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Avaliação Antropométrica

Jorge Roberto Perrout de Lima


Vinícius de Oliveira Damasceno
Saúde e Estética
Cada grupo social, de acordo com recursos disponíveis e com sua cultura, desenvolve hábitos de
vida que têm repercussão no estado de saúde de seus indivíduos. Nos paises em desenvolvimento e
desenvolvidos, o crescimento econômico trouxe a melhoria das condições de saneamento e o controle das
doenças infecto-contagiosas, o que culminou com a redução da mortalidade infantil e com o aumento da
expectativa de vida da população. Por outro lado, a redução do trabalho físico e o acesso irrestrito ao
alimento, também fruto do crescimento econômico alcançado por essas populações, fizeram com que se
observasse o crescimento acelerado da obesidade e das doenças crônico-degenativas.
Na sociedade moderna, vigora uma complexa integração entre mundo real e mundo virtual, facilitada
pela informatização, pela internet e pela disponibilidade de aparelhos eletrônicos. Experiências materiais e
concretas convivem com conceitos virtuais e imagens. Com isto, há grande interesse na estética corporal –
como sempre houve – mas, atualmente, em complexa integração real/virtual. Preocupa-se não somente com
o corpo físico, mas também com a imagem que se tem dele. O corpo, que era o espelho da alma, dos
valores interiores e expressão de saúde, passa a valer também pela imagem que projeta. A beleza, que
deveria ser natural e cultivada apenas com hábitos higiênicos, hoje pode ser adquirida com próteses,
cirurgias e medicações.
Imagem corporal é um construto social: é a forma como o indivíduo vê seu próprio corpo, como vê os
outros e como imagina que é visto por seus pares. Como a regra é o corpo roliço e flácido, decorrente do
sedentarismo, idealiza-se o tipo físico magro e musculoso, possível de ser adquirido apenas com exercícios
vigorosos, dietas e, eventualmente, apelo a recursos farmacológicos e cirúrgicos. A dificuldade em alcançar
a imagem corporal idealizada causa no indivíduo grande frustração e insatisfação com seu próprio corpo.
Damasceno et al. (2005) observaram que entre 80 a 90 % das pessoas que buscam o exercício físico estão
insatisfeitos com sua imagem corporal.
O exercício causa modificações nas dimensões, nas formas, nos volumes e nas proporções
corporais. As modificações antropométricas provocadas pelo exercício estão associadas, tanto à melhora de
aspectos de saúde dos praticantes, quanto a valores estéticos. A redução dos depósitos de gordura, por
exemplo, diminui o risco para doenças crônico-degenativas, mas também aproxima o indivíduo do tipo físico
ideal magro, ditado pela cultura. O aumento da massa livre de gordura, por sua vez, está associado, tanto ao
melhor desempenho das tarefas diárias, quanto à aquisição de um corpo musculoso e forte.
Ao se planejar um programa de exercícios físicos, devem-se buscar melhoras no quadro geral de
saúde do cliente, sem, contudo, se descuidar dos impactos estéticos que as modificações antropométricas
podem trazer. Não se pode desconsiderar o fato de que a maioria dos indivíduos que buscam atividade física
orientada, além de sedentária, está insatisfeita com seu corpo. A avaliação antropométrica deve ser feita de
forma que as modificações das dimensões corporais possam ser avaliadas em seu impacto nos parâmetros
de saúde e também em seu valor estético. A percepção de melhorias de saúde e satisfação com seu corpo
podem aumentar a aderência ao programa de exercícios.
Padronização das Medidas
 Não se devem buscar soluções pessoais,
sugere-se que sejam seguidos os Padrões
Internacionais para Avaliação Antropométrica,
publicados em 2001, pela Sociedade
Internacional para o Avanço da
Cineantropometria.
 Em inglês, International Society for
Advancement of Kineantropometry, de onde
advém a sigla ISAK.
Seleção da Medidas
 Os Padrões Internacionais para Avaliação Antropométrica
(ISAK, 2001) relacionam, para que seja descrito o perfil
completo do indivíduo, 39 medidas (massa, estatura,
altura sentada, 8 dobras cutâneas, 13 circunferências, 8
comprimentos e 7 diâmetros).
 Entretanto, a ISAK recomenda que pode ser feito um
conjunto de apenas 17 medidas antropométricas que
inclui aquelas indispensáveis para os cálculos mais
usuais em antropometria.
 Para que possam ser calculados IMC, RCQ, Somatotipo,
e G% pelas equações de Jackson e Pollock (1978) para
os homens e Jackson et al. (1980) para as mulheres.
Ficha para coleta de dados
Medida Valor
Básicas 1 Massa Corporal 78,0 kg
2 Estatura 172,0 cm
Dobras Cutâneas 3 Tríceps 15,0 mm
4 Subescapular 25,0 mm
5 Tórax (homens) 10,0 mm
6 Supraespinhal 12,0 mm
7 Abdominal (homens) 32,0 mm
8 Coxa 18,0 mm
9 Perna 8,0 mm
Circunferências 10 Braço (flexionado e contraído) 29,8 cm
11 Tórax 105,2 cm
12 Cintura 85,0 cm
13 Quadril 90,0 cm
14 Coxa 52,3 cm
15 Perna 33,1 cm
Diâmetros 16 Úmero 6,5 cm
17 Fêmur 9,4 cm
Imagem Corporal 18 Silhueta Atual -3
19 Silhueta Ideal -1
Cuidados com o Cliente
 O cliente deve ser avisado, com antecedência, quais medidas do seu corpo serão
tomadas e que deve comparecer no horário e local marcado, vestindo roupas que
permitam a realização das medidas planejadas. Calção, para os homens e short e
top, para as mulheres são adequados.
 O avaliador deve estar atento às crenças, tradições e temperamento do avaliado.
Para algumas pessoas, a avaliação antropométrica pode causar
constrangimentos. O avaliador não deve tomar medidas antropométricas que
comprometam o bem-estar físico ou emocional do avaliado.
 É necessária, antes da avaliação, a realização de uma entrevista com o avaliado,
por meio de questionário estruturado (ficha de anamnese) ou através de
entrevista semi-estruturada.
 Para evitar ou minimizar constrangimentos, o local da avaliação deve permitir
privacidade e conforto.
 Todas as pessoas estabelecem uma área em torno de si, conhecida como espaço
pessoal. Quando tal limite é invadido, elas se sentem desconfortáveis e
ameaçadas. Isto é particularmente verdade na região em frente à pessoa. Por
isto, a maioria das medidas é tomada de lado ou por traz do avaliado.
 Algumas pessoas se sentem mais à vontade sendo avaliados por profissionais do
mesmo sexo.
 Há pessoas, cujas medidas não podem ser tomadas com precisão (pessoas muito
obesas, ou que apresentem alguma deficiência física). Destes indivíduos, não é
recomendado que se tomem medidas que podem levar a erros de medição ou
constrangimento ao avaliado.
Medidas Básicas

