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JACARAÚ -PB

UNIDADE 1

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DA


EDUCAÇÃO E DA EDUCAÇÃO FÍSICA
PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Para Começar, O Que É Deficiência?

Segundo a definição proposta pela Convenção da


Guatemala (BRASIL, 1999, p. 3), podemos descrever
o termo deficiência assim:

“Uma restrição física, mental ou sensorial, de


natureza permanente ou transitória, que
limita a capacidade de exercer uma ou mais
atividades essenciais da vida diária, causada
ou agravada pelo ambiente econômico e
social.”
Segundo a ONU, estima-se que 10% da população
mundial possua algum tipo de deficiência.

•Em países subdesenvolvidos esse número pode chegar


a 20%.

No Brasil, segundo o IBGE (2010) o percentual de


pessoas com deficiência é de 23,9%:

•Deficiência visual - 35 milhões: (16,0% para homens e


21,4% para mulheres
•Deficiência motora - 13,3 milhões: 5,3% para homens e
8,5% para mulheres
•Deficiência auditiva - 9,7 milhões: 5,3% para homens e
4,9% para mulheres
•Deficiência mental ou intelectual - 2,6 milhões, 1,5%
para homens e 1,2% para mulheres.
Vamos Contar um Pouco de História

Para entendermos a inclusão,


é preciso conhecer a história
da educação das pessoas com
deficiência.

A história das pessoas com deficiência coincide com


a história da humanidade.

É importante enfatizar que sempre houve formas


diferenciadas de lidar com o corpo, ora o
supervalorizando, fragmentando-o, ora o
desvalorizando em favor da mente ou da alma.
Carvalho (1997) relata algumas formas de tratamento
dispensado às pessoas com deficiência ao longo dos
tempos, em diferentes culturas:

 Sacrificados, como um mal a ser evitado;


 Privilegiados, como detentores de poderes;
 Perseguidos e evitados, como possuídos pelo
demônio ou por representantes do mal;
 Protegidos e isolados, como insanos e indefesos;
 Lamentados, como reparadores de pecados
cometidos contra deus.
Os deuses gregos apresentavam-se
com corpos perfeitos e atléticos, e
assim se tornaram o protótipo do
homem grego, especialmente do
guerreiro.

Em Esparta as crianças
que nasciam deficientes
e incapazes de se inserir
nesse modelo eram
eliminadas.
As leis romanas também
desfavoreciam as pessoas com
deficiência. Os pais tinham amparo
legal para abandonarem ou para
eliminarem filhos deficientes.

Alguns povos antigos consideravam a


deficiência procedente de “maus espíritos” ou
castigo divino.
Durante a Idade Média, as pessoas
consideradas endemoniadas, bruxas,
deficientes, criminosas etc. eram
queimadas – esse ato libertava a
alma, que pertencia a Deus, de um
corpo pecador, defeituoso ou
possuído pelo demônio.
Segundo Carmo (1991) foi somente com o advento do
Renascimento que a situação da pessoa com
deficiência conseguiu dar seus primeiros passos rumo
à superação do pensamento medieval.

A concepção naturalista dá lugar à ciência, e a


visão teocêntrica cede seu espaço à
concepção antropocêntrica.

Assim, a ideia de que a


deficiência era fruto do
pecado ou da obra de Deus
perde força e nasce uma nova
concepção: a deficiência é
fruto de defeitos na formação
do organismo.
De acordo com Ribas (1985), a sociedade
capitalista, por demais competitiva, dividiu-se
em classes sociais distintas.

A separação/discriminação das pessoas se deu


inicialmente entre os proprietários
(detentores do capital) e os trabalhadores e
depois entre eficiente e deficiente.
Vejamos o que Mazzotta (1996, p. 17) disse com
relação à educação:

“(...) até o final do século XIX diversas expressões


eram utilizadas para referir-se ao atendimento
educacional aos portadores de deficiência: Pedagogia
de Anormais, Pedagogia Teratológica, Pedagogia
Curativa ou Terapêutica, Pedagogia da Assistência
Social, Pedagogia Emendativa.”

