You are on page 1of 52

Direito Internacional Público

Universidade Federal de Uberlândia


Graduação em Relações Internacionais
Discentes:
CASTRO, Patrick Wesley Mendes de
MELO, Wagner Francisco
NAVES, Mônica Martins
PACOLA, Celso Raphael de Pádua
PARREIRA, Maria Rita
SOUSA, Charles de Barros
TONIAL, Bruna
Conceito de Direito Ambiental
Internacional
 Utilização do Termo na Resolução que convocou a
conferência do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
 O Direito Ambiental Internacional trata dos direitos e
deveres dos Estados e das Organizações
Governamentais Internacionais assim como dos
indivíduos na defesa do meio ambiente.
 Estados como principal sujeito do Direito Ambiental
Internacional.
 Grande relevância das Organizações Internacionais e
Intergovernamentais no papel de seu desenvolvimento.
Desenvolvimento do Direito
Ambiental Internacional
 O Direito Ambiental Internacional tem seu maior desenvolvimento na
Organização das Nações Unidas.
 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) como
principal órgão da ONU que cuida do Direito Ambiental Internacional
 Outros órgãos da ONU que influenciam no Direito Ambiental Internacional
são:
 Organização Mundial da Saúde (OMS)
 Organização Marítima Internacional (OMI)
 Organização Meteorológica Mundial (OMM)
 Organização Internacional do Trabalho (OIT)
 Organização para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO)
 Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
Fontes do Direito Ambiental
Internacional
 As fontes do Direito Ambiental Internacional advêm tal
como as do Direito Internacional, por meio de:
 Tratados Internacionais.
 Costume internacional.
 Princípios gerais do direito.
 Decisões judiciárias.
 Através de Doutrina.
Costume como fonte do Direito
Ambiental Internacional
 Antiga supremacia do Costume como fonte do Direito
Internacional.

 Pós Segunda Guerra, Sistema Internacional em


contínua mudança.

 Costume como fonte insatisfatória e lenta do Direito


Ambiental Internacional.

 Costume ainda utilizado.


Tratados como fonte do Direito
Ambiental Internacional
 Tratados como fonte sólida, nítida ou quase
nítida.

 Estados e Organizações Internacionais como


assinantes de tratados.

 Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados


entre os Estados e Organizações ou Entre
Organizações Internacionais.
Tipos de Tratados
 Quanto a especificação do tema
 Genéricos
 Específicos

 Quanto a Abrangência:
 Globais
 Regionais
 Sub-regionais
 Bilaterais
As Resoluções das Organizações
Internacionais
 Pressão da regra perante os Estados

 Valor da Resolução

 Tipos de regras advindas de resoluções:


 Regra existente somente após a resolução
 Regras existente antes da resolução (Direito
Costumeiro)
Posição das ONGs no Direito
Ambiental Internacional
 Entre as principais funções, a de divulgar e
desenvolver os problemas do Meio Ambiente.

 Preparação de relatórios e conferências.

 Detêm maior liberdade para defender posições


advogadas pela opinião pública.
Princípio da soberania permanente
sobre os recursos naturais
 No final da década de 1960, início da década de 1970, os países
em desenvolvimento propuseram-se a eliminar as práticas pelas
quais as antigas potências coloniais mantinham o controle de
facto da exploração de seus recursos naturais.

 Direito à independência econômica e à autodeterminação das


nações

 “Os Estados têm o direito soberano de explorar seus recursos


naturais de acordo com as suas próprias políticas nacionais”

 É preciso salientar, entretanto, que, nos termos em que o princípio


em análise é formulado, caso um país consinta, por intermédio de
adesão a tratados internacionais, que seus recursos sejam
utilizados de determinada maneira, ele não estaria, por esse meio,
abrindo mão de sua soberania sobre tais recursos. Ele estaria, na
verdade, fazendo uso de sua soberania para estabelecer regras
sobre a utilização de seus recursos.
Princípio do direito ao
desenvolvimento
 Também procura consolidar, no plano internacional, o direito de os
Estados usarem seus recursos de acordo com suas próprias políticas
nacionais.

 Apresenta dois componentes elementares.