1 - Massa Corporal
2 - Estatura
1 - Massa Corporal

1. Massa Corporal – O indivíduo, com o


mínimo de roupa possível, deve ficar de
pé, no centro da balança, com o peso
distribuído sobre os dois pés. O peso
pode variar até 2 kg durante o dia. É
importante registrar o horário em que foi
feita a medida e repeti-la no mesmo
horário.
2 - Estatura

2. Estatura – O indivíduo mantém os pés


juntos com os calcanhares, nádegas e
parte superior das costas tocando a
escala. A cabeça é colocada no Plano de
Frankfurt, sem, necessariamente, tocar a
escala. Para fazer a medida, o avaliador,
com as mãos colocadas próximas aos
processos dos mastóides, faz pressão
para cima, enquanto o avaliado faz uma
inspiração profunda e sustentada. A
estatura varia em até 1% ao longo do dia.
Deve-se registrar o horário da medida e
repeti-la no mesmo horário.
Dobras Cutâneas

3 - Triceps
4 - Subescapular
5 - Tórax (homens)
6 - Supraespinhal
7 - Abdominal (homens)
8 - Coxa
9 - Perna
3 - Triceps

3. Triceps – A dobra é
transversal ao eixo
longitudinal da região
posterior do braço, a meio
caminho da linha que une o
acrômio à cabeça do rádio.
4 - Subescapular

4. Subescapular – A dobra é feita logo


abaixo do ângulo inferior da escápula,
com inclinação de aproximadamente
450, acompanhando a linha natural da
pele.
5 - Tórax

5. Tórax – (Apenas para


homens) A dobra é transversal à
linha que une a linha axilar
anterior ao mamilo, feita na
metade da distância entre estes
dois pontos.
6 - Supraespinhal

6. Supraespinhal – A dobra é transversal à


linha que une a espinha ilíaca anterior à
linha axilar anterior, feita ao nível da crista
ilíaca, em um ângulo de 450,
acompanhando a dobra natural da pele.
7 - Abdominal

