Sebastião Siqueira Acadêmica: Aline Magalhães Felipe É um evento clínico catastrófico caracterizado pela ruptura e sangramento de um aneurisma cerebral, cuja mortalidade é de 50%;
Os pacientes que são admitidos no hospital têm
taxas de mortalidade que podem chegar a 40%. 5% dos AVCs e tem incidência anual de 1/10.000 habitantes; É 2x mais frequente em mullheres, com pico de incidência entre 55 e 60 anos; E dentre as causa espontâneas temos a ruptura de aneurisma sacular intracraniano representando 75 a 80% dos casos; 10 a 15% morrem antes de chegar ao hospital; Mais de 90% permanecem assintomáticos durante toda vida, com risco anual de sangramento de 0,7%. Presença de aneurismas múltiplos ou únicos; Aneurismas >10mm; Tabagismo, hipertensão, uso de cocaína; Abuso de álcool; História familiar em parentes de primeiro grau; Doença renal policística; Síndrome de Ehlers- Danlos tipo IV; Displasia fibromuscular; Estima-se que o risco de ruptura de um aneurisma varie de 1 a 2% ao ano e esteja intimamente relacionado ao tamanho do aneurisma e aos fatores de risco; Os aneurismas maiores que 10mm de basilar ou comunicante posterior apresentam altas taxas de ruptura; Os fatores de risco modificáveis ( tabagismo, hipertensão, cocaína, álcool) dobram o risco de HSA e estão presentes em dois para cada três pacientes que sangram; Apesar de não ser fator de não serem fatores de risco, em 20% dos casos há relato de atividade física ou ato sexual no momento do evento. Há uma livre comunicação entre o espaço subaracnóideo e as artérias cerebrais. A ruptura do aneurisma faz com que uma quantidade de sangue maior ou menor alcance o espaço subaracnóideo levando a um aumento da PIC regional e se iguale a pressão arterial sistêmica; Este sangue se espalha e pode causar sinais e sintomas subsequentemente causar hidrocefalia (dificuldade de reabsorção do líquor ou por coágulos no ventrículo) e aumento da PIC; Podem causar também hematomas e consequentemente aumento da PIC. Os hematomas podem ser o determinante mais importante da PIC em até 1/3 dos pacientes; O efeito de massa produz um peri-hematoma que também contribui para o regime de hipertensão intracraniana; O local mais frequentes da formação dos hematomas intraparenquimatosos são: subdural ou intraventricular; O FSC geralmente está diminuido , bem como a taxa metabólica cerebral. Possivelmente o 1)aumento da PIC, a 2)redução da consciência e 3)alteração da autorregulação vascular são os fatores mais importantes para esses eventos. A maioria dos aneurismas nunca rompe e são assintomáticos. O aneurisma não roto pode causar efeito de massa levando a paralisia do nervo craniano ou compressão do tronco encefálico; Uma síndrome comum relacionada a aneurisma não roto é a paralisia súbita do 3º par em decorrência do aumento do aneurisma da A. comunicante posterior.
Risco anual de sangramento de 6%!!!