Algumas dessas expressões, ainda hoje, são


utilizadas, a despeito de sua impropriedade.
E Agora um Pouco de Legislação

Com relação à educação da pessoa com deficiência,


temos um conjunto de leis que garantem seu
atendimento, tanto em escolas e instituições
especializadas como em classes comuns do ensino
regular.

Documentos Orientadores Internacionais

•Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)


•Convenção sobre os Direitos da Criança (1989)
•Declaração de Jomtien (1990)
•Declaração de Salamanca (1994)
•Convenção da Guatemala (1999)
Legislação Brasileira

No Brasil, a Educação Especial fundamenta-se na


Constituição da República Federativa do Brasil,
especialmente em seus artigos 208 e 227.

Referenciais

•Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)


•Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(1996)
•Política Nacional para a Integração das Pessoas
Portadoras de Deficiência (Decreto nº 3.298/99)
•Plano Nacional de Educação (Resolução 2/2001
CNE/CEB)
Esses documentos e Leis indicam que Brasil
tem uma legislação que contempla o
atendimento educacional especializado às
pessoas com deficiência em todas as
situações. Porém, é preciso salientar que a
inclusão só se efetivará a partir da aceitação
desse processo pelos profissionais de
educação.

Uma das principais dificuldades para a inclusão de


pessoas com deficiência ainda é o PRECONCEITO e
a falta de conhecimento da legislação e das
condições, dos potenciais e das possibilidades
dessas pessoas
Princípios da Educação Inclusiva e o Papel da
Educação Física na Inclusão Educacional de Alunos
com Deficiência

O que é Educação Especial?

A Resolução CNE/CEB nº 2, em seu Artigo 3º: define assim educação especial:

(...) modalidade da educação escolar, entende-se um processo


educacional definido por uma proposta pedagógica que
assegure recursos e serviços educacionais especiais,
organizados institucionalmente para apoiar, complementar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e
promover o desenvolvimento das potencialidades dos
educandos que apresentam necessidades educacionais
especiais, em todas as etapas e modalidades da educação
básica. (BRASIL,2001.)
E Quem São os Alunos da Educação Especial?
Segundo a Resolução CNE/CEB nº 2, em seu Artigo 5º:

Consideram-se educandos com necessidades educacionais


especiais os que, durante o processo educacional,
apresentarem:

I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou


limitações no processo de desenvolvimento que
dificultem o acompanhamento das atividades
curriculares, compreendidas em dois grupos:

a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica


específica;

b) aquelas relacionadas a condições, disfunções,


limitações ou deficiências;
É importante enfatizar que a expressão necessidades
educacionais especiais diz respeito não à deficiência,
mas às necessidades do aluno que tem algum tipo de
deficiência.

Não esqueçamos que a expressão necessidades


educacionais especiais só é utilizada na educação e
está relacionada às adaptações curriculares,
metodológicas, de materiais e equipamentos, e de
avaliação, para que os alunos com deficiência se
insiram efetivamente no processo educacional.
E Deficiência, O Que É?

É a perda ou anormalidade de uma estrutura


ou função psicológica, fisiológica ou
anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão
considerado normal para o ser humano.
(NEGROMONTE, 2002)

Pode ser:
• Temporária;
• Permanente.
Esse conceito indica quatro deficiências
consideradas primárias:

1) deficiência física;
2) deficiência visual;
3) Deficiência auditiva;
4) deficiência intelectual.

