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LINHAS DE ÁGUA E AGULHETAS

agulhetas

As agulhetas são equipamentos adaptados


na extremidade das mangueiras, que servem
para formar e dirigir a água, na forma de
jacto ou pulverizada.
agulhetas
As agulhetas, presentemente, mais usadas
pelos bombeiros, são compostas por:

Manípulo Selector de
de fecho e corpo projecção
Junção abertura de água
roscada
ou storz

Selector
punho de débito
agulhetas

O MANÍPULO DE ABERTURA E FECHO DA


AGULHETA DEVE SER MANOBRADO
LENTAMENTE
agulhetas
O SELECTOR DE DÉBITO PERMITE REGULAR A
SAIDA DA ÁGUA EM LITROS POR MINUTO
agulhetas
O SELECTOR DE PROJECÇÃO DE ÁGUA PERMITE
REGULAR RÁPIDAMENTE O ÂNGULO DE SAIDA DA
ÁGUA (JACTO - CONE DE ATAQUE - CORTINA de
protecção)
APLICAÇÃO DA ÁGUA

A água pode ser aplicada em :

Cortina
de Cone de ataque jacto
protecção
APLICAÇÃO DA ÁGUA
EM JACTO, A ÁGUA é Projectada em GRANDE
QUANTIDADE, À DISTÂNCIA, NA VERTICAL E
HORIZONTAL.

PODE UTILIZAR-SE EM ARREFECIMENTO DE


ESTRUTURAS POIS SE FOR APLICADA
DIRECTAMENTE AO FOCO DE INCÊNDIO PODE
ESPALHAR O COMBUSTÍVEL.

DISTÂNCIA NA VERTICAL E HORIZONTAL


APLICAÇÃO DA ÁGUA
Em cone de ataque a água é projectada a média
distância, sendo eficaz para reter os avanços e
retrocessos das chamas.

Nesta posição Absorve grandes quantidades de calor.

Cone de ataque

Média distância
APLICAÇÃO DA ÁGUA

APLICADA EM CORTINA DE PROTECÇÃO OU


PULVERIZADA TEM GRANDE EFICÁCIA PARA
DETER OS AVANÇOS E RETROCESSOS DAS
CHAMAS.

DEVE UTILIZAR-SE QUANDO SE ESTÁ MUITO


PRÓXIMO DAS CHAMAS, DO FUMO, OU QUANDO
O CALOR RADIADO SE Tornar INSUPORTÁVEL.
APLICAÇÃO DA ÁGUA

Cortina de
protecção Pouco alcance
Aplicação da água em cone de
ataque ou cortina de protecção

EXTINGUIR FOGOS DA CLASSE A, COM


MENOS ÁGUA E MENORES PREJUÍZOS;

COMBATER FOGOS DAS CLASSES B E C,


USANDO O MÁXIMO DE PULVERIZAÇÃO;

EMPURRAR AS CHAMAS ATÉ UMA ZONA


DETERMINADA, ONDE CAUSEM MENORES
DANOS;
Aplicação da água em cone de ataque ou
cortina de protecção

EMPURRAR AS CHAMAS PARA TRÁS


ENQUANTO SE REALIZAM OPERAÇÕES DE
FECHOS DE VÁLVULAS OU LIGAÇÕES;

DISPERÇAR CONCENTRAÇÕES DE GÁS


INFLAMÁVEL Evitando QUE SE FORMEM
MISTURAS EXPLOSIVAS;
Aplicação da água em cone de ataque ou
cortina de protecção

PROTEGER OS BOMBEIROS CONTRA


O CALOR RADIANTE DURANTE O
COMBATE AO INCÊNDIO;

