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Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e

Ciências
Docente: Prof. Garcia Pembele, Ph.D.
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CADEIRA DE PROCESSOS DE
FABRICAÇÃO
CAPITULO: Conformação dos metais
Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e
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-
Introdução
A conformação dos metais abrange muitos processos , através dos
quais se transformam semi-produtos metálicos em outros
produtos que se encontram mais próximo da sua utilização final.
De acordo os tipos de esforços aplicados ao material, os diferentes
métodos de conformação podem ser classificados em:
- Processos de compressão directa e indirecta
- Processos de tracção
- Processos de dobragem
- Processos de corte
De acordo as figuras das operações típicas de conformação.
Materiais para conformação
• Materiais ferrosos : Aços e ferros fundidos

• Materiais não ferrosos: bronze , latão, Al, Cu,


Au, Pt..etc.
A sua interpretação de acordo o diagrama de
equilíbrio Fe-C e a tabela periódica
Estrutura dos materiais
DEFINIÇÃO DE CRISTAL

- Sólidos cristalinos: Uma substância pode ser considerada


cristalina quando os átomos (ou moléculas) que a constitui
estão dispostos segundo uma rede tridimensional bem
definida e que é repetida por milhões de vezes. (Ordem de
longo alcance)
Exemplos: Todos os metais e a maior parte das cerâmicas

- Sólidos amorfos ou não-cristalinos: Em geral, não


apresentam regularidade na distribuição dos átomos e
podem ser considerados como líquidos extremamente
viscosos.
Exemplos: Vidro e vários polímeros
• SISTEMAS CRISTALINOS
- Para avaliarmos o grau de repetição de um estrutura
cristalina é necessário definirmos qual a unidade estrutural
que está sendo repetida, que é chamada de célula unitária.
• A principal característica da célula unitária é que esta
apresenta a descrição completa da estrutura como um
todo, incluindo a estequiometria.
RETICULADOS CRISTALINOS MAIS IMPORTANTES:
• RETICULADOS CRISTALINOS MAIS IMPORTANTES:
• CCC - CÚBICO DE CORPO CENTRADO

• - Exemplos de metais CCC: Ferro α (Fe), Cromo (Cr),


Molibdênio (Mo), Tantâlo (Ta), e Tungstênio (W)

• - N° de coordenação (que representa o n° de vizinhos


mais próximos): 8

• - N° de átomos no interior do reticulado: 2 (8 x 1/8 + 1)

• - Fator de empacotamento atômico: 0,68 (68% do


volume da célula é ocupado por átomos)
• CFC - CÚBICO DE FACES CENTRADAS

• - Exemplos de metais CFC: Alumínio (Al), Cobre (Cu),


Ouro (Au), Chumbo (Pb), Níquel(Ni), Platina (Pt), Prata
(Ag)

• - N° de coordenação: 12

• - N° de átomos no interior do reticulado: 4 (8 x 1/8 + 6


x 1/2)

• - Fator de empacotamento atômico: 0,74 (74% do


volume da célula é ocupado por átomos)
Conformação dos materiais
Diagrama de tensão x deformação
• O estudo do diagrama tensão versus deformação
é de elevada importância para se entender como
um material diante de um estado de tensão se
comporta durante a deformação.
• Para se definir tensão e deformação
convencionais, vamos considerar uma barra
cilíndrica e uniforme que é submetida a uma
carga de tração uniaxial crescente, semelhante ao
procedimento aplicado para um ensaio de tração
normalizada, conforme mostra a figura.
Esquema representativo de provete e
de diagrama de tensão e deformação
• Na curva da Figura , observam-se quatro regiões
de comportamentos distintos: 0A – região de
comportamento elástico; AB – região de
escoamento de discordância; BU – região de
encruamento uniforme ; UF – região de
encruamento não uniforme (o processo de
ruptura tem inicio em U, e é concluído no ponto
F).
• Para um material de alta capacidade de
deformação permanente, o diâmetro do corpo de
prova começa a decrescer rapidamente ao se
ultrapassar a carga máxima (ponto U). Assim, a
carga necessária para continuar a deformação
diminui até a ruptura do material.
• Observa-se, na pratica, uma grande variação nas
características das curvas tensão -deformação para
diferentes tipos de materiais. A Figura mostra a relação das
curvas tensão -deformação para algumas ligas metálicas
comerciais.
Parâmetros da mudança de forma
• Quando na solicitação mecânica de um corpo
metálico se atinge a tensão limite de escoamento
AB (σP do diagrama apresentado na Figura
acima), a peca metálica inicia um processo de
deformação permanente ou deformação plástica.