Além dessas, existe a deficiência múltipla e os Transtornos


Globais do desenvolvimento.
Aluno Deficiente
Quando falamos em criança com deficiência ou aluno
com deficiência, a definição aprovada pelo Council of
Exceptional Children* – CEC, é:

(...) aquela que se desvia da média ou da criança normal


em:
1) Características mentais;
2) Aptidões sensoriais;
3) Características neuromusculares e corporais;
4) Comportamento emocional e social;
5) Aptidões de comunicação;
6)Múltiplas deficiências.
*Conselho de Crianças Excepcionais
Modalidades de Atendimento Educacional

a) Modalidades que favoreçam a integração


• Classe Comum com serviços de apoio especializado
• Classe de Integração Inversa
• Sala de Recursos nas escolas comuns
• Classe especial nas escolas
• Ensino Itinerante

b) Modalidades mais segregativas


• Escola Especial
• Oficina Pedagógica
• Classe Hospitalar e/ou Atendimento Domiciliar
A escolha da melhor alternativa de atendimento deve
levar em conta:

• O grau de deficiência e as potencialidades de cada


aluno;
• A idade do aluno;
• O histórico de seu desenvolvimento escolar;
• A disponibilidade de recursos humanos e materiais
existentes na comunidade;
• As condições socioeconômicas e culturais da região.
E a Educação Física?
Como a educação física participa no processo de
desenvolvimento do aluno deficiente?

Educação Física permite ao aluno desenvolver suas


potencialidades, a partir da melhoria de suas
condições cardiorrespiratória e funcional, e também
de apresentar grandes possibilidades de promover
momentos em que o aluno experimente suas
potencialidades, vença limites, inter-relacionando-se
com os demais alunos e melhorando a sua autoestima.
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA – EFA

Podemos definir assim:

(...) uma área do conhecimento em Educação Física e


Esportes que tem por objetivo privilegiar uma
população caracterizada como portadora de
deficiência ou de necessidades especiais, e
desenvolve-se através de Atividades Psicomotoras,
Esporte Pedagógico, Recreação e Lazer Especial, e
Técnicas de Orientação e Locomoção.
( ROSADAS, 1994, p. 23)
OS TIPOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA:

Educação Física Adaptada – Recreação e Lazer.


As atividades físicas possuem um caráter lúdico,
são divertidas e contribuem para uma sensação de
bem estar.

Educação Física Adaptada – Aprendizagem.


Tem por objetivo a estruturação do homem,
através do conhecimento do seu corpo em
movimento e suas relações (Psicomotricidade).

Educação Física Adaptada – Desporto.


Podem ajudar no desenvolvimento, na superação e
na autonomia pessoais.
OBJETIVOS DA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA:

• Integração consigo mesmo e consequente eliminação ou

minimização de barreiras com o seu eu “próprio”.

• Contato e confronto com outras pessoas, deficientes ou não.

• Desenvolvimento de potencialidades.

• Vivência de situações de sucesso.

• Combate ao sedentarismo.

• Melhora das condições orgânicas funcionais.

• Aprimoramento das qualidades físicas.

• Possibilidade de acesso à prática desportiva.

• Adaptações dos movimentos de acordo com as limitações.


UNIDADE 2

O CORPO, O DESENVOLVIMENTO E A
SEXUALIDADE DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
As Concepções a Respeito da Pessoa com Deficiência

As pessoas com deficiência, ao longo do tempo,


sempre foram menosprezadas, desprezadas ou
estigmatizadas pela sociedade.

Idiota, imbecil, atípico, desritmado,


mongol, excepcional, retardado,
deficiente, menos válido, especial, etc.

Normalmente, ainda hoje, prevalece


uma representação negativa, pessimista
e discriminatória dessas pessoas.
O “anormal” só existe a partir do que está predeterminado
como “normal” e, sendo assim, enquanto considerarmos as
pessoas com deficiência como diferentes, não normais,
desiguais, estaremos perpetuando o modelo de exclusão
sempre vigente na história da humanidade.

