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Leia o texto a seguir para responder às questões 01 e 02.

“... tendo fundamentalmente o mesmo objetivo que o mito, a saber, o de fornecer uma
explicação exaustiva das coisas, a filosofia procura atingir este seu objetivo de modo
completamente diferente. De fato, o mito procede mediante a representação fantástica, a
imaginação poética, a intuição de analogias, sugeridas pela experiência sensível; permanece,
pois aquém do logos, ou seja, aquém da explicação racional. A filosofia, ao contrário, trabalha
só com a razão, com rigor lógico, com espírito crítico, com motivações racionais, com
argumentações rigorosas, baseadas em princípios cujos valores foram prévia e firmemente
estabelecidos de forma explícita”.
Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª edição revista e ampliada. São Paulo, Ed. Ática, 2004).

QUESTÃO 01
A partir do texto e dos conhecimentos sobre mito, julgue os itens seguintes.

(01) O mito é a primeira tentativa de explicar a realidade de forma racional, os principais


acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de
discussões, reflexões, argumentos, saber com razão e lógica.

(02) O mito não é uma exclusividade dos povos primitivos, nem das civilizações nascentes, mas
existe em todos os tempos e cultura como componente indissociável da maneira humana de
compreender a realidade.

(04) O mito tem como uma de suas características o fato de ser sempre dogmático, isto é, de
apresentar-se como verdade que não precisa ser provada e que não admite contestação. A sua
aceitação, então, tem de ser através da fé e da crença.

(08) O mito explicava a origem dos reis, a própria origem do homem, do povo grego, das
guerras, dos amores, da doença e da morte, dos sentimentos; enfim, de toda riqueza da sua
cultura.A síntese do mito e a consciência mitológica justificavam as estruturas sociais e
cimentavam as relações de trabalho, parentesco e dependência política entre os gregos.
DESAFIO – PRÉ-VESTIBULAR

FILOSOFIA
Aprendendo a pensar
Prof. Herbert Emanuel
 Pra início de conversa, o que é a Filosofia?

1- A essência da Filosofia:
2- Exigências da reflexão filosófica:
3. Um modelo de reflexão filosófica:
4. A Filosofia e as ciências

5. Em suma...
A FILOSOFIA NO VESTIBULAR

01. “(...)Sócrates perambulava pelas ruas de Atenas instigando a


todos que se dispusessem a parar um pouco para pensar o sentido
de suas vidas. Tinha sede de saber, vivia fazendo perguntas.
“Apostou na interrogação em comum para apreender e, quem sabe,
talvez até dominar o futuro da cidade. Foi assim que nasceu o que
desde então recebeu o nome de filosofia. A filosofia constitui um
questionamento do que acontece, no intuito de fornecer uma boa
resposta. Não confia nem nos preconceitos religiosos, que oferecem
explicações mágicas para aquilo que ultrapassa o entendimento
comum, nem nos modelos científicos, que pretendem superá-las.
Coloca-se inteiramente na pergunta e nunca na resposta.”(Herbert
Emanuel, in “Mais Filosofia e Poesia para o século 21”)
Com base no texto, indique a afirmativa correta.

(A) A filosofia é um saber totalmente ultrapassado.


(B) A Filosofia não se distingue da religião.
(C) A filosofia é um saber crítico, reflexivo, que impede as pessoas
de adquirir novas idéias.
(D) A filosofia é um questionamento crítico da realidade, que dá
mais importância para a pergunta do que para a resposta.
(E) A filosofia não se distingue da arte.
02. [As ciências humanas] “surgiram depois que as ciências matemáticas
e naturais estavam constituídas e já haviam definido a idéia de
cientificidade e de método [...] de modo que as ciências humanas
foram levadas a imitar e copiar o que aquelas ciências haviam
estabelecido, tratando o homem como uma coisa natural
matematizável e experimentável.“
CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia, São Paulo, Editora Ática, 2003, p. 227.