Cefaleia súbita, náuseas e vômitos, podem levar horas pra aparecer mas em geral estão presentes em mais 60% dos casos de HSA e precedem outras alterações neurológicas importantes; As cefaleias sentinelas (30-40% dos casos) aparecem duas semanas antes de um sangramento maior e em geral são causadas pela expansão do aneurisma ou por pequenos sangramentos; Alteração da consciência instala-se em até 2/3 dos casos, e até 50% dos casos estão em coma na admissão. A depressão da consciência muitas vezes pode ser transitória desde letargia, confusão, agitação ... O déficit neurológico é muito frequente e acontece em até 60% dos casos. A caracterização clínica desses pacientes tem valor prognóstico e deve ser realizada logo na admissão; O exame neurológico desses pacientes revela: hemorragia ocular, rigidez de nuca e déficit neurológico; Algumas manifestações tardias podem ajudar na localização do aneurisma, como: 1. paralisia do 3º par (comunicante posterior), 2. paralisia do 6º nervo (hipertensão intracraniana), hemiparesia , afasia ou negligência visuoespacial (cerebral média), 3. fraqueza em membros inferiores bilateralmente ou abulia (comunicante anterior); As hemorragias oculares: ocorre devido a um aumento da pressão no espaço subaracnoideo com obstrução da veia central da retina. Se a hemorragia for muito extensa pode se estender até o humor vítreo, o que caracteriza a síndrome de Terson a qual é indicativa de aumento abrupto da PIC e se associa a maior mortalidade. É o exame de escolha ( grau de recomendação B), com sensibilidade de 100% se realizada em até 12h, e cai para 50% se realizada após 1 semana em decorrência do clareamento do sangue; A especificidade é de 100%. A TC mostrará material hiperdenso nos sulcos e cisternas encefálicas; Além de fazer o diagnóstico, a TC pode estimar a quantidade de sangue nas cisternas o que correlaciona com o risco de vasoespasmo (graus de Fisher e Columbia); Pode ainda verificar a presença de hidrocefalia aguda e de sinais de infarto cerebral decorrentes de vasoespasmo, hematomas. Ultilizada em menos de 5% dos casos Serve para os casos em que a TC for inconclusiva; Sinais de sangramento: 1. Liquor hemorrágico; 2. Xantocromia (degradação da Hb); 3. Presença de macrófagos hemáticos Ficar atento aos acidentes de punção É o padrão ouro para o diagnóstico etiológico, que evidencia a causa do sangramento na maioria dos casos; Quando o exame é negativo recomenda-se repetí-lo em 4 semanas; Pode também mostrar a presença de outros aneurismas intracranianos e documentar a presença ou não de vasoespasmo; Tem sido utilizada como recurso terapêutico, por meio do tratamento endovascular; Sensibilidade e especificidade de 87 a 100%; Aneurismas < 3mm, a sensibilidade cai para 40 a 91%; Tem sido um método muito utilizado para o diagnóstico e acompanhamento do vasoespasmo, principalmente por não ser invasivo.
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Todos os pacientes devem ter um perfil metabólico
basal, com eletrólitos, função renal, hemograma e coagulograma, além de um eletrocardiograma, para a detecção de arritmias que mereçam tratamento. 1. vasoespasmo 46% dos pacientes
2. Crise epiléptica 30% dos pacientes
3. Hidrocefalia 20% dos pacientes
4. Ressangramento 7% dos pacientes
80% dos paciente que ressangrarem morrerão ou evoluirão com grave sequela. Suspeitar quando? Paciente que não recebeu tratamento adequado p/ aneurisma e que apresente piora neurológica súbita alteração da consciência, aparecimento de crises epilépticas, sinais de HIC ou novo déficit motor.
Solicitar TCC imediatamente e avisar o
neurocirurgião O RISCO DE NOVA HEMORRAGIA É DE 40% EM 4 SEMANAS !! Tratamentos p/ aneurismas: 1. Observação ineficaz , porém repouso, analgesia, e controle pressórico fazem parte do tratamento dos pacientes com HAS 2. Craniotomia c/ clipagem 3. Oclusão endovascular com colocação de molas ou coiling
Deve haver debate:
nerocirurgião X neurorradiologista maior causa de morbimortalidade em pacientes com HSA; Pico de incidência : 4-14 dias após o sangramento; Suspeitar? Qualquer alteração de consciência ou déficit motor Fisiopatologia: Oxiemoglobina e seus produtos de degradação formam radicais altamente tóxicos que lesa a membrana fosfolípide, além de interferir na liberação de substâncias vasodilatadoras, ex:NO na fase tardia, potentes vasoconstritores são gerados (prostaglandinas, produtos da oxidação da bilirrubina) + leucócitos e plaquetas vão induzir a uma inflamação + endotélio que vai liberar radicais livres, citocinas, fatores de crescimento, substâncias vasoativas + formação de microtrombos de plaquetas e infiltração de monócitos e outros leucócitos nas artérias A via final comum é a redução do diâmetro vascular pela contração da musculatura lisa. Esse estreitamento do vaso acontece por insuficiência de substâncias vasodilatadoras A quantidade de sangue nas cisternas provavelmente é o mais importante determinante de vasoespasmo; A desidratação e hipovolemia estão associadas ao vasoespasmo, mas não parecem ser seu deeterminante, e sim um fator contribuinte para redução do fluxo sanguíneo cerebral e isquemia cerebral Doppler transcraniano: é o mais frequentemente usado. Mede a velocidade do fluxo nas artérias cerebrais na circulação anterior e posterior. Usa- se o índice de Lindegaard ACM e Soustiel circulação posterior; Tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) Tomografia por emissão de pósitrons (PET) Dopplerfluxometria a laser e Dopplerfluxometria de difusão térmica Nimodipina : 1. Bloqueador dos canais de cálcio, que vai agir na microcirculação e vai inibir a entrada de cálcio no músculo liso e no neurônio, além de inibir a liberação de substâncias vasoativas e pró- agregantes plaquetários. 2. Dose máx : 60mg a cada 4h, administrada o mais rápido possível (grau de recomendação A) 3. Via digestiva é preferível a VI por ser mais eficiente e com menos efeitos colaterais; 4. Tomar cuidado com a hidratação: atenção aos hipovolêmicos, poque a Nimodipina está associada a hipotensão arterial. Tem sido utilizada como forma profilática; Seguir os seguintes pontos: 1. O vasoespasmo deve ser sintomático ou com alto risco para se tornar sintomático; 2. O déficit motor deve melhorar logo após a terapia, caso contrario considerar a suspensão; 3. Hipervolemia deve ser monitorada, não se recomenda POAP >12 mmHg, e PVC> 10mmHg 4. Pressão arterial sistólica de até 200mmHg pode ser aceita em pacientes já submetidos a tratamento cirúrgico ou endovascular Outras situações clínicas : hipomagnesemia, febre, e hiponatremia estão associadas ao vasoespasmo. Contudo, não há estudos controlados que demonstrem algum benefício em prevenir e/ou corrigir Apresentam forte associação com quantidade de sangue na cisterna, ressangramento, resultado neurológico desfavorável, aneurisma de artéria cerebral média, hematoma subdural e infarto cerebral. Profilaxia com Fenitoina é a droga anticonvulsivante mais ultilizada em nosso meio para esse fim. Seu uso só deve ser prolongado (mais de 14 dias após a HSA) nos pacientes de risco (ressangramento, Hunt-Hess IV e V, aneurisma de artéria cerebral média, hematoma subdural e infarto cerebral) ou nos que apresentam crise em algum momento. Pode ocorrer abruptamente após a ruptura do aneurisma; Nas primeiras 72h após a HSA, a HIC decorre de hemorragia intraparenquimatosa ou de extenso sangramento subaracnoide; Outra causa importante de aumento da pressão intracraniana é o edema cerebral. Ele ocorre em 6% dos casos de HSA. Seu mecanismo fisiopatologico está intimamente associado a uma lesão isquêmica difusa em consequência da diminuição do FSC, anormalidades de autorregulação, mediadores inflamatórios e neurotóxicos derivados do sangue e de seus produtos de degradação. A monitorização da PIC é mandatória nos pacientes que apresentem HIC ou que estão em risco de desenvolver aumento da PIC. A monitorização intraventricular é o procedimento de escolha, pois possibilita a drenagem de líquor, ajudando também a controlar a PIC; Outras medidas como sedação, coma barbitúrico, uso de agentes osmóticos e hiperventição não devem ser usadas sem monitorização adequada. Definida como aumento dos ventrículos cerebrais