Vencer esses olhares e buscar novas possibilidades de se


ver as pessoas com deficiência é um caminho necessário,
porém, não fácil, pois, mesmo com toda a evolução no
tratamento dispensado a elas e os direitos adquiridos ao
longo do tempo, elas ainda são discriminadas ou tratadas de
maneira diferenciada dos demais.
A Pessoa com Deficiência, seu Corpo e a Educação Física

Concepções históricas da educação física:

•HIGIENISTA
•PEDAGOGICISTA EXCLUDENTES
•MILITARISTA
•COMPETITIVISTA

Mas como incluí-las se os conteúdos da Educação


Física Escolar não conseguem ainda atender às
pessoas que não apresentam competências e
habilidades para acompanhar as suas propostas, caso
das pessoas com deficiência?
A Inclusão da Pessoa com Deficiência nas Aulas de
Educação Física

Segundo a Resolução no 2/2001 do CNE/CEB, toda


pessoa com deficiência tem direito à inclusão escolar
e, consequentemente, à inclusão nas aulas de
Educação Física.

Porém, a mesma Resolução no 2/2001 enfatiza que, nos casos em


que o aluno necessitar de adaptações tão significativas que a
escola comum não consiga atendê-las, ele deve ser atendido, em
caráter transitório, no ensino especial.

Há programas inclusivos na Educação Física muito bons e há programas


segregados muito bons.
O Desenvolvimento das Pessoas com Deficiência

Estágios do Desenvolvimento Humano

•SENSÓRIO-MOTOR (0-2 anos)


•PRÉ-OPERATÓRIO (2-7 anos)
•OPERATÓRIO-CONCRETO (7-11 anos)
•OPERATÓRIO-FORMAL (11 anos em diante)

Boato (2009), diz que devemos estar atentos ao fato de que o


desenvolvimento e o crescimento, nos casos de deficiência, não
ocorrem de forma regular e homogênea, apresentando deficits,
em alguns casos significativos.

Em função disso, o professor de Educação Física precisa estar


vigilante à idade motora do aluno e às suas condições
socioemocionais e psicomotoras.
As Pessoas com Deficiência e a Aprendizagem

É preciso ficar claro que as pessoas com deficiência


aprendem como qualquer outra pessoa, porém, pode
haver um atraso.

Independentemente da deficiência ou do seu nível


de intensidade, a Educação Física deve se adequar
para que se torne acessível a todos.
UNIDADE 3

A EDUCAÇÃO FÍSICA E O ALUNO COM


DEFICIÊNCIA
Deficiência Intelectual

Conceituando a Deficiência Intelectual

Associação Americana de Deficiências Intelectual e


do Desenvolvimento – AAIDD (2002), caracteriza
deficiência intelectual como:

(...) limitações significativas no funcionamento


intelectual da pessoa e em seu comportamento
adaptativo – habilidades práticas, sociais e
conceituais –, originando-se antes dos dezoito anos
de idade.
É importante percebermos que existem graus
diversos de deficiência intelectual:

•LEVE
•MODERADA
•SEVERA
•PROFUNDA
Para a AAIDD (2002), o trabalho com o aluno com deficiência
intelectual deve partir de uma avaliação que considere os quatro
passos seguintes:

Passo 1: identificação de áreas relevantes para o provimento do apoio;


Passo 2: identificação de apoio relevante para cada área;
Passo 3: avaliação do nível ou da intensidade do apoio;
Passo 4: registro do plano individualizado de apoio.

Isso significa dizer que a avaliação do aluno para as


aulas de Educação Física deve considerar os pontos
nos quais esse apresenta maior e menor dificuldade.

