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PRINCÍPIOS

CONSTITUCIONAIS DO
DIREITO AGRÁRIO

Profª. Jaciara de Medeiros


PRINCÍPIOS DO DIREITO AGRÁRIO
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1.Princípio da Função Social da Propriedade
Rural (Art. 186)
2.Princípio da Preservação do Meio Ambiente
(art. 225)
3.Princípio da Desapropriação para fins de
Reforma Agrária (art. 184 e 185)
4.Princípio da Vedação da Desapropriação do
Imóvel Rural Produtivo e da Pequena e da Média
Propriedade Rural (art. 185, I)
5.Princípio da Impenhorabilidade da Pequena
Propriedade Rural (art. 5º, XXVI)
6. Princípio da Privatização das Terras Públicas
(art. 188)
7. Princípio da Segurança na Atividade Agrária
(art. 187)
8. Princípio do Aumento da Produtividade (art.
187)
9. Princípio do Estímulo ao Cooperativismo (art.
5º, XXVIII)
10. Princípio da Melhoria da Qualidade de Vida no
Campo (art. 3º, III c/c art. 187, VIII)
11.Princípio da Primazia da Atividade Agrária
frente ao Direito de Propriedade (art. 191)
Princípio da Função Social da Propriedade Rural

A função social da propriedade é um princípio


fundamental do Direito Agrário disposto no
parágrafo 1º do artigo 2º da Lei n. º 4.504/64 (Estatuto
da Terra), recepcionado pelo artigo 5º, XXIII, da
Constituição Federal Brasileira de 1988.

Art. 2º(...)
§1º. A propriedade da terra desempenha integralmente
a sua função social quando, simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores que nela labutam, assim como de suas
famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas
relações de trabalho entre os que a possuem e a
cultivam.
Art. 5º, CF.
(...)
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social.

O art. 186 delimita os requisitos da função social da Propriedade


Rural:

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural


atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de
trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores.
Princípio da Preservação do Meio
Ambiente

•Requisitopara o cumprimento da função social da


propriedade;
•Princípio autônomo;

•Art. 186, inciso II, CF

Art. 186.
I – [...];
II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
Princípio da Desapropriação para fins de Reforma
Agrária

Art. 184. Compete à União desapropriar por


interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.

•Imóvel (im)produtivo e que não esteja cumprindo a sua função social.

•Pode incidir também em casos de imóveis rurais arrendados, pois, se a


conduta do arrendatário é infringente dos postulados da função social, o
proprietário deve arcar com ônus em função da culpa in eligendo ou in
vigilando;
Não estão sujeitas ao poder expropriatório da União, para fins
de reforma agrária (artigo 185, I e II, da CF):
• a pequena e média propriedade rural, desde que seu
proprietário não possua outra propriedade rural;
• a propriedade produtiva.

Confisco: Artigo 243, da CF: As glebas de qualquer região do


País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e
especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o
cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
•O confisco não está condicionado à comprovação da
propriedade do agente que pratica o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins.

•Lei nº 6.368/76, art. 12, § 2º, inc.II revogada pela Lei nº 11.343/2006
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas,
bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou
regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena,
das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a
respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo,
exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e
prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as
ressalvas supramencionadas.
Princípio da Vedação da Desapropriação do Imóvel
Rural Produtivo e da Pequena e da Média
Propriedade Rural

Não se desapropria (Constituição Federal):


• Pequena e média propriedade rural
•Propriedade produtiva

Lei 8.629/93:

PEQUENA PROPRIEDADE RURAL = entre 01 e 04 módulos fiscais


MÉDIA PROPRIEDADE = área superior a 04 e até 15 módulos fiscais

Módulo fiscal = unidade de medida de área expressa em hectares, diferente em cada município
(Lei nº Lei nº 6.746/79)
A propriedade produtiva é aquela que cumpre sua função
social, pois uma propriedade que produz safras altíssimas
a custa de agrotóxicos extremamente nocivos ao meio
ambiente, ou a que utiliza de mão de obra em condição
análoga à de escravidão não pode ser considerada
produtiva dentro do contexto de Justiça Social da CF/88.