7. Abdominal – (Apenas para


homens) A dobra é feita
verticalmente, 5 cm à direita
da cicatriz umbilical.
8 - Coxa

8. Coxa – O avaliado deve estar sentado,


com os joelhos flexionados 90º. A dobra é
transversal à linha que une a borda
superior da patela à dobra inguinal, feita
na metade da distância entre estes dois
pontos. Se necessário, o avaliado pode
estender o joelho e/ou auxiliar no
pinçamento da dobra.
9 - Perna

9. Perna – O avaliado, de pé, coloca o


pé direito sobre uma cadeira, de forma
que o joelho se flexione
0
aproximadamente 90 . A dobra é
vertical, feita na porção mais medial da
perna, ao nível da maior circunferência.
Instruções Gerais para a Medição das Dobras Cutâneas

 A medida é feita do lado direito do avaliado.


 A dobra deve ser elevada com os dedos polegar e indicador, com o
dorso da mão voltado para o avaliador.
 A dobra cutânea deve ter suas bordas paralelas (não pode estar
enrugada)
 O compasso deve ser colocado a 1 cm dos dedos polegar e indicador, a
uma profundidade que corresponda à metade das unhas destes dedos.
 O compasso deve ser colocado transversalmente à dobra, sem deformá-
la.
 A medida deve ser registrada após 2 segundos, contados a partir do
momento em que a mola do compasso é liberada para exercer pressão
sobre a dobra.
 As medidas devem ser repetidas 3 vezes alternadamente. Registra-se a
medida mediana.
Circunferências

10 - Braço (flexionado e contraído)


11 - Tórax
12 - Cintura
13 - Quadril
14 - Coxa
15 - Perna
10 – Braço
(flexionado e contraído)

10. Braço (flexionado e contraído) – O


avaliado eleva o braço direito
anteriormente na horizontal, com o
antebraço supinado e flexionado a 90º. A
trena é colocada na porção mais volumosa
do biceps. O avaliado é encorajado a
contrair fortemente os músculos do braço
enquanto a medida é feita.
11 - Tórax

11. Tórax – A medida é feita no


nível mesoesternal (quarta
costela). O avaliado faz uma
adução do braços, para o ajuste
da trena e retorna os braços à
posição relaxada para que seja
feita a medida ao final de uma
expiração normal.
12 - Cintura

12. Cintura – A medida é feita no


ponto mais estreito entre a última
costela e a crista ilíaca. O avaliado
faz uma adução dos braços, para o
ajuste da trena e retorna os braços à
posição relaxada para que seja feita
a medida ao final de uma expiração
normal. Caso não se identifique um
ponto mais estreito, a medida é feita
na metade da distância entre a 10a
costela e a crista ilíaca.
13 - Quadril

13. Quadril – O avaliado deve manter


os pés unidos e os glúteos relaxados.
A medida é feita na maior
protuberância posterior das nádegas.
14 - Coxa

14. Coxa – O avaliado deve manter os


pés ligeiramente afastados e seu peso
igualmente distribuído sobre eles. A
medida é feita 1 cm abaixo da prega
glútea.
15 - Perna

15. Perna - O avaliado deve manter os


pés ligeiramente afastados e seu peso
igualmente distribuído sobre eles. A
medida é feita no ponto de maior
circunferência da perna.
Instruções Gerais para Medição das Circunferências

 Deve se usar uma trena de, pelo menos, 1,5 m de


comprimento, flexível e não extensível, com 7 mm de
largura, graduada em milímetros. A trena deve ter uma
distância de, pelo menos, 4 cm antes do zero. É
aconselhável que seja contida em uma caixa e retrátil.
 Na medição das circunferências, a trena deve ser
mantida em ângulo reto com o seguimento a ser medido
e exercer pressão constante, sem folgas ou deformação
dos tecidos.
 Pode-se utilizar um elástico preso no início da trena para
absorver a tensão exagerada, eventualmente, exercida
na pele do avaliado.
Diâmetros

16 – Úmero
17 - Fêmur
16 - Úmero

16. Úmero - O avaliado eleva o braço


direito anteriormente na horizontal, com o
antebraço supinado e flexionado a 90º. As
faces do paquímetro são colocadas sobre
os epicôndilos medial e lateral do úmero.
17 - Fêmur

