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PODOLOGIA

PROF. MARIANE AIRES


CALÇADOS ESPORTIVOS

 Para esportista não tem um padrão de calçado. Cada elemento do calçado


deve ser pensado em função do esporte praticado e o terreno.

 Existem vários tipos: ”sapatos de corrida”, “tênis” de cano baixo, “tênis” de


cano alto, sapatilha de dança, chuteiras, calçados especializados (esqui), etc.

 A ausência de desnível entre o salto posterior e anterior, de alma ou de


contraforte é um defeito frequente.
CALÇADOS ESPORTIVOS

 A principal crítica se refere à propriedade excessiva amortecedora das solas,


verdadeiro chamariz comercial, que tende a ser antifisiológica, como pode
observar qualquer pessoa ao praticar uma atividade descalça na areia, um dos
melhores amortecedores.
 O conforto e a atenuação das ondas de choque opõem-se ao desempenho do
pé (micro instabilidade) e às qualidades naturais do coxim planta; a sua
atrofia progressiva cria um apego e uma dependência ás solas flexíveis.
 O desenvolvimento de uma pesquisa associando podo ortosista, esportista e
médico competente em podologia esportiva permitiria progressos na
concepção desses calçados. A prevenção das doenças traumáticas e a melhora
da eficácia do pé são totalmente alcançáveis.
CALÇADOS ESPECIALIZADOS

 Calçados militares: por ser peça de uniforme, são idênticos para todos os
militares, jovem ou velho, homem ou mulher, no exército, na aeronáutica ou
na marinha. O exército dispõe de alguns tipos de calçados: bota de cano
curto, sandália (fora de expediente), sapato de esportes (treinamento). O
coturno é particularmente bem adaptado às atividades em terreno móvel.
 Calçados de praia: sandália, chinelos, tamancos, etc.
 Calçados folclóricos: tamancos, sandálias, alpargatas de uso muito limitado.
 Calçados de repouso: chinelos, pantufas, etc.
CALÇADOS ESPECIALIZADOS

 A havaiana: ocupa um lugar particular. Ainda largamente usada em alguns


países da Ásia, tende a instalar-se no verão, na Europa, sobretudo depois que
os grandes costureiros do mundo inteiro passaram a utilizá-la regularmente na
suas coleções.
 Deve ser largamente aconselhada aos pacientes que sofrem do antepé pelas
suas vantagens: não comprime o antepé, não provoca nenhum artelho em
garra a cada passo e sobre tudo reeduca funcionalmente o hálux de maneira
natural.
CALÇADOS DE SEGURANÇA, DE
PROTEÇÃO E DE TRABALHO
 A necessidade de proteger o pé durante algumas atividades industriais
aparece nos anos 1950.
 A partir de 1989, a concepção dos calçados é submetida às diretivas
européias, transposta no direito francês e aplicadas desde 1993.
 As normas européias (EN) foram impostas a todos, às vezes completadas por
uma norma da Organização Internacional de Normatização (IOS, International
de Organization for Standardization) à iniciativa de alguns fabricantes em
busca de produtos de qualidade.
 Atualmente, todas as atividades de trabalho assalariado praticadas e calçadas
beneficiam-se de um equipamento do proteção individual: calçado de
segurança(EN ISO20345), de proteção(EN ISO20346) ou de trabalho(EN
ISO20347).
CALÇADOS DE SEGURANÇA, DE
PROTEÇÃO E DE TRABALHO
 Cada parte do calçado pode incluir um elemento de proteção: couraça
anterior de proteção mais ou menos resistente, protetor lateral ante corte,
cano resistente ou impermeabilizado, solado anti perfuração, isolante contra
frio ou o calor, antiderrapante, condutor, anti-estático, isolante, salto
absorvedor de energia, etc.
 Cada uma dessas proteções responde a um risco, estatisticamente
significativo, ligado ao posto de trabalho ou ao seu ambiente: esmagamento
de artelho ou de metatarso, perfuração plantar, escorregada, eletrocussão,
exposição ao calor ou a frio, projeção de partículas tóxicas, queda nos
calcanhares...
 A sua eficácia é comprovada, mas a sua aceitação pode ainda ser difícil. A
feminilização dos postos de trabalho favoreceu a procura por calçados
estéticos, mais leves e que favorecem a luta contra a hiperidrose e suas
conseqüências.
CALÇADOS ESPECÍFICOS