O art. 185, inciso I, da CF/88 estabelece como requisito


para a impossibilidade de desapropriação de pequena e
média propriedade rural que o proprietário não possua
outra propriedade rural.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para


fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim
definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;
-STF –

A pequena e a média propriedades rurais, cujas


dimensões físicas ajustem-se aos parâmetros fixados em
sede legal (Lei 8.629/1993, art. 4º, II e III), não estão
sujeitas, em tema de reforma agrária, (CF, art. 184) ao
poder expropriatório da União Federal, em face da
cláusula de inexpropriabilidade fundada no art. 185, I,
da Constituição da República, desde que o proprietário
de tais prédios rústicos – sejam eles produtivos ou não –
não possua outra propriedade rural. A prova negativa
do domínio, para os fins do art. 185, I, da Constituição,
não incumbe ao proprietário que sofre a ação
expropriatória da União Federal, pois o onus probandi,
em tal situação, compete ao poder expropriante, que
dispõe, para esse efeito, de amplo acervo informativo
resultante dos dados constantes do Sistema Nacional de
Cadastro Rural. (MS 23.006, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 11-6-
2003, Plenário, DJ de 29-8-2003.) Vide: MS 24.595, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 20-9-2006, Plenário, DJ de 9-2-2007).
Assim:

•o imóvel produtivo pode ser objeto de


desapropriação caso não esteja cumprindo com sua
função social.

Enquanto...

•a pequena e a média propriedade não podem, em


hipótese alguma, ser desapropriadas, desde que seu
proprietário não possua outra.
Princípio da Impenhorabilidade da Pequena
Propriedade Rural:

Está previsto de forma específica no art. 5º, XXVI, da


Constituição Federal:

“a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;”

Pequena propriedade rural ou familiar = sobrevivência


familiar, que trabalha na zona rural e tira o seu sustento da
produtividade da terra.
O art. 4º, incisos II e III, do Estatuto da Terra
conceitua a pequena propriedade ou propriedade
rural familiar, in verbis:

Art. 4º. Para os efeitos da Lei, definem-se:

II - "Propriedade Familiar", o imóvel rural


que, direta e pessoalmente explorado pelo
agricultor e sua família, lhes absorva toda a
força de trabalho, garantindo-lhes a
subsistência e o progresso social e
econômico, com área máxima fixada para
cada região e tipo de exploração, e
eventualmente trabalho com a ajuda de
terceiros;

II - "Módulo Rural", a área fixada nos termos


do inciso anterior.
Deve atender dois requisitos:

a) O bem deve ser explorado economicamente pela


família;
b) O débito que originou a penhora deve decorrer de
atividade produtiva.

Legislação infraconstitucional: Art.649, VIII, do CPC .

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:


(...)
VIII - a pequena propriedade rural, assim
definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
Princípio da Privatização das Terras Públicas

A privatização das terras públicas é princípio


constitucional que deflui do art. 188, §§ 1º e 2º da
Constituição Federal:

Art. 188: “A destinação de terras públicas e devolutas será


compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de
reforma agrária.
§ 1º - A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a
pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as
alienações ou as concessões de terras públicas para fins de
reforma agrária.”
Princípio da Segurança na Atividade Agrária

Está previsto no artigo art. 187, incs. I, II, e V:

Art. 187. A política agrícola será planejada e


executada na forma da lei, com a participação efetiva
do setor de produção, envolvendo produtores e
trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes,
levando em conta, especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção
e a garantia de comercialização;
V - o seguro agrícola;
O Estado deve oferecer o mínimo de garantia para o
exercício da atividade agrária, sempre sujeita à influência
de fatores da natureza que podem eventualmente
comprometer o seu resultado e com isso levar à ruína do
agropecuarista.