1. Consiste em uma reafirmação da soberania permanente dos
Estados sobre seus recursos naturais, afirmando o direito dos
Estados de formularem e implementarem suas políticas de proteção
ao meio ambiente em consonância com a promoção dos direitos
humanos.
2. Afirma que todo homem tem o direito de contribuir para e
participar do desenvolvimento cultural, social, econômico e político.
Em consequência, o direito ao desenvolvimento articula-se como um
direito fundamental que os Estados têm o dever de proteger.
 A nova declaração da ONU sobre o direito ao
desenvolvimento, de 2001, deu significância à
doutrina da integração de todos os países na busca
de objetivos comuns, a serem, contudo, perseguidos
no marco do princípio da soberania permanente
sobre os recursos naturais e do direito dos Estados
de elaborarem suas próprias políticas internas.
Princípio do patrimônio comum da
humanidade
 Este princípio constitui uma limitação e se contrapõe ao princípio da
soberania permanente sobre os recursos naturais. Ele afirma,
fundamentalmente, que determinados recursos são comuns a toda a
humanidade. Na sua formulação, entretanto, é importante distinguir três
formas específicas de comunialidade, muito presentes no Direito
Internacional do Meio Ambiente.

 Em primeiro lugar, essa noção comparece no reconhecimento de que


determinados recursos são considerados comuns porque não se
encontram sob a jurisdição de nenhum Estado, de que são exemplo os
recursos encontrados em alto-mar ou no espaço sideral.

 Uma outra manifestação da ideia de comunialidade no Direito


Internacional do Meio Ambiente pode ser vislumbrada na noção de que
determinadas questões ambientais constituem preocupação comum da
humanidade, como por exemplo, as mudanças climáticas e seus efeitos
adversos. É de se observar que não são os recursos naturais que se
apresentam como comuns, mas sim determinadas preocupações de
âmbito global, o que fornece o suporte para obrigações específicas de se
prevenir ou mitigar as mudanças climáticas e de se conservar a
biodiversidade.
 Dessa forma, a questão fundamental que se apresenta
consiste em se saber quando o princípio em consideração
será aplicado em detrimento do princípio da soberania
permanente sobre os recursos naturais. Para Hunter,
Salzman & Zaelke (1998), o princípio do patrimônio comum
da humanidade tem sua aplicação onde termina a aplicação
do princípio da soberania sobre os recursos naturais comuns.
Com essa fórmula, os autores pretendem indicar que a
incidência do princípio em comento subordina-se, em última
análise, à adesão consentida dos Estados a regras que
limitam sua soberania sobre determinados recursos naturais
e submetem a exploração desses recursos a um regime
internacional de gestão.
Princípio da responsabilidade comum,
mas diferenciada
 Este princípio tem sua formulação a partir da relação entre
responsabilidade e a realidade socioeconômica dos diferentes
Estados. Fundamentalmente, ele se decompõe em quatro
componentes fundamentais.

1. Consiste no reconhecimento de que as atividades


econômicas dos países desenvolvidos causam impactos negativos
sobre o meio ambiente de forma imensamente maior do que as
atividades econômicas dos países em desenvolvimento, muito
embora este quadro venha se alterando nos últimos anos.
2. De outra parte, ele também reconhece que os países
desenvolvidos possuem recursos econômicos sensivelmente
maiores em comparação aos países em desenvolvimento para
solucionar esses problemas.


3. A convenção da ONU sobre Diversidade Biológica adota-o
afirmando que todas as obrigações em que incidem as partes
signatárias devem ser implementadas “tanto quanto possível e da
forma apropriada”. Essa locução estabelece que a forma de
implementação das obrigações internacionais nele fixadas poderá
variar de Estado para Estado conforme a capacidade técnica de
implementação e a disponibilidade de recursos financeiros que
cada um deles possua.

4. O princípio da responsabilidade comum mas diferenciada


constitui uma regra de modelagem das obrigações internacionais
dos Estados, segundo as variações encontradas nos ecossistemas
do planeta, sejam desertos, florestas tropicais ou florestas
temperadas. Assim, o sentido das obrigações estabelecidas
vincula-se à função específica que determinados ecossistemas
exercem na regulação das variações climáticas globais.
 Em suma, o princípio da responsabilidade comum mas
diferenciada pode também ser compreendido como
uma ferramenta de negociação destinada a facilidade a
obtenção de comprometimento e promover a
cooperação entre os Estados na busca de soluções
para os problemas ambientais globais, pois permite que
as tratativas internacionais tenham por pressuposto o
reconhecimento de que determinados países possuem
uma maior responsabilidade na implementação de
medidas concretas para equacionamento desses
problemas, uma vez que contribuíram ou vêm
contribuindo de forma mais intensa para que eles
existam.
Princípio da Precaução

