OS GRUPOS

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MODULO V
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1
OS GRUPOS

2
1. O conceito de grupo e a sua formação;
2. Grupos primários e grupos secundários;

3 3. Socialização, papel e estatuto social;

4. Liderança, comportamento e motivação.

4
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1
O GRUPO
“
“ O Homem é, por natureza, um ser eminentemente social.”
2
Esta frase, cuja autoria se atribui a Aristóteles, traduz a
necessidade de relação, de vivência em grupo que caracteriza o
Homem e que justifica a sua presença simultânea em diferentes
tipos de grupos.
3 Desde o grupo familiar, até ao grupo escola ou ao grupo
profissional onde vai estruturando a sua personalidade, o Homem
participa em diversos grupos que influencia e de que recebe
influencias.

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“DO MESMO MODO QUE É IMPOSSIVEL, PELO SIMPLES EXAME DE

ALGUNS MINUTOS, DESCOBRIR NO BATER DAS ONDAS NUMA
PRAIA, O MOVIMENTO REGULAR DAS MARÉS, ASSIM TAMBÉM
2 QUEM SE DETIVER NA CONTEMPLAÇÃO DE UM ÚNICO MOMENTO
(…), NÃO PODERÁ SURPREENDER O RITMO DA EVOLUÇÃO QUE O
DETERMINA E CONDICIONA.

3 (…)SÓ O RECUO QUE FORNEÇA AOS FENÓMENOS UMA

PERSPECTIVA ADEQUADA PODE PERMITIR UM ESTUDO
OBJECTIVO DA SUA NATUREZA E SIGNIFICAÇÃO.(…)
É TODO UM LARGO PERIODO DE HISTORIA/S (…), QUE SE
4 TORNA INDISPENSÁVEL ABRAÇAR NUMA APRECIAÇÃO DE
CONJUNTO.”
- Bento de Jesus Caraça; A Cultura Integral do Individuo -
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1
O QUE É UM GRUPO?

É um conjunto de indivíduos com um objectivo comum e

em interdependência, que cooperam para atingir o fim
2 que os reuniu:
-Ter um objectivo comum é essencial para a existência de
um grupo, mas não basta que as pessoas tenham um
objectivo comum para formarem um grupo.
3
As pessoas que fazem compras num supermercado
podem comunicar entre si e até estabelecer relações,
porém, elas terão um carácter transitório, momentâneo, o
que não é suficiente para se falar de um grupo. A
4 existência de um grupo implica um certo carácter de
permanência.
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1
O QUE É UM GRUPO?

- Os elementos de um grupo estão em interdependência e

2 obedecem a normas.

- Para atingir o objectivo de grupo, cada um desempenha

determinados papeis.
3
- Para atingir o seu objectivo é necessária a cooperação
de todos.

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1
A COESÃO DO GRUPO

A coesão do grupo resulta da relação entre as forças

atractivas (factores que levam à união do grupo) e as
2 forças repulsivas (factores que levam à desagregação do
grupo).
Grupo coeso é aquele em que as forças atractivas
predominam sobre as repulsivas, e em que os estados de
3 tensão no interior do grupo são reduzidos.

Em resumo, podemos afirmar que um grupo é coeso

porque:
- Existe uma interdependência entre os elementos,
4 trabalham em conjunto para um objectivo comum e este
é conseguido com o trabalho de todos;
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- existe alguma semelhança entre os membros do grupo,
o que faz com que eles executem as actividades de
grupo;
- existe a oportunidade de todos participarem nas
2 decisões.

O grupo apresenta tanto mais sucesso quanto mais

coeso for!
3 A coesão do grupo permite, de um modo geral:
-Que os membros do grupo permaneçam juntos;
-Que os membros do grupo confiem e sejam leiais;
-Que os seus membros se sintam seguros;
-Que os seus membros se deixem influenciar pelo grupo;
4 -Que aumente significativamente a satisfação dos seus
membros á medida que o trabalho se desenvolve;
-Que a interacção entre os seus membros se intensifique.
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1
Um grupo coeso é fundamental para as decisões de
rotina.
Porém, pensa-se que quando é necessário criar novas
ideias para resolver situações ou novos problemas, o
2 grupo coeso pode apresentar algumas dificuldades.

Neste caso, as pessoas manifestam atitudes

semelhantes, desenvolvendo o que se chama o
3 pensamento de grupo. Elas pensam que são
impenetráveis e que qualquer ideia que se introduza
contra esse pensamento, não é bem aceite.

Os grupos coesos apresentam menos discordância entre

4 os seus membros. Tal facto pode trazer vantagens para o
desenvolvimento do grupo.

