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Aula nº. 01
DIREITO EMPRESARIAL
BIBLIOGRAFIA:
1- DIREITO EMPRESARIAL. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Editora Método, 7ª. Ed.
2- MANUAL DE DIREITO COMERCIAL. ULHOA, Fabio. Livraria RT.
3- MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL. MAMEDE, Gladston . Saraiva Editora, 11ª. Ed.
4- Código Civil Brasileiro
DIREITO EMPRESARIAL Aula nº. 01
“Com a justiça vem o desejo de honrar os contratos, de dizer a verdade nos negócios e
de fornecer uma compensação para aqueles que forem injuriados.
DIREITO EMPRESARIAL
I – ORIGENS DO DIREITO COMERCIAL
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“Com a temperança vem o desejo de se controlar e se restringir a si próprio, de
trabalhar antes de folgar, o que mostra que a prosperidade e a liberdade são, em última
instância, sustentadas por uma disciplina interna.
“Essas virtudes são os fundamentos tradicionais da burguesia, bem como a base das
grandes civilizações.
O sistema de trocas, que é considerada a primeira forma de comércio, era local. Apenas as
pessoas de uma determinada comunidade realizavam essas trocas. Cada família possuía uma
determinada habilidade: pesca, agricultura, pecuária etc. Para garantir o sustento e uma boa
produtividade, essa ascendência ocupava-se apenas com essa única tarefa. No fim das contas,
produziam mais do que consumiam, e começaram assim, a estocar. Mas os produtos
estragavam, e, além disso, a casa precisava de outros itens fora os que eram feitos por eles.
Daí apareceu a necessidade da troca.
Esse sistema permitia que as pessoas não sofressem com o desperdício dos suas mercadorias e
ainda obtivessem outras, cultivadas ou criadas por famílias diferentes. Assim, um produtor de
trigo, trocava o expediente de seu trabalho por feijão, arroz, peixes e carnes. Não existia uma
quantidade pré-determinada, e a barganha era essencial. Como as trocas eram diretas e sem
preços específicos, barganhar era a forma de se conseguir um bom negócio.
DIREITO EMPRESARIAL
O escambo ou a troca.
DIREITO EMPRESARIAL
I – ORIGENS DO DIREITO COMERCIAL
Com o passar do tempo, os comércios começaram a se tornar cada vez mais complexos,
pois um grande número de pessoas foi sendo acrescentado e que logo se estendeu para
além das comunidades. Foi em decorrência dos problemas com a comunicação que surgiu a
necessidade do alfabeto e dos números.
O comércio existe desde a idade Antiga, eis que o Código de Hamurabi (1.772 a. C.) e o
Código de Manu (1.500 a. C.) já trazem em seu bojo regras inerentes a atividade comercial.
Os fenícios, povo de origem semita, se estabeleceram, por volta do ano 3000 a. C. em uma
faixa de terra com aproximadamente 35 km de largura e 200 km de extensão, situada
entre as montanhas do Líbano e o Mediterrâneo, correspondente a maior parte do atual
Líbano.
Moeda
Com a expansão do comércio, agraciada, inclusive, pelas grandes navegações,
surgiu a necessidade de se determinar um valor específico para as coisas, um
modelo de referência para dinamizar as trocas. E assim, nasceu a moeda.
A moeda era usada como pagamento por algum produto. Era feita de forma que
pudesse ser facilmente transportada, dividida e que durasse bastante tempo. A
primeira utilizada foi o sal, e daí, veio a expressão que usamos até hoje: salário.
Depois, vieram outros produtos como as conchas, até surgir o ouro e o dinheiro.
Um fato interessante é que a moeda surgiu para, de fato, deixar o comércio mais
igualitário. Por exemplo, os portugueses e os outros povos navegantes extraíam
todas as riquezas dos países que chegavam em troca de quinquilharias, que eram
julgadas valiosas – quando, na verdade, não eram.
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DIREITO EMPRESARIAL
Fenícios: Moedas e produtos.
DIREITO EMPRESARIAL
I – ORIGENS DO DIREITO COMERCIAL
Durante a Idade Média o comércio alcança um estágio mais avançado, não sendo
uma característica espécifica de alguns povos, mais de todos. É justamente nessa
época que surgem as raízes do Direito Comercial. É a época do ressurgimento das
cidades (burgos) e do Renascimento Mercantil, sobretudo em razão do
fortalecimento do comércio marítimo.
Surgem, na Idade Média, as Corporações de Ofício, que assumiram papel de grande
relevância na sociedade, obtendo, inclusive, uma certa autonomia em relação à
nobreza feudal.
Nesse período surgem os primeiros institutos jurídicos, como os títulos de crédito
(letra de câmbio) as sociedades comerciais, os contratos mercantis (Contratos de
Seguro) e os bancos.
O Direito Comercial, naquela época, era o direito dos membros das corporações,
era um direito a serviço dos comerciantes. Suas regras só se aplicavam aos
mercadores filiados a uma corporação. Bastava que uma das partes de
determinada relação fosse comerciante para que essa relação fosse disciplinada
pelo direito comercial.
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I – ORIGENS DO DIREITO COMERCIAL
A primeira fase da evolução do Direito Comercial fez surgir a doutrina contratualista,
rompendo a teoria cristalizada pelo direito romano.
Essa concepção do contrato, originária do direito romano, não atendia os anseios da classe
mercantil em ascensão, razão pela qual a solenidade perdeu espaço na celebração dos
negócios, fazendo surgir o princípio da liberdade na forma e celebração dos contratos.
Nos anos de 1804 e 1808, respectivamente, são editados na França o Código Civil e o
Código Comercial. Tem inicio, nessa época, a segunda fase de evolução do direito
comercial, podendo-se falar, a partir de então, em um sistema jurídico estatal destinado a
disciplinar as relações jurídico-comerciais.
A codificação feita por Napoleão divide o direito privado: de um lado, o direito civil; de
outro, o direito comercial. O Código Civil editado por Napoleão atendia os interesses da
nobreza fundiária, pois tinha como ponto nuclear o direito de propriedade. O Código
Comercial, por sua vez, encarnava o espírito da burguesia comercial e industrial,
valorizando a riqueza mobiliária.
DIREITO EMPRESARIAL
II – A TEORIA DA EMPRESA E O NOVO PARADIGMA DO DIREITO COMERCIAL.
Em 1942 a Itália edita um novo Código Civil, trazendo um novo sistema delimitador da
incidência do regime jurídico comercial: a teoria da empresa.
A edição do novo Código Civil italiano inovou e produziu mudanças com a formulação da
teoria da empresa, eis que a partir de então o direito comercial deixou de ser, como
ocorria anteriormente, o direito do comerciante, deixou ao largo a qualificação de direito
dos atos de comércio, assumindo a condição de direito da empresa, abrangendo uma gama
maior de relações jurídicas.
Desta forma, qualquer atividade econômica, desde que seja exercida empresarialmente,
estará submetida à disciplina das regras do direito empresarial.
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