You are on page 1of 30

INCONTINÊNCIA URINÁRIA PIESC VII

INTEGRANTES
Iago Felipe de Almeida
João Paulo Almeida
Letícia Juliana Aguilar
Pedro Paulo Teixeira
CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA
Incontinência urinária é um dos "gigantes" da Medicina Geriátrica, e é definida como
perda involuntária de urina
200 milhões de pessoas com incontinência ao redor do mundo
Entre 15% e 30% das pessoas acima de 60 anos que vivem em ambiente domiciliar
apresentam algum grau de incontinência
FISIOLOGIA DA MICCÃO
O trato urinário inferior, formado pela
bexiga e pela uretra, executa duas funções
muito importantes: armazenamento e
eliminação da urina (micção).
FISIOLOGIA DA MICCÃO

Armazenamento Impulso
da Urina Simpático

Tônus Tônus do
esfincteriano Detrusor
Elevado Relaxado
FISIOLOGIA DA MICCÃO

Micção Impulso
Parassimpático

Tônus Tônus do
esfincteriano Detrusor
Relaxado Elevado
FATORES DE RISCO
Na bexiga, o idoso tem redução da capacidade, hiperatividade e redução da contratilidade
do detrusor além de aumento do volume residual
Envelhecimento

Na uretra, há redução da pressão de fechamento uretral

O aumento da próstata no homem favorece o surgimento do quadro

Aumento da produção noturna de urina

Redução da produção de estrógenos na mulher

Aumento da incidência de infecções recorrentes


DEFINIÇÃO E TIPOS
Causas de Incontinência
Transitória (reversível) Urinária Transitória
• Caracterizada pela perda involuntária de urina Delirium
na ausência de disfunção do trato urinário
inferior. É provocada por eventos clínicos agudos, Infecção do Trato Urinário
potencialmente reversíveis Uretrite e Vaginite Atróficas
Estabelecida (persistente) Restrição da mobilidade
• Refere-se à variedade não causada por Aumento do Débito Urinário
comorbidades clínicas ou efeito colateral de Medicamentos
medicamentos, que persiste ao longo do tempo. É
subdividida em incontinência de urgência, de Impactação Fecal
esforço, de transbordamento (hiperfluxo) e mista. Distúrbios psíquicos
IU DE ESFORÇO Ocorre quando aumentos
na pressão intra-
abdominal superam a
pressão de fechamento
esfincteriano, na ausência
de contrações vesicais.
 É o segundo mais comum em mulheres idosas. É causada, na mulher, por
deslocamento da uretra de sua posição anatômica durante esforços
(hipermotilidade uretral) ou por deficiência esfincteriana intrínseca, decorrente
de trauma cirúrgico.
 No homem, ocorre por deficiência esfincteriana, consequência de lesão
causada por prostatectomia radical.
IU DE URGÊNCIA Desencadeada por
contrações não inibidas da
bexiga, referidas como
hiperatividade do detrusor,
condição que, geralmente,
ocorre na presença de
função contrátil normal.
 A incontinência de urgência ou urge-incontinência é a mais comum em
pacientes idosos de ambos os sexos.
 Caracteriza-se clinicamente por:
 intenso desejo de urinar (urgência),
 seguido da perda involuntária de volume de urina, que pode ser de moderado a
grande.
IU DE URGÊNCIA
 Idosos fragilizados podem apresentar incontinência na presença de
detrusor hiperativo, mas hipocontrátil, caracterizando-se a denominada
"hiperatividade do detrusor com redução da contratilidade".
 Essa condição se manifesta, clinicamente, com
 urgência,
 Frequência aumentada,
 jato urinário fraco e
 grande volume residual, sintomas que se confundem com aqueles provocados por
obstrução mecânica do fluxo urinário.
IU POR TRANSBORDAMENTO
Essa condição está associada:
 Esvaziamento vesical incompleto,
 Jato urinário fraco,
 Esforço miccional,
Quadro de gotejamento ou
 Intermitência,
perda contínua de urina.
 Hesitação: dificuldade para iniciar micção
 Frequência aumentada e
 Noctúria: aumento das micções durante a noite
IU POR TRANSBORDAMENTO
Provocada por dois mecanismos distintos:
Hipocontratilidade do detrusor, que ocorre em 5 a 10% dos idosos,
como consequência de hipoestrogenismo, de neuropatia periférica e de
lesão das vias eferentes do detrusor (herniação discal, estenose do
canal medular, tumores).
Obstrução da saída ocorre, no homem, em consequência de aumento
da próstata ou estenose uretral e, nas mulheres, devido a lesões uretrais
cicatriciais e a prolapso vesical e uterino volumosos.
IU MISTA Refere-se à coexistência de
mais de um tipo de
incontinência em um mesmo
paciente

