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• ELEMENTOS DE COMPETENCIA > Evolução

histórica da saúde no Brasil e a criação do


Sistema Único de Saúde (SUS).
• Sistema Único de Saúde (SUS): Lei n°
8.080/90, - conceito, princípios, estrutura,
diretrizes, políticas e programas de saúde
Brasil colônia (1500 - 1822)

A “priori”, o Brasil dava ilusão de


paraíso terreno. A beleza e a
grandiosidade das paisagens, a
riqueza da alimentação, a pureza das
águas e o clima ameno combinavam,
aos olhos do europeu, com a saúde
dos habitantes do Novo Mundo.
Essa visão durou pouco, no séc. XVII a
colônia portuguesa era identificada
como “inferno”, onde os colonizadores
brancos e os escravos tinham poucas
chances de sobrevivência.
Brasil Independente (1822)
• Surgiram as primeiras
faculdades de medicina,
sendo criada em 1829 a
Sociedade de Medicina do
Rio de Janeiro.
• Surgimento de epidemias:
Varíola, Febre amarela e
Cólera.
Brasil Independente
• 1834 – 1836: mais
doenças, como febre
tifóide, sarampo e gripe.

• 1849: criada a Comissão


Central de Saúde Pública
(depois, transformada em
Junta Central de Higiene
Pública). ( PORTOS)
Brasil Republicano (1889)
• São Paulo: foco na febre amarela.
• Brasil: “túmulo dos estrangeiros”.
• 1892: criação do Laboratório de Bacteriologia,
onde iniciou-se a produção do soro antiofídico.
• 1899: chega ao Brasil a peste bubônica.
• São Paulo: criação da Fundação do Instituto
Butantan (desenvolvimento do soro
“antipestoso”).
• Rio de Janeiro: criação do Instituto Soroterápico
Federal, assumido por Oswaldo Cruz.
Saúde Pública no Século XX
• 1903: Oswaldo Cruz assume a Diretoria Geral
da Saúde.
• Missão: erradicar a febre amarela, a peste
bubônica e a varíola.
• 1904: Revolta da Vacina (governo Rodrigues
Alves)
• 1906: a febre amarela é considerada extinta
no Rio de Janeiro.
Saúde Pública no Século XX
• 1909: Carlos Chagas descobre o agente
causador da Doença de Chagas, o
trypanosoma cruzi.

• “Jeca Tatu”: representava o cabloco brasileiro.


Era um homem fraco e desanimado, cujas as
enfermidades o impediam de participar no
esforço de fazer o Brasil progredir.
Saúde Pública no Século XX
• 1918: criação da Liga Pró Saneamento do
Brasil, por intelectuais que se opunham ao
sistema de vigilância sanitária que excluía o
homem do campo. É o início do movimento
sanitarista no Brasil.
• 1918: Epidemia de gripe espanhola.
• Década de 1920: criação do Departamento
Nacional de Saúde Pública (DNSP)
Saúde Pública no Século XX
• 1943: criada a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho). Garante assistência médica, licença
remunerada, gestante trabalhadora e a
jornada de trabalho de oito horas.
• Década de 1950: criação do Ministério da
Saúde, no Rio de Janeiro.
• Focos: malária, doença de Chagas, peste
bubônica e febre amarela
Saúde Pública no Século XX
• Década de 1960: Instituído o Código Nacional
de Saúde, que definiu um controle maior
sobre as doenças no Brasil e deu atenção às
questões de saneamento.
Saúde Pública no Século XX
• Final dos Anos 1970: reestruturação
Administrativa do Ministério da Saúde.

• Criação do Sistema Nacional de Vigilância


Sanitária (SNVS): responsável pelo controle
sanitário dos portos, aeroportos e fronteiras;
medicamentos; alimentos; saneantes;
cosméticos e produtos de higiene.
Saúde Pública no Século XX
• Década de 80: os projetos identificados pelas siglas Prev-
saúde, (Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde)
Conasp, ( Conselho Nacional de Administração da Saúde
Previdenciária) e AIS ( Ações Integradas de Saúde)
mantiveram sempre a proposta de reorganizar, de forma
racional, as atividades de proteção e tratamento da saúde
individual e coletiva, evitar as fraudes e lutar contra o
monopólio das empresas particulares de saúde.

