You are on page 1of 18

John Locke

(1632 – 1704)

Disciplina Análise Política


Contexto - Revoluções Inglesas – Séc. XVII

• Revolução Puritana (1640 a 1649): execução do rei


Carlos I e a implantação da república na Inglaterra;

• Leviatã – Hobbes (1651). Apologia do Estado todo-


poderoso;

• Restauração da Monarquia (1660 a 1688): 1680 -


Parlamento se divide em 2 partidos: Tories
(conservadores) e Whigs (liberais);

• Revolução Gloriosa (1688): Triunfo do liberalismo


político sobre o absolutismo.
Principais obras
• Cartas sobre a tolerância: advoga a liberdade de
consciência religiosa, sustentando a tese de que o Estado
deveria apenas cuidar do bem-estar material dos cidadãos e
não tomar partido de uma religião.

• Ensaio sobre o entendimento humano


Fundador do empirismo (todo o conhecimento deriva da
experiência). Criador da teoria da tábula rasa do conhecimento
(a alma é como um papel em branco, que ao longo da vida vai
sendo impresso pelas idéias adquiridas pela experiência):
crítica à doutrina das idéias inatas, formulada por Platão e
retomada por Descartes, segundo a qual determinadas idéias,
princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e
existem independentemente da experiência.
Dois tratados sobre o governo civil
• Primeiro Tratado:
Refutação da obra Patriarca (obra de Robert Filmer, que defende
o direito divino dos reis com base no principio da autoridade
paterna de Adão. Os monarcas modernos eram descendentes da
linhagem de Adão e herdeiros legítimos da autoridade paterna, a
quem Deus outorgara o poder real.)

• Segundo Tratado :
Ensaio sobre a origem, extensão e objetivo do governo civil.
Justificação moral, política e ideológica, a posteriori, para a
Revolução Gloriosa e para a monarquia parlamentar inglesa.

- plano teórico: é marco da história do pensamento político


- história: exerceu enorme influência sobre as revoluções liberais
da época moderna.
- para Bobbio: primeira e mais completa formulação do Estado
liberal.
Síntese da Teoria Política do Segundo
Tratado do Governo Civil:
• O estado de natureza: Os homens, por natureza, são livres, iguais e
independentes, mas sujeitos à lei da natureza: a razão;

It is important for any fair appreciation of Locke to remember that, although the mediaeval tradition was
interrupted, the mediaeval assumption that there is a law of nature, and that when ascertained it is
supreme, was still prevalent.Thus Locke was bound to begin with the 'state of nature.' No other way of
answering either Hobbes or Filmer would have given formal satisfaction. But this state, for Locke as for the
Schoolmen, is rather a perfectly conscious abstraction than an attempt to construct the actual origin of
society. The question is what a man's rights would be in the absence of any positive institutions. Frederick
Pollock. Locke's Theory of the State. Proceedings of the British Academy, volume 2, 1904, pp. 237-49,
1904
• O contrato social: pacto de consentimento para consolidar e proteger
direitos que possuíam no estado de natureza. Direitos naturais
inalienáveis à vida, liberdade e bens mais bem protegidos sob amparo
da lei, do árbitro e da força comum de um corpo político
unitário.

• A teoria da propriedade: já existe no estado de natureza e sendo


anterior à sociedade, é direito natural do indivíduo que não pode ser
violado pelo Estado;
Síntese da Teoria Política do Segundo Tratado do Governo Civil:

• A sociedade política ou civil


Qualquer que seja a forma, “todo o governo não
possui outra finalidade além da conservação da
propriedade”.

Poder Legislativo (poder supremo)

Poder Executivo Poder Federativo


Príncipe guerra, paz, alianças e tratados
About Second Treatise
Waldron finds in the Second Treatise an approach to political critique that
does not demand our complete detachment from the social and political
practices that mark actual societies. Waldron seeks to refute modern
contractarians like Rawls and Nozick who read Locke’s contract as a “purely
normative model,” or in Kant’s terms, as “merely an idea of reason”. He
argues instead that Locke’s political thought addresses concrete social and
political realities if we recognize that there is more to the Second Treatise
than the ideal abstraction of the social contract. Alongside this classic origin
story, there is a second, often overlooked story of the political anthropology .

in Torrey Shanks. “Imagination and Political Critique in Locke’s Second


Treatise of Government”. University of British Columbia. For Presentation at
the Western Political Science Association Meeting, 2008.
Fundamentos do estado civil para
Locke
• Bobbio “Através dos princípios de um direito natural
preexistente ao Estado, de um Estado baseado no
consenso, de subordinação do poder executivo ao
poder legislativo, de um poder limitado, de direito de
resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do
Estado liberal”
• Cerne do estado civil: direitos naturais inalienáveis do
individuo à vida, liberdade e propriedade (pai do
individualismo liberal).
• livre consentimento dos indivíduos para estabelecer
sociedade;
• livre consentimento da comunidade para estabelecer
a forma de governo;
• proteção dos direitos de propriedade pelo governo;
• controle do executivo pelo legislativo;
• limites do legislativo: lei da natureza (direito à
propriedade) – direito de resistência;
• controle do governo pela sociedade.
Influências
• revolução norte-americana: guerra de
libertação fundada no direito de
resistência e nos direitos naturais e
declaração de independência.
 
• filósofos iluministas franceses: Voltaire e
Montesquieu e, por conseguinte, a Grande
Revolução de 1789 e a declaração de
direitos do homem e do cidadão.
Controle Executivo
• Mecanismo para controlar o Executivo criado à
época.

