulação póstuma de Brouardel +- 5 dias). A
compressão do útero determina o parto de putrefação. As
órbitas esvaziam-se, a língua exterioriza-se, o pericrânio
fica nu. O ânus se entreabre evertendo a mucosa retal.
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período gasoso:
cristais de sangue putrefeito em forma de lâminas
cristaloides – 3 dia surge permanecem até 35 dias) cor
castanha pelo iodo e azulada pelo ferrocianeto de
potássio.

Crioscopia: o ponto de congelação afasta se a medida que


evolui o tempo de morte (normal -0,57 graus)
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período gasoso:
Líquido cefalorraquidiano: 3 elementos do líquido
cefalorraquidiano podem ser medidos: Ac. Lático,
Nitrogênio não proteico e ácidos aminados – método
impreciso
Fenômenos transformativos
destrutivos
Fase gasosa flictenas com conteúdo líquido hemoglobínico
Fenômenos transformativos
destrutivos
Fase gasosa - exoftalmia
Fenômenos transformativos
destrutivos
Fase gasosa protusão da língua
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação – dilatação abdomen
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação
Distensão gasosa genital – “pseudo-ereção”
Fenômenos transformativos
destrutivos
Fase gasosa - Posição de boxeador
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação :Fase gasosa - distensão intestinal
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos Putrefação Fase gasosa – descolamento da pele
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação fase gasosa – larvas de dípteros
(1 leva)
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação
Circulação póstuma (de Brouardel): mais de 24 h. de
morte.
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período coliquativo é a dissolução pútrida das partes


moles do cadáver pela ação conjunta das bactérias e da
fauna necrófaga. Os gases se evolam, o odor é fétido, o
corpo perde gradativamente a forma.
Fenômenos transformativos
destrutivos
Período coliquativo
Fenômenos transformativos
destrutivos
Períodos da Putrefação

Período de esqueletização:
A ação do meio ambiente e da flora cadavérica destrói
os resíduos tissulares, inclusive os ligamentos
articulares, expondo ossos e deixando-os
completamente livres. Os cabelos e os dentes
resistem muito tempo à destruição
Período de esqueletização
Fenômenos transformativos
destrutivos
Fauna Entomológica

O estágio da metamorfose dos dípteros cujas


larvas têm atividade necrofágica permite
estabelecer uma cronologia da morte.
CALENDÁRIO - CRONOTANATOGNOSE
2 h. de morte: Corpo flácido, temperatura quente, ausência de livores
2 a 4 h.: Rigidez de nuca e mandíbula, início dos livores, alterações
oculares (fundo de olho)
4 a 6 h.: Rigidez de membros superiores, nuca e mandíbula, livores ,
alterações oculares (fundo de olho)
8 a 16 h.: Rigidez generalizada, manchas de hipóstase, alterações
oculares (fundo de olho)
16 a 24 h.: Rigidez generalizada, início da mancha verde abdominal,
alterações oculares (fundo de olho)
24 a 48 h.: Início da flacidez, mancha verde abdominal, alterações
oculares (fundo de olho)
48 a 72 h.: Disseminação da mancha verde abdominal, fase gasosa,
alterações oculares (fundo de olho)
2 a 3 anos: Desaparecimento das partes moles do corpo, presença de
insetos
Após 3 anos: Esqueletização completa.
Fenômenos transformativos
destrutivos
C - Maceração

É um processo que sofre o cadáver do feto no útero


materno, do 6 c ao 9c mês de gravidez. Ocorre nos
corpos mantidos em meio estéril e desprovidos de flora
bacteriana própria.
Maceração
Maceração
Fenômenos transformativos
conservadores
A - Saponificação ou adipocera
É um processo em que há a transformação
do cadáver ou de parte dele, em uma
substância de consistência untuosa, mole e
quebradiça, amarelo-escura, com aparência de
cera ou sabão.
Saponificação ou adipocera
Saponificação
Fenômenos transformativos
conservadores
B – Mumificação

