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Reforma Protestante na

Suíça
Discentes: Alan Keuce, Lanuk Nagibson e Rafhael Lemos

Disciplina: História Eclesiástica I – (2018.1)


Professor: César Zandonai
SUMÁRIO

 A Reforma de Zwinglio
 A Reforma Radical – Os Anabatistas
 A Reforma Calvinista em Genebra
Ulrich Zwínglio (1484-1531)

 Devido a renda de sua família, recebeu uma boa


educação para o sacerdócio
 Envolveu-se em universidades, onde sofreu
influência humanista
 O Novo Testamento publicado por Erasmo de
Roterdã o inspirou ao estudo das Escrituras e à
pregação
 Em 1519 foi chamado para trabalhar na catedral
de Zurich
A Reforma de Zwínglio

 Já se opunha à venda de indulgências e à veneração a Maria


 Levantou a primeira bandeira da Reforma declarando que os
dízimos não eram exigência divina, mas questão de voluntariedade
 Ainda foi contra o jejum quaresmal e legitimou o casamento
sacerdotal
 Sua argumentação era baseada na autoridade exclusiva da Bíblia
 Debate público contra a Igreja Católica em 1523, onde apresentou
os 67 Artigos, que culminou na oficialização da Reforma
Os 67 Artigos, 1523

 Defendeu a salvação somente pela graça


 A superioridade da autoridade das Escrituras em relação às
autoridades religiosas
 Taxas de batismo e sepultamento abolidas
 Monges e freiras receberam permissão para se casarem
 O uso de imagens e relíquias foi proibido
 Em 1525, a Reforma se completou em Zurich adotando o culto ao
invés de missa
 Berna (1528) e Basileia (1529) aderiram a Reforma
Guerra Civil (1529-1531)

 O silêncio do Papa, temeroso por perder aliados, deixou seus fiéis


desconfortáveis
 A União Cristã dos Cantões Católicos foi criada e uma guerra
iniciou-se entre cantões protestantes e católicos
 Uma trégua foi feita em Kappel, assegurando liberdade protestante
em cantões católicos
 Zwínglio tentou conquistar Genebra para sua causa e as guerras
retornaram, mas em uma das batalhas foi morto
 Como resultado, cada cantão recebeu o controle total de seus
negócios internos, permitindo escolher sua religião
A Reforma radical (1525-1580)

 Inicialmente a Reforma Radical foi ligada ao movimento Zwingliano (norte da


Suíça);
 O movimento chegou a Morávia, Holanda e outras regiões;
 Pode-se dizer que os Anabatistas são ancestrais espirituais direto dos Menonitas
e dos Batistas;
 O movimento apelou aos trabalhadores tanto do campo como da cidade;
A Reforma radical (1525-1580)
 Os Anabatistas:
 Surgiram, primeiro, na Suíça;
 Liberdade existente no país;
 A insistência de Zwínglio na Bíblia como fundamento da
ação dos pregadores que encorajou a formação dos
conceitos anabatistas baseados na própria escritura;

1. Conrad Grebel (1498-1526):


 Pode ter sido um dos membros fundadores do
movimento Anabatista;
 Nasceu em uma família nobre;
 Estudou nas Universidades de Viena e Paris;
A Reforma radical (1525-1580)

 Em 1522, converteu-se e trabalhou ao lado de


Zwínglio;
 Em 1525, rompeu com Zwínglio , porém alguns dos
ensinamentos zwíngliano o atraia, como pro
exemplo, o batismo infantil;
 O Conselho de Zurique proibiu que Grebel e Felix
Manz (outro líder anabatista) de promover suas
reuniões e estudos bíblicos;
 Em 1526, o conselho decidiu matar por afogamento
todos os seguidores do movimento anabatista,
tornando-o quase inexistente em 1531;
A Reforma radical (1525-1580)

2. Balthasar Hubmaier (1481-1528):


 Era de origem alemã;
 Doutor em Teologia (Universidade de Ingolstadt);
 Foi pastor de um Igreja na cidade de Waldshut
(cidade muito próxima a Suíça);
 Logo que mudou para as ideias anabatistas foi
batizado por afusão;
 Em 1525, teve que fugir das autoridades aurísticas
presentes em Zurique;
 Chegou a Morávia e tornou-se líder do movimento no
local;
A Reforma radical (1525-1580)

 Liderou todos os que haviam fugido da perseguição


de Zwíglio e os demais convertidos as ideologias
anabatistas;
 Em 1528, por ordem do imperador e pelas autoridades
católicas romanas, Hubmaier morreu queimado e
amarrado em uma estaca. Sua esposa foi executada
por afogamento em um Danúbio;
A Reforma radical (1525-1580)