Nesse tópico, é muito importante para o professor de


Educação Física valer-se de testes motores e
psicomotores que identifiquem a idade motora do
aluno.
É importante saber que a pessoa com deficiência
intelectual pode apresentar algumas das
características citadas abaixo:

 Atraso mais ou menos significativo no desenvolvimento motor;


 Atraso mais ou menos significativo no desenvolvimento da linguagem;
 Dificuldade para aprender a imitar comportamentos;
 Lentidão no desenvolvimento do processo de brincar com objetos e
com pessoas;
 Lentidão na aprendizagem de habilidades necessárias aos cuidados
pessoais, como comer com a própria mão e desenvolver hábitos de
higiene;
 Dificuldade para receber, captar e reagir adequadamente aos
estímulos auditivos, visuais e táteis.
Também é importante saber que na pessoa com
deficiência intelectual:

 nem sempre as síndromes biomédicas provocam deficiência


intelectual;
 a saúde pode ser perfeita;
 a condição etiológica* pode ser tratável e o seu conhecimento prévio
permitir procedimentos que minimizem deficiências que viriam a
ocorrer;
 não há incompetência generalizada. Ela pode exercer muitas funções
no seu meio social, familiar e escolar, além de participar, em grande
parte, dos casos, das aulas de Educação Física Escolar em classes
comuns.

*Agente etiológico é o nome dado ao agente que causa doenças.


Síndrome de Down

A Síndrome de Down não é uma doença, mas sim um acidente genético


que ocorre por ocasião da formação do bebê, no início da gravidez.

Como Acontece a Síndrome de Down?

A Síndrome de Down é decorrente de um erro genético.

1) Trissomia Simples do Cromossomo 21 – os indivíduos apresentamem


todas as células 47 cromossomos e não 46. O cromossomo extra é o do
par 21. Este cariótipo é encontrado em aproximadamente 92% (noventa
e dois por cento) dos casos de Síndrome de Down.

2) Translocação – os indivíduos apresentam o número normal de


cromossomos (46) em todas as suas células. No entanto, ele tem um
pedaço a mais do cromossomo 21 aderido a outro cromossomo. Esse
cariótipo é encontrado em aproximadamente 5% (cinco por cento) dos
casos de Síndrome de Down.

3) Mosaicismo – algumas células exibem cariótipos normais e outras


trissomia livre do cromossomo 21.
Além das características físicas perceptíveis, a pessoa com
Síndrome de Down pode apresentar alguns problemas de
saúde:

• má-formação cardíaca (metade dos casos);


• má-formação do intestino;
• deficiência imunológica (tireóide);
• problemas respiratórios;
• problemas de visão e audição;
• problemas odontológicos;
• problemas dermatológicos;
• instabilidade atlanto-axial (problemas entre a 1a e a 2a
vértebras, os quais podem trazer sérias limitações com
relação à prática de atividade física).
Deficiência Visual

Conceituando a Deficiência Visual

Deficiência Visual é o termo utilizado para descrever uma faixa


de indivíduos que apresentam dificuldades de ver ou necessitam
de adaptações especiais para funcionar visualmente em condições
abaixo da média, incluindo também aqueles que não têm visão útil.

Os deficientes visuais são divididos em dois grupos:

 BAIXA VISÃO;
 CEGUEIRA.
A Educação Física para o aluno Deficiente Visual deve ser rica
em experiências psicomotoras que visem ao desenvolvimento do
esquema corporal, com conceitos como lateralidade,
estruturação espaço-temporal, ritmo, equilíbrio e o
desenvolvimento dos sentidos remanescentes no indivíduo, para
que ele desenvolva a capacidade de se locomover sozinho pelos
diversos ambientes.

Lembre-se de que o desenvolvimento psicomotor do


Deficiente Visual, quando há estimulação adequada, é
igual ao de qualquer outra pessoa vidente. Portanto, a
Educação Física torna-se fundamental para o
Deficiente Visual e para a sua inserção na sociedade.
Surdez
Conceituando Surdez

A Surdez é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade


de compreender a fala por meio dos ouvidos.

A classificação do Bureau Internacional d’Audiophonologie – BIAP e da


Portaria Interministerial no 186, de 10/3/78 (BRASIL, 1995) considera:

Surdez parcial

a) Surdez Leve – indivíduo que apresenta perda auditiva


de até quarenta decibéis.
b) Surdez Moderada – indivíduo que apresenta perda
auditiva entre quarenta e setenta decibéis.