Tendo como referência o texto, assinale a alternativa correta que aponta como as
disciplinas conhecidas como Ciências Humanas adquiriram o seu “status” de
ciências:

(A) Adotaram o modelo das Ciências Naturais para estudar o homem, mas
introduziram a idéia de compreensão dos atos humanos.
(B) Inspiraram-se no modelo explicativo das Ciências Naturais, especialmente no
modelo da Física, para estudar o homem, mas excluíram o método
experimental.
(C) Tomaram de empréstimo o modelo biológico de explicação, que valoriza a vida
e sua evolução e aplicaram-no ao estudo do homem.
(D) Começaram a realizar experimentos controlados envolvendo seres humanos
(E) Fizeram a transposição do modelo explicativo das Ciências Naturais para o
estudo do homem, passando a utilizar os métodos matemático e experimental.
03. “Para a voz corrente é muito simples: ser livre é poder fazer tudo o
que se quer, como se quer, quando se quer [...]. Infelizmente, não
existe [...] sociedade humana que permita fazer tudo o que se quer.
Existem sempre motivos (‘razões’) ou causas [...] que ‘determinam’ a
nossa ação. [...]. Refletindo sobre a liberdade Rousseau chegou a
seguinte conclusão: ‘A obediência à lei que se estatuiu a si mesmo é
liberdade’.
Ou seja, a liberdade consistiria não em recusar obedecer, negar os
constrangimentos e rejeitar as determinações, mas sim em assumi-las
plenamente, tentando refletir antes de agir, ajuizar o mais lúcida e
racionalmente possível, para não cair em excessos de toda a ordem.”
HUISMAN, Denis. A Filosofia para principiantes. Lisboa, Publicações
Dom Quixote, 1983, p. 64 a 68, Texto adaptado.

Tendo como referência o texto, é correto afirmar que para Huisman a liberdade
consiste em
(A) recusar obedecer e não aceitar determinações.
(B) ser autônomo, ou seja, fazer tudo o que se quer sem restrições.
(C) poder agir sem ser impedido por outro de fazer o que se quer.
(D) agir segundo determinações, assumindo-as de forma consciente e refletida.
(E) agir de acordo com as leis que nos são impostas pela sociedade por medo de
punição.
8.1. O mito:

O que é mito?

 O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI


a.c.. Nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar o
medo e a insegurança. A verdade do mito não obedece a lógica
nem da verdade empírica, nem da verdade científica. É verdade
intuída, que não necessita de provas para ser aceita. É portanto
uma intuição compreensiva da realidade, é uma forma
espontânea do homem situar-se no mundo.

 Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito a:


mentira, ilusão, ídolo e lenda. O mito não é uma mentira, pois é
verdadeiro para quem vive. A narração de determinada história
mítica é uma primeira atribuição de sentido ao mundo, sobre o
qual a afetividade e a imaginação exercem grande papel.
8.2. Como surgiu a filosofia?

Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia


por volta do século VI (ou VII) a.C. Por meio de longo processo
histórico, surge promovendo a passagem do saber mítico ao
pensamento racional, sem, entretanto, romper bruscamente como
todos os conhecimentos do passado. Durante muito tempo, os
primeiros filósofos gregos compartilhavam de diversas crenças
míticas, enquanto desenvolviam o conhecimento racional que
caracterizaria a filosofia.

Se considerarmos filosofia a atividade racional voltada à discussão


e à explicação intelectualizada das coisas que nos circundam, tem-se
o século VI como a data mais provável da origem da filosofia. Nessa
época temos a instituição da moeda, do calendário e da escrita
alfabética, a florescente navegação, que favoreceu o intenso contato
com outras culturas, esses acontecimentos propiciaram o processo
de desdobramento do pensamento poético em filosófico.
8.3. Teogonia, Cosmogonia e Cosmologia

 Podemos, dentro de tal contexto, distinguir, teogonia,


cosmogonia e cosmologia.

a) A teogonia narra, por meio das relações sexuais entre os deuses, o


nascimento de todos os deuses, titãs, heróis, homens e coisas do
mundo natural.

b) A cosmogonia narra a geração da ordem do mundo pela ação e


pelas relações sexuais entre forças vitais que são entidades concretas
e divinas. Ambas, teogonia e cosmogonia, são genealogias, são
gênesis, nascimento, descendência, reunião de todos os seres
criados, ligados por laços de parentescos.

c) A cosmologia – forma inicial da filosofia nascente - é a explicação


da ordem do mundo, do universo, pela determinação de um princípio
originário e racional que é a origem e causa das coisas e de sua
ordenação.
 A Ruptura com o mito

-A água é tomada como o principio de tudo


-O cosmos surgiu como espécie de energia inteligente a “apeiron”.