ARREFECER ESTRUTURAS EXPOSTAS


AO CALOR PARA QUE NÃO ENTREM EM
COMBUSTÃO OU VENHAM A PERDER A
RESISTÊNCIA ESTRUTURAL;
CONFIGURAÇÃO DOS JACTOS DE ÁGUA

AS CHAMAS E O CALOR PODEM PASSAR DEVIDO


ÁS ABERTURAS CAUSADAS PELA INCORRECTA
UTILIZAÇÃO DAS AGULHETAS.
CONFIGURAÇÃO DOS JACTOS DE ÁGUA

AS CHAMAS E O CALOR NÃO PASSAM


MANEJO DE LINHAS DE MANGUEIRAS

PARA UMA BOA UTILIZAÇÃO DE UMA LINHA DE


ÁGUA É IMPORTANTE MANTER UMA POSIÇÃO
DE EQUILIBRIO ENTRE AS FORÇAS RESENTES:

O BOMBEIRO E A FORÇA

ORIGINADA NA AGULHETA
PELA PRESSÃO DA ÁGUA
HOMEM DA AGULHETA

TEM A RESPONSABILIDADE DA SUA PROTECÇÃO E


DOS ELEMENTOS QUE O SEGUEM.

DEVE CONHECER BEM O FUNCIONAMENTO DA


AGULHETA, E O TIPO DE JACTO A UTILIZAR EM
CADA MOMENTO.

O HOMEM DA AGULHETA DEVE FIXAR A SUA


ATENÇÃO NO OBJECTIVO:
HOMEM DA AGULHETA

FOCO DE
INCÊNDIO
AGULHETA DE TRÊS POSIÇÕES
A CORRECTA POSIÇÃO DA MÃO SOBRE O
REGULADOR DE CAUDAL PERMITIRÁ UMA RÁPIDA
ROTAÇÃO NUM OU NOUTRO SENTIDO:
POSIÇÃO DOS BRAÇOS E MÃOS

O BRAÇO DO LADO DA MANGUEIRA SUJEITA


ESTA CONTRA O CORPO E AXILA, O ANTEBRAÇO
CORRE AO LADO DA MANGUEIRA, AGARRANDO
COM A MÃO NO PUNHO DA AGULHETA.
POSIÇÃO DOS BRAÇOS E MÃOS

A OUTRA MÃO, AGARRA O MANIPULO OU


REGULADOR DE CAUDAL DA AGULHETA.
Posição das pernas pés
A PERNA ADIANTADA DEVERÁ ESTAR
PERMANENTEMENTE DOBRADA, FORMANDO
COM O PÉ UM ÂNGULO INFERIOR A 90º.

A PERNA
ATRASADA
DEVERÁ
MANTER-SE
RÍGIDA. inferior a 90º
POSIÇÃO DAS PERNAS E PÉS

A DISTÂNCIA ENTRE OS
PÉSDEVERÁ VARIAR
ENTRE OS 40 E 50 cm.

40 a 50 cm

A SEPARAÇÃO LONGITUDINAL
DEVERÁ SER DE 20 cm
20 cm PODENDO AUMENTAR
EM FUNÇÃO DA ESTABILIDADE
NECESSÁRIA.
AJUDANTES DAS LINHAS DE MANGUEIRAS

POSIÇÃO DE SUPORTE

PERMITE UMA ESTABILIDADE, REPARTINDO O


ESFORÇO DO HOMEM DA AGULHETA.
MOVIMENTO DO CORPO
PARA MANTER A EFICÁCIA DO CAUDAL QUE SE
ESTÁ A UTILIZAR É IMPORTANTE QUE A
ORIENTAÇÃO DA AGULHETA SEJA A MESMA DO
PRINCÍPIO AO FIM.