• Décadas de 1980 e 1990: surtos de cólera e dengue, e altos


índices de pessoas atingidas por tuberculose, tracoma, doença
de Chagas e doenças mentais.
• https://www.youtube.com/watch?v=8RcIFbPH
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SUDS
o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
(SUDS) foi implementado, representando certo
avanço no sentido que possibilitou:

 A formação dos conselhos estaduais e municipais


de saúde;
 A desconcentração de recursos e poder da esfera
federal para a estadual;
 E o aumento, mesmo que insuficiente, da
cobertura de serviços de saúde para a população.
SUS
• O marco histórico para o surgimento do SUS foi a 8ª
Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986,
no período da Nova República.

• Marca o momento em que as mudanças ganham


contornos claros, ao ampliar os atores envolvidos e
explicitar em seu relatório as diretrizes para a
reorganização do sistema de saúde.
A separação da saúde e da
previdência é determinada
pelo Art. 194:
“A seguridade social
compreende um conjunto de
ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à
previdência social e a
assistência social”.
ARTICULOU TRÊS SISTEMAS:
• PREVIDÊNCIA->PELA CONDIÇÃO DE
TRABALHO; SAÚDE-> PELA NECESSIDADE;
ASSISTÊNCIA SOCIAL-> PELA INCAPACIDADE.
SUS
• Instituído pela Constituição Federal de 1988, o
Sistema Único de Saúde foi um meio de
concretizar o direito à saúde.
• O artigo 200 da Constituição Federal (CF)
estabelece a competência do SUS para
controlar e fiscalizar procedimentos, produtos
e substâncias de interesse para a saúde, e
também fiscalizar e inspecionar alimentos,
bebidas e águas para consumo humano.
• Para regulamentar a estrutura e
funcionamento do SUS foi aprovada a Lei
Orgânica da Saúde - Lei nº 8080/90. Ela dispõe
sobre as condições para promoção, proteção
e recuperação da saúde, e a organização e o
funcionamento dos serviços
correspondentes.
Constituição de 1988
• SUS é instituído constitucionalmente (artigos
196 a 200). Isso desencadeou a necessidade
de novas leis. Lei 8,080 e Lei 8,142, de 1990,
que conjuntamente formam a “Lei Orgânica
da Saúde”
Art. 2º → “A saúde é um direito fundamental do ser
humano, devendo o Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício.

§1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste


na reformulação e execução de políticas
econômicas e sociais que visem à redução de riscos
de doenças e de outros agravos no estabelecimento
de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.”
Art. 4º → “O conjunto de ações e serviços de
saúde, prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da
administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema
Único de Saúde-SUS.
§2º - A iniciativa privada poderá participar do
Sistema Único de Saúde-SUS, em caráter
complementar.”
Art. 5º → “Dos objetivos do SUS:
A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social;
A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.”

Art. 6º → “Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS:


A execução de ações de vigilância sanitária, de vigilância
epidemiológica, de saúde do trabalhador e de assistência terapêutica
integral.”
• Art. 7º → “As ações e serviços públicos de
saúde e os serviços privados contratados ou
conveniados que integram o Sistema Único de
Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com
as diretrizes previstas no artigo 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos
seguintes princípios:
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
• Universalidade;
• Equidade;
• Integralidade.
PRINCÍPIOS DE OPERACIONALIZAÇÃO
• Descentralização;
• Regionalização;
• Hierarquização e
• Participação social.
Princípio da universalidade
• Reconhecimento da
saúde como um
direito fundamental
do ser humano,
cabendo ao Estado
garantir as condições
indispensáveis ao seu
pleno exercício e o
acesso a atenção e
assistência à saúde
em todos os níveis de
complexidade.
Princípio da Equidade
• Diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os
desiguais” de modo a se alcançar a igualdade de oportunidades
de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os
membros de uma dada sociedade. Apesar de todas as pessoas
possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por
isso, têm necessidades distintas.
Princípio da Integralidade
Considera as pessoas como um
todo, atendendo a todas as suas
necessidades. Para isso, é
importante a integração de ações
de:
 Promoção da saúde;
 Prevenção/Proteção de
riscos e agravos;
 Recuperação/Tratamento a
doentes.
Princípio da Descentralização
• Implica na transferência de
poder de decisão sobre a
política de saúde do nível
federal (MS) para os estados
(SES) e municípios (SMS).