Variedade de incontinência mais frequente na mulher.


O suposto mecanismo fisiopatológico envolve a associação de
hiperatividade do detrusor com redução da função esfincteriana.
IU FISIOLÓGICA Acomete pacientes sem
comprometimento dos
mecanismos controladores
da micção.

 Deve-se à incapacidade desses pacientes para alcançar o toalete a


tempo de evitar a perda de urina, seja por limitações físicas, transtornos
psíquicos, déficit cognitivo, hostilidade ou limitações ambientais (iluminação
inadequada, banheiros e urinóis de difícil acesso).
 Pacientes idosos hospitalizados, não prontamente atendidos pelo corpo
de enfermagem ou por cuidador durante o desejo de urinar, podem tornar-
se, com o tempo, funcionalmente incontinentes.
DIAGNÓSTICO
A história, o exame físico e o exame de urina são suficientes como guia
inicial para o diagnóstico e tratamento da maioria dos pacientes
portadores de incontinência, portanto, devem ser realizados em todos
os pacientes idosos incontinentes.
DIAGNÓSTICO - ANAMNESE
Início, curso e características da incontinência: a frequência e o volume
das perdas, os sintomas associados (urgência, esforço, frequência,
noctúria, polaciúria, esforço, hesitação)
Fatores precipitantes (medicamentos, bebidas cafeinadas, álcool,
atividade física, tosse, riso)
Função intestinal (constipação intestinal, fecaloma)
Doenças neurológicas (doença de Parkinson, demência, neuropatias)
DIAGNÓSTICO - ANAMNESE
Doenças que provocam expansão de volume intravascular (insuficiência
cardíaca, insuficiência venosa)
Quantidade de líquido ingerida
Cirurgia do aparelho geniturinário, cirurgias pélvicas, dilatações
uretrais, radiações, infecções recorrentes do trato urinário
Lista de medicamentos.
DIAGNÓSTICO – EXAME FÍSICO
Extremidades inferiores: mobilidade articular, edema •
Aparelho cardiovascular (sinais de insuficiência cardíaca congestiva [ICC])
Abdome: massas, dolorimento, distensão vesical
Exame retal: massas; impactação fecal; consistência, simetria e tamanho
estimado da próstata
Exame neurológico detalhado, com ênfase na integridade das vias sacrais
(sensibilidade perineal, tônus do esfíncter anal, reflexo bulbocavernoso), na
sensibilidade e nos reflexos dos membros inferiores (patelares, Babinski)
DIAGNÓSTICO – EXAME FÍSICO
Avaliação cognitiva e funcional
Avaliação para depressão
Teste do estresse - Indicado em mulheres com sintomas de incontinência
por esforço ou mista : solicita-se a paciente para se colocar de pé e
tossir vigorosamente uma única vez. Caso haja perda urinária
instantânea : IU de esforço ; caso perda seja retardada, especialmente
se volumosa e de difícil controle, sugere quadro de hiperatividade do
detrusor induzida pela tosse
DIAGNÓSTICO – EXAMES COMPLEMENTARES
1- Urinálise e urinocultura - devem ser realizados em todos os portadores de
incontinência.
2- Em alguns acientes selecionados, solicita-se : Dosagem de eletrólitos, ureia,
creatinina, cálcio, glicemia em jejum, avaliação urológica/ginecológica e citologia
urinária
3- Teste urodinâmico - padrão-ouro para o estudo fisiológico da incontinência,
contudo não deve ser indicado como rotina, pois além de não ser essencial para o
diagnóstico, é invasivo e dispendioso.
DIANÓSTICO – EXAMES COMPLEMENTARES
4- Medida do volume residual pós-miccional - obtida por cateterização ou ultrassom.
É indicado nas seguintes situações:
 para homens com urgência urinária, antes de se inicar medicação anticolinérgica;
 para mulheres submetidas a cirurgia anti-incontinência que apresentam recorrência da
incontinênca;
 pacientes que não respondem a tratamento empírico com anticolinérgicos;
 para pacientes com infecções urinárias recidivantes;
 para portadores de hipoatividade do detrusor ou de obstrução do fluxo urinário;
 para pacientes com episódios recorrentes de retenção urinária;
 pacientes portadores de neuropatia periférica.
TRATAMENTO
 Incontinência urinária transitória :
 reconhecer e tratar as causas reversíveis
 reduzir as doses e/ou suspender medicamentos envolvidos
 providenciar modificações ambientais que facilitem o acesso do indivíduo ao toalete.

