You are on page 1of 17

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

PROF. DANIEL MARTINS VAZ


Sociedade Internacional
Especificidades:
• inexistência de autoridade superior
• organização horizontal dos estados
• normas jurídicas internacionais dependentes de consentimento
• inexistência de hierarquia entre as normas de Direito Internacional
• vigência do princípio de não-intervenção (sentido político)
• estágio intermediário: “sociedade natural” e “sociedade de direito”
• precariedade do sistema de sanções
• falta de autoridade central provida de força
Direito Internacional Público
Conceito:
• conjunto de princípios ou regras destinados a reger
os direitos e deveres internacionais, tanto dos
Estados, Organizações Internacionais ou outros
organismos análogos, quanto dos indivíduos
Importância:
• busca-se o bem comum da sociedade internacional
• cresce proporcionalmente ao aumento da
complexidade das relações internacionais
Divisão e classificação
• Direito Internacional teórico, natural ou racional
(funda-se na razão humana e abrange os princípios
de justiça e equidade que devem orientar as
interações resultantes da sociedade internacional)
• Direito Internacional positivo ou prático (produzido
pelo acordo de vontades dos sujeitos de Direito
Internacional ou dos fatos jurídicos consagrados por
uma prática constante associada à percepção de
obrigatoriedade inerente)
Direito Internacional Público:
Distinções e afinidades
• Direito Internacional Público e Direito Comparado
• Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado
• Direito Internacional Público e Direito Comunitário
• Direito Internacional Público e Relações Internacionais
• Direito Internacional Público e Moral Internacional
• Direito Internacional Público e Cortesia Internacional
• Direito Internacional Público e Política Internacional
Fundamentos
• Estados Soberanos
• Autodeterminação
• Busca de organização da sociedade internacional
• Consentimento: criativo e perceptivo
• Pacta Sunt Servanda
O Direito Internacional repousa sobre um fundamento objetivo:
o sentimento de justiça que existe na consciência humana, que
se impõe aos homens como regra normativa superior à sua
vontade - a lei natural, comum a todos os homens
Denominação
• Direito Internacional Público

• Direito Internacional

• Direito das Gentes

Direito Interestatal
Autonomia e Relação com o Direito Interno

O Direito Internacional pressupõe a existência


de determinados fatores (bases sociológicas):

• Pluralidade de Estados Soberanos

• Comércio Internacional

• Princípios jurídicos coincidentes


Confronto Teórico: Direito Internacional Público
versus Direito Interno
Teoria Monista Internacionalista:
• Enfatiza a unicidade da ordem jurídica sob o
prisma do Direito Internacional
• Defende que o Direito Internacional caminha
para uma ordem única a nível mundial
• Observa a supremacia do Direito Internacional
sobre o Direito Interno
Teoria Monista Nacionalista:
• Enfatiza o equilíbrio entre a soberania de cada
Estado e o Direito Internacional
• Defende a descentralização da sociedade
internacional
• Cultua a Constituição como norma jurídica máxima
• Determina que os tratados se submetem a normas
constitucionais dos Estados, contudo ficando sempre
em preponderância sobre normas
infraconstitucionais
Teoria Dualista:
• Enfatiza a distinção entre os sistemas de
Direito Internacional e de Direito Interno
• Defende que as normas internas não são
condicionadas pelas normas
internacionais
A codificação do Direito Internacional
Codificação – organização de um sistema de normas de forma
metódica, em que são estruturados os temas
Exemplos:
- Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961)

- Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963)

- Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (1969)

- Convenção de Montego Bay sobre o Direito do Mar (1982)


Desenvolvimento Histórico do
Direito Internacional
Período de formação
• Entre os povos antigos, a guerra configurava-se como o principal meio de
dirimir controvérsias
• Prevalecia a escravidão pelos mais fortes, as pilhagens eram frequentes,
assim como destruição de propriedades, além da crueldade das penas
impostas à época
• Registros históricos de um Tratado celebrado entre Lagash e Umma (cerca
de 3100 a.C.)
• Tratado celebrado entre Ramsés II e o rei dos Hititas, Hattusilis III (cerca de
1292 a.C.)
• Existência de uma rede de relações diplomáticas asseguradas por enviados
reais que gozavam de privilégios especiais, principalmente na região da
Babilônia
• Significativos avanços na Grécia Antiga
• No âmbito do Direito Romano, a distinção entre ius
civile e ius gentium
• Com o advento do Cristianismo, surgiu um novo
espírito de civilização ao mundo, com a valorização
da igualdade e da fraternidade entre os homens
• Na Idade Média, o Papa assumiu gradativamente o
papel de “árbitro do mundo”, ditando normas de
convivência internacional, tendo a excomunhão
como um poderoso instrumento
• No século XI foi decretada a Paz de Deus, à qual se
seguiu a Trégua de Deus
• A Trégua de Deus foi substituída pela Quarentena de
Deus, no século XIII, que se destinava a restringir as
guerras privadas
• As Cruzadas tiveram importância expressiva, assim
como o desenvolvimento do comércio marítimo
• Em 1493, A Bula Inter Coetera, do Papa Alexandre VI
assume particular relevo
Período de desenvolvimento e consolidação
• A Reforma e a ulterior consolidação do
Protestantismo diminuíram o poder papal
• Os descobrimentos marítimos tiveram forte impacto
• Paz de Vestfália (1648) – marco para o Direito
Internacional
• Em termos doutrinários, destacam-se Francisco de
Vitória e Hugo Grócio
• Na Idade Contemporânea, inaugurada com a Revolução
Francesa, é reforçado o conceito de nacionalidade
• O Congresso de Viena (1815), que encerrou a era
napoleônica, resultou em grande impulso para o Direito
Internacional
• No século XIX dá-se o florescimento do Direito Internacional
moderno
• Durante o século XX, o Direito Internacional moderno foi
aprofundado e consolidado com a criação da Sociedade das
Nações e, posteriormente, da Organização das Nações Unidas
• Destaca-se o trabalho de codificação do Direito Internacional
e a proliferação de tratados

You might also like