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Centro Universitário de Volta Redonda

Mestrado Profissional em Materiais

Comportamento Térmico e
Processamento de Polímeros

Prof. Dr. Bruno Chaboli Gambarato


Síntese, Processamento e Aplicação de Polímeros
2017.2
Comportamento Térmico dos Polímeros

Mobilidade das cadeias poliméricas

Características físicas do produto

 Plástico duro e frágil – baixa mobilidade


 Polímero borrachoso - mobilidade

A mobilidade é função da agitação dos átomos nas moléculas, sendo esta


diretamente proporcional à temperatura.
Temperaturas de Transição Características em Polímeros

Polímeros apresentam 3 transições térmicas importantes:

 Tg – Temperatura de transição vítrea


 Tm – Temperatura de fusão cristalina
 Tc – Temperatura de cristalização
Volume Específico
As temperaturas de transição em polímeros são determinadas pela variação do
volume específico. O aumento da temperatura causa aumento do volume
específico devido à expansão térmica das cadeias
 Quando não há transição de fase: comportamento linear
 Transição de fase – modificação da mobilidade do sistema
Polímeros Semicristalinos

Duas fases presentes: a fase cristalina envolta na fase amorfa

Durante o aquecimento, tem-se a expansão térmica das duas fases até atingir a
Tg. Neste ponto, a fase amorfa adquire mobilidade e mostra uma taxa de
expansão maior

Com o aumento da temperatura, será atingido um nível energético suficiente


para fundir os cristais (Tm). A fusão de cada pequeno cristal provoca um
aumento instantâneo no volume específico

Como existem cristais de diferentes tamanhos,


existe uma faixa de temperatura onde todos
os cristais fundirão.
Temperatura de Transição Vítrea (Tg)
É o valor médio da faixa de temperatura, durante o aquecimento do material
polimérico, que permite que as cadeias da fase amorfa adquiram mobilidade.

O polímero passa de um estado desordenado rígido (vítreo) para um estado


desordenado no qual as cadeias poliméricas possuem maior mobilidade
(borrachoso)

Para algumas classes de polímeros, essa mobilidade dá origem ao


comportamento de elasticidade da borracha
Temperatura de Transição Vítrea (Tg)

Abaixo da Tg, o polímero não tem energia interna suficiente para permitir o
deslocamento de uma cadeia em relação a outra

Ele está no estado vítreo, caracterizado por se apresentar duro, rígido e quebradiço
Temperatura de Fusão Cristalina (Tm)

A Tm é o valor médio da faixa de temperatura em que, durante o


aquecimento, desaparecem as regiões cristalinas com a fusão dos cristalitos.

Neste ponto, a energia do sistema atinge o nível necessário para vencer as


forças intermoleculares secundárias entre as cadeias da fase cristalina,
destruindo a estrutura regular de empacotamento, mudando do estado
borrachoso para o estado viscoso (fundido)
Fusão Cristalina
Transições de Fase no Aquecimento
Temperatura de Cristalização

A Tc representa uma temperatura baixa o suficiente para que, em um dado ponto


dentro da massa polimérica fundida, um número grande de cadeias poliméricas
se organizem de forma regular
Cristalização
Isotérmica
A temperatura é baixada rapidamente até a Tc, estabilizada e mantida
constante até que toda a cristalização ocorra.

Dinâmica
A temperatura é reduzida continuamente e a cristalização ocorre dentro de
uma faixa de temperatura
Cristalização

Acompanhamento do crescimento de esferulitos via Microscopia Ótica com Luz


Polarizada
Temperaturas de Uso em Engenharia
A temperatura máxima de uso de uma peça plástica é determinada pela sua temperatura de
amolecimento:
 Polímeros amorfos ou com baixa cristalinidade: abaixo da Tg
 Polímeros semicristalinos: abaixo da Tm

Elastômeros
 Tuso > Tg : Apresentam Tg abaixo da temperatura ambiente
 Alta mobilidade das cadeias e alta elasticidade
 Borracha vulcanizada, elastômeros termoplásticos

Polímeros estruturais amorfos


 Tuso < Tg : caracterizados por serem rígidos na temperatura ambiente
 PS, PMMA

Polímeros altamente cristalinos


 Tuso << Tm : temperaturas próximas à Tm podem iniciar a fusão de cristalitos
pequenos, instabilizando dimensionalmente a peça
 PET, PAN
Influência da Estrutura Química sobre Tg e Tm

Tg e Tm estão relacionadas à quebra de ligações secundárias, aumentando a


mobilidade das cadeias poliméricas
Fatores que aumentam a rigidez da cadeia refletem no aumento de Tg e Tm

Os principais fatores que influenciam Tg e Tm são:

 Rigidez / flexibilidade da cadeia principal


 Polaridade
 Grupo lateral
 Simetria
 Copolimerização
 Massa Molecular
 Ramificações
 Plastificantes
Rigidez / Flexibilidade da Cadeia

A presença de grupamentos rígidos dentro da


cadeia principal vai promover rigidez ao
polímero
 Aumento de Tg e Tm

Elementos que enrijecem a cadeia:

 Anéis aromáticos
 Grupo Sulfona
 Ligações duplas e (triplas)
 Ligações paralelas

A presença de oxigênio flexibiliza a cadeia


Rigidez / Flexibilidade da Cadeia
Polaridade

A existência de grupos polares nas macromoléculas poliméricas tende a


aproximar mais fortemente as cadeias entre si, aumentando as forças
secundárias
 Aumento de Tg e Tm
Efeito Estérico de Grupos Laterais

A presença de um grupo lateral volumoso tende a ancorar a cadeia polimérica,


exigindo maiores níveis de energia para que a cadeia adquira mobilidade

 Efeito âncora
 Aumento de Tg e Tm
Efeito Estérico de Grupos Laterais
Processamento de Polímeros

A técnica usada para o processamento de um polímero depende


basicamente:

 Do material ser termoplástico ou termorrígido;

 Da temperatura na qual ele amolece (no caso de material termoplástico);

 Da estabilidade química (resistência à degradação oxidativa e à diminuição

da massa molecular) do material a ser processado;

 Da geometria e do tamanho do produto final.