• O principal mecanismo de deformação plástica é


o de escorregamento de discordância, conforme
mostra a Figura abaixo.
Mecanismo de deformação plastica por
escorregamento
Resistência à mudança de forma ou
resistência à conformação (Kf)
• Essa tensão é medida na região de deformação
plástica, zona BU na curva da Figura tensão e
deformação , definida pela relação entre a forca
aplicada e a área da secção reduzida. Para
manter a deformação permanente, ela deve ser
sempre superada a cada instante para se
conseguir uma deformação adicional.

• A relação entre Kf e a deformação logarítmica


permite obter a curva de encruamento do metal,
conforme mostra a Figura abaixo.
Curva da relação Kf e deformação
logaritmica
Forças de conformação (Fc)
Trabalho na conformação
Processo com deformação localizada

Laminação: Processo de compressão indireta na qual a


espessura de uma chapa é reduzida pela ação de
espremer a peça entre rolos cilíndricos rotativos.
Forjamento: conformação por esforços compressivos
tendendo a fazer o material assumir o contorno da
ferramenta conformadora, chamada matriz ou
estampo.
Extrusão: conformação por compressão indireta em o
material trabalhado é forçado através de um matriz
contendo a sua forma de seção final.
Trefilação: conformação por compressão indireta em que
o diâmetro do fio ou da barra é reduzido puxando-se a
peça através de uma ferramenta (Fieira ou trefila)
Propriedades do Material na Conformação

Propriedades desejáveis do material:


Baixa tensão de escoamento e alta ductilidade.
Essas propriedades são afetadas pela
temperatura:
Ductilidade aumenta e a tensão de escoamento
diminui com o aumento da temperatura.
Outros fatores a considerar:
Taxa de deformação e atrito.
Deformação Plástica
Após o limite elástico a deformação torna-se
permanente ou seja passa-se para a fase plástica;
Significado prático da deformação plástica:
1) Conformação mecânica (fabricação);
2) Comportamento em serviço.
Processo de deformação plástica:
1) Deformação por escorregamento;
2) Deformação via movimento de discordâncias;
3) Deformação por maclação.
Deformação Plástica
• Os materiais podem ser solicitados por tensões de compressão,
tração ou de cisalhamento.

• Como a maioria dos metais são menos resistentes ao cisalhamento


que à tração e compressão e como estes últimos podem ser
decompostos em componentes de cisalhamento, pode-se dizer que
os metais se deformam pelo cisalhamento plástico ou pelo
escorregamento de um plano cristalino em relação ao outro.

• O escorregamento de planos atômicos envolve o movimento de


discordância.
Deformação plástica e discordâncias
• Em uma escala microscópica a deformação plástica é o
resultado do movimento dos átomos devido à tensão
aplicada. Durante este processo, as ligações são quebradas
e outras refeitas;

• Nos sólidos cristalinos a deformação plástica geralmente


envolve o escorregamento de planos atômicos, o
movimento de discordâncias e a formação de maclas;

• Então, a formação e movimento das discordâncias têm


papel fundamental para o aumento da resistência mecânica
em muitos materiais. A resistência mecânica pode ser
aumentada restringindo-se o movimento das discordâncias.
Deformação Plástica
Deformação por escorregamento:
• Os metais cúbicos e suas ligas desordenadas
deformam-se predominantemente por cisalhamento
plástico, ou deslizamento, onde um plano de átomos
desliza sobre o plano adjacente seguinte por
cisalhamento.
• A tensão de cisalhamento necessária para produzir
deslizamento em um determinado plano cristalino é
denominada tensão critica de cisalhamento.
Metais deformados plasticamente

