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Caso

No dia 24 de janeiro de 2004, os tratadores do Zoológico de São


Paulo perceberam que o chimpanzé Tony prostrou-se em lenta
agonia. Exames demonstraram depressão cardíaca e respiratória e
sinais neurotóxicos com depressão, descoordenação motora e crises
convulsivas. Após intensa agonia o chimpanzé faleceu. Seria uma
fatalidade, uma morte a mais nas estatísticas, se não ocorressem
mais 72 mortes naquele semestre. Exames laboratoriais descartaram
várias teses: das aflatoxinas, carbamatos, raticidas, da água
contaminada e dos próprios alimentos. As amostras deram positivas
para monofluoracetato de sódio ± substância usada para envenenar
os animais.
Complexo piruvato desidrogenase

‡ Complexo multienzimático

‡ Converte piruvato (produto final da glicólise aeróbica) em acetil CoA

‡ Não é parte do ciclo de Krebs, mas é uma fonte importante de acetil CoA
(principal combustível para o ciclo)

‡ Reguladores da reação: excesso de NADH e acetil CoA


Ciclo de Krebs (metabolismo normal)
Ciclo de Krebs
Ò
  

Acetil-CoA+oxaloacetato+H2O citrato+CoA-SH Citrato-sintase
Citrato isocitrato Aconitase

Isocitrato+NAD+ r-cetoglutarato+ NADH+CO2+H+ Isocitrato-


desidrogenase
r -cetoglutarato+NAD++CoA-SH succinil- r -cetoglutarato-
CoA+NADH+CO2+H+ desidrogenase
Succinil-CoA+GDP+Pi succinato+GTP+CoA-SH Succinil-CoA-
sintetase
Succinato+FAD fumarato+FADH2 Succinato-
desidrogenase
Fumarato+H2O L-malato Fumarase
L-malato+NAD+ oxaloacetato+NADH+H+ Malato-
desidrogenase
·onofluoracetato de sódio

å Hidrossolúvel e lipossolúvel;

å Interfere no Mecanismo
Energético;

å Colapso do Metabolismo;
MONOFLÚORACETATO DE
å Quadro toxicológico fatal. SÓDIO
Transformação
Acetato tioquinase

Fluoracetato Fluoracetil CoA

O Fluoracetato perde um átomo de oxigênio no lugar do qual


entra um grupamento ±S-CoA

FCH2 ± COO- FCH2 ± COS - CoA


Òeações

Fluoracetato fluoracetilCoA + oxalacetato

citrato sintase

Fluorcitrato

aconitase

XXXX
Ação tóxica do fluorcitrato
: O fluorcitrato age impedindo a conversão enzimática do
citrato a isocitrato (pois inibe a aconitase através da
competição pelo sítio ativo com o citrato), resultando em
bloqueio do ciclo de Krebs

: Por ocorrer a inibição da aconitase pelo fluorcitrato, há


um acúmulo de citrato. Esse acúmulo resulta na inibição
da enzima fosfofrutoquinase-1, enzima regulatória da
glicólise

: O citrato circulante acumula-se nos tecidos.

: O citrato acumulado combina-se com o cálcio, levando a


uma consequente hipocalcemia

: Esta interferência no ciclo interrompe o metabolismo dos


piruvatos, que resulta na redução da fosforilação oxidativa,
principalmente, no coração e sistema nervoso
|nibição do Ciclo de Krebs
r   
â A intoxicação pelo monofluoracetato de sódio é
caracterizada por sinais neurotóxicos como depressão,
descoordenação motora, crises convulsivas e morte. Isso
porque ocorre uma diminuição do metabolismo da glicose,
do armazenamento de energia e da respiração celular. Os
órgãos que apresentam altas taxas metabólicas como o
coração, os rins e o cérebro, são os mais suscetíveis a esse
efeito tóxico.
Cetoácidos

Sem a produção de isocitrato não ocorre a formação dos cetoácidos:


alfa-cetoglutarato
oxalossuccinato
succinil CoA
oxaloacetato

‡ Os cetoácidos, particularmente Į-cetoglutarato e oxalacetato,


servem como precursores de aminoácidos.

‡ O Į-cetoglutarato mantém elevado o nível de glutamato,


importante neurotransmissor excitatório, por meio de um processo
de transaminação
Consumo de O2

‡ A interrupção no ciclo causa a redução da concentração de alfa-cetoglutarato

reduz a produção de NADH

reduz o nº de elétrons na cadeia respiratória

‡ O oxigênio não reage originando água e não há produção de energia.

‡ Com a inibição do ciclo de krebs ocorre severa diminuição do consumo


metabólico de O2, afinal a cadeia respiratória não ocorre.
 osforilação ao nível do substrato

‡ É a formação de uma ligação fosfato rica em energia sem a utilização de O2


molecular (ou seja, não por fosforilação oxidativa).