17. Fêmur – O avaliado deve estar


sentado de forma que seu joelho direito
esteja flexionado a 90o. As faces do
paquímetro são colocadas sobre os
epicôndilos medial e lateral do fêmur.
Instruções Gerais para a Medição dos Diâmetros

 Deve-se usar um paquímetro pequeno, cujas hastes


tenham, pelo menos, 10 cm de comprimento (para acessar
os epicôndilos do fêmur). As faces, no ponto de aplicação,
devem ter 1,5 cm de largura.
 O paquímetro deve se apoiar no dorso das duas mãos, de
maneira que os polegares se colocam do lado interior de
suas hastes e os indicadores, estendidos, do lado esterno.
Esta posição facilita a palpação do ponto a ser medido bem
como permite que se exerça pressão durante a medida.
 A medida é feita com o paquímetro da posição, enquanto
se exerce pressão com os dedos indicadores.
Imagem Corporal

18 – Silhueta Atual
19 – Silhueta Ideal
A forma de utilização das silhuetas compreende a postulação de
duas perguntas:
1) Com qual silhueta você se identifica atualmente?
2) Qual silhueta considera como ideal a ser atingido?
Cálculos e Interpretações
Índice de Massa Corporal
Cálculo do Índice de Massa Corporal

O índice de massa corporal (IMC) representa a relação


peso/estatura. É calculado pela fórmula:

IMC = Massa Corporal (kg) / Estatura (m)2

O Indivíduo Exemplo, cuja estatura é 1,72 m e massa


corporal 78,0 kg, terá o IMC de:

IMC = 78,0 kg / (1,72 m)2


IMC = 78,0 kg / 2,96 m2
IMC = 26,4 kg/m2
IMC e risco de co-morbidade (OMS, 1998)

Classificação IMC (kgm2) Risco de co-morbidades

Baixo Peso < 18,5 Baixo (riscos de outros problemas)

Normal 18,5 - 24,9 Ausente

Sobrepeso 25,0 - 29,9 Aumentado

Obesidade Classe I 30,0 - 34,9 Moderado

Obesidade Classe II 35,0 - 39,9 Severo

Obesidade Classe III > 40,0 Muito Severo


Cálculo do IMC desejado

O Indivíduo Exemplo, com IMC de 26,4 km/m2, de acordo


com a OMS, estaria com sobrepeso. Para calcular quanto
deveria ser a massa corporal para alcançar o IMC normal,
pode-se usar o cálculo:

Massa corporal desejada = IMC desejado x estatura (m)2

Para ter IMC de 24,9 kg/m2 (limite superior da faixa normal),


o indivíduo deveria pesar:

Massa corporal desejada = 24,9 kg/m2 x 2,96 m2


Massa corporal desejada = 73,4 kg
Ideais estéticos de IMC
IMC (kg/m2)

Referência Homens Mulheres

Mendes Júnior et al. (2005) 24,0 20,8

Damasceno et al. (2005) 23,1 20,0

Damasceno (2004) 24,7 20,8

Damasceno et al. (2002) 24,0 20,1

Praticantes de musculação, comprovadamente com baixo percentual de


gordura, que desejam ter o corpo volumoso, o IMC idealizado é 26 kg/m2
(Orlando et al., 2002).
Altos valores de IMC, em indivíduos magros, são indicativos de volume
corporal e hipertrofia muscular.
Considerações sobre o IMC

Para os homens, o IMC, comparado à equação de Jackson e Pollock


(1978) para dobras cutâneas, é capaz de identificar corretamente o
sobrepeso em 85% dos indivíduos. Em 8%, classifica como normais,
indivíduos com sobrepeso e, em 7%, classifica como sobrepeso,
indivíduos normais. A partir destes dados, pode se sugerir que, em
homens, o IMC é um identificador válido de sobrepeso.

Para as mulheres o IMC, comparado à equação de Jackson et al


(1980) para dobras cutâneas, é capaz de identificar corretamente o
sobrepeso em 70% dos indivíduos. Em 30%, classifica com normais,
mulheres com sobrepeso (popularmente conhecidas como falsas-magras).
Raramente, o IMC classifica, como sobrepeso, mulheres com peso
normal. Os dados apresentados sugerem cautela na utilização do IMC
para identificar sobrepeso em mulheres. Para evitar distorções, devido à
ocorrência de falsas-magras, talvez se pudesse utilizar ponto de corte um
pouco mais baixo – em torno de 24 kg/m2.
Relação Cintura/Quadril
Cálculo da Relação Cintura/Quadril

A RCQ é um índice antropométrico que indica, de


forma simplificada, a distribuição da gordura corporal,
considerando gordura central ou abdominal e periférica.

