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O IMPACTO DO MITO DA "ETERNA CRIANÇA" NA EMANCIPAÇÃO DE ADULTOS

COM SÍNDROME DE DOWN.


Ana Catarina Ayres Chometon de Oliveira
Dagmar Mello e Silva
Universidade Federal Fluminense (UFF)

Introdução Participantes
Esta apresentação é parte de um projeto maior de dissertação de  207pessoas responderam à pesquisa.
mestrado que se propõe provocar deslocamentos quanto a forma
como adultos com Síndrome de Down são percebidos socialmente.
 Com idades entre 17 a 65 anos.
Nos últimos anos constatou-se um aumento da qualidade e  Profissões diversas, como estudantes, médicos, psicólogos,
expectativa de vida da pessoa com síndrome de Down. À medida que jornalistas, vendedores, entre outros.
essas pessoas envelhecem, questões relacionadas à autonomia e  Participaram moradores do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Rio
vida adulta precisam ser debatidas para além do contexto escolar. Grande do Sul, Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo e
Será que estes adultos vivem plenamente sua autonomia ou a forma Santa Catarina.
como a sociedade os (pre) veem impacta em seus cotidianos?
 83% dos participantes conheciam pessoas com síndrome de Down.
Palavras-chave: síndrome de Down, autonomia, vida adulta, sexualidade.  Desses que conheciam, 22% declararam ter familiar próximo.

Objetivos Métodos
Essa pesquisa tem como objetivo investigar a forma como o mito Foram encaminhados ao público respondente, dois formulários online
da “eterna criança” impacta na vida de jovens adultos com com questões qualitativas e quantitativas, apoiadas na metodologia de
síndrome de Down. O termo "mito" é aqui compreendido, como Avaliação por Triangulação, que ressalta a importância da
(pré) concepção de senso comum, sem fundamento objetivo ou interdisciplinaridade como estratégia na abordagem de objetos de
científico, que demarca modos de ser e existir, aceitos como estudos complexos. A triangulação de métodos surge como uma
norma, por determinados grupos sociais. estratégia de diálogo que agrega múltiplos pontos de vista, seja das
variadas formulações teóricas utilizadas pelos pesquisadores, assim
como, as diferentes visões de mundo dos informantes da pesquisa.

Resultados e discussões

“Síndrome de Down é uma doença?” “Ao pensar em uma pessoa com síndrome de Down,
qual a primeira imagem que vem a sua mente?”

Crianças Adolescente Adultos Idosos

45,3% 33,2% 18,9% 2,8%

Conclusões
Ainda que hoje em dia o acesso à informação seja maior, permanecem
dúvidas relacionadas à síndrome de Down e esses pré-conceitos
limitam a vida dessas pessoas. Enquanto são vistos como crianças,
como poderão viver plenamente e de forma autônoma? Partindo
desses dados iniciais. Essa pesquisa se interroga sobre a possibilidade
de transvermos a SD enxergando-os para além da deficiência? Como
estes adultos podem viver plenamente suas potências, derrubando os
cárceres das crenças que limitam suas existências?

Deleuze traz o conceito de “corpos sem órgãos”, pessoas cujas


existências não estão marcadas pela funcionalidade, e sim por aquilo
que o desejo produz em potência. Nessa pesquisa pretendemos fazer
emergir os corpos de pessoas com SD para que estes possam
promover uma relação de alteridade em que nossos corpos se
destituam dos aprisionamentos capitalistas que nos impõem
determinadas funções e nos ensinem como podemos existir livres
dessas amarras.

Referências Bibliográficas
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: 34, 1995. v.1, 2 e 3.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 2010.
FUGANTI, Luiz Onde há presença da potência o poder não cola. In: http://www.luizfuganti.com.br/escritos/ditos/67-onde-ha-presenca-da-potencia-o-poder-nao-cola-
NIETZSCHE, Friedrich. Vontade de Potência. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.
TRINDADE, Rafael. NIETZSCHE – Vontade de Potência. In: https://razaoinadequada.com/2013/07/15/nietzsche-vontade-de-potencia/.
TRINDADE, Rafael. DELEUZE: CORPO SEM ÓRGÃOS. In: https://razaoinadequada.com/2013/04/14/deleuze-corpo-sem-orgaos/
UZEDA, Sheila de Quadros. Identidade feminina e sexualidade na concepção de mulheres com síndrome de Down: educação sexual como caminho para a construção de maior autonomia. 2006.

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