Deve ser suspeitada em todo paciente que se
apresentava alerta e que em horas evolui para uma diminuição da consciência; desvio do olhar e pupilas pequenas e não reativas sugerem dilatação proximal do arqueduto e disfunção de área pré-tectal. A tomografia é o método de escolha pra confirmar ou excluir o diagnóstico. Aguda (ocorre em até 7 dia após HSA) associa-se a hemorragia intraventricular, piora da consciência, e um pior prognóstico ventriculostomia é capaz de melhorar rapidamente a consciência. (deve-se ter cuidado de diminuir a pressão ventricular rapidamente, sobretudo evitando valores menores que 15cmH²O) Subaguda (após a primeira semana de sangramento) caracteriza-se por uma hidrocefalia comunicante e frequentemente não é associado à deterioração neurológica significativa. Tardia (aparece semanas ou meses depois da hemorragia) A hidrocefalia tardia não tem pressão intracraniana elevada e sua apresentação clínica mais comum é ataxia, demência e incontinência urinária. Febre: 1. Temp. axilar > 37,3°C; 2. Está fortemente associada ao desenvolvimento de vasoespasmo sintomático e sequela incapacitante ou morte; 3. Pode ser de origem não infecciosa; 4. Controle pode ser por meio físico ou medicamentoso. Os meios físicos são mais eficientes que os medicamentosos. Contudo, os meios físicos induzem calafrios que podem aumentar a taxa metabólica, o consumo de oxigênio, a produção de CO² e todas as consequências deletérias sobre o FSC. O uso de opioides, buspirona, máscara de O² aquecido, propofol e dexamedetomidina pode minimizar os efeitos decorrentes do controle físico da temperatura Anemia: Caracterizada por Hb <9mg/dL, decorrente de uma redução da massa de células vermelhas, repouso no leito, coleta seriada para exames, e hemodiluição; A transfusão tem se associado a uma maior incidência de vasoespasmo e piores resultados em três e seis meses. O possível mecanismo para esses efeitos deletérios deve-se à menor eficiência em transportar e liberar oxigênio pelo sangue estocado, depleção de óxido nítrico(vasodilatador) e indução de resposta inflamatória sistêmica. Hiperglicemia: >= 200mg/dL; Está associada a sequela grave e mortalidade em três meses. Há dados que sugerem uma associação entre aumento da glicemia e vasoespasmo sintomático; Sugere-se que os níveis glicemicos devam ser mantidos em torno de 150mg/dL Cardiovasculares: 1. Hipertensão (PaS >160mmHg) anti-hipertensivo IV contínuo; 2. Hipotensão (PaS< 90mmHg) vasopressor; 3. Cerca de 70% dos pacientes com HAS apresentam alterações eletrocardiográficas caracterizadas por hipocinesia ou acinesia ventricular esquerda transitória; 4. A fisiopatologia dos eventos cardiovasculares após HSA envolve uma descarga simpática maciça de catecolâminas ( adrenalina e noradrenalina) e disfunção hipotalâmica. A elevação dos níveis de adrenalina e nora na admissão correlaciona-se com pior evolução dos pacientes e dano da célula muscular cardíaca Complicações pulmonares: As mais frequentes são as pneumonias(20%) Edema pulmonar(14%) Embolismo pulmonar(0,3%)
Estratégias simples e com alto grau de evidência
poderiam diminuir esses eventos como: 1. Decubito elevado >30° 2. Profilaxia farmacológica para tromboembolismo 3. Protocolos de desmame de ventilação mecânica e evitar expansão volêmica profilática Complicações hidroeletrolíticas: 1. O distúrbio mais importante é a hiponatremia pois tem uma forte associação com o vasoespasmo sintomático. Em relação a fisiopatologia supõe-se que seja um misto de síndrome perdedora de sal e secreção inapropriada de hormônio antidiurético. O tratamento desta condição deve se basear em manter o paciente euvolêmico e com natemia em torno de 145mEq/L; 2. A hipomagnesemia está associada ao vasoespasmo sintomático apesar de estudos controlados comprovarem a eficácia da profilaxia de vasoespasmo repondo Mg. Fisiopatologia ainda não é clara, mas acredita-se estar relacionada a poliúria. FIMMM!!!