O grupo é tanto mais coeso quanto maiores forem as

recompensas e as satisfações que o grupo oferece aos
seus membros.
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1
Factores que Diminuem ou Aumentam a Coesão do
Grupo:

Diminuem a coesão do Aumentam a coesão do

2 grupo grupo
Desacordo quanto á Acordo quanto à tarefa
tarefa e/ou objectivos e/ou objectivos

3 Grupo muito grande Frequência das

interacções
Experiências Atracção pessoal
desagradáveis
4 Competição dentro do Competição entre grupos
grupo
Dominação por um ou Avaliação positiva
vários membros
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1
Etapas de Desenvolvimento do Grupo

Todos os grupos passam por diversas transformações ao

longo da sua vida.
2
Essas etapas de desenvolvimento assentam,
essencialmente, em duas vertentes fundamentais:

1ª Desenvolvimento orientado para a tarefa: tem a ver

3 com os comportamentos que levam o grupo a empenhar-
se na concretização dos objectivos, na realização da
tarefa.
2ª Desenvolvimento orientado para a relação: refere-se
4 aos comportamentos que tem como objectivo manter o
grupo unido, reforçar a coesão do grupo.
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1
Etapas de Desenvolvimento do Grupo

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ORIENTAÇÃO DA COMPORTAMENTOS
ACTIVIDADE
PARA A TAREFA -Pedir informação ou
3 opinião;
-Dar informação ou opinião;
-Elaborar, analisar;
-Reformular, sintetizar.
4 PARA A RELAÇÃO -Concordar;
-Promove a harmonia;
-Encorajar, apoiar
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1
GRUPO PRIMÁRIO/GRUPO SECUNDÁRIO
Grupo Primário: É um grupo restrito e espontâneo, com
2 motivações afectivas. Os seus membros partilham de
um sentimento de solidariedade e valores sociais
comuns.
Ex.: A Familia.
3

Grupo Secundário: É um grupo formado em

interesses comuns, experiências pessoais idênticas, de
4 escolha pessoal, em alternativa ao grupo primário.
A nossa sociedade actual tende, cada vez mais, a
substituir o grupo primário. É uma associação mais
ampla, mais organizada e menos espontânea.
Ex.: Colegas, amigos, etc..
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1
O GRUPO E A “PERSONALIDADE”

2 “Cada individuo é o produto de múltiplos factores sociais,

evoluções hereditárias e experiências pessoais.”

A Personalidade: (termo latino “persona” = mascara)

3
a) É um conjunto de características pessoais, que nos
torna únicos;
b) Ela reflecte o nosso estado de maturação psicológica
4 (grau de autonomia; auto controle; valores;
capacidade de relacionamento com o outro;
capacidade de exprimir sentimentos e ideias;
construção de um projecto de vida, etc.
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O GRUPO E A “PERSONALIDADE”

2 A construção da nossa personalidade é influenciada

pelos:
a) Factores hereditários – Constituição física; património
genético e sistema nervoso;
3 b) Factores Sociais – Familia; amigos; escola; local de
residência ou de trabalho, etc.;
c) Factores de vivência pessoal – experiências vividas
na infância e adolescência.
4
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O GRUPO E A “PERSONALIDADE”

2 - A atitude é a tendência para reagir de determinado

modo, face a um objecto ou a um estímulo;
- A atitude manifesta-se através do nosso
comportamento verbal e não verbal;
3 - “As atitudes são aprendidas no meio social, elas não
nascem connosco!”.

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O GRUPO E A “PERSONALIDADE”

2 A TRANSFORMAÇÃO DO “EU”… EM “NÓS”:

- O grupo condiciona alguma perda de liberdade de
acção dos sujeitos que o compõem. Á medida que o
grupo se desenvolve e estrutura, criam-se certas
3 expectativas mútuas entre os seus membros que
obrigam á representação de determinados papeis, em
favor da coesão e do conformismo que, muitas vezes,
se torna útil para o funcionamento do grupo.
4 - A coesão do grupo, apesar de possibilitar a
transposição de uma resposta unitária para o exterior
do grupo, pode ter como consequência o aniquilar das
próprias pessoas e a sua submissão ao Nós, que é o
grupo.
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1
DEFINIR LIDERANÇA

De acordo com George Terry (1960) “a liderança

2 é a actividade de influenciar pessoas fazendo-as
empenhar-se voluntariamente em objectivos de
grupo!”