Tales de Mileto
Anaxímenes
Heráclito

 Os primeiros filósofos foram chamados de cosmólogos e


também de filósofos pré-socráticos

Isso porque a figura de Sócrates foi a divisora de águas na


história da filosofia.

 A busca da Felicidade

-Questão da vida boa não se deve confundir com boa vida


-Sócrates centrou-se mais no homem e não no mundo como
Tales e os filósofos de Mileto.
Leia o texto a seguir para responder às questões 01 e 02.

“... tendo fundamentalmente o mesmo objetivo que o mito, a saber, o de fornecer uma
explicação exaustiva das coisas, a filosofia procura atingir este seu objetivo de modo
completamente diferente. De fato, o mito procede mediante a representação fantástica, a
imaginação poética, a intuição de analogias, sugeridas pela experiência sensível; permanece,
pois aquém do logos, ou seja, aquém da explicação racional. A filosofia, ao contrário, trabalha
só com a razão, com rigor lógico, com espírito crítico, com motivações racionais, com
argumentações rigorosas, baseadas em princípios cujos valores foram prévia e firmemente
estabelecidos de forma explícita”.
Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª edição revista e ampliada. São Paulo, Ed. Ática, 2004).

QUESTÃO 01
A partir do texto e dos conhecimentos sobre mito, julgue os itens seguintes.

(01) O mito é a primeira tentativa de explicar a realidade de forma racional, os principais


acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de
discussões, reflexões, argumentos, saber com razão e lógica.

(02) O mito não é uma exclusividade dos povos primitivos, nem das civilizações nascentes, mas
existe em todos os tempos e cultura como componente indissociável da maneira humana de
compreender a realidade.

(04) O mito tem como uma de suas características o fato de ser sempre dogmático, isto é, de
apresentar-se como verdade que não precisa ser provada e que não admite contestação. A sua
aceitação, então, tem de ser através da fé e da crença.

(08) O mito explicava a origem dos reis, a própria origem do homem, do povo grego, das
guerras, dos amores, da doença e da morte, dos sentimentos; enfim, de toda riqueza da sua
cultura.A síntese do mito e a consciência mitológica justificavam as estruturas sociais e
cimentavam as relações de trabalho, parentesco e dependência política entre os gregos.
QUESTÃO 02
A partir do texto e dos conhecimentos sobre filosofia, julgue os itens abaixo.

(1) Etimologicamente, a palavra filosofia é formada por dois termos gregos: Philia
(amizade, amor) e Sophia (sabedoria, sábia). Assim, a filosofia tem o sentido
etimológico de amor à sabedoria. Com o decorrer do tempo, entretanto, a
palavra foi perdendo o significado original. Na própria Grécia antiga passou a
designar não apenas o amor ou procura da sabedoria, mas um tipo especial
de sabedoria, aquela que nasce do uso metódico da razão, da investigação
racional, na busca do conhecimento.

(02) A Filosofia é o conjunto de conhecimentos e doutrinas e não pode ser uma


atitude e nem um posicionamento perante a vida, ela é sim um conjunto de
verdades perenes e um sistema fechado. Filósofo é aquele que possui
sabedoria e conhecimento total do universo.

(04) Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia por volta


do século VI (ouVII) a.C, rompendo bruscamente com o saber mítico.

(08) O conhecimento filosófico não é uma posse e sim uma busca permanente, a
busca permanente e constante do conhecimento que faz parte da existência
do homem em sua relação com o mundo e com os outros homens.
II- Filosofia e Moral

2.1. A ação humana e os Valores


Análise e compreensão do agir:
-Distinção entre o que nos acontece e o
que fazemos (razões, fins, intenções, …)
-Distinção entre o que é voluntário e
involuntário.
-Agente + estímulo = reação instintiva
(não há reflexão, não há deliberação).
2.4. Em outras palavras:

-O Homem é constituído por uma vontade e por uma


razão, que lhe permite tomar uma decisão, agindo de
um ou de outro modo.
-O comportamento humano não está biologicamente
definido.
-O comportamento humano é multicultural

-O comportamento humano é influenciado por


fatores:
físico-biológicos
contexto social, cultural e econômico.
-Nós não podemos escolher o que nos acontece,
mas quando algo acontece, podemos escolher o
que vamos fazer.
- O homem é livre mas não é onipotente
-O homem não é, vai-se fazendo.
-Por sermos livres para fazer alguma coisa, não é
garantido que o consigamos fazer (onipotente). O ser
humano não tem o controle total da vida, e não pode
fazer tudo o que é do seu interesse. Apesar de ter
possibilidade de reagir a quase tudo o que rodeia.