X
POSIÇÃO DE AVANÇO E RETROCESSO
Técnicas de avanço com linhas de água

Em manobras com mais de


um elemento deve-se
obedecer a uma só voz
chefe

No caso de perda de controlo da agulheta, esta


deverá ser sujeita de encontra o chão para evitar que
o operador possa ser atingido pela agulheta
Técnicas de avanço com linhas de água

Assegure-se que pisa


chão firme

Ao avançar ou recuar os passos


devem ser sempre firmes,
lentos e calculados.
Técnicas de avanço com linhas de água

O passo para avançar ou recuar


deve ser rítmico e medindo
aproximadamente 40 cm.
40 cm

Antes de avançar verifique


o funcionamento da agulheta
Técnicas de avanço com linhas de água

Em caso de grandes chamas,


queda de um companheiro etc.
não largue a mangueira nem
volte as costas ao fogo

A única defesa contra o fogo,é


neste caso a água, que forma
uma barreira entre os bombeiros
e o fogo
POSIÇÃO DO CORPO

O TRONCO DEVE MANTER-SE PERPENDICULAR


AO PLANO LONGITUDINAL COM INCLINAÇÃO
PARA A FRENTE, VARIÁVEL COM A PRESSÃO NA
MANGUEIRA.

A POSIÇÃO VERTICAL
SERÁ EM FUNÇÃO DA
DISTÂNCIA AO FOGO.
POSIÇÃO DO CORPO

APROXIMAÇÃO
AGACHADO PARA
MELHOR PROTECÇÃO
INICIO DA APROXIMAÇÃO
CALOR RADIADO OU CHAMAS FORTES
NESTAS CONDIÇÕES DEVE MANTER-SE A
AGULHETA NO MÁXIMO DE CORTINA, DEVENDO
O BOMBEIRO NA POSIÇÃO DE AGACHADO, NÃO
VARIAR A SUA ORIENTAÇÃO
CALOR RADIADO OU CHAMAS FORTES
NÃO É ACONSELHÁVEL O MOVIMENTO DE
DESLOCAÇÃO DA AGULHETA, POIS AS CHAMAS
E O CALOR PODEM PASSAR PONDO EM PERIGO
O BOMBEIRO.
Chamas
e
calor
PROTECÇÃO COM UMA LINHA DE ATAQUE

Se uma linha não for suficiente para atacar o incêndio

Uma segunda linha deve ser montada em paralelo


e ao mesmo nível
Linhas de ataque e protecção
SE O CALOR IRRADIADO FOR ELEVADO, DEVE
SER MONTADA UMA LINHA ATRASADA DE
PROTECÇÃO E EMERGÊNCIA
INTERVENÇÃO COM DUAS LINHAS
UTILIZÁVEL EM INCÊNDIOS BEM LOCALIZADOS E
DE GRANDES DIMENSÕES.
guia

TODOS OS
BOMBEIROS ESTÃO
POR DENTRO DAS
LINHAS, COMANDADOS
POR UM GUIA.
INTERVENÇÃO COM DUAS LINHAS

OS BOMBEIROS ESTÃO POR FORA E POR


DENTRO DAS LINHAS DE MANGUEIRAS
PROTEGENDO A VÁLVULA
Desta forma o guia pode fechar a válvula de
alimentação do combustível
atenção
Quando a agulheta não está em trabalho, fica
colocada sobre a mangueira
Quando existem vidas
em perigo A formação e
o treino fazem a
diferença

Não esqueça nunca


a segurança
HIDRÁULICA BÁSICA*

1.      Introdução

A água tem sido e é o melhor e mais abundante produto para a extinção do fogo.
Praticamente todos os bombeiros do mundo utilizam este agente como arma principal
para a extinção de incêndios, sendo, portanto, imprescindível um amplo conhecimento
das suas características e do seu comportamento.

A parte da Física que estuda os fluídos denomina-se Hidráulica.

2.      Fluídos

Um fluído é uma substância que pode tomar a forma do recipiente que o contém e
pode sair ou fluir pelos orifícios que este possa ter. Por conseguinte, a denominação de
fluídos inclui tanto os líquidos como os gases.
A diferença entre os líquidos e os gases é que os primeiros são praticamente
incompressíveis e, portanto, mantêm um volume constante a uma determinada
temperatura. Por outro lado, os gases podem-se comprimir e têm tendência a ocupar
todo o volume de que disponham.
De seguida vamos ocuparmo-nos fundamentalmente dos líquidos e em concreto
da água.
3 - Pressão

O efeito de uma força sobre uma superfície na qual esta se exerce denomina--se
pressão.
P=F:S
Vemos que a pressão não vai depender só da força que estamos a aplicar, mas
também da superfície sobre a qual a aplicamos. Assim, para evitar afundarmo-nos na
neve utilizamos esquis e, pelo mesmo princípio, para evitar que caia ao solo uma viga
colocamos uma prancha para que se divida a pressão.