 Esses calçados, são estudados para pés levemente atípicos que não aceitam o
calçado padrão.
 Calçados para “pés sensíveis”: a sua principal característica é o cabedal de
couro muito flexível, adaptado aos pés particularmente planos ou cavos, mas
de volume normal. Os antepés largos ou ondulados dispõem de certos modelos
de cabedal extensível.
 Calçados personalizados para “pés sensíveis”: o cabedal é deformado sob
medida em função das anomalias do pé por uma pinça de joanetes ou por uma
forma mecânica, depois de ter aumentado a elasticidade do couro.
CALÇADOS ORTOPÉDICOS

 Justifica que um ou ambos os pés não podem usar calçados em série, onde deve
melhorar as funções do andar levando em conta a doença, a autonomia e as
deficiências do paciente.
 Dentre todos os dispositivos este tipo de calçado é mais difícil de realizar, porque
tem que associar a estética e a funcionalidade, onde deve agradar o paciente e
adaptar o pé patológico, muitas vezes dismórficos e cujo dinamismo não respeita
necessariamente a biomecânica habitual.
 Além disso, não existe métodos de controle científico. Os únicos critérios de
avaliação são a apreciação do paciente e o desgaste do calçado.
 Para aumentar as probabilidades de uma boa aparelhagem, seguem alguns
conselhos essenciais: um bom calçado sob medida exige uma cooperação eficaz
entre o prescritor, paciente e o Podólogo afim de se ter uma certeza sobre a
finalidade terapêutica desejada; além da ajuda nas funções da marcha, o calçado
deve responder, pelo menos a uma das finalidades seguintes:
CALÇADOS ORTOPÉDICOS

 Volume interno fora de norma para deformidade, distúrbio volumétrico ou


trófico.
 Compensação de um maior distúrbio estático irredutível, de uma amputação
ou desigualdade de comprimento.
 Sustentação (estabilização ou contenção) em caso de paralisia, de distúrbio
estático ou de luxação irredutível.
 Ajuda no desenvolver do passo.
CALÇADOS ORTOPÉDICOS

 A prescrição deve descrever alguns pontos: como modelagem ou não, material


contra-indiciado caso ser alérgico, qualidade da sola se flexível ou dura,
características do salto se compensado ou não, a altura em função ao tríceps
sural, altura do cano (anquilose, frouxidão), tipo de fecho da gáspea como
laço ou fecho de correr, localização de uma eventual forração por um
eventual distúrbio trófico, saliência agressiva e por fim, o papel da órtese
plantar.
CALÇADOS ORTOPÉDICOS

 A precisão de alguns itens tem um grande valor construtivo.


 Não indicar a medida de uma desigualdade de altura e sim da compensação
desejada
 Desaconselhar a colocação de um eqüino do pé para compensar uma
desigualdade de comprimento, em caso de metatarsalgia.
 Compensar uma atrofia do coxim plantar por uma sola de borracha espessa e
macia.
 Nenhum contraforte em caso de articulação talar rígida.
 Materiais leves, mas resistentes, no caso de paralisia.
 Fecho de correr ou faixa auto-aderente em caso de deficiência manual.
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CALÇADO

 O calçado ideal deve ser adaptado à morfologia e à fisiologia do pé,


garantindo a sua proteção e a sua conservação.
 Um calçado confortável deve respeitar harmonia entre o comprimento e a
largura ou, primeiramente, o volume do pé em diferentes níveis (colo do pé,
metatarso falangianas, artelhos).
 O comprimento é expresso pela numeração, dos três sistemas de numeração
conhecidos, três são usados na França: o ponto de Paris(1 ponto = 0,666cm), o
ponto inglês(1 ponto = 0,84) e o ponto americano(Paris – 3). Por exemplo o
numero 40 em ponto de Paris(26,6cm) corresponde ao número 7 em ponto
americano. A numeração não equivale ao comprimento real do pé porque
entram mais dois elementos: um fisiológico de calçante e outro estético, em
função da forma da biqueira.
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CALÇADO