Técnicas de Processamento de Polímeros

Termoplásticos:
-Extrusão
Termofixos:
- Injeção
- Moldagem por Compressão
- Sopro
- Moldagem por Transferência
- Calandragem
- Termoformagem
- Fiação
Técnicas de Processamento de Polímeros

 O polímero termoplástico é aquecido, próximo ou acima da temperatura de

fusão, de modo que ele se comporte como borracha ou líquido, é então

introduzido em um molde ou em uma matriz, para se produzir a forma

desejada.

 Elastômeros termoplásticos podem ser conformados do mesmo modo

 Nesses processos, as rebarbas e sobras podem ser recicladas e o

desperdício é minimizado
Extrusão

Princípios gerais

 Processo contínuo

 Processo mais utilizado

 Material é alimentado na forma de grânulos (ou pó)

Consiste em fazer passar a massa polimérica moldável através de


uma matriz com esse perfil, solidificando a peça extrudada
progressivamente por resfriamento
Extrusão
Extrusão

O processo de moldagem por extrusão é utilizado para a fabricação


contínua de tubos, lâminas, bastões e filmes inflados ou não, como:
 produtos acabados como barras, fitas, mangueiras, tubos, perfilados;
 produção de filmes plásticos utilizados em embalagens de alimentos,
produtos químicos, sacos de lixo;
 Filamentos para fabricação de linha de pesca, escova de dente, de
cabelo, etc.
 revestimentos de arames, fios e cabos elétricos.
Extrusão de filmes

 O tubo produzido é
insuflado com ar e ao
mesmo tempo estirado
para cima em um
processo contínuo;
 O filme expande 3 vezes
o seu diâmetro original e
ao mesmo tempo é
estirado na direção
longitudinal.
Extrusão de filmes
Extrusão de filmes
1) extrusora
2) matriz e refrigeração
3) dimensionamento
4) medidor de espessura
5) puxador
6) controlador de margem
7) enrolador
8) sistema de automação
Processo de Injeção
Princípios gerais

• Processo descontínuo, que permite a fabricação de peças dos mais


variados tamanhos e formatos geralmente com excelente
produtividade associada ao alto investimento em equipamentos e
moldes.

• Material é alimentado na forma de granulos (ou pó)


Injeção
Consiste em introduzir a composição polimérica moldável fundida no molde,
por intermédio de pressão, fornecida por um êmbolo;

Exemplos: Utensílios domésticos de PE e PS

Fatores importantes:

 Velocidade
 Consistência
 Índice de preenchimento
Injeção

 O molde é fechado, a válvula é


aberta e o polímero é empurrado
para dentro do molde, pela rosca
que serve de êmbolo;
 Após a infeção, uma grande
pressão é aplicada para
compensar a retração no molde
por resfriamento.
Injeção

As principais partes de uma injetora são:

• funil (tremonha);

• cilindro de aquecimento;

• rosca;

• molde;
Injeção
O processo de moldagem por injeção é utilizado para confecção :

• baldes industriais para tintas e produtos químicos;

• peças de interiores de automóveis;

• gabinetes eletrônicos;

• embalagens alimentícias como potes e tampas;

• cestos;

• equipamentos médicos;

• recipientes para lixos.

• copos promocionais de bebidas;

• tampas de garrafa de leite.


Sopro
É um processo para produzir artigos plásticos ocos fechados.
Primeiramente é feito um processo anterior ao de sopro tal como:
 Estiramento
 Extrusão
 Coextrusão
 Injeção
Sopro

O processo de sopro é utilizado para fabricação :

 garrafas de detergentes, shampoo, condimentos, bebidas;

 sanfonas;

 para-choques;

 brinquedos;

 bolas.
Calandragem
Processo contínuo;

- O polímero moldável passa por entre rolos


sucessivos, até que atinja as características
dimensionais desejáveis;

- Produção de cortinas de box, esteiras


transportadores, pisos antiderrapantes

- Exs: PVC, PS
Fiação
 Processo contínuo;

 O polímero fundido é pressionado em um molde


(fieira), contendo pequenos orifícios.

 Após a passagem pelos orifícios dá-se sequência


ao resfriamento do TP. O molde pode inclusive girar,
dando origem a fios trançados.

 Produção de filamentos e fibras em geral

 Exs: fibras de Nylon, fibras de PET, Fibras de PAN,


rayon-viscose, etc
Moldagem por Compressão

 A maioria dos termofixos é formada colocando-se o material sólido antes da


reticulação em uma matriz aquecida.
 A aplicação de alta pressão e o controle da temperatura fazem o polímero
fundir, preencher o molde e endurecer.
 Após curado, o material é retirado do molde
 Produção de peças de grandes ou pequenas dimensões, porém pouco
complexas
 Ex: Painéis de automóveis, fenóis, resinas de fenol-formaldeído, epóxis.

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