Surdez

c) Surdez Severa – indivíduo que apresenta perda auditiva entre setenta


e noventa decibéis.
d) Surdez Profunda – indivíduo que apresenta perda auditiva superior a
noventa decibéis.
Para se fazer entender por um aluno surdo o
professor de Educação Física deve:

► usar todas as formas de linguagem e de expressão


► colocar o aluno surdo numa posição que lhe permita seguir facilmente
tudo o que se passa;
► falar claramente sem exageros;
► cuidar para que o aluno surdo enxergue sua boca;
► aceitar a linguagem que o aluno surdo usar para se comunicar com o
professor (gestos, mímicas etc);
► propor as mesmas atividades dos outros alunos ao aluno surdo;
► falar com o tom normal de voz. Gritar nunca adianta;
Deficiência Física

Conceituando Deficiência Física

Deficiência física refere-se ao comprometimento do


aparelho locomotor, que compreende o sistema
osteoarticular, o sistema muscular e o sistema
nervoso.

As doenças ou as lesões que afetam quaisquer desses sistemas,


isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações
físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s)
corporal(is) afetado(s) e o tipo de lesão ocorrida (BRASIL, 2003).
A deficiência física pode acontecer em função dos seguintes fatores:

 lesão cerebral e lesão medular;


 má formação congênita;
 amputações;
 hidrocefalia;
 miopatias (distrofias musculares);
 patologias degenerativas do Sistema Nervoso Central
(esclerose, esclerose múltipla etc.);
 sequelas de politraumatismos;
 distúrbios posturais da coluna (lordose, escoliose, cifose);
 reumatismo inflamatório da coluna e das articulações;
 sequelas de queimaduras;
 doenças osteomusculares.
Objetivos da Atividade Físico-Esportiva para Deficientes Físicos

• integração consigo mesmo e consequente eliminação ou minimização


das barreiras com o seu “eu próprio”;
• contato e confronto com outras pessoas, com deficiência ou não;
• identificação e desenvolvimento das reais potencialidades;
• vivência de situações de sucesso, possibilitando a melhoria do processo
de autovalorização e autoconfiança;
• combate o sedentarismo;
• melhoria das condições organo-funcionais, envolvendo os aparelhos
circulatório, respiratório etc.;
• aprimoramento das qualidades físicas (resistência, força, velocidade
etc.);
• desenvolvimento das habilidades físicas (coordenação, ritmo, equilíbrio
etc.);
• alegria e prazer pela realização da atividade físico-esportiva;
• possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e
competição;
• desenvolvimento da autonomia e da independência locomotora na
cadeira de rodas (tocar a cadeira em vários ritmos, direções e
formas);
• estímulo às funções do tronco e dos membros superiores;
• prevenção de deficiências secundárias;
• estímulo à superação diante de situações de frustração.
Deficiência Múltipla

Conceituando a Deficiência Múltipla

Para Carvalho (2000), deficiência múltipla:

É a expressão adotada para designar pessoas que têm


mais de uma deficiência. É uma condição heterogênea
que identifica diferentes grupos de pessoas revelando
associações diversas de deficiência que afetam, mais
ou menos intensamente, o funcionamento individual e
o relacionamento social.
Transtornos Globais do Desenvolvimento

Esses transtornos são caracterizados por um prejuízo em diversas áreas


do desenvolvimento: são afetadas as habilidades de interação social
recíproca, as habilidades de comunicação, além da presença de
comportamentos, interesses e atividades estereotipados.

Dentro desse grupo estão incluídos:

• o Autismo;
• a Síndrome de Rett;
• o Transtorno Desintegrativo da Infância;
• a Síndrome de Asperger; e
• o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra
especificação.
Nunca se esqueça de que, conhecendo a
Educação Física e as formas de ministrar suas
aulas, com sensibilidade e disponibilidade,
você conseguirá incluir todos os alunos que
chegarem até você!

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