Pressão atmosférica.
Peso da coluna de ar
de 1 cm2 de secção.

Um ponto qualquer numa massa líquida está submetido a uma pressão em função
unicamente da profundidade em que se encontra esse ponto, isto é, a quantidade de fluído
que tem por cima. Qualquer ponto à mesma profundidade terá a mesma pressão.
4 - Pressão atmosférica

A massa de ar que cobre a superfície terrestre determina por causa do seu peso, uma
pressão obre todos os objectos situados sobre a Terra. A este valor denomina-se pressão
atmosférica.

O peso que exerce esta coluna de ar ao nível da água do mar é igual ao peso que
exerce uma coluna de mercúrio de 760 mm ao ainda, de uma coluna de água de 10,33
metros de altura.
O peso do ar nos primeiros 1 000 metros é aproximadamente de 1, 293 gramas por
cada litro o que equivale a uma perda de pressão de 0,01293 kg/cm2 por cada 100 metros
de altura ou que é o mesmo que 0,129 de coluna de água.
A extracção total ou parcial do ar atmosférico, ou de outro fluído, de um recipiente
denomina-se vácuo. Na prática é impossível realizar um vácuo perfeito ficando restos de
fluído que exercerão uma determinada pressão.
5 -  Unidades de pressão

As unidades de pressão que se utilizam na Física são muito variadas, sendo que, na
prática, a mais corrente é a de quilogramas por centímetro quadrado (kg/cm2). Existem
outras unidades, como o bar que equivale a 1,02 kg/cm2, o centímetro ou milímetro de
coluna de mercúrio ou o metro de coluna de água.
Outra unidade muito usada é a atmosfera (atm) que é igual a uma coluna de água
com 10,33 m ou 76 cm de mercúrio.
Nos bombeiros, porque há veículos e equipamento oriundos dos Estados Unidos da
América, temos ainda de considerar as libras por polegada quadrada (psi).
Contudo, em Portugal, desde 1994, pelo Decreto-Lei n.º 238/94, de 19 de Setembro,
que a unidade de pressão é o Pascal (P), admitindo-se nesse diploma legal que,
temporariamente, serias de admitir o bar. As restantes unidades foram pura e
simplesmente posta “à margem da lei”.
TABELA DE CONVERSÃO
Pressão
Multiplicar
Para converter Em
por

Libras por polegadas quadradas - psi Kilopascal - kPa 6,895

Libras por polegadas quadradas - psi bar 0,06895

Kilopascal - kPa Libras por polegadas quadradas - psi 0,145

Kilopascal - kPa bar .01

Bar Libras por polegadas quadradas - psi 14,503

Bar Kilopascal – kPa 100,00

Se fizermos alguns arredondamentos, que, aliás não podem ser medidos pela
generalidade dos aparelhos usados pelos CB’s, pode-se estabelecer ainda que de uma forma
aproximada que:
-         1 atm (atmosfera) equivale a uma coluna de mercúrio de 76 cm;
-         1 atm (atmosfera equivale a uma coluna de água de 10,33 m;
-         1 atm (atmosfera) equivale a 1 bar (1,02 bares);
-         1 atm (atmosfera) equivale a 1 kg/cm2 (1,033 kg/cm2).
-         1 kg/cm2 equivale a 1 bar.