3 Para qualquer situação de grupo em que um

individuo procure influenciar o comportamento
de outro individuo, estamos perante o fenómeno
de liderança.
A liderança é pois um fenómeno de influência
4 interpessoal exercida em determinada situação
através do processo de comunicação humana,
com vista à concretização de determinados
objectivos.
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1
DEFINIR LIDERANÇA

-O comportamento de liderar envolve múltiplas

2 funções, tais como planificar, informar, avaliar,
controlar, motivar, recuperar, punir, etc. Contudo,
liderar é essencialmente orientar o grupo, as
pessoas em direcção a determinados objectivos
3 ou metas.
-Sendo a liderança um processo de influencias, é
necessário que o líder modifique intencionalmente o
comportamento de outras pessoas, o que é possível
através do modo como utiliza o seu poder e a sua
4 autoridade.
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ESTILOS DE LIDERANÇA

2 White e Lippit (1939) estudaram a liderança em

termos de estilo de comportamento do líder, na
relação com o subordinado.
O estilo de comportamento do líder refere-se ao que
3 ele faz e como o faz.
Estes autores consideram que existem três estilos
de liderança:

a) Autoritária
4 b) Democrática
c) Liberal
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ESTILOS DE LIDERANÇA

2 a) Estilo Autocrático:
- Apenas o líder fixa as directrizes, sem qualquer
participação do grupo;
- O líder determina as providências e as técnicas
3 para a execução das tarefas, uma de cada vez, á
medida que são necessárias para o grupo;
- O líder determina qual a tarefa que cada um deve
executar e qual o seu companheiro de trabalho;
- O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e
4 nas criticas ao trabalho de cada subordinado.
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ESTILOS DE LIDERANÇA

Consequências no Grupo:
2
- O grupo revela uma grande tensão, frustração,
agressividade, ausência de espontaneidade e
iniciativa. Não existe amizade;
- Embora, aparentemente, gostem do que fazem, não
3 revelam qualquer satisfação em relação à tarefa;
- O trabalho só se desenvolve na presença física do
líder. Quando este se ausenta os grupos produzem
pouco e tendem a expandir os sentimentos
4 recalcados, agredindo-se e tornando-se
indisciplinados.
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1
ESTILOS DE LIDERANÇA

b) Estilo Democrático:
- A directrizes são debatidas e decididas pelo grupo,
2 sendo o papel do líder, de assistir e de estimular;
- É o grupo que esboça os providências e as técnicas
para atingir os objectivos, solicitando
aconselhamento técnico ao líder, quando necessário,
3 sugerindo este, duas ou mais alternativas para o
grupo escolher. As tarefas ganham uma nova
dimensão à medida que sucedem os debates;
- É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e
4 cada membro do grupo tem a liberdade para
escolher o seu companheiro de trabalho;
- O líder procura ser um membro igual aos outros do
grupo, não se encarregando de muitas tarefas. O
líder é objectivo e quando critica e elogia, limita-se
aos factos.
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ESTILOS DE LIDERANÇA
2
Consequências no Grupo:

- Desenvolve a amizade entre os vários membros do

grupo;
3 - O líder e os subordinados desenvolvem
comunicações espontâneas, francas e cordiais. O
trabalho desenvolve-se a um ritmo suave e seguro,
mesmo que o líder se ausente.
4
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ESTILOS DE LIDERANÇA

c) Estilo Liberal:
2 - Os elementos do grupo têm liberdade completa para
tomar decisões com a participação mínima do líder;
- A participação do líder é limitada, esclarecendo
apenas quem pode fornecer informações ao grupo;
3 - É o grupo quem decide sobre a divisão de tarefas e
escolhe os seus companheiros. O líder não participa.
- O líder não regula, nem avalia o que se passa no
grupo. O líder faz alguns comentários irregulares
sobre a actividade do grupo, quando é questionado.
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ESTILOS DE LIDERANÇA

Consequências no grupo:
2
- Apesar dos membros do grupo terem uma actividade
intensa, a produção não é satisfatória;
- As tarefas desenvolvem-se ao acaso com oscilações
3 e perde-se muito tempo com discussões. Fala-se
mais de problemas pessoais do que de assuntos
relativos ao trabalho.
- Verifica-se um certo individualismo agressivo e
pouco respeito pelo líder.
4
Nota: O grupo que produz maior quantidade de trabalho é o
autocrático, mas é o democrático que apresenta uma maior
qualidade de trabalho.
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OBJECTIVOS
-Compreender os objectivos de diferentes grupos;
2
Compreender o grupo como mecanismo de dispositivos
para resolução de problemas e execução de tarefas;
Compreender o trabalho de grupo como o produto da
3 interacção de todos os membros;
Entender a necessidade e interesse de partilhar
recursos, ideias e competências;
Analisar como o comportamento individual pode
4 contribuir para o sucesso do grupo;
Identificar as suas próprias competências no grupo;
Trabalhar como membro de um grupo.
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BIBLIOGRAFIA

2
“Trabalho e Dinâmica para Pequenos Grupos”
Lisete de Castro; Ed. Afrontamentos (1978)

“Psicologia das Relações Interpessoais”

M. Odete Fachada; Ed. Rumo
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TRABALHO REALIZADO POR:

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Lídia Cristina M. G. Cachola. Maçaira

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