É um processo, que retarda a decomposição do


cadáver. Comum em regiões muito quentes e secas e
de arejamento intensivo.
Provoca a rápida desidratação do cadáver, dificultando e
até impedindo a ação da flora e fauna provocadora ds
fenômenos putrefativos.
Mumificação
Mumificação
Mumificação
Fenômenos transformativos
conservadores
C - Calcificação
É um fenômeno transformativo conservador
que se caracteriza pela petrificação ou
calcificação do corpo. Mais comum em fetps
retidos (litoédios) crianças de pedra)
Fenômenos transformativos
conservadores
D - Corificação
Encontrado em cadáveres que foram
acolhidos em urnas metálicas fechadas
hermeticamente, principalmente de zinco. Em
função desse ambiente o corpo é preservado da
decomposição.
Fenômenos transformativos
conservadores
D - Corificação
A pele do cadáver assume o aspecto, a cor e
a consistência uniforme de couro recentemente
curtido.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 159. O exame de corpo de delito e as outras perícias


serão realizadas por perito oficial portador de diploma de
curso superior.

§ 1o Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado


por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de
curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que
tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do
exame.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de
bem e fielmente desempenhar o encargo.

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde


descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo
ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito


em qualquer dia e a qualquer hora.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) h.
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita
antes daquele prazo, o que declararão no auto.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta,


bastará o simples exame externo do cadáver,
quando não houver infração penal que apurar, ou
quando as lesões externas permitirem precisar a
causa da morte e não houver necessidade de
exame interno para a verificação de alguma
circunstância relevante.
Necrópsia
Compreende os seguintes passos

A)Tanatognose
Faz-se o reconhecimento e registro de sinal
de certeza de morte ou de pelo menos dois
sinais positivos de morte.
Necrópsia
B) Cronotanatognose
Estima-se o tempo de morte e, em sendo este
maior ou igual a seis h., pode-se prosseguir no
exame.
Necrópsia –
Evaporação – fenômenos oculares - mais de 8 h. de morte
.
Necrópsia Evaporação – fenômenos oculares
Sinal de Sommer e Larcher
Necrópsia Hipóstase livores cadavéricos
Necrópsia cronotanatognose
Rigidez cadavérica

• lei de Nysten: progressão da rigidez é craniocaudal

• Progressão da rigidez: dos menores para os maiores


grupamentos musculares!

• Começa entre 1-2 h. após a morte, máximo em torno de


8 h. e desaparece após cerca de 24 h..
Necrópsia cronotanatognose
Rigidez cadavérica
Necrópsia
D) Exame externo

Compreende o exame das vestes e das lesões,


anormalidades e todos os elementos significativos
observados pela inspeção da superfície externa do
cadáver.
Necropsia
E) Exame interno

Compreende a abertura das cavidades, o exame das


vísceras e a coleta de material para exames
complementares .
Necropsia
E) Exame interno
Necropsia
E) Exames complementares - Exame Toxicológico
Necropsia
E) Exames complementares - Exame Toxicológico
Necropsia
E) Exames complementares - Exame Toxicológico
Necropsia
E) Exames complementares - Exame Toxicológico
Necropsia
E) Exames complementares - Exame Toxicológico
Necropsia
E) Exames complementares- Exame Anatomia
Necropsia
E) Exames complementares- Exame Anatomia
Necrópsia
F) Recomposição do cadáver
Encerrados os exames é mandatório que o corpo
seja recomposto, limpo e arrumado buscando deixá-lo
em condições o mais próximo possível de seu estado
original.
INUMAÇÃO
Imersão
Destruição
Cremação
Peças anatômicas e partes do cadáver
Atestados de óbito
Serviço de verificação de óbito
Exumação
Exumação
Fase liquefativa da putrefação
Fase liquefativa da putrefação
Fenômenos transformativos conservadores