 Evitar/amenizar danos ambientais

 Na ameaça/risco de danos:
• Adoção de medidas preventivas
• Medidas economicamente viáveis
• Em certos casos: ainda em incerteza científica
Princípio do Poluidor Pagador
 Atribuição dos custos ao causador do dano

 Custos:
• Proteção: medidas de prevenção
• Controle: monitoramento ambiental
• Reparação: recuperação ou reabilitação
Princípio do Dever de Não Causar
Dano Ambiental
 O Estado deve certificar-se de que os agentes sob
sua jurisdição não causem danos transfronteiriços.

 Controle de empreendimentos
Princípio da Responsabilidade
Estatal
 Regular a responsabilidade dos Estados quando
estes causam danos ambientais

 Responsabilidade quando há:


• Jurisdição sobre determinado agente ou território
• Nexo causal
• Identificação de danos passíveis de
individualização
Conferência de Estocolmo 1972
 A Conferência de Estocolmo foi realizada entre os
dias 5 a 16 de junho de 1972.

 Não foi a primeira vez que houve uma preocupação


com o meio ambiente.

 Conselho Econômico e Social (ECOSOC) teve a


iniciativa de estabelecer uma Conferência para evitar
a assolação do meio ambiente.
Conferência de Estocolmo 1972
 Estabelecida uma Comissão Preparatória que foi dividida
em quatro sessões:
1ª sessão: definir como os Estados-membros deveria
atuar;
2ª sessão: adotar a agenda provisória e decidida a
natureza do documento a ser assinada em 1972;
3ª sessão: examinar o progresso na apreciação dos
temas substantivos e apresentar o esboço de Declaração
sobre o Meio Ambiente;
4ª sessão: ocupou-se da parte funcional da
Conferência, inclusive dos aspectos financeiros;
Conferência de Estocolmo 1972
 A Conferência não foi bem aceita entre os países.

 Embaixador brasileiro Araújo Castro.

 Reunião em Founex, próximo a Genebra, em 1971.


Conferência de Estocolmo 1972
 A Declaração adotada na Conferência de Estocolmo
reconheceu que os problemas ambientais dos países
em desenvolvimento eram e são distintas dos países
industrializados devido à falta de regras rígidas para
os países em desenvolvimento.

 A Conferência de Estocolmo contribui com o


aumento dos movimentos ambientais.
Conferência do Rio de Janeiro em
1992 – ECO 92
 A ECO-92 ocorreu entre 3 a 14 de junho de 1992.

 Após 20 anos desde a Conferência de Estocolmo a


comunidade internacional não viu resultados sobre o
Meio Ambiente.

 Assembleia Geral convocou uma Comissão de alto


nível e contou com a colaboração das ONGs.
Conferência do Rio de Janeiro em
1992 – ECO 92
 A Comissão Mundial tomou como presidente a
Senhora Gro Harlem Brundtland, da Noruega, e 10
Estados membros, dentre eles o Brasil.

 Comissão, durante 3 anos, visitou todos os países.


Conferência do Rio de Janeiro em
1992 – ECO 92
 O Relatório da Comissão dividiu os problemas em 3
grupos:
1º: Poluição Ambiental
2º: Escassez dos recursos naturais.
3º: Humanos como principais causadores de
problemas ambientais.

 Na Resolução 44/228 é consagrado as regras do


direito e obrigações dos Estados e o desenvolvimento
do direito ambiental internacional.
 O direito soberano dos Estados de utilizar os seus recursos
naturais de conformidade com as suas políticas ambientalistas;
 A responsabilidade internacional por dano ambiental ocorrido além
das fronteiras nacionais;
 O dever de evitar dano ambiental grave em outros Estados;
 A obrigação de desenvolver o direito ambiental internacional no
campo da responsabilidade;
 O dever de consulta prévia ao iniciar obras suscetíveis de provocar
dano ambiental em outros Estados;
 O dever de notificar imediatamente aos demais Estados e
organizações internacionais, no caso de acidente capaz de provocar
dano ambiental grave;
 O dever de adotar legislação ambiental efetiva;
 O dever de cooperar de boa fé com os demais Estados na defesa
efetiva do meio ambiente;
 O dever de solucionar pacificamente as controvérsias internacionais
ambientais.
Conferência do Rio de Janeiro em
1992 – ECO 92
 Agenda 21

 A Declaração do Rio de Janeiro foi além das


expectativas da Assembleia Geral.

