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A Social-Democracia

Bhárbara Carvalheiro Pinheiro de Camargo


Letícia de Godois
Michele Capellari
Ronaldo Farias
Rafaela Santin
Jenifer dos Reis
Direito – 1° B. Faculdade Maringá.
• A social-democracia moderna é a aplicação de alguns elementos do
socialismo implantados no sistema capitalista, elementos esses que visam
tanto o estado de bem-estar social quanto a concorrência dos mercados,
constituindo então o que chamam de uma “terceira via” em relação ao
socialismo e ao capitalismo.
Compreensão histórica do desenvolvimento da
social-democracia

• - anos turbulentos da Europa, fim do século XIX e início do século XX;


- Alternativas para o mercado;
- Rótulo de "social-democrata";
- Ideal socialista;
- Revolução Industrial;
- Liberalismo;
- O socialismo e o materialismo histórico.
• -Passividade do marxismo ortodoxo;
- Resultado político inviável;
- meios para alcançar o socialismo;
- Bernstein e a base para a social-democracia;
- Nova visão aos socialistas;
• - Países em que ecoaram as ideias de Bernstein:
Bélgica, Holanda e França;
- Hendrik de Man e seu 'Plan du Travail':
uma transformação evolucionária do capitalismo;
- Ecos da social-democracia na Alemanha, Áustria e Suécia;
• - o 'Sveriges socialdemokratiska arbetareparti' (SAP): partido sueco;
- um partido "dos trabalhadores" que se transformou num partido "das
pessoas";
Campanha de 1932:

• “A humanidade carrega seu destino em suas próprias mãos… Onde os


burgueses pregam frouxidão e submissão ao destino, nós apelamos à
vontade das pessoas para a criatividade… conscientes de que ambos
possam (e vão) triunfar em formular um sistema social em que os frutos do
trabalho beneficiem aqueles que estão desejosos em… participar da tarefa
comum”.
A Era pós-Guerra:

• O Comitê Econômico Europeu de Cooperação declarou: “a escala de destruição e


interrupção da vida econômica europeia foi maior do que o que a Europa havia
experienciado na Primeira Guerra Mundial… Os países devastados teriam que
começar de novo quase do começo”.

Mudança profunda na visão da humanidade dos papeis apropriados dos estados e


dos mercados: “Todos os governos europeus assumiram responsabilidade em
controlar a economia e controlar a sociedade durante a guerra, mas após a guerra
eles não iriam mais retirar da vida econômica e social como a mais almejada dois
da Primeira Guerra Mundial… A experiência da guerra parecia demonstrar
conclusivamente que, contrária à sabedoria recebida das décadas de 20 e 30, os
governos centrais poderiam de fato controlar o desenvolvimento econômico
efetivamente”.
A "restauração liberal-conservadora" nos anos
80 e os fins da Guerra Fria.
Transpondo a social-democracia para os dias
atuais: O Modelo Nórdico.

• Dinamarca, Islândia,Noruega, Suécia e Finlândia.