 Incontinência estabelecida :
 MEV : redução do peso, ajuste na quantidade de líquidos ingeridos, supressão de álcool, de
bebidas cafeinadas e de cigarros.
 Terapias do comportamento : treinamento vesical ( micção programada) e exercícios para o
soalho pélvico (exercícios de Kegel, os cones vaginais, o biofeedback, a estimulação elétrica
e eletromagnética)
 Tratamento farmacológico
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Anticolinérgicos
• Bloqueiam os receptores muscarínicos no músculo detrusor,
consequentemente, diminuem a contratilidade vesical, aumentam a sua
capacidade e amenizam a sensação de urgência. Oxibutinina,
Tolterodina, Fesoterodina, Trospium.
Agonistas alfa adrenérgicos
• Estimulam a contração da musculatura uretral e, por isso, têm sido
indicados para tratamento da incontinência de esforço na mulher. Seus
efeitos colaterais são significativos, principalmente em pacientes idosos.
Portanto, não devem ser prescritos para essa população.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Antagonistas alfa adrenérgicos
• Terazosina, doxazosina, tamsulosina, alfuzosina e silodosina, são
indicados para homens com bexiga hiperativa associada a
hiperplasia prostática benigna e podem beneficiar pacientes
portadores de obstrução vesical neurogênica decorrente de lesão
medular suprassacral. São menos eficazes na mulher.
TRATAMENTO
 IU de urgência
 Mudanças no estilo de vida
 Terapias comportamentais, isoladas ou associadas a farmacoterapia
com antimuscarínicos
 Quadros refratários têm sido tratados com toxina botulínica e
eletroestimulação
TRATAMENTO
Esfíncteres artificiais
e slings suburetrais,
Homem associados à
fisioterapia do
IU de assoalho pélvico. *

Esforço Fisioterapia do
Mulher soalho pélvico e as
intervenções
cirúrgicas
* Muitos pacientes submetidos a prostatectomia
radical apresentam incontinência de esforço no
pós-operatório, quadro que se resolve
espontaneamente em 6 a 12 meses, na maioria
dos casos.
TRATAMENTO
IU por Transbordamento
• Depende do mecanismo etiológico (obstrução mecânica do
fluxo urinário ou hipoatividade do detrusor). Pode incluir
intervenção cirúrgica, intervenção clínica ou ambos.
IU Funcional
• Os pacientes com incontinência funcional são tratados com
medidas ambientais e comportamentais, associadas a
reabilitação física, controle dos distúrbios psiquiátricos e
apoio social.
BIBLIOGRAFIA
1. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Freitas. 3ed

You might also like