‡ A ligação fosfato rica em energia do GTP é energeticamente equivalente àquela


do ATP e pode ser utilizada diretamente para reações que necessitam de energia,
como a síntese de proteínas.

‡ Com a inibição do ciclo de Krebs pelo fluorcitrato, a fosforilação ao nível do


substrato diminui.

‡ Essa inibição do ciclo interrompe diretamente a síntese de GTP e indiretamente a


produção de ATP na glicólise
Reagentes/ Produtos/
Substrato Enzima Tipo da reação
Coenzimas Coenzimas
Acetil CoA
1 Oxaloacetato Citrato sintase Condensação + CoA-SH
H2O
Desidratação/Hidrat
2 Citrato Aconitase H2O H2O
ação
Isocitrato NADH + H+
3 Isocitrato Oxidação NAD+
desidrogenase
Isocitrato
4 Oxalosuccinato Decarboxilação H+ CO2
desidrogenase

Į-Cetoglutarato Decarboxilação NAD+ + NADH + H+


5 Į-Cetoglutarato
desidrogenase oxidativa CoA-SH + CO2

Fosforilação ao nível GTP +


6 Succinil-CoA Succinil-CoA sintetase GDP + Pi
do substrato CoA-SH

Succinato
7 Succinato Oxidação FAD FADH2
desidrogenase
8 Fumarato Fumarase Adição (H2O) H2O
9 ˜-Malato Malato desidrogenase Oxidação NAD+ NADH + H+
Òecuperação do Oxaloacetato
Última reação do ciclo:

·alato desidrogenase

‡ Sob condições termodinâmicas padrão: equilíbrio muito deslocado para a esquerda


X
‡ Nas células intactas: oxaloacetato é continuamente removido pela reação da
citrato-sintase, que é altamente exergônica â conserva a concentração do
oxaloacetato na célula em valores extremamente pequenos â desloca a reação da
desidrogenase na direção de formação do oxaloacetato.

‡ O oxaloacetato formado pode reagir com outra molécula de acetil-CoA e começar


outra volta do ciclo.
Òeposição e Consumo do Oxalacetato

Reações que repõem o oxalacetato:

piruvato
carboxilase
piruvato + HCO3 - + ATP oxalacetato + ADP + Pi

PEP
carboxiquinase
fosfoenolpiruvato + CO2 + GDP oxalacetato + GTP
Òeposição e Consumo do Oxalacetato

Reações que consomem o oxalacetato:

PEP
carboxiquinase
oxalacetato + GTP fosfoenolpiruvato + CO2 + GDP

aspartato
aminotransferase
Oxalacetato + glutamato aspartato + Į- cetoglutarato
Carbonos da acetil CoA

‡ Marcando radioativamente os 2 únicos átomos de carbono do acetil-CoA, todos os


intermediários terão, conseqüentemente, 2 carbonos marcados.

‡ Esta marcação indica que a aconitase reage com o citrato de maneira assimétrica,
de modo que a aconitase sempre atua na parte da molécula do citrato derivado do
oxaloacetato.

‡ Assim, na primeira volta do ciclo de Krebs os átomos que se desprendem na forma


de CO2 são provenientes da parte da molécula de citrato derivada do oxaloacetato

‡ Portanto, o Acetil CoA (com os seus 2 carbonos marcados) que entrou na primeira
volta do ciclo de Krebs, se tranformará em oxaloacetato e,na segunda volta do ciclo,
esses carbonos marcados serão liberados na forma de CO2.
Carbonos da acetil CoA
·anejo Terapêutico

O tratamento inicial é sintomático, com assistência respiratória, infusão


rápida de cristalóides, lavagem gástrica com carvão ativado, diazepínicos
e barbitúricos para o controle das convulsões. Fluidoterapia com solução
fisiológica; não deve ser usada solução glicosada, uma vez que, o animal
pode apresentar hiperglicemia. Não é indicado o uso de eméticos a
menos que seja muito cedo, que não existam sinais clínicos e o animal
deverá ser constantemente monitorado no caso de convulsões.
!ibliografia

!ioquímica, Lubert Stryer, 4ª edição 1995, Editora Guanabara Koogan

!ioquímica ·édica !ásica de ·arks ± uma abordagem clínica; Smith,C;


·arks A.D; Lieberman, ·; 2ª edição, Editora Artmed

!ioquímica |lustrada; Pamela C. Champe, Denise Ò.  errier, Òichard A.


Harvey; 2ª edição, Editora Artmed

Aspectos Toxicológicos De Estricnina,  luoracetato de sódio e Aldicarb:


ÒEV|SÃO DE L|TEÒATUÒA;  rancine Hesse; Porto Alegre (ÒS); 2008

!ioquímica, ·ary K. Campbell, 3ªedição, Editora Artmed

Princípios de !ioquímica, Lehninger, 4ªedição, Editora Sarvier

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