A habilidade de um material se deformar plasticamente


está relacionado com a habilidade das discordâncias se
movimentarem
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O processo de laminagem e forjagem são de
compressão directa; a trefilagem de fios e
tubos, a extrusão e a estampagem profunda
são processos de compressão indirecta,
embora as forças aplicadas sejam
frequentemente de tracção ou compressão, a
reacção da peça com a matriz produz elevadas
forças indirectas de compressão
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• O tracionamento de chapas é um processo de
conformação mecânica tipo tração; nele, uma
chapa metálica é envolvida em torno de um
matriz, pela aplicação de esforços de tração.
• A dobragem envolve a aplicação de momentos de
dobragem na chapa.
• O corte envolve a aplicação de esforços de corte
que levam à ruptura ou corte do material.
As operações de conformação mecânica são
processos de trabalho realizados dentro do
domínio plástico do metal.
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O trabalho de conformação é realizado em lingotes,
de modo a produzir formas simples, como placas,
perfis, barras, etc.., os processos são chamados
de trabalho mecânico primário.
Os produtos obtidos no processos primários, o
trabalho mecânico leva aformas e objectos
definitivos, os processos são chamados de
trabalho mecânico segundário( como a fabricação
de arames, fios, peças forjadas, peças
estampadas, etc.)
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• Os processos de DEFORMAÇÃO dividem-se, em
função da temperatura a que se realizam, em
trabalhos a quente e a frio.
 TRABALHO A QUENTE
Considera-se trabalho a quente aquele que se
realiza acima da temperatura de recristalização
do material. No seu decurso, os fenómenos de
aumento de dureza(devido à deformação) e
amolecimento (devido ao recozimento) ocorrem
simultaneamente.
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O trabalho a quente na conformação mecânica reside nas
seguintes razões:
 A energia necessária para deformar o metal é menor;
 O metal adquire maior capacidade de se deformar
sem fissuras.
 Alguns defeitos das peças conformadas, como a
porosidade e a estrutura dendrítica resultantes do
vazamento, são praticamente eliminadas;
 Alguns metais dificilmente são deformáveis a frio,
como o caso de volfrâmio, molibdénio, cobalto, etc.
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As desvantagens do trabalho a quente,
relativamente a frio.
Exige equipamentos de material com boa
resistência ao calor
A elevada temperaturas, forma-se camada de
oxido na superfície das peças
O trabalho a frio produz melhor acabamento
superficial.
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Limite inferior e superior de temperatura
A temperatura do fim de trabalho não deve situar-se muito
acima da temperatura de recristalização do material para
evitar o crescimento de grãos.
Considera-se o limite inferior de temperatura, quando a
velocidade de recristalização é suficiente para eliminar
encruamento quando o material está ser trabalhado.
O limite superior é determinado como a temperatura do
inicio de fusão do metal, excessiva plasticidade ou
demasiada oxidação.
A temperatura de recristalização está relacionada com a
temperatura de fuão, do modo geral situa-se entre 1/3 e
1/2 da temperatura de fusão.
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A tabela, representa a temperatura para alguma
de recristalização.
Material Temperatura de
recristalização ºC
Cobre (99,9%) 121
Cobre, 5% Zinco 315
Ferro 398
Aço, baixo teor de Carbono 538
Chumbo -4
Estanho -44
Zinco 10
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CADEIRA DE PROCESSOS DE FABRICAÇÃO