 A largura é expressa por letra (A a H) ou por número (1° a 11°)


correspondente ao perímetro metatarso falangiana. A maior parte dos
calçados em série só existem em uma largura por número (E, 5ª ou 6ª
largura). Não se deve confundir largura e perímetro.
 Um calçado aparentemente largo para o olho (palmilha de montagem larga)
pode ter um volume interno reduzido, em geral qualquer calçado que tenha
tira, laço ou faixa auto aderente oferece um melhor volume para os artelhos
já os que são fáceis de calçar com escarpim, mocassim, chinelo, etc são
desaconselhável para ante pés largos ou dolorosos.
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CALÇADO

 Já a flexibilidade de um bom calçado deve ter o cabedal e o solado quando


submetido a uma flexão anteroposterior, devem dobrar-se transversalmente e
não enrolar-se junto às articulações metatarso falangianas, para respeitar o
desenvolvimento do pé ao caminhar.
 A sustentação, um contraforte resistente deve circundar o cano para manter
o calcâneo em posição fisiológica. A sua altura não deve ultrapassar a sub
talar. A sua presença constata-se por uma resistência à pressão digital.
 Estabilidade anteroposterior, um bom calçado deve ser montado em forma
bem concebida, levando em conta a relação arco-altura do salto, assim a base
de apoio é máxima no salto e na zona de apoio metatarsiana. Uma pressão de
alto para baixo na parte traseira de um calçado pousado em plano duro não
deve provocar o levantamento da sola à frente
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CALÇADO

O solado deve ser resistente, mais não muito rígido para não se opor ao
desenvolvimento do passo.
 O solado inclui, de frente para trás:
 Elevação de biqueira bom visível no calçado pousado em um plano.
 A alma sólida junto ao arco para evitar seu abaixamento no caso de colocar
uma força maior ou de supinamento do ante pé. O teste da centrifugação
negativo quer dizer que o calçado não se deixa dobrar junto da curvatura,
caso exista uma alma sólida. Um solado que se dobra ao meio assinala a
ausência de alma.
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CALÇADO

 Um salto mais ou menos alto:


 Feminino-social 6 a 8 mm
 Bota baixa 40mm
 Caminha-esporte 8 a 10 mm
 Bota alta 50 mm, etc
CARACTERÍSTICA DE UM BOM CALÇADO

 Um salto superior a 5 cm é anti-fisiológico, assim como a presença de um


ferro no cano póstero lateral que incomoda ao contato com o solo. O declive
da base do salto deve respeitar um ângulo inferior a 11º com a horizontal para
não sobrecarregar o ante pé.
 O material ideal é de couro para a palmilha de montagem, para o cabedal e
forro uma pele extensível que favoreça a ventilação do calçado, a borracha
natural da mais conforto na hora da marcha e as costuras não devem coincidir
com uma articulação ou saliência óssea.
 Materiais sintéticos tem cada vez mais propriedades terapêuticas contra
hiperidrose, micoses, etc. Algumas tem a qualidade superior para a pele em
relação a sua elasticidade e permeabilidade.
ESCOLHA DO CALÇADO

A dificuldade de escolher um par de calçados é compreensível quando se pensa em todos os


critérios a considerar.
 Critérios
 O uso: marcha, esporte, montanha, trabalho, cidade, dança, cerimônia.
 Estação e o clima: chuva, temperatura, etc.
 O terreno: duro, móvel, seco, etc.
 O sexo: modelo masculino, feminino e unisex.
 O material: o couro é mais caro mais tem muitas qualidades.
 O peso: leve para uma criança, para um pé neurológico, para esporte, etc.
 A forma da biqueira adaptada ao modelo e ao volume dos artelhos:
 - Biqueira pontuda, amendoada, redonda, curva, para o pé grego.
 - Biqueira larga, ½ arredondada, quadrada para pé quadrado.
 - Idem ou biqueira americana para o pé egípcio.
ESCOLHA DO CALÇADO