Traços comuns;
Produtividade e esforço coletivo;
Segurança como um incentivo, não obstáculo para o empreendedorismo;
• A Liberdade é um objetivo essencial;
A principal tarefa do socialismo, hoje, é para evitar a concentração de poder
nas mãos de qualquer gestão industrial ou a burocracia estatal - em resumo,
para distribuir a responsabilidade e, assim, ampliar a liberdade de escolha.
- Richard Crossman, do Partido Trabalhista Britânico, em 1952.
Lutar pela igualdade não deve ser igual a uma
luta pela conformidade.
• “O bom lugar desconhece qualquer um que seja privilegiado ou
negligenciado. Ninguém se beneficia de vantagens sobre os outros, o forte
não explora o fraco. Em um bom lugar, igualdade, compaixão e cooperação
reinam. Aplicada sobre as maiores pessoas ou cidadãos, isso deveria servir
de dissolução de todas as barreiras econômicas e sociais que agora dividem
os privilegiados dos neglicenciados, dos mandatários e serviçais,
exploradores dos explorados.” Albin Hansson, Primeiro Ministro da Suécia
1932-1946.
A social-democracia no Brasil:
• No Brasil, nunca houve algum partido que representasse a social-
democracia em sua história.
Porém, em nossa Constituição Federal de 1988, vemos contemplados
direitos sociais que podem ser associados a algumas concepções abrangidas
em um governo social-democrata. Antes de entrarmos na explicação da
Constituição, entraremos na explicação de como se deu a política brasileira
depois que o Real foi estabelecido como moeda.
• Como exemplo, desde 1994, temos o primeiro mandato de governo de
Fernando Henrique Cardoso, que foi marcado por políticas neoliberais que,
segundo Sallum (1999): “tornaram-se mais óbvios os ônus implícitos na
gestão macroeconômica dominada pelo fundamentalismo neoliberal.” Já, o
segundo, foi marcado por políticas que rumaram, segundo o mesmo autor:
“em direção ao pólo liberal-desenvolvimentista”, que visava investir
principalmente em infraestutura para dar suporte e realizar concessão a
empresas estrangeiras. Para o sociólogo: “ele afastou-se de qualquer
veleidade social-democrata”.
• Já, o governo Lula, teve seu governo marcado por um caráter
desenvolvimentista. Fonseca, Silva e Araújo (2016) confirmam essa ideia
ressaltando que o desenvolvimento ao impulso da indústria nacional se deu pela
Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), que visavam: “i) tentar produzir
internamente o ramo motriz da Revolução Tecnológica vigente; ii) aumentar o
controle nacional sobre insumos estratégicos como o petróleo; e iii) valorizar a
indústria de defesa”.
• Logo, o governo de Dilma Rousseff, foi marcado por um caráter intervencionista*,
o que Pires e André (2015) confirmam com: “a equipe econômica do governo Dilma
Rousseff considerou importante promover, por meio da política fiscal, intervenções
mais efetivas visando o aumento da demanda agregada de forma rápida”. Para os
autores: “o Estado brasileiro teria um papel preponderante a desempenhar na
economia, seja comandando o processo de investimento, seja criando condições
para a expansão da produção e do investimento privado ou engendrando estímulos
à demanda agregada“.
*interfere nas atividades econômicas dos estados e das empresas
Tendo essas perspectivas governamentais em
mente, partiremos então à análise da Constituição
Federal de 1988 e de como tais governos se
empenharam em transformarem-nas em políticas
com sua eficácia comprovada. Caso não sejam
encontrados estudos comparativos desses
governos, vamos apenas explicitar o artigo da
Constituição.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
• Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2002) – 5.016.672;
Lula (de 2003 a 2010) - 14.725.039
Dilma(em seu primeiro mandato): 5.050.760)
Segundo estudos do IBGE, apontados no Jornal Nacional:
Dilma – (final de seu segundo mandato): 10,4 milhões de desempregados.
Setor habitacional:

• De acordo com Dias (2012), em sua comparação às políticas habitacionais


tanto do governo FHC e Lula: “ […] se refere às políticas voltadas para o
setor habitacional. [...] essas políticas ocuparam um papel secundário no
governo FHC – com Lula, em contrapartida, o setor passou a ser
protagonista da política de crescimento econômico”.
Para a mesma autora, em sua tese de doutorado, ela afirma que “a
concessão a subsídios pressupõem o atendimento das famílias mais
necessitadas, o que implica uma destinação socialmente justa,
considerando-se o direito constitucional à moradia”.
Assistência aos desamparados:

• Após a promulgação da Constituição Federal em 1988, o Governo Brasileiro iniciou a prática


de programas sociais no País. No Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso,
criou-se o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, o PETI. Outros programas sociais
foram sendo criados, tais como o Auxílio Gás e a Bolsa Alimentação. Lula, em seu governo,
unificou todos num único programa federal: bolsa família.