-É fundamental que o sujeito tenha de se conhecer a


si próprio e ao mundo que o rodeia, para exercer a
sua liberdade.

-Segundo Freud, nem toda a atividade mental é


consciente.

-Segundo Descartes, o homem duvida, logo é um ser


racional (pensante). Mas ao duvidar, conclui que
pode duvidar de tudo menos do que duvida.
2.6. A Moral

-Do latim mores - relativo a costumes. Influenciada


pela tradição, costumes, História da Sociedade,
Religião. Transmitida pela Educação. Conjunto do que
é Verdadeiro e Bom para a Sociedade. Normativa.

-São os costumes a que aderimos e que têm um peso na


cultura, tradição, história, sociedade, religião e educação.

-É normativo, é uma norma, e estas foram feitas por alguma


razão.

-É aquilo que é verdadeiro e bom.

-É aquilo que já está pré-estabelecido.


-São tradições ou costumes que uma sociedade os avalia como
bons.
-Seguir a lei à risca
2.7. A Ética

-Reflexão sobre as normas morais com vista a uma


tomada de posição consciente e crítica, que tem por
preocupação os princípios de justiça, universalidade
e cumprimento do dever. Implica razão, sentido
crítico e responsabilidade.
-Consciência pessoal do certo ou errado.
-É aquilo que é estabelecido por nós.
-Trata-se de uma disciplina que tem como objetivo
estabelecer os princípios, regras e valores que devem regular
a ação humana, tendo em vista a sua harmonia.
-A ética preocupa-se não como os homens são, mas como
devem ser. Em qualquer caso o homem é entendido como a
autoridade última das suas decisões.
-Reflexão sobre os fundamentos da moral.
 O século XIX e XX foi por tudo isto marcado pelo aparecimento de um
enorme número de teorias éticas, mas também pela própria crítica dos
fundamentos da moral. Esta pluralidade revela igualmente a enorme
dificuldade que os homens têm sentido em estabelecer consensos sobre as
normas em que devem de assentar as suas relações.

Principais Éticas (ou filosofia moral) da contemporaneidade:

Ética normativa. Kant (1724-1804). Partindo de uma


concepção universalista do homem, afirma que este só age
moralmente quando, pela sua livre vontade, determina as suas
ações com a intenção de respeitar os princípios que reconheceu
como bons.

Ética conseqüencialista. Jeremy Bentham(1748-1832) e


Stuart Mill (1806-1873) desenvolveram uma ética baseada no
princípio da utilidade. As ações morais são avaliadas em função das
conseqüências morais que originam para quem as pratica, mas também
para quem recai os resultados. Princípio que deve nortear a ação
moral: "A máxima felicidade possível para o maior número possível de
pessoas".
Ética existencialista. J. P. Sartre. A moral é uma criação do próprio
homem que se faz a si próprio através das suas escolhas em cada
situação. O relativismo é total. Mas este fato não o desculpa de nada. A
sua responsabilidade é total dado que ele é livre de agir como bem
entender. A escolha é sempre sua.

Ética dialógica. Habermas (1929). Defende uma ética baseada no


diálogo entre indivíduos em situação de eqüidade e igualdade. A validade
das normas morais depende de acordos livremente discutidos e aceites
entre todos os implicados na ação.

Ética planetária, ecológica. Edgar Morin, Hans Jonas (1903-


1993). Perante a barbárie cotidiana e a ameaça da destruição do planeta,
Hans Jonas, defende uma moral baseada na responsabilidade que todos
temos em preservar e transmitir às gerações futuras uma terra onde a
vida possa ser vivida com autenticidade.
CRÍTICA AOS FUNDAMENTOS DA MORAL