CAPITULO: Processo de laminagem
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A laminagem
Introdução
É processo de conformação mecânica, o metal é
forçado a passar entre dois cilindros girando
em sentido oposto, com a mesma velocidade
superficial e distanciados entre si com uma
distância menor que o valor da espessura da
peça a ser deformada.
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O metal ao passar entre dois(2) cilindros sofre deformação
plástica. A laminagem divide-se em dois tipos: longos e
planos
Longos: a espessura e a largura são reduzidas e o cumprimento
aumenta.
Planos: a espessura é reduzida , o comprimento e a largura
aumentam.
Em geral, Não se pode deformar tubo de uma vez, isto é, não se
pode passar de uma secção de 100mm de lado, por exemplo,
para 5,5mm de diâmetros, porque trata-se de uma
deformação demasiado violenta e o material não suporta e
fratura-se . Deste modo, a deformação faz-se por etapas,
normalmente não se pratica reduções de área superior a30%
de cada vez.
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As Forças exercidas no processo de laminagem
Esquema apresenta
-Redução total (∆h) a diferença entre a espessura inicial e a final, ou seja: ∆h = h0 - h1

-O alargamento total (∆b) a diferença entre a largura final e a inicial


∆b = b1 - b0

-Alargamento total (∆L) a diferença entre o comprimento final e o inicial


∆L = L1 - L0

-Redução da área (∆S ), a diferença entre a área inicial e a final


∆S = S0 - S1

Que muitas vezes se exprime em percentagem


∆S (em %) =( S0 - S1 )/ S0 * 100 %
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As figuras 2 e 4 mostram, respectivamente, a
zona de deformação e as forças que atuam no
momento de contacto do metal com os
cilindros de laminagem.
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Cada cilindro entra em contacto com o metal
segundo o arco AB (fig.3), chama-se arco de
contacto. O angulo correspondente a esse arco
chama-se angulo de contacto ou angulo de
ataque.
A zona do volume de metal limitado pelo arco AB e
pelas bordas laterais da peça a ser laminado,
pelos planos de entrada(AA) e de saída (BB) do
metal dos cilindros, chama-se zona de
deformação.
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O angulo de contacto é dado pela formula:
cos α = 1- (h0 - h1 ) / 2 R
Como podemos constatar, o angulo de ataque
depende da redução (h0 - h1) e do diâmetro
2R dos cilindros.
Fig. 4
O metal, de espessura h0 , entra em contacto com os
cilindros no plano AA (Fig. 3 e 4) à velocidade V0 e
deixa os cilindros, no plano BB, com espessura
reduzida para h1 .
Como devem passar em cada unidade de tempo, por um
determinado ponto, iguais volumes de metal, pode-se
escrever:
S0 * V0 = S1 * V1
Onde: S -Secção de peça a laminar
V - velocidade
Como se pode verificar, a medida que a secção da peça
diminui, a sua velocidade aumenta.
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A fig. 4 mostra duas principais forças que atuam
sobre o metal em qualquer ponto da superfície
de contacto são: uma força normal ou radial N e
uma força T, também chamada força de atrito.
Resultante destas duas forças (P) e chamada carga
de laminagem e define-se como a força que os
cilindros exercem sobre o metal. É dada por:
P = S x Kw
Onde: S - é a superfície sujeito à compressão
Kw - a resistência do material à deformação.
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O aquecimento do aço
A deformação plástica a quente
Quando o aço é trabalhado a quente (acima da
temperatura de recristalização), não hà evidencia
de encruamento quando o metal arrefece até à
temperatura ambiente. A temperatura “final de
trabalho” afectará o grau de recristalização e o
tamanho de grão; quanto menor a temperatura
final, menor será o tamanho de grão mais fina a
estrutura do produto acabado.
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Se o trabalho a quente for concluído a
temperaturas muito superiores à temperatura
de recristalização, o grão crescerá aquando do
arrefecimento, afectando as propriedades
mecânicas da peça final. Consequentemente,
a temperatura do fim de trabalho deve ser tão
próxima quanto possível da temperatura de
recristalização, a fim de se obter uma
estrutura de grão fino.
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O aquecimento
O aço deve ser aquecido uniformemente até à
temperatura desejada e aí mantido a tempo
suficiente para assegurar que a temperatura seja
uniforme em toda peça; este aquecimento deve
ser realizado numa atmosfera que evite oxidação
excessiva ou “escama” do material à superfície.
A temperatura deve ser suficientemente alta para
garantir a necessária plasticidade ao material.
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Os efeitos de um aquecimento incorrecto
 Aquecimento não homogéneo: o fluxo plástico não será
uniforme, provocando uma distorção na secção. Em caso
extremos, o aumento do atrito pode provocar fendas
superficiais.