 O movimento radical:
 O setor radical do movimento anabatista, por causa de sua escatologia, contribuiu
para decepcionar crentes fiéis nas fileiras anabatistas da Alemanha;
 Os profetas de Zwickau:
Um padre, um iluminado, Thomas Müntzer, apoiado pelos artesãos,
notadamente têxteis, tentara instaurar ali um 'reino de Cristo': sem
rei, sem magistrado, sem autoridade espiritual ou temporal, e
também sem lei, nem Igreja, nem culto, e cujos súditos livres,
resgatando diretamente as Escrituras, se beneficiariam de um
comunismo cujo sonho edênico obcecava os espírito simples.
(FEBVRE, Lucien. Martinho Lutero, Um Destino. Tradução de Dorothée
de Bruchard. São Paulo: Três Estrelas, 2012, p. 248-249.)
A Reforma radical (1525-1580)

 O movimento radical:
 Causaram problemas a Lutero em Wittenberg (1522);
 A rebelião de Munster (1535), afastou-os completamente de Lutero;
 A Rebelião de Münster foi iniciada pelo ex
cônego da Catedral de Münster e ministro luterano Bernard Rothmann em 1532. Foi
autorizado o uso dos púlpitos por ministros luteranos nesse ano, mas o Imperador ordenou
que se expulssasse Rothman e seus seguidores, pois estavam radicais demais. A cidade já
era um centro de atividade anabatista;
 Em 1534, Jan Matthyszoon, auto-proclamado Enoque, declarou que seria Münster a Nova
Jerusalém e, junto com seus séquitos, João de Leiden e Gert Tom Kloster, tomou a cidade.
Matthyszoon iniciou um regime de terror. O povo tinha que escolher entre batismo ou
morte. Os bens da cidade foram saqueados e repartidos numa espécie de comunismo.
Luteranos e católicos foram perseguidos;
 Morto em uma batalha, foi sucedido por João de Leyden que se casou com Divara (ex-
freira) e com mais outras 16 mulheres (simultaneamente);
A Reforma radical (1525-1580)

 O movimento radical:
 Houve repúdio ao movimento por parte de Lutero e Zwínglio, ocasionando uma
perseguição ao movimento por parte dos protestantes e dos católicos romanos;

• Os radicais místicos ou espirituais:


• Liderado pelo nobre Kasper Schwenkfeld (1498-1561);
• Orientação para a experiência e inclinados ao misticismo;
• Na Pensilvânia, existia um pequeno grupo com ideias semelhantes
liderados por Sebastian Franck (1499-1542);
A Reforma radical (1525-1580)

 Radicais Socinianos Racionalistas


 Suas ideias desenvolveram-se na Itália. De acordo com os Socinianos, Cristo deve ser
adorado como um homem que obteve a divindade por sua vida superior;
 Sua morte foi simplesmente uma obediência a Deus e que serviria de exemplo para os
seus seguidores;
 Alguns pontos sobre pecados, salvação a deidade de Cristo e a Trindade foram negados;
 Os jesuítas contiveram o movimento na Polônia, mas este se espalhou pela Holanda e
pela Inglaterra e daí para a América;
A Reforma Calvinista em Genebra
João Calvino (Jean Cauvin)
- Nascimento: 10 de julho de 1509 – Noyon (França);
- Morte: 27 de maio de 1564 – Genebra (Suíça);

 Devido a bons contatos do pai Geraldo Cauvin com nobreza local,


João teve benefícios de cargos eclesiásticos desde antes dos 12 anos;
 1523 – Ingressou na universidade de Paris Collège de la Marche, onde
aprendeu latim;
 Prosseguiu com o curso de artes em Collège de Montaigu, onde se
formou mestre em Artes em 1528;
 Após, Calvino ingressou na universidade de Orléans (onde aprendeu
grego), para estudar direito, por pedido de seu pai, que teve
problemas nas relações com o clero de Noyon;
 Após a morte de seu pai em 1531, ficou livre para completar os
estudos em grego e estudar hebraico em Paris, no Collège de France;
A Reforma Calvinista em Genebra

 Não se tem clareza de quando se converteu ao movimento


protestante, porém suspeita-se que foi após a publicação de seu
primeiro livro, o comentário do livro De Clementia (1532);
 1533 – Foi acusado de Luteranismo devido a discurso de posse de seu
amigo Nicolas Cop como reitor da universidade de Paris e fugiu para a
casa de um amigo em Angoulême;
 Após isso, rompeu oficialmente com todos os benefícios que tinha da
igreja católica;
 1536 – Calvino escreve a primeira parte das famigeradas “Institutas da
Religião Cristã” em Angoulême, como prefácio dirigido ao rei da
França, Francisco I, que acusava protestantes franceses de
anarquismo;
 Todos os volumes das Institutas foram finalizados apenas em 1559;
A Reforma Calvinista em Genebra