. Ao longo de todo o século XIX e XX sucederam-se as teorias que


denunciaram o caráter repressivo da moral, estando muitas vezes ao serviço
das classes dominantes (Karl Marx, 1818-1883) ou dos fracos (Nietzsche,1844-
1900). Sigmund Freud (1856-1939) demonstrou o caráter inconsciente de muitas
das motivações morais.
O QUE É A
 As profundas transformações sociais, MORAL?
culturais e científicas das nossas
sociedades colocaram novos problemas
éticos, nomeadamente em domínios
como a tecnociência (clonagem,
manipulação genética, eutanásia,etc),
ecologia, comunicação de massas, etc.
CRÍTICA AOS FUNDAMENTOS DA MORAL

. Ao longo de todo o século XIX e XX sucederam-se as teorias que


denunciaram o caráter repressivo da moral, estando muitas vezes ao serviço
das classes dominantes (Karl Marx, 1818-1883) ou dos fracos (Nietzsche,1844-
1900). Sigmund Freud (1856-1939) demonstrou o caráter inconsciente de muitas
das motivações morais.
O QUE É A
 As profundas transformações sociais, MORAL?
culturais e científicas das nossas
sociedades colocaram novos problemas
éticos, nomeadamente em domínios
como a tecnociência (clonagem,
manipulação genética, eutanásia,etc),
ecologia, comunicação de massas, etc.
CRÍTICA AOS FUNDAMENTOS DA MORAL

 Marx

 Moral e ideologia. Os fundamentos éticos como instrumentos de dominação. A


análise ético-política do processo histórico de ascensão e consolidação da classe
burguesa como dominante. A afirmação ideológica dos valores burgueses como
universais. A ética é um produto histórico que regula historicamente as relações
humanas, e as justifica em cada caso. Ética e história.
 Freud
 Faz uma arqueologia da consciência: os fundamentos e preceitos morais são
elementos super-estruturais que visam impedir a expansão dos impulsos
primários, recalcados no inconsciente. O homem vive permanentemente sob
auto-censura e a civilização é, constitutivamente, repressão. Super-ego. Cultura
como recalque e mal-estar.
CRÍTICA AOS FUNDAMENTOS DA MORAL

 Nietzsche

Crítica dos fundamentos éticos. A genealogia da moral mostra que a


instituição de fundamentos é estratégia de dominação e de recalque dos
impulsos naturais. A crítica do niilismo desde Platão até o cristianismo. O
caráter moralista da civilização e a pseudo-autonomia. Sentido e valor. A
"morte de Deus".

 O que as três críticas têm em comum é por em questão a racionalidade


ética, isto é, a capacidade da razão de instituir valores universais de
conduta, que em princípio não estariam comprometidos com qualquer
interesse histórico e simplesmente representariam a Verdade e o Bem. Pode
haver neutralidade na ética?
PARA REFETIR...

a torneira seca
(mas pior: a falta de sede)

a luz apagada
(mas pior: o gosto do escuro)

a porta fechada
(mas pior: a chave por dentro)
José Paulo Paes
 Juízo de valor e juízo de fato

FALSO DIÁLOGO ENTRE PESSOA E CAEIRO


- a chuva me deixa triste...
- a mim me deixa molhado
José Paulo Paes

1- Juízo de fato:

Os juízos de fato têm claramente valor de verdade. O seu valor


de verdade é independente das crenças ou gostos quem os
profere. São totalmente descritivos. Quando são verdadeiros,
limitam-se a dizer-nos como as coisas são.

2- Juízo de valor

Os juízos de valor não são óbvios que têm valor de verdade. E, se são
verdadeiros ou falsos, talvez não o sejam independentemente das
crenças ou gostos de quem os profere.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA
(RESUMO)
I- Introdução

A palavra filosofia é de origem grega e significa amor à sabedoria. Ela surge


desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento
da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da
existência humana. Os pensadores, inseridos num contexto histórico de sua
época, buscaram diversos temas para reflexão. A Grécia Antiga é conhecida
como o berço dos pensadores, sendo que os sophos ( sábios em grego )
buscaram formular, no século VI a.C., explicações racionais para tudo aquilo
que era explicado, até então, através da mitologia.
II- Os Pré-Socráticos

Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia


Antiga por volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se
preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza.
Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Podemos
citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito.
Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a idéia de que tudo preexiste
a alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de
todas as coisas, a partir da existência dos átomos.
III- Período Clássico

Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural


e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político
democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do
pensamento. É a época dos sofistas e do grande pensador Sócrates.
Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam uma educação,
cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar
politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os
jovens deveriam ser preparados para falar bem ( retórica ), pensar e manifestar
suas qualidades artísticas.
Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, buscando entender o
funcionamento do Universo dentro de uma concepção científica. Para ele, a
verdade está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou
outros documentos, desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates
através dos relatos deixados por Platão.

 Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que as idéias formavam o foco do


conhecimento intelectual. Os pensadores teriam a função de entender o mundo
da realidade, separando-o das aparências.
 Outro grande sábio desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de
Platão e Sócrates. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica,
como forma de chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos
devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo
sempre dos conceitos gerais para os específicos.

IV- Período Pós-Socrático

Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã,
dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e
militar da Grécia. São deste período as seguintes correntes filosóficas:
 Ceticismo : de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre
presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e
segura.
 Epicurismo : os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o
bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer
para, desta forma, chegar-se ao prazer.

 Estoicismo : os sábios estóicos como, por exemplo Marco Aurélio e Sêneca,


defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser
deixados de lado, como a emoção, o prazer e o sofrimento.
V- Pensamento Medieval

O pensamento na Idade Média foi muito influenciado pela Igreja Católica Desta
forma, o teocentrismo acabou por definir as formas de sentir, ver e também pensar
durante o período medieval. De acordo com Santo Agostinho, importante teólogo
e filósofo medieval, o conhecimento e as idéias eram de origem divina. As verdades
sobre o mundo e sobre todas as coisas deviam ser buscadas nas palavras de Deus.
 Porém, a partir do século V até o século XIII, uma nova linha de pensamento
ganha importância na Europa. Surge a escolástica, conjunto de idéias que visava
unir a fé com o pensamento racional de Platão e Aristóteles. O principal
representante desta linha de pensamento foi Santo Tomás de Aquino.

VI- Pensamento Filosófico Moderno

Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da


Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos
rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito
racional e científico. O teocentrismo é deixado de lado e entre em cena o
antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Neste contexto, René
Descartes cria o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a base de
todo conhecimento.
 A burguesia, camada social em crescimento econômico e político, tem
seus ideais representados no empirismo e no idealismo.
No século XVII, o pesquisador e sábio inglês Francis Bacon cria um
método experimental, conhecido como empirismo. Neste mesmo sentido,
desenvolvem seus pensamentos Thomas Hobbes e John Locke.

 O Iluminismo surge em pleno século das Luzes, o século XVIII. A experiência,


a razão e o método científico passam a ser as únicas formas de obtenção do
conhecimento. Este, a única forma de tirar o homem das trevas da ignorância.
Podemos citar, nesta época, os pensadores Immanuel Kant, Friedrich Hegel,
Montesquieu, Diderot, D'Alembert e Rousseau.

 O século XIX é marcado pelo positivismo de Auguste Comte. O ideal de


uma sociedade baseada na ordem e progresso influencia nas formas de
refletir sobre as coisas. O fato histórico deve falar por si próprio e o método
científico, controlado e medido, deve ser a única forma de se chegar ao
conhecimento.

 Neste mesmo século, Karl Marx utiliza o método dialético para desenvolver
sua teoria marxista. Através do materialismo histórico, Marx propõe entender o
funcionamento da sociedade para poder modificá-la. Através de uma revolução
proletária, a burguesia seria retirada do controle dos bens de produção que
seriam controlados pelos trabalhadores.
 Ainda neste contexto, Friedrich Nietzsche, faz duras críticas aos valores
tradicionais da sociedade, representados pelo cristianismo e pela cultura
ocidental. O pensamento, para libertar, deve ser livre de qualquer forma de
controle moral ou cultural.

VII- Época Contemporânea

Durante o século XX várias correntes de pensamentos agiram ao mesmo


tempo. As releituras do marxismo e novas propostas surgem a partir de
Antonio Gramsci, Henri Lefebvre, Michel Foucault, Louis Althusser e
Gyorgy Lukács. A antropologia ganha importância e influencia o pensamento
do período, graças aos estudos de Claude Lévi-Strauss. A fenomenologia,
descrição das coisas percebidas pela consciência humana, tem seu maior
representante em Edmund Husserl. A existência humana ganha importância
nas reflexões de Jean-Paul Sartre, o criador do existencialismo.

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