 Sobreaquecimento: No material ocorre excessiva


plasticidade, com escoamento do mesmo sobre os
cilindros.
 Sub-aquecimento: baixa a deformabilidade do material,
aumentando a potencia para provocar a deformação,
sobrecarregando o equipamento e podendo provocar
quebras de cilindros.
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Carepas
As carepas são formadas pela oxidação de metal, a oxidação dos
aços apresenta inúmeras desvantagens( desgaste das
ferramentas etc.)
Em geral, podem formar-se três (3) tipos de óxidos de ferro, em
camadas sucessivas: protoxido de ferro, depois a magnetite
Fe0 e finalmente a hematite Fe O
Fig..
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As carepas nas industrias são divididas em carepas primários e
secundários.
As carepas primários encontram-se nos lingotes e biletes apos
passagem no forno de reaquecimento, As suas espessuras varia
entre2 e 10 mm.
As carepas segundarios: são carepas dos produtos laminados, tem a
espessura que varia entre 0 e 30 μm, é contituido por protoxido de
ferro, magnetite e pode ou não apresentar uma camada de
hematite.
A laminagem transforma os Produtos em bruto provenientes da
aciaria como lingotes, bilete ou blumes, em produtos acabados ou
semi-acabados.
fig
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O trem de laminagem
O trem é uma máquina que executa a laminagem, é constituída por
uma estrutura metálica que suporta os cilindros e todos acessórios
necessários. Este conjunto designa-se caixa de laminagem. O
accionamento dos cilindros de laminagem é feito através de um ou
dois motores.
O trem é composto de:
1. Motor de accionamento
2. Caixa redutora
3. Alongas
4. Caixa de laminagem
5. Regulação da folga entre cilindros.
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A caixa de laminagem
Constituição
A caixa de laminagem é constituída por duas estruturas
metálicas que suportam os cilindros, os balcões e restantes
acessórios necessários- os montantes. Fig.
As caixas de laminagem estão providas de pulverizadores que
têm por função refrigerar os cilindros e ajudar a remover a
carepa da peça, pois gera-se vapor entre a carepa e o metal,
que ajuda ao seu desprendimento.
Fig.
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Tipos de caixas
As caixas de laminagem classificam-se de acordo com o numero
de cilindros por caixa e o caracter reversível, teremos entre
outras:
 Duo não reversível, composto por dois cilindros do mesmo
diâmetro, com a mesma velocidade periférica e colocados um
sobre outro. O sentido de rotação é constante e o cilindro
superior é regulável. Fig.
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• Duo reversível, o sentido de rotação cilindros


é reversível, daí o seu nome. Os cilindros
aproximam-se da peça, após cada passagem.
Fig
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-
Existem na laminagem caixas de: Trio, Quadrou e Caixas
planetária ou sendzimir
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Cilindros
Materiais para cilindros
Dadas as grandes solicitações que os
cilindros são obrigados a suportar, são
fabricados com materiais duros e com
elevada resistência.
O diagrama ilustrativo dos matérias
usados.
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O cilindro de laminagem é constituído pela
mesa, pelo pescoço e cabeça do cilindro.
Fig..
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Conformação de chapas
Def.:Conformação de chapas é o processo de transformação
mecânica que consiste em conformar um disco plano(“blank”)
à forma de uma matriz, pela aplicação de esforços
transmitidos através de um punção.
Nesta operação ocorrem: alongamento e contração das
dimensões de todos os elementos de volume, em três
dimensões. A chapa, originalmente plana, adquire uma nova
forma geométrica.
A conformação de chapas finas podem ser classificadas em :
estampagem profunda conhecido por repuxo ou
embutimento, corte em prensa e dobramento, etc.
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MAQUINAS UTILIZADAS