“Do reformador alemão [Lutero] ele se apropriara dos conceitos de


justificação pela fé e dos sacramentos como selos das promessas de
Deus. Também extraiu muito de Bucer, principalmente as ênfases deste na
glória de Deus como sendo o objetivo para o qual todas as coisas são
criadas, na predestinação como doutrina da confiança cristã e nas
consequências da eleição divina como um esforço vigoroso para uma
vida de conformidade com a vontade de Deus.”
História da igreja Cristã – W. Walker (p.556)

 1536 – Visitou brevemente a Itália, e no caminho de volta para


Estrasburgo, desviou o caminho devido aos perigos da guerra e foi para
Genebra, onde ficou por apelo de seu amigo Guilherme Farel;
A Reforma Calvinista em Genebra
Em Genebra
 1536 – Começo como preletor bíblico e pregador;
 1537 – Primeiras propostas de mudança: Ceia [no mínimo] mensal, seleção de
pessoas de “boa conduta” para disciplina e excomunhão;
Objetivo: Tornar Genebra a cidade modelo para a igreja;
 Outras propostas: catecismo composto por Calvino, imposição de credo
(possivelmente de autoria de Farel);
 Janeiro de 1538 – O Conselho dos Duzentos (poder Legislativo em Genebra)
decidiu que a Ceia não deveria ser recusada a ninguém – oposição ao
sistema disciplinas de Calvino;
 Abril de 1538 – Calvino e Farel são banidos de Genebra por oposição a
decisão do Estado sobre a liturgia do culto em Genebra (Calvino era contra
toda interferência direta do governo estatal ao governo da igreja);
- Calvino refugia-se em Estrasburgo (França) a pedido de seu amigo Martin Bucer;
A Reforma Calvinista em Genebra
Em Estrasburgo
 Pastor de igreja de refugiados franceses e preletor de teologia;
 1540 – Calvino casa-se com Idelete de Bure;
 Nesse mesmo ano, ocorreu uma revolução em Genebra e o partido
que apoiava Calvino chegou ao poder, convencendo-o a voltar em
1541 para Genebra;

De volta à Genebra
 Calvino conseguiu prontamente a aprovação de suas “Ordenanças
Eclesiásticas”, que era um modelo de organização da igreja;
“[...] pastores, doutores, presbíteros e diáconos, os quais correspondiam às áreas
de doutrina, educação, disciplina e ação social”
A Reforma Calvinista em Genebra
- Sobre o Presbitério
“Os presbíteros eram o coração do sistema de Calvino. Eram doze leigos, escolhidos pelo
Pequeno Conselho, dois dentre seus próprios componentes, quatro dentre os Sessenta
[Pequeno conselho, que exercia o poder executivo e nomeava os “syndics”, os membros do
governo] e seis dentre os Duzentos, e sob a presidência de um dos síndicos. Eles, juntamente
com os ministros (que em 1542 eram apenas nove), formavam o Consistório (Consistoire), que
deveria reunir-se toda quinta-feira e era o encarregado da disciplina eclesiástica. Eles
poderiam, se necessário, excomungar os que não se arrependessem; se a ofensa exigisse pena
maior, deveriam remeter o caso as autoridades civis.”

Oposições Importantes
 1551 – Jerônimo Bolsec – contra a predestinação;
 1553 – Miguel Servetus – contra Trindade, Cristologia do concílio de Calcedônia e
Batismo Infantil;
 1555 – Revolta dos adversários de Calvino e sua repressão serviram para fortalecer
ainda mais o partido favorável a Calvino em Genebra;
 1559 – Fundação da Universidade de Genebra
A Reforma Calvinista em Genebra
 1559 – Fundação da Universidade de Genebra – grande centro de ensino
teológico, responsável pelo envio de muitos ministros não somente para a
França, mas também para os Países Baixos, Inglaterra, Escócia,
Alemanha e Itália;

“Essa foi a obra de Calvino, o domínio da mente sobre a mente, e


certamente, ao tempo de sua morte [de tuberculose] em Genebra, em
27 de maio de 1564, ele merecia a qualificação de ‘único reformador
internacional’.
Calvino não deixou sucessor de igual estatura. A obra crescera
demasiadamente de forma que uma só pessoa não poderia mais dirigi-la.
Mas em Genebra, e em certa medida em suas atividades além dos limites
de Genebra, seu manto caiu sobre os dignos ombros de Teodoro Beza
(1519-1605), homem de espírito mais conciliador e maneiras mais gentis,
mas dedicado aos mesmos ideais.”
Referências

 A Reforma Protestante do Século XVI - Alderi Souza de


Matos
 História da Igreja Cristã – W. Walker
 Cristianismo através dos séculos – E. Cairns
 Amando a Deus e ao Próximo: João Calvino e o
Diaconato em Genebra – Alderi Matos
 http://www.monergismo.com/textos/historia/reforma_sui
ca_earle.htm
 https://alunosonline.uol.com.br/historia/guerra-civil-
reforma-na-suica.html

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