Portanto, cabe ao Estado conceder garantias mínimas ao


rurícola:
• Proteção quanto às intempéries ambientais;
•Oferecimento do crédito rural a juros baixos;
•Estocagem de produtos garantindo o preço
mínimo de oferta ao mercado;
•A liberdade de comercialização interna e
internacional.
Princípio do Aumento da Produtividade

O aumento da produtividade é princípio constitucional,


presente nos incs. III, IV, VI e VII do art. 187, da
Constituição Federal:
Art. 187. “A política agrícola será planejada e executada na forma da
lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo
produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em
conta, especialmente:
I – [...]
II – [...]
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;

Esse princípio recomenda a adoção de medidas que


resultem em investimentos mais robustos na pesquisa
de novas tecnologias para dar solução a problemas da
agricultura e pecuária, tais como a incidência de pragas
e outros fenômenos naturais que comprometem a
qualidade e a quantidade dos produtos.
Princípio do Estímulo ao Cooperativismo

Art. 5°, CF/88: (liberdade de associação)

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de


cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se,
no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial
ou extrajudicialmente;
Princípio da Melhoria da Qualidade de Vida no
Campo

O princípio da dignidade da pessoa humana, exposto


no inciso III, do art. 3°, da CF/88, aliado ao art. 187,
inciso VIII (habitação para o trabalhador rural) são as
bases desse princípio.

Esse princípio visa: a) fixar o homem no campo e b)


contribuir para o êxodo urbano (movimento migratório
da cidade para o campo).
Princípio da Primazia da Atividade Agrária frente ao
Direito de Propriedade

Não é só manifestado na previsão da desapropriação para


fins de reforma agrária, mas sim, também pela previsão do
usucapião constitucional pro labore no art. 191, caput, da
Constituição Federal.

A instituição do usucapião pro labore do art. 191, CF é a


demonstração que o texto constitucional privilegia a posse
agrária (que faz a terra cumprir sua função social) em
detrimento do direito de propriedade.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de
imóvel rural ou urbano, possua como seu, por
cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra, em zona rural, não superior a cinquenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou
de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-
lhe-á a propriedade.
Notícias STF
Quinta-feira, 15 de março de 2012

STF julga causa mais antiga na Corte e mantém validade de


alienação de terras em MT
Por votação majoritária, o Plenário do Supremo Tribunal Federal
(STF) julgou improcedente, nesta quinta-feira (15), a ação mais
antiga que estava em tramitação na Corte, protocolada em 17 de
junho de 1959. Trata-se da Ação Cível Originária (ACO) 79, em que
o Tribunal convalidou a concessão do domínio de uma área de 200
mil hectares pelo Estado de Mato Grosso a 20 empresas
colonizadoras.
A Corte aplicou o princípio da segurança jurídica para manter a
validade da operação, em caráter excepcionalíssimo, pois
reconheceu que a operação foi ilegal, por ofender o parágrafo 2º do
artigo 156 da Constituição Federal (CF) de 1946, então vigente, que
condicionava à prévia autorização do Senado a alienação ou
concessão de terras públicas com mais de 10 mil hectares. Pelo
artigo 188, parágrafo 1º, da Constituição Federal de 1988, a área
sujeita a prévia autorização foi reduzida para 2,5 mil hectares,
porém também a Câmara, além do Senado, deve pronunciar-se.
A ação

A ação foi ajuizada pela União contra a Empresa Colonizadora Rio Ferro
Ltda., a Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. e outras
colonizadoras, bem como contra o Estado de Mato Grosso. Pleiteava a
nulidade de contratos de concessão de terras públicas, feitos com diversas
empresas de colonização, com área superior ao limite então previsto no
artigo 156, parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1946.

Na ação, a União se reportou ao relatório final de Comissão Parlamentar


de Inquérito (CPI) do Senado Federal, de 2/7/1955, destinada a apurar as
alienações ou concessões de terras devolutas pelo Estado de Mato Grosso,
que confirmou ter havido concessão de largas porções de terras públicas,
com área superior ao limite constitucional, sem prévia autorização do
Senado.
O Estado de Mato Grosso contestou as alegações. Sustentou que a cessão
das terras estava inserida num projeto de colonização da área, mediante
introdução de 300 famílias de pecuaristas e agricultores, além da
população do núcleo, cabendo às empresas colonizadoras apenas a
execução de trabalhos ou benfeitorias necessárias à vida humana e ao
desenvolvimento do lugar.