 Participação do Brasil na Conferência.


Rio+10
 Cúpula mundial para o desenvolvimento sustentável,
Johannesburgo, 2002.

 Monitorar e avaliar as medidas da Eco-92.

 Ênfase: Agenda 21.

 Pauta central: desenvolvimento sustentável


Desenvolvimento sustentável
 Controvérsias quanto ao termo.

 Para Nascimento e Silva (2002, p. 49), esse conceito


se remete ao “desenvolvimento capaz de garantir as
necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de atenderem as
suas necessidades.”

 Pôr em prática a hermenêutica.


Rio+20
 Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, Rio de Janeiro, 2012.

 Assembleia Geral da ONU de 2009.

 Duas temáticas principais:


- Economia verde e erradicação da pobreza
- Estruturas institucionais
Balanço da Rio+20
• Mais de 45.000 participantes em 10 dias de evento.

• Acordos firmados entre os 188 Estados-Membros.

• Investimentos de US$ 513 bi até 2022.

• Áreas prioritárias: transporte, energia, economia


verde, redução de desastres e proteção ambiental,
desertificação, mudanças climáticas
Sociedade Civil Organizada
• ONGs e outros setores da SCO firmaram centenas de
acordos paralelos para o desenvolvimento sustentável.

• Esforços como as conferências são relevantes, mas são


necessárias ações estruturais.

• Importante peso do Direito Ambiental Internacional.

• Construção de uma Racionalidade Ambiental (LEFF,


2006).
Proteção da Qualidade da Água
 Quase todas as questões ambientais tratadas na
Assembleia Geral das Nações Unidas estão ligadas à
questão da água potável

 O seu objetivo geral é garantir o suprimento de água de


qualidade para toda população, adaptando as
atividades humanas aos limites da capacidade da
natureza, além de combater doenças advindas da água
 A Cúpula do Milênio apontou que uma das questões
a serem enfrentadas pela sociedade internacional, é
a garantia de todos ao acesso à água potável como
um dos pressupostos para erradicação da pobreza

 Assim como o direito de todos de ter acesso à água


para atender as suas necessidades, cada um tem a
responsabilidade de proteger os recursos hídricos
evitando desperdício
Proteção dos mares e oceanos
 A Convenção sobre o Direito do Mar que vigorou em
1994 trata da proteção e preservação do meio
marinho, contudo, suas normas deixam a desejar
devido o empenho de seus autores

 O direito de soberania dos Estados para aproveitar os


seus recursos naturais de acordo com sua política e
que esteja em conformidade com o seu dever de
proteger e preservar o meio marinho, está registrado
no artigo 193.
Poluição do Meio Marinho
 A prevenção, a redução e o controle da poluição do
meio marinho é objetivo da Convenção sobre o Direito
do Mar para que as medidas tomadas pelos Estados
não causem prejuízos ou danos aos demais.
 O artigo primeiro especifica que a poluição marinha
significa “a introdução do homem direta ou
indiretamente, de substâncias ou de energia no meio
marinho sempre que possa vir a provocar efeitos
nocivos, como danos aos recursos vivos e à vida
marinha, riscos à saúde do homem, entraves às
atividades marinhas, alteração da qualidade da água do
mar no que se refere a sua utilização ou deterioração
nos locais de recreio.”
 Para que internacionalmente e legalmente ocorra
poluição exige-se a presença de três elementos: que a
poluição seja causada pela ação do homem, que
provoque efeitos nocivos ao meio marinho, que esses
efeitos ocorram em outro Estado.
Poluição Radioativa
 A partir do desastre de Chernobyl houve um
reconhecimento da regra de que no caso de um
acidente nuclear ou do aumento dos níveis de
radioatividade, o Estado tem a obrigação de avisar os
demais países. Com isso, em 1986 foi assinada a
Notificação Imediata do Acidente Nuclear obrigatória à
todos os países em caso de qualquer tipo de poluição.
Proteção das espécies
ameaçadas de extinção
Proteção e utilização do solo
Diversidade Biológica
Controle dos resíduos tóxicos e
radioativos
Melhoria das condições de vida
do homem
Domínio da água ou direito à água?
 Rivalidades nas Relações Internacionais do século XXI

You might also like