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AMARELISMO
INTRODUO
O perodo de 1922 a 1930 o mais radical do movimento modernista, justamente em
consequncia da necessidade de definies e do rompimento com todas as estruturas do
passado. Da o carter anrquico dessa primeira fase e seu forte sentido destruidor,
assim definido por Mrio de Andrade:
"(...)se alastrou pelo Brasil o esprito destruidor do movimento modernista. Isto , o seu
sentido verdadeiramente especfico. Porque, embora lanando inmeros processos e
ideias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor.(...)
Oswald de Andrade contra-ataca em sua coluna Feira das Quintas, publicada no Jornal
do Comrcio, com o artigo "Antologia", datado de 24 de fevereiro de 1927. Nele,
Oswald faz uma srie de brincadeiras, utilizando palavras iniciadas ou terminadas com
anta. Em 1928, o mesmo Oswald escreve o Manifesto Antropfago, ainda como
resposta aos seguidores da Escola da Anta.
O grupo verde-amarelista tambm faria publicar um manifesto no jornal Correio
Paulistano, edio de 17 de maio de 1929, intitulado "Nhengau Verde- Amarelo -
Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta", que, entre outras coisas,
afirmava:
"O grupo 'verdamarelo', cuja regra a liberdade plena de cada um ser brasileiro como
quiser e puder; cuja condio cada um interpretar o seu pas e o seu povo atravs de si
mesmo, da prpria determinao instintiva; -o grupo `verdamarelo', tirania das
sistematizaes ideolgicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstculo de
sua ao Brasileira ()
Aceitamos todas as instituies conservadoras, pois dentro delas mesmo que faremos
a inevitvel renovao do Brasil, como o fez, atravs de quatro sculos, a alma da nossa
gente, atravs de todas as expresses histricas.
Conferncia de Menotti Del Picchia, em 15-2-22, na segunda noite dasemana de Arte Moderna. Est
publicada em O Curupira e o caro. So Paulo, Editorial Hlios Limitada, 1927.
(...) s princesas de baladas dos castelos roqueiros, preferimos a datilgrafa garota.
No queremos fantasmas! Estamos num tempo de realidades e violncias.
A nossa esttica de reao. Como tal, guerreira. O termo futurista, com que
erradamente a etiquetaram, aceitamo-lo porque era um cartel de desafio. Na geleira de
mrmore de Carrara do parnasianismo dominante, a ponta agressiva dessa proa verbal
estilhaava como arete.(...) Demais, ao nosso individualismo esttico, repugna a jaula
de uma Escola. Procuramos, cada um, atuar de acordo com nosso temperamento, dentro
da mais arrojada sinceridade.