A título de exemplo refira-se que os mais recentes regulamentos de segurança contra


incêndios (recintos de espectáculos e divertimentos públicos –1995 - e os edifícios de tipo
administrativo, tipo hospitalar, escolares –1998), estabelecem, no que diz respeito a bocas-de-
incêndio que devem garantir a “pressão mínima de 250 kPa”. Estes 250 quilopascal são o que
anteriormente se chamava de 2,5 kg/cm2.
6 - Aparelhos de medida
Em geral denominam-se manómetros todos os aparelhos que medem pressão, mas no caso particular em que se
queiram medir depressões (pressões negativas) relativamente ao nível atmosférico chama-se-lhes vacuómetros.
Em muitos manómetros utilizados pelos serviços de bombeiros as pressões acima da pressão atmosférica
assinalam-se a negro e as depressões (pressões abaixo da pressão atmosférica) com números vermelhos.

7 - Leis fundamentais da hidrostática


A palavra hidrostática aplica-se aos fluído em repouso e baseia-se nas seguintes leis da Física:
7.1.           Princípio de Pascal
Uma aplicação imediata do princípio de Pascal e utilizar a transmissão da pressão para multiplicar a força que se
está a fazer em determinado ponto.

7.2. Todo o corpo submerso num fluído sobre uma impulsão de baixo para cima igual ao peso do volume do fluído
deslocado.
O balão do desenho exercerá para cima uma força igual ao peso do volume do fluído que desloca, 200 kg (1 litro de
água pesa 1 kg), permitindo-nos pôr a flutuar objectos submersos.

Se aumentarmos a pressão de um fluído, esta aumenta igualmente por todo o fluído. Quando sopramos para dentro de um
balão, o ar no seu interior expande-se por igual em todas as direcções.
 8 - Hidrodinâmica

A hidrodinâmica é a parte da Física que estuda os fluídos em movimento. É uma


parte de estudo muito complexo, motivo pelo qual se vai simplificar ao máximo os
conceitos, ainda que correndo o risco de não sermos muito rigorosos nas definições e
conceitos físicos.

8.1 – Caudal

Por caudal, entende-se o volume de líquido escoado, na unidade de tempo,


através de uma determinada secção.
O caudal depende portanto da velocidade de circulação do liquido e da
secção do orifício ou tubo, de acordo com a seguinte expressão:

Q=SXV

O caudal apresenta-se habitualmente em metros cúbicos por minutos


(m /min), metros cúbicos por hora (m3/h) ou, ainda, litros por segundo (l/s).
3

A equivalência é a seguinte:

1 l/m = 0,001 m3/min = 0,06 m3/h


1 m3/h = 0.016 m3/ min = 16,66 l/min
No quadro seguinte se indicam as equivalência mais utilizadas habitualmente:

9 - Leis fundamentais da hidrodinâmica

9.1 - Equação da continuidade


O caudal que circula por uma canalização sem derivações é o mesmo em toda a sua extensão.

Q = S1 V1 = S2 V2 = constante

De onde se deduz que numa canalização em que existam estreitamentos, a velocidade de


circulação do líquido é maior nos pontos de menor secção. Assim, a metade da secção (superfície e
não diâmetro) corresponde o dobro da velocidade.
9.2 - Teorema de Bernouilli

Porém, quando se abrer a válvula, o nível nos tubos baixa.


Este efeito devido ao movimento ou velocidade do líquido vem definido no Teorema de Bernoulli
que nos enuncia três pressões: uma devida à altura, outra devida à velocidade chamada dinâmica e
uma terceira denominada estática.
A expressão matemática é:

P V2
-------------- + ------------- + h = constante
Q.g 2g

Se observarmos a figura pode ver-se que


quando a água está fechada, a superfície
do líquido nos tubos, está à mesma altura
(vasos comunicantes).
9.3 - Teorema de Torricelli

A velocidade pela qual sai um líquido por um orifício nele


efectuado num depósito a uma profundidade h por baixo da superfície
do líquido é igual a V = 2gh. Isto é, a velocidade de saída é a mesma
que a que adquiriria um corpo que caísse livremente, partindo de
repouso, desde a altura h.