• Mumificação:
– Natural
• Clima quente e seco.
– Artificial
– Misto
• Saponificação:
– Ocorre após mais de 6 semanas de morte;
– Assimétrico
– Condições especiais
• Calcificação
• Corificação, congelação e fossilização.
Mumificação
Mumificação
Mumificação
Mumificação
Reinumação
Saponificação
CALENDÁRIO - CRONOTANATOGNOSE
2 h. de morte: Corpo flácido, temperatura quente, ausência de livores
2 a 4 h.: Rigidez de nuca e mandíbula, início dos livores, alterações
oculares (fundo de olho)
4 a 6 h.: Rigidez de membros superiores, nuca e mandíbula, livores ,
alterações oculares (fundo de olho)
8 a 16 h.: Rigidez generalizada, manchas de hipóstase, alterações
oculares (fundo de olho)
16 a 24 h.: Rigidez generalizada, início da mancha verde abdominal,
alterações oculares (fundo de olho)
24 a 48 h.: Início da flacidez, mancha verde abdominal, alterações
oculares (fundo de olho)
48 a 72 h.: Disseminação da mancha verde abdominal, fase gasosa,
alterações oculares (fundo de olho)
2 a 3 anos: Desaparecimento das partes moles do corpo, presença de
insetos
Após 3 anos: Esqueletização completa.
CALENDÁRIO DE CRONOTANATOGNOSE
pelas legiões de insetos
1ª - Musca Doméstica, Muscina Stabulans E Calliphora Vomitória
2ª - Lucilia Coesar, Sarcophaga Arvensis, Sacophaga Latricius E Cynomia
Mortuorum
3ª - Desmester Lardarium, Desmester Frichii, Deesmester Undulatuss E Aglossa
Pinguinalis
4ª - Pyophila Patasionis, Pyophita Casei, Antomya Vitina E Coleópteros
(Nacrobvia Cueruleus E Rifocoliis)
5ª - Tyreophora Cynophila, Furcata E Anthropophaga, Lanchea Nigrimina, Ophira
Cadaverica, Phorra Aterrina, Necrophorus Humator, Silpha Littoralis E Obscura,
Hsita Cadaverinus E Sapriinus Rotondatus
6ª - Uropoda Nummularia, Tyroglifus Cadavérinus, Clyciphagus Cursos, Spinipes,
Trachinotus Cadavérinus, Clyciphagus Cursos E Spinipes, Trachinotus Siro,
Serrator Necrophagus, Caepophagus E Achinopus
7ª - Anglossa Cuorealis, Tineola Biselliela, Tinea Pellionela, Attagenus Pellio E
Anthrenus Museorum
8ª - Tenebrius Obscurus, Tenebrio Molitor, Ptinus Bruneus
CAUSAS JURÍDICAS DA MORTE

HOMICÍDIO

SUICÍDIO

ACIDENTE
Importante observar: marcas de defesa, mordidas, escoriações, sede
dos ferimentos, direção da ferida, direção do projétil de arma de fogo,
distancia do tiro, residuograma, número de ferimentos, exame do
indiciado, exame das manchas de sangue e das vestes, exame da
arma, mudança do local da vítima, perfil psicológico da vítima, exame
do local.
CAUSAS JURÍDICAS DA MORTE

EUTANÁSIA: promover a morte mais cedo do que se espera ,


sem sofrimento e com dignidade (homicídio piedoso, direito a
verdade, sobrevivência privilegiada),

ORTOTANÁSIA : suspensão de meios medicamentosos e


artificiais de vida do paciente em coma irreversível e considerado
com morte encefálica.

Distanásia: tratamento insistente em paciente terminal, que


não tem possibilidade de vida, com sofrimento insuportável e que
é insalvável e fútil
CAUSAS JURÍDICAS DA MORTE

No fim da vida deve-se considerar:


1. princípio da veracidade (o quem como, quanto, a quem
informar),

2. Principio da proporcionalidade terapêutica (utilidade e


inutilidade das medidas),

3. Princípio do duplo efeito (alívio X prejuízos),

4. Princípio da prevenção (medidas profiláticas),

5. Princípio do não abandono (compromisso de cuidados,


ainda que paliativos).

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