O RCQ é obtido pela fórmula:

RCQ = circunferência da cintura / circunferência do quadril


Exemplo de Cálculo de RCQ

Homem de 35 anos, com 85 cm de cintura de 90


cm de quadril teria o RCQ:

RCQ = 85 cm / 90 cm

RCQ = 0,94

Consultando a Tabela, observa-se que, quanto à


distribuição da gordura, o avaliado tem Alto Risco
para doenças crônico-degenativas.
Risco de morbidades e mortalidade por
doenças crônico-degenerativas
Risco

Idade Baixo Moderado Alto Muito Alto

Mas 20 -29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94
20 -39 < 0,84 0,84 – 0,91 0,92 – 0,96 > 0,96
40 -49 < 0,88 0,88 – 0,95 0,95 – 1,00 > 1,00
50 -59 < 0, 90 0,90 – 0,96 0,97 – 1,02 > 1,02
60 -69 < 0,91 0,91 – 0,98 0,99 – 1,03 > 1,03

Fem 20 -29 < 0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82
20 -39 < 0,72 0,72 – 0,78 0,79 – 0,84 > 0,84
40 -49 < 0,73 0,73 – 0,79 0,80 – 0,87 > 0,87
50 -59 < 0,74 0,74 – 0,81 0,82 – 0,88 > 0,88
60 -69 < 0,76 0,76 – 0,83 0,84 – 0,90 > 0.,0
Interpretação estética do RCQ

Nenhuma cultura valoriza abdomens volumosos. Portanto, também do


ponto de vista de beleza, deve-se manter o RCQ baixo:

0,83 para os homens

0,70 para mulheres

Quadril largo é uma característica feminina. Os valores de RCQ, para


elas, são sempre menores que dos homens. No entanto, RCQ menor
que 0,70, para mulher, é indicativo de quadril mais largo do é valorizado
por nossa cultura.

Homens com RCQ menor que 0,80 têm uma silhueta feminina –
deveriam ter cintura apenas ligeiramente menor que o quadril.
Somatotipo
Somatotipo

O Somatotipo busca representar quantitativamente


o tipo físico do indivíduo, agrupando suas características
físicas em três componentes:

Endomorfia – formas arredondadas e gordura corporal

Mesomorfia – muscularidade e formação óssea

Ectomorfia – relação peso/estatura


Cálculo do 1º Componente: Endomorfia
Utilizam-se as medidas:
Dobra cutânea do triceps
Dobra cutânea subescapular
Dobra cutânea suprespinhal
Estatura
Somam-se os valores das 3 dobras cutâneas e obtém-se o valor A.

Divide-se 170,18 pela estatura do avaliado e obtém-se o valor B.

Multiplica-se A x B e obtém-se C, que deve ser inserido na equação de


determinação da Endomorfia.

Endomorfia = -0,7182 + 0,1451 (C) – 0,00068 (C2) + 0,0000014 (C3)


Cálculo do 2º Componente: Mesomorfia

Utilizam-se as medidas:
U – Diâmetro do úmero
F – Diâmetro do fêmur
B – Circunferência do braço flexionado e contraído
P – Circunferência da perna
T – Dobra cutânea triceps
P – Dobra cutânea perna
E - Estatura

Da circunferência B, subtrai-se o valor de T/10 e obtém a circunferência


corrigida do braço – BC.
Da circunferência P, subtrai-se o valor de P/10 e obtém a circunferência
corrigida da perna – PC.
Os valores obtidos são inseridos na equação de determinação da Mesomorfia.

Mesomorfia=0,858 (U) + 0,601 (F) + 0,188 (BC) + 0,161 (PC) – 0,131 (E)+4,50
Cálculo do 3º Componente: Ectomorfia

Utilizam-se as medidas:

Estatura

Massa Corporal

Calcula-se o Índice Ponderal (IP) pela equação:

IP = estatura (cm) / raiz cúbica do peso (kg)


Cálculo do 3º Componente: Ectomorfia

Compara-se IP com o valor 40,75. Conforme o resultado, aplica-se


uma das 3 equações de terminação da Ectomorfia:

Comparação Equação
IP  40,75  Ectomorfia = (IP) 0,732 – 28,58

IP  40,75 e > 38,25  Ectomorfia = (IP) 0,463 – 17,63

IP  38,25  Ectomorfia = 0,1


Somatotipo

O Somatotipo é expresso por três valores, com uma


casa decimal, seguindo a seqüência Endo – Meso –
Ecto, separados por hífen, como no exemplo abaixo.