 A altura do salto: inferior a 12 a 20mm para crianças, 10 25mm para homens


e 30 a 50mm para mulheres.
 A altura do cano: o cano alto para pés laxos e instáveis, para uso de órtese,
para os calcâneo muito salientes ou fora do eixo e para os retropés finos
demais, que se descalçam facilmente.
 A numeração: embora não se corresponda ao comprimento do pé sua
avaliação não dever ser com uma simples apalpação do hálux na biqueira ,
sendo que a numeração deve ser determinada com a medição com régua em
posição vertical e acrescentando mais ou menos 1 a 1,5cm para a criança, 0,5
a 1,0cm para o adulto, o que corresponde ao abaixamento do pé na marcha
onde também é mais importante que o pé acomodado é o salto ser baixo.
 A forma do pé deve ser determinada na escolha do calçado.
ESCOLHA DO CALÇADO

 Na prática, o preço, a estética e a cor são muitas vezes os principais critérios


observados. Ora, o aspecto exterior é mais adaptado para o olho de que para
o pé, o que parece parodoxal na escolha de um calçado.
CONSELHOS PARA UMA BOA ESCOLHA

 O volume do pé varia com o exercício, portanto é aconselhável comprar um


calçado depois de um dia de atividade.
 Provar com meias finas ou espessas ou meia-calça, de acordo com o uso
previsto.
 Começar pelo pé maior.
 Verificar se o artelho mais longo não toca a biqueira ao andar.
 Não tolerar atrito durante a marcha de prova, em particular por causa da
costura.
 Se o comprimento convém, pedir para experimentar outro calçado da mesma
numeração que pode ser mais largo, se o fabricante é artesanal.
 Examinar o calçado: flexibilidade, contrafortes, elevação da biqueira,
alma(teste da centrifugação), estabilidade.
CONSELHOS PARA UMA BOA ESCOLHA

Doenças causadas pelo calçar


 O constante calçar dos pés gera dois tipos de problema:
 O calçar conflitante ligado ao modelo inadequado à morfologia do pé ao à sua
atividade, origem de múltiplas lesões.
 O calçar patogênico, pelo uso de um calçado mal concebido ou mal fabricado.
Onde desencadeiam doenças nos pés saudáveis desprovidos de qualquer risco
particular.
CALÇAR TERAPÊUTICO

 O calçado muitas das vezes é parte arsenal terapêutico do Podologista, onde


desempenha um papel curativo, mais freqüentemente paliativo ou
sintomático.
 Dor, deformidade, edema e instabilidade do pé ou tornozelo benificiam-se de
conselhos terapêuticos para calçar. Uma entesopatia calcânea justifica o uso
de calçado com salto de uma altura levemente superior à habitual, para assim
diminuir a pressão dos músculos da perna posteriores e plantares. Já um
paciente com metatarsalgia mecânica deve se indicar o uso de calçados com
sola flexível e amortecedora e pouco ou nenhum salto. Os saltos muito altos e
solas muito finas ou rígidas amplificam a maior parte das metatarsalgia.
CALÇAR TERAPÊUTICO

 Em caso dos artelhos ou hálux valgus, deve se aconselhar uma gáspea volumosa e
certos modelos previlegiados como: botina com fecho de correr ou cadarço, cano
de amarração ciclista. Um antepé muito volumoso indica-se um calçado
terapêutico de série eficaz contra a dor, sobretuto se faz uso de órtese plantar.
 Em caso de edema privilegiar uso de modelos ditos geometria ou volume variável,
muitas vezes com gáspea fechado com cadarços.
 Para pés deformados que precisa de uma flexibilidade importante, o cabedal pode
ser trançado, de cabrito ou de camurça modulável em volume (amarração ciclista,
tira, faixa autoaderente) ou de material sintético elástico.
 Por fim, a instabilidade impõe um calçado com contraforte o mais rígido possível,
um salto baixo com uma base larga e uma inclinação reduzida do calcanhar.

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