NAS SEMIOSES DA LINGUAGEM “A pragmática deve recusar a ideia de um invariante que poderia se abster das transformações, mesmo o invariante de uma ‘gramaticalidade’ dominante, pois a linguagem é caso de política antes de ser caso de linguística” (DELEUZE e GUATTARI, 1997, p. 97) só se poderia revisar a abordagem linguística ao tratar os discursos em sua produtividade – a busca por uma teoria do valor-signo
retorno à teoria da ideologia
Althusser e os Aparelhos Ideológicos de Estado
Bakhtin e o marxismo da linguagem Os enunciados não pertenceriam ao mero plano da ideologia, mas atuam diretamente nas infraestruturas – ou, ainda, a ideologia não pode ser vista como superestrutural (ex: 23 de novembro de 1923)
“As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos
e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios. É, portanto, claro que a palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais” (BAKHTIN, 2006, p. 40) Elementos para a crítica da micropolítica subjetivante:
A significação da palavra como produto instável da luta de classes
(Bakhtin)
A ação assujeitante da palavra como aparelho ideológico (Althusser)
guinada rumo à observação dos modos de modelização da
linguagem “A ideologia permanece na esfera da representação, quando a produção essencial do CMI [Capitalismo Mundial Integrado] não é apenas a da representação, mas a de uma modelização que diz respeito aos comportamentos, à sensibilidade, à percepção, à memória, às relações sociais, às relações sexuais, aos fantasmas imaginários, etc.” (GUATTARI e ROLNIK, 1996, p. 28, grifos nossos) “Quando eu uso uma palavra”, disse Humpty Dumpty num tom bastante desdenhoso, “ela significa exatamente o que quero que signifique: nem mais nem menos”. “A questão é”, disse Alice, “se pode fazer as palavras significarem tantas coisas diferentes”. “A questão”, disse Humpty Dumpty, “é saber quem vai mandar — só isto”. (CARROLL, 2016) “Só se poderá fundar a autonomia de uma pragmática micropolítica sob a condição de renunciar à separação clássica entre o exercício da palavra individual e a codificação da língua no socius” (GUATTARI, 1988, p. 25).
Entender os modos pelos quais a “a palavra do chefe” se encarna
nos aparelhos e se recodifica, voltando ao corpo de leis da língua para, dali, modelizar os exercícios de fala posteriores. – constituir procedimentos heurísticos dessa micropolítica da língua (análises de casos de assujeitamento/modelização
– discutir o papel da Comunicação e suas tecnologias na modelização das
palavras e sua propagação – e contrapropagação (ex: Lazzarato e a televisão, Guattari e o pós-mídia)
– realizar uma crítica micropolítica da própria teoria micropolítica