No julgamento de hoje, o advogado que se manifestou em nome da


Construções e Comércio Camargo Corrêa disse que não se tratava de alienação
de área superior a 10 mil hectares, pois as concessões teriam sido feitas
diretamente pelo governo estadual aos agricultores, e os lotes nunca teriam
sido superiores a 1.000 hectares. Ainda segundo ele, as colonizadoras apenas
atuaram como intermediárias, não havendo contratos de cessão de terras
firmadas entre elas e os agricultores.
Extinção

Em petição datada de 1986, a própria União, autora da


ACO, chegou a pedir a extinção da ação, sem julgamento,
alegando não mais existirem os pressupostos de constituição e
desenvolvimento válido. Entretanto, em 1987, requereu a
desistência do pedido de extinção do processo, em razão de
“fatos supervenientes e conexão de causas”, bem como que o
Estado de Mato Grosso fornecesse o nome dos adquirentes de
glebas ou lotes localizados nos imóveis questionados. E, ainda
em fevereiro deste ano, elaborou memorial reiterando pedido de
anulação dos contratos objeto da ação.

Por seu turno, o Estado de Mato Grosso requereu a extinção do


processo. Alegou impossibilidade prática de reverter a situação
fundiária da área; que não foram cedidos lotes além do limite
legal e, portanto, o pedido da União seria inepto, uma vez que a
causa de pedir não teria relação direta com a situação dos lotes
alienados.
O caso

A ocupação da área ocorreu na esteira da “Marcha para o Oeste”,


desencadeada pelo então governo Getúlio Vargas para ocupar o
interior do país, cuja população se concentrava, em sua maioria,
próxima do litoral. As empresas colonizadoras foram
contratadas pelo governo mato-grossense para ocupar a área e
efetuar obras e serviços, como a construção de estradas, casas,
escolas e demais estabelecimentos para servir as novas
comunidades que vinham nascendo, bem como para nelas
prestar serviços.

E tais obras, segundo entendimento da maioria dos ministros,


não poderiam mais ser revertidas, sendo necessário aplicar o
princípio da segurança jurídica para manter a paz e
tranquilidade social na área.
Divergência

O ministro Ricardo Lewandowski abriu a divergência, advertindo


que uma decisão pela improcedência da ação representaria a
legalização de latifúndios além das dimensões permitidas.

Ele disse que a área em questão envolve 40 mil quilômetros


quadrados, equivalente a duas vezes a extensão do Estado de
Sergipe. Lembrou que Mato Grosso tem problemas fundiários
(mais de 8 mil latifúndios ocupando 69% da área agricultável do
estado), problemas ambientais e de fronteiras. O ministro fez
considerações acerca da dimensão da área ilegalmente alienada,
apesar da situação lá consolidada, e observou que caberia aos
Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (surgido após o
início deste processo) resolver a situação decorrente de uma
eventual anulação dos atos de alienação.
Também os ministros Marco Aurélio e Ayres Britto divergiram da
maioria. O primeiro manifestou sua estranheza por considerar que
a Constituição Federal não reflete um documento rígido, mas
flexível, que deva ser colocada em plano secundário ante uma
situação de fato, em detrimento de princípios constitucionais.

No mesmo sentido se manifestou o ministro Ayres Britto, por


considerar que a causa está “envolta em nebulosidade sobre a
ambiência dessas terras públicas”, ocupadas por grandes
empresas, estrangeiros e ONGs. Ele também considerou obscura a
própria natureza jurídica dos atos celebrados.
O ministro Cezar Peluso observou, em resposta, que, para os
latifúndios improdutivos, da mesma forma que para a área
indígena, existe legislação própria de que o governo poderá valer-
se em tais casos, e que a decisão de hoje não interfere neles.
(http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=202762)
Referências:

•DIREITO AGRÁRIO. APOSTILA 01 DE APOIO ÀS AULAS.


Disponível em
http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/14658/mate
rial/2012%20-
%20APOSTILA%2001%20%20DIREITO%20AGR%C3%81RIO%20
PUC%20GO.pdf

•Alguns princípios do Direito Agrário. Disponível em


http://niviacaroba.blogspot.com.br/2011/04/alguns-principios-do-
direito-agrario.html

•Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em


http://cassiuschess.files.wordpress.com/2013/01/apostila-constituicao-
federal-comentada-pelo-stf.pdf

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