10 – PRESSÃO ESTÁTIC E PRESSÃO DINÂMICA

Se temos uma canalização alimentada por um depósito e


Perda fechamos a sua saída por meio de uma válvula com um
de manómetro, este vai indicar-nos a pressão devida à altura (se
pressão está a 30 metros indicará 3 kg/cm2 ou bares). Esta pressão
chama-se estática.

Se, pelo contrário, em vez de uma válvula pusermos uma mangueira com uma agulheta
aberta veremos que o manómetro não indica 3 bar, mas uma pressão menor a que se chama
pressão dinâmica
11 - Perdas de carga

No seu percurso por uma canalização, os líquidos estão submetidos a resistências ou atritos contra as
paredes e a perdas de energia nas válvulas, curvas, mudanças de secção, etc..

Estes atritos manifestam-se em perdas de pressão, denominando-se este efeito de perdas de carga.
Pressão à saída da bomba: 5 bar
Pressão na agulheta : 2 bar
Perda de carga: 3 bar
As perdas de carga dependem da viscosidade do fluído, do tipo de canalização, da quantidade e tipo
de válvulas, uniões, junções, etc., do diâmetro da canalização e do comprimento da mesma.
Pode dizer-se, de forma a simplificar, que as perdas de carga:
a) Dependem da rugosidade das paredes da canalização. A uma maior rugosidade corresponderá
uma maior perda de carga.
b) São directamente proporcionais ao comprimento. Quer dizer, ao dobro do comprimento
corresponderá o dobro da perda de carga.
c) São inversamente proporcionais ao diâmetro. Assim, ao maior diâmetro corresponderá uma
menor perda de carga.
d) São directamente proporcionais ao quadrado da velocidade do líquido ou do caudal. Assim, se o
caudal de uma mangueira aumenta passa ao dobro (X2), a perda de carga será quatro vezes maior (X22).
e) Em cada elevação de 10 metros, relativamente à saída da bomba, perde 1 bar.
Por tudo isto, aconselha-se a utilizar mangueiras com a parede interior lisa, do menor comprimento
possível, para grande distâncias usar o diâmetro maior possível e evitar curvas e “cotovelos” muito
fechados.
Geralmente as perdas de carga de uma mangueira vêm definidas perfeitamente pelo fabricante
destas, podendo ainda usar-se ábacos ou tabelas.

Perdas de carga por cada 100 metros


Tipo de mangueira Caudal Perdas de carga
Diâmetro em mm l/min bar/hm
25 mm semi-rígida 60 1,7
25 mm 90 3,6
45mm 250 1,5
70 mm 500 0,55
12 - Cálculo de estabelecimento de mangueiras 

Na actuação em sinistros há que ter em conta alguns dados importantes para obter bom
rendimento no estabelecimento de mangueiras.

12.1 - Caudal utilizado

Vai depender da pressão na agulheta e do diâmetro da ponteira da mesma. No quadro seguinte


aparecem valor aplicáveis a uma agulheta com uma ponteira única (tradicional). Para as agulhetas de
posições e débitos variáveis há que consultar os catálogos dos fabricantes.

Pressão
na
agulheta Õ da ponteira da agulheta em mm
bar
12.2 - Equação de descarga

Vai permitir-nos saber de antemão se vai sair, ou não, água pela agulheta antes de se efectuar o
estabelecimento.
Pressão na bomba = Pressão na agulheta + altura de impulsão + perdas de carga

Pb = Pa + Ai + Pc

12.3 - Alcances de cones de água pulverizada e caudais de agulheta tipo Elkhart

Tabela de caudais aproximados em litros e galões para pressões em kg/cm2 (bar) e libras/polegada2 -psi
13 - Distância e altura de um jacto de água

São valores difíceis de calcular, porém de uma forma aproximada podemos obter através da consulta
aos mapas seguintes:

Para um determinado tipo de agulheta, o máximo alcance obtém-se na prática com um ângulo de 30º e
não de 45º como indica a teoria. Estas diferenças entre a teoria e a prática são devidas à resistência do ar
e à dispersão do jacto.
14 - Reacção na agulheta 

Por efeito do jacto de água, a agulheta e portanto quem a suporta estão sujeitos a uma reacção cujo
valor vai depender da quantidade de água lançada e da sua velocidade (conservação da quantidade de
movimento). O valor aproximado pode determinar-se mediante a seguinte fórmula:
R=2XPS
Sendo: R a reacção em quilogramas – kg
P a pressão da agulheta em bar
S a secção interior da ponteira em cm2
15 - Choque hidráulico

A sobrepressão que ocorre na canalização ao variar bruscamente o caudal denomina-se choque


hidráulico ou “golpe de aríete”.
Estas variações produzem-se ao abrir ou fechar bruscamente uma válvula, torneira, etc.. As
sobrepressões produzidas podem deteriorar o material provocando acidentes, motivo pelo qual quando se
trabalha com pressões as válvula devem ser abertas ou fechadas lentamente.

16 - Bombas

As bombas são mecanismos que têm por fim mover fluídos e impulsioná-los com uma
determinada pressão.
Existem muitos tipos de bombas, contudo, simplificando, podemos classificá-las quanto
ao seu funcionamento em alternativas e rotativas e se, nos basearmos em que tipo de energia que
utilizem para as mover, em: eléctricas, hidráulicas e motor de explosão.
16.1 - Bombas alternativas

Constam fundamentalmente de um cilindro, um pistão


e algumas válvulas.
Ao subir o êmbolo realiza-se o vácuo e a pressão
atmosférica empurra a água para o cilindro através da
válvula A.
Ao baixar o êmbolo fecha-se a válvula A, abre-se
a válvula B e a água contida no cilindro é empurrada para o
exterior.
Este simples mecanismo constituiu durante muito
tempo a base das bombas contra incêndios até serem
descobertos os sistemas rotativos.
Ainda hoje os chamados “compressores”
utilizados em veículos de combate a incêndios florestais
fundamentam o seu funcionamento neste mesmo princípio.
16. 2 - Bombas rotativas

Entre os diferentes tipos de bombas rotativas que existem


falaremos exclusivamente das centrífugas já que são as mais
utilizadas pelos CB’s.
O corpo das bombas centrífugas consta principalmente
de uma entrada axial, uma turbina e um colector de saída
tangencial.
Pela entrada axial chega a água à bomba proveniente
da aspiração ou do depósito (tanque ou cisterna) do veículo.
Posteriormente chega à turbina que é uma peça giratória que
possui umas pás que impulsionam a água para o exterior
comunicando-se uma grande velocidade. Isto é devido à força
centrífuga combinada com a diminuição da secção de passagem.
Uma vez no exterior da turbina, a água é recolhida por
um colector em que a energia cinética devida à velocidade da água
se transforma em energia potencial, quer dizer em pressão.
Este tipo de bombas com uma única turbina
denominam-se de um andar e é a mais simples. Porém, se a água
que sai desta primeira turbina é feita passar para a entrada axial de
uma segunda turbina estamos a falar de uma bomba com dois
andares.
Normalmente as bombas de um andar conseguem
pressões aré cerca de 14 bar, devendo utiliza-se bombas de dois
ou mais andares para obter pressões superiores.
17 - Curvas características 

As bombas definem-se pelo seu caudal nominal a uma pressão nominal. Quer dizer, o caudal
que fornecem a uma determinada pressão , segundo as normas. Porém, se queremos conhecer mais
a fundo uma bomba devemos observar as suas curvas características.
Nestas curvas pode ver-se como varia o caudal ao variar a pressão.
Também se variarmos a altura de aspiração, as curvas variarão de igual modo diminuindo o
caudal à medida que aumenta a altura de aspiração.
18 - Aspiração
A primeira operação que deve realizar uma bomba é a de conseguir aspirar