“...a primeira lei positiva e fundamental de todas as


comunidades consiste em estabelecer o poder
legislativo enquanto primeira lei natural
fundamental, que deve reger até mesmo o poder
legislativo. Ela é, em si mesma, a preservação da
sociedade...” (Locke - 134.)
A estabilidade do regime ideal está em que a
correlação entre as forças reais da
sociedade possa se expressar também nas
instituições políticas (Montesquieu).
Inquietação
•John Locke, o idealizador da
separação de poderes, sugeria
um Legislativo preponderante
sobre os demais poderes.
 
• O que aconteceu entre sua
formulação teórica fundacional,
no século 17, e o a percepção
da atuação dos Poderes no
Brasil atual?
John Locke é um
democrata?
• Paper apresentado por Palle Svensson
(Universidade de Aarhus, Dinamarca) em
Congresso de Ciência Política nos EUA em
2008;
• Locke é mencionado em verbete sobre
democracia na Encyclopædia Britannica
(“Locke was an unequivocal supporter of
political equality, individual liberty,
democracy, and majority rule”);
— John Locke é um democrata?
— Não!
• First of all, he does not reject a
hereditary king with considerable
powers, nor a parliament partly
composed of hereditary members;
• Second, he does not explicitly
advocate universal suffrage, not even
adult male suffrage;
• Third, Locke does not develop any
theory of political participation.
— John Locke é um democrata?
— Não!
• In sum, Locke is less concerned about how
political decisions are made and who makes
them than with what they do - whether they
do the right thing, i.e. whether they are
legitimate by respecting natural rights.
Is Locke a democrat? applying the conceptual
framework of Robert A. Dahl (1989) for a systematic examination of Locke’s
views
and arguments on the assumptions for a democratic political order , on the
principles of the democratic process and on the institutions of polyarchy:
Does he defend a democratic form of government? The short answer to these questions is: No. It is obvious that he does not label the form
of government that he prefers as a democracy, but this may easily be explained by the fact that ‘democracy’ in his time was understood
as a kind of direct government associated with classical Athens and small communities. The question is whether he outlines a form of
indirect government that we today call a democracy, or more precisely, a polyarchy? The conclusion to be drawn from the analysis in this
paper is that Locke does not defend such a form of government. He may well have been a radical and belonging to the extreme left wing
at his time, as argued by Ashcraft, without being a democrat. First of all, he does not reject a hereditary king with considerable powers, nor
a parliament partly composed of hereditary members (a House of Lords) as long as they did not violate the natural rights of the citizens.
Second, he does not explicitly advocate universal suffrage, not even adult male suffrage. Much of the disagreement between Locke-
experts deals with his understanding of who are ‘the people’, but it seems clear that in the seventeenth century it did not mean what it
does today (Davis, 1968). Although England may have been more democratic between 1688 and 1715 than immediately after 1832 (as
argued by Plumb, 1969: 116), it is conceivable that radicals in the seventeenth century may have considered the poor as non-persons - or
at least accepted it - and excluded them from consideration when speaking of ‘the people’ (Marshall, 1994: 275). Even Ashcraft does not
claim that the 1689 Radicals identified ‘the people’ with the freeholders (1986: 566) and he admits that the Radicals accepted the
Convention Parliament of 1689 as representative for the people, though they did not “show any concern for the fact that it had not actually
been elected by the people” (Ashcraft, 1986: 568f). Third, Locke does not develop any theory of political participation. As argued by
Marshall, Locke does not see “the need for participation as self-expression of every individual’s property and personality, as had been
implied in the Leveller Overton’s writings in mid-century, or of the need for democracy for which other Levellers earlier had at certain
moments argued more explicitly” (1994: 271). In sum, Locke is less concerned about how political decisions are made and who makes
them than with what they do - whether they do the right thing, i.e. whether they are legitimate by respecting natural rights. The main
reason why Locke neither defends a democratic form of government nor a polyarchy is that he does not clearly embrace the strong
principle of equality. He advocates a constitutional monarchy that balances royal, aristocratic and popular bodies, but he is not explicit on
how the people should be involved in daily political life. The kind of popular sovereignty that he has in mind is a ‘residual power’ (Laslett,
1988: 121), a right to resistance against a tyrannical and arbitrary government that obviously violates natural rights, but he does not think
that any man has a natural right to be included in the process of government.
O P. Legislativo é imprescindível à
Democracia?
• Separação dos poderes: É um problema político, de correlação de forças e não
um problema jurídico-administrativo de organização de funções.

• Quanto mudou/evoluiu, proporcionalmente às mudanças tecnológicas,


cientificas e estruturais da sociedade (tamanho, complexidade, demandas)?

• Quanto somos dependentes deste modelo?

• Quais são os resultados efetivos que o Legislativo produz atualmente? Qual a


utilidade?

• É efetivamente representativo? De quem?

• Realiza satisfatoriamente o controle do Executivo?

• Atualmente há mecanismos de controle complementares ou substitutivos do


Legislativo?

Analogia ao Direito de resistência – substituir representantes, o modelo de representação ou a própria


instituição?
Proposta de pesquisa – Ferramentas de
planejamento estratégico e gestão para
gabinetes parlamentares
• É possível utilizar métodos gerenciais modernos
(gestão por processos e resultados) e competência
técnica aliados às decisões de natureza política?

• Quais atividades parlamentares podem ser concebidas


e realizadas de acordo com critérios e metas e
resultados objetivos?

• Exemplo: diagnósticos mais eficazes poderiam ser


realizados para identificar demanda e determinar
critérios objetivos da produção legislativa e seus
impactos.

You might also like