• Esta transferência ocorre a


partir da redefinição das
funções e responsabilidades
de cada nível de governo com
relação à condução político-
administrativa do sistema de
saúde em seu respectivo
território (nacional, estadual,
municipal)
Regionalização e Hieraquização

• Princípio facilitado pela possibilidade da


formação de consórcios entre os municípios ou
quiçá entre os estados, dando efetividade à
regionalização da rede e dos serviços prestados
pelo SUS.
• Os principais instrumentos de planejamento da
Regionalização são o Plano Diretor de
Regionalização – PDR –, o Plano Diretor de
Investimento – PDI – e a Programação Pactuada e
Integrada da Atenção à Saúde – PPI –, detalhados
no corpo deste documento.
Objetivos da Regionalização
• Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e
serviços de saúde cuja complexidade e contingente
populacional transcenda a escala local/municipal;
• Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e
territoriais e promover a eqüidade, ampliando a visão
nacional dos problemas, associada à capacidade de
diagnóstico e decisão locoregional, que possibilite os meios
adequados para a redução das desigualdades no acesso às
ações e serviços de saúde existentes no país;
• Garantir a integralidade na atenção à saúde, ampliando o
conceito de cuidado à saúde no processo de
reordenamento das ações de promoção, prevenção,
tratamento e reabilitação com garantia de acesso a todos
os níveis de complexidade do sistema;
• Potencializar o processo de descentralização,
fortalecendo estados e municípios para
exercerem papel de gestores e para que as
demandas dos diferentes interesses loco-
regionais possam ser organizadas e
expressadas na região;
• Racionalizar os gastos e otimizar os recursos,
possibilitando ganho em escala nas ações e
serviços de saúde de abrangência regional.
Participação social
• Torna-se imprescindível.
Dessa forma, a existência e
o funcionamento de
conselhos de saúde nos
três níveis de governo
passam a ser obrigatórios
visando a garantir a
participação social nas
políticas de saúde, tanto
em sua formulação como
em sua execução.
ANTES DEPOIS
Saúde = “Estado de não doença” Saúde = Qualidade de vida da população,
composta por um conjunto de bens
(alimentação, trabalho, nível de renda,
educação, meio ambiente, saneamento
básico, vigilância sanitária e
farmacológica, moradia, lazer,...).
Duplicidade (Ministério da Saúde e Unificação (1999) do comando por parte
Ministério da Previdência Social) e do MS, através da Fundação Nacional de
fragmentação das ações e dos serviços de Saúde. Tornou-se responsável também
saúde. Acesso restrito àqueles que por estruturar e operacionalizar o
contribuíam para o sistema. Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
articulado com o SUS.
• http://portalms.saude.gov.br
• (http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?o
ption=com_content&view=frontpage&Itemid=
28) e vídeo de Políticas de Saúde (Ministério
da Saúde. Organização Pan-Americana da
Saúde. Organização Mundial da Saúde.
Políticas de Saúde no Brasil: Um século de
luta pela saúde no Brasil. 2006.).
LEI FEDERAL 8142/90
• Dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e
sobre as transferências intergovernamentais
de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.
Cada esfera de governo deve contar com
instâncias colegiadas com participação da
comunidade:
 Conselho de Saúde é o órgão que vai fiscalizar
a implementação e utilização dos recursos de
forma geral;
 Conferências de Saúde é responsável pela
formulação de novas propostas para o Sistema
Único de Saúde, que acontece a cada 4 anos.

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