Em estudos mais recentes divulgados no dia 13/05/16, feitos pelo Diagnóstico Sistemático
de País, conclui-se que: “A crise, porém, não precisa significar o abandono das políticas de
redução da pobreza que retiraram 24,6 milhões de brasileiros da miséria de 2001 a 2013,
mesmo porque os programas de transferência de renda custam relativamente pouco e são
comprovadamente eficazes “
IDH e combate a pobreza

• A nota do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que era de


0,649 no início dos anos 2000, chegou a 0,755 hoje, o que indica uma
melhora.
• A pesquisa considera indicadores como a esperança de vida ao nascer, a
expectativa de anos de estudo e a renda per capita. Como resultado, cada
país recebe uma nota que vai de 0 a 1.
Art. 194. A seguridade social compreende um
conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
• Para Soares e Santos (2014), há um alinhamento de gastos no que se refere
ao financiamento do SUS nos governos FHC, Lula e a mesma tendência a
ser seguida por Dilma. Os gastos que os três representantes tiveram em
relação ao Sistema Único de Saúde convergiam para o mesmo. Para os
pesquisadores, esse artigo da Constituição Federal não obteve sua eficácia e
é de extrema importância que haja uma reforma de Estado para que o SUS
não seja inviabilizado.
Referências Bibliográficas
• Edney Cielici Dias. Trajetória e agendas na rearticulação da política habitacional brasileira: o governo federal e os
empresários da construção (1994-2010). <http://www.fflch.usp.br/dcp/assets/docs/SemDisc2012/07-
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Sheri Berman, Understanding Social Democracy.
<http://www.people.fas.harvard.edu/~ces/conferences/left/left_papers/berman.pdf> acesso em 15/05/16.
Nima Sanandaji, The Surprising ingredients of Swedish success – free markets and social cohesion.
<http://www.iea.org.uk/sites/default/files/publications/files/Sweden%20Paper.pdf acesso em 18/06/16.
José Luiz Fiori, Paradoxo Social Democrata. <http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/fiori081106.pdf> acesso em 16/05/16.
Fonseca, Mateus Ramalho Ribeiro da; Silva, Pedro Perfeito da & Araújo, Eliane, Cristina de. O
Desenvolvimentismo Durante o Governo Lula: uma análise das políticas monetária e industrial.
<https://s3.amazonaws.com/acadex.articles/Articles/56d8c316856af8ea20c0ef69-fileIdentified.pdf> Acesso em
15/05/16.
SALLUM JR., Brasilio. O Brasil sob Cardoso: neoliberalismo e desenvolvimentismo. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S.
Paulo, 11(2): 23-47, out. 1999 (editado em fev. 2000).
• acesso em 15/05/16
• A importância do conhecimento do Programa Bolsa Família como política pública no atual cenário
político-social. Ana Claudia de Farias Galante .
<http://anacfgalante.jusbrasil.com.br/artigos/145717909/a-importancia-do-conhecimento-do-
programa-bolsa-familia-como-politica-publica-no-atual-cenario-politico-social> acesso em 14/05/16.
Brasil terá que escolher entre combater pobreza ou manter privilégios fiscais, alerta Banco
Mundial <https://nacoesunidas.org/brasil-tera-que-escolher-entre-combater-pobreza-ou-manter-
privilegios-fiscais-alerta-banco-mundial/> acesso em 17/05/16
O legado dos 13 anos do PT no poder em seis indicadores internacionais
• <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/05/160505_legado_pt_ru> acesso: 14/05/16.
André Singer, O ensaio desenvolvimentista no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014) .
<http://novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads/contents/content_1604/file_1604.pdf> acesso em
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• Adilson Soares , Nelson Rodrigues dos Santos. Financiamento do
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Desemprego no Brasil chega à maior taxa da série histórica do


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Edney Cielieci Dias. Do Plano Real ao Programa Minha Casa, Minha Vida.
<www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-
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