Endo – Meso – Ecto

3,5 – 4,2 – 3,7


Classificação do Somatotipo
Dominante Condição Classificação
Endo Meso > Ecto Meso – Endomorfo
Ecto > Meso Ecto – Endomorfo
Meso = Ecto Endomorfo Balanceado
Meso Endo > Ecto Endo – Mesomorfo
Ecto > Endo Ecto – Mesomorfo
Endo = Ecto Mesomorfo Balanceado
Ecto Endo > Meso Endo – Ectomorfo
Meso > Endo Meso – Ectomorfo
Endo = Meso Ectomorfo Balanceado
Endo = Meso Endomorfo – Mesomorfo
Meso = Ecto Mesomorfo – Ectomorfo
Endo = Ecto Endomorfo – Ectomorfo
Endo = Meso = Ecto Central
Somatotipo e Estética

A avaliação sistemática do Somatotipo pode fornecer informações


quantitativas do impacto do exercício na modificação do seu tipo físico.
Um indivíduo, que no início do treinamento, por exemplo, apresenta
altos valores de Endomorfia, pode acompanhar, pela evolução do
Somatotipo, a redução da Endomorfia e aumento da Mesomorfia, que
mostram sua progressiva migração do tipo físico Endomorfo para
Mesomorfo.
Os valores de Somatotipo com os quais os indivíduos apresentam
menor grau de insatisfação com a imagem corporal são:
homens - 2,0 – 5,0 – 3,0
mulheres - 3,0 – 2,5 – 3,0
Os homens buscam um Somatotipo Ecto-Mesomorfo, com acentuada
Mesomorfia e as mulheres buscam um Somatotipo Central com
tendência ao tipo Endomorfo-Ectomorfo.
Percentual de Gordura
Cálculo do Percentual de Gordura

Existem várias equações para estimativa da gordura


corporal, umas generalizadas, que são aplicáveis a
grupos heterogêneos e outras específicas para
determinados grupos.
Para adultos participantes de programas de
exercícios voltados à saúde, tem se destacado o uso
das equações generalizadas de
Jackson e Pollock (1978) para homens
Jackson et al. (1980) para mulheres.
Cálculo do G%
1) Medida das dobras cutâneas (DOC)

Homens   tórax, abdominal e coxa

Mulheres   tríceps, supraespinhal e coxa

2) Cálculo da densidade corporal (DC)

Homens - Jackson e Pollock (1987)

DC (g/m3) = 1,109380 – 0,0008267(3DOC) + 0,0000016(3DOC)2 – 0,0002574(idade)

Mulheres - Jackson et al. (1980)


DC (g/m3) = 1,0994921 – 0,0009929(3DOC) + 0,0000023(3DOC)2 – 0,0001392(idade)

3) Cálculo do percentual de gordura (G%)

Equação de Siri (1961)

G% = [(4,95/DC) – 4,50] x 100


Classificação do G%

Percentual de Gordura

Classificação Mulheres Homens

Normal 10,0 - 24,9 5,0 - 14,9

Sobrepeso 25,0 – 29,9 15,0 – 19,9

Obesidade Moderada 30,0 – 34,9 20,0 – 24,9

Elevada 35,0 – 39,9 25,0 – 29,9

Mórbida >39,9 >29,9


G% e Estética

Percentual de Gordura

Homens Mulheres

Damasceno et al. (2005) 9,8 20,5

Damasceno (2004) 11,0 19,7

Damasceno et al. (2002) 10,2 19,6


Cálculo da Massa Corporal desejada

5) Cálculo da massa de gordura (MG)

MG = (Massa Corporal x G%) /100

6) Cálculo da massa livre de gordura (MLG)

MLG = Massa Corporal – MG

7) Estimativa da massa corporal desejada (MCD)

MCD = MLG / [(100 – G% desejado) /100]


Imagem Corporal
Avaliação da Imagem corporal

A utilização das silhuetas compreende a formulação de duas perguntas:


1) Com qual silhueta você se identifica atualmente?
2) Qual silhueta considera como ideal a ser atingido?
A diferença entre a silhueta atual (SA) e a silhueta ideal (SI) indica o grau de satisfação corporal.
Nivel de Insatisfação com a imagem corporal:
SI – SA

Nível de Insatisfação SI – SA

Baixo <2

Médio 2a4

Alto >4

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