A conformação de chapas finas é realizada em prensa


mecânicas e hidráulicas.
 Prensa mecânica são de acção rápida e aplicam golpes
de curta duração.
 Prensa hidráulica são de acção mais lenta, mas podem
aplicar golpes mais longos.
CORTE DE CHAPAS
O processo é para obtenção de formas
geométricas. Na chapa é submetida uma ação
de pressão, que é exercida por um punção ou
uma lamina de corte.
No inicio do processo o esforço de compressão
converte-se em esforços cisalhante (esforço
cortante) provocando a separação brusca de
uma porção da Chapa. No processo a chapa é
deformada plasticamente e levada até a
ruptura nas superfícies em contacto com as
laminas.
CORTE DE CHAPAS
Folga entre a punção e a matriz, em geral
apresenta em três(3) regiões.
• Rugosa : corresponde à superfície da trinca da
fratura
• Lisa: formada pelo atrito da peça com paredes
da matriz
• Região arredondada: formada pela
deformação plástica inicial
Folga entre a punção e a matriz
FORÇA DE CORTE
DOBRAMENTO
Nesta operação a tira metálica é submetida a
esforços aplicados em duas direções opostas
para provocar a flexão e a deformação
plástica, a superfície plana muda para duas
superfícies concorrentes.
Para esta operação existe um raio de
dobramento, quando é realizado a operação
de dobramento com um raio menor, o metal
trinca na superfície externa
DOBRAMENTO OCORREM EM VARIAS
ETAPAS
RAIO DE DOBRAMENTO
O RAIO DE DOBRAMENTO
ESTAMPABILIDADE DOS METAIS

Estampabilidade é a capacidade que a chapa


metálica tem de adquirir a forma de uma
matriz, pelo processo de estampagem sem se
romper ou apresentar qualquer outro tipo de
defeito de superfície ou de forma.
ESTAMPABILIDADE DOS METAIS
A avaliação da estampabilidade de uma chapa
metálica depende de muitos testes, tais como:
ensaio de dureza, metalográfica, rugosidade do
material, etc.
Ainda assim, a análise é incompleta, pois nas operações
reais de estampagem ocorre uma combinação complexa
de tipos de conformação. A estampabilidade torna-se
função não somente das propriedades do material, mas
também das condições de deformação e dos estados de
tensão e de deformação presentes.
ANISOTROPIA
Durante os processos de conformação de chapas, grãos
cristalinos individuais são alongados na direção da
maior deformação de tração. O alongamento é
consequência do processo de escorregamento do
material durante a deformação.
Nos materiais policristalinos os grãos tendem a girar para
alguma orientação limite devido a um confinamento
mútuo entre grãos. Este mecanismo faz com que os
planos atômicos e direções cristalinas dos materiais
com orientação aleatória (materiais isotrópicos)
adquiram uma textura, uma orientação preferencial
(tornando-se anisotrópicos).
Coeficiente de anisotropia
Coeficiente de anisotropia
Estampagem profunda
É o processo em que uma chapa plana adquire a
forma da matriz (fêmea), imposta pela ação de
um punção (macho).
Durante a operação de repuxo, o punção obriga a
chapa penetrar na matriz movido pela ação de
uma força. O material da chapa flui para dentro
da matriz, configurando gradativamente as
paredes laterais da peça.
O processo é empregado na fabricação de
DIVERSAS PEÇAS de uso diário (pára-lamas,
portas de carros, banheiras, rodas, panelas, etc)
Estampagem profunda
Estampagem profunda
A diferença entre a Estampagem Rasa(shallow) e
Profunda é arbitrária.
A estampagem rasa refere-se a conformação de um copo
com profundidade menor com pequena redução de
parede.
Na estampagem profunda o copo é mais profundo .

No processo é importante que tenha uma boa


lubrificação, para reduzir os esforços de conformação
e o desgaste de ferramenta. A lubrificação garante boa
proteção contra a corrosão das chapas.
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Ferramenta
Deve-se ainda estudar a pressão a ser aplicada na
prensachapas:
• Se esta for muito pequena, surgem rugas nas laterais
da peça; se, por outro lado, for muito elevada, pode
ocorrer a ruptura da peça na prensa.
• Cuidado deve se ter com a ferramenta, para que haja
folga suficiente entre a matriz e o punção que permita
o escoamento do material para o interior da matriz,
sem que surjam tensões cisalhantes ocasionadas pelo
atrito e que levem à ruptura do metal na prensa.
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Docente: Prof. Garcia Pembele, Ph.D.
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ESTIRAMENTO
É a operação que consiste na aplicação de forças de tração, de
modo a esticar o material sobre uma ferramenta ou
bloco(matriz).
Neste processo o que predomina são as tensões trativas
(tração), grandes deformações de estiramento podem ser
aplicadas apenas para material muito dúcteis.
O equipamento de estiramento: um pistão hidráulico(
usualmente vertical) que movimenta o punção. Duas garras
prendem as extremidades da chapa.
As garras podem ser móveis permitindo que a força de tração
esteja sempre em linha com as bordas da chapa.
Estiramento é uma das etapas de operações de estampagem.
ESTIRAMENTO
• O fio de máquina para a produção de fios e arames é um
produto semi-acabado, geralmente laminado, de secção
circular e de diâmetro não superior em princípio a 6,35 m
(1/4”).
• O equipamento empregado na operação de estiramento de
fios e tubos consiste num banco de estiramento, onde um
dos principais componentes é a matriz.
• O fio máquina já pontiagudo é inserido na matriz e na outra
extremidade, é agarrado nas mandíbulas do banco
(mecanismo hidráulico ou mecânico).
• Existem bancos de estiramento com capacidade superior a
100 toneladas de força de tração e velocidades de
estiramento que variam de 9 a 1500 m/min.
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TREFILARIA
É um dos processos de conformação mecânica semelhante
ao processo de extrusão onde um material é forçado a
passar através de uma matriz para ter seu diâmetro
reduzido e seu comprimento aumentado. Neste caso o
material é puxado e não empurrado. A trefilação ou
também conhecida como estiramento é normalmente
realizada a frio. É um processo utilizado para a fabricação
de fios, arame e tubos (secções muito menores que o
comprimento).
EQUIPAMENTOS
EQUIPAMENTOS
EQUIPAMENTOS
TREFILAÇÃO DOS ARAMES DE AÇO
TREFILAÇÃO DOS ARAMES DE AÇO
TRATAMENTO TÉRMICO DOS ARAMES
Produtos e vantagens
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• A fieira é uma ferramenta cilíndrica que contém um furo no
centro por onde passa o fio, e cujo diâmetro vai diminuindo.
Ela tem o formato de um funil (Figura da geometria da fieira)
DETALHE CONSTRUTIVO DA FIEIRA
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O material da fieira depende das exigências do processo (dimensões,
esforços) e do material a ser trefilado. Os materiais mais utilizados
são:
• Carbonetos sinterizados (sobretudo WC) – widia;
• Aços de alto C revestidos de Cr (cromagem dura) ;
• Aços especiais (Cr-Ni, Cr-Mo, Cr-W, etc.) ;
• Ferro fundido branco;
• Cerâmicos (pós de óxidos metálicos sinterizados);
• Diamante (p/ fios finos ou de ligas duras);

Como a fieira é cônica, existe uma relação entre o ângulo de entrada e


de saída, ou seja, o ângulo de entrada é geralmente maior que o
ângulo de trefilação para permitir que haja lubrificação de forma a
facilitar a passagem do material pela fieira.
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Etapas do processo de trefilação As etapas do
processo de trefilação são:
1) Laminação e usinagem para a produção do fio
máquina;
2) Decapagem mecânica ou química que retira os
óxidos presentes na superfície do fio máquina;
3) Trefilação propriamente dita;
4) Tratamento térmico de recozimento, quando é
necessário restabelecer a ductibilidade do
material.
Esquema do processo de trefilaria
ANALISE DE TREFILARIA DE ARAMES
ANALISE DE TREFILARIA DE ARAMES
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Defeitos em Produtos Trefilados
Os produtos trefilados podem apresentar os
seguintes defeitos, principalmente fraturas,
como mostrados na Figura (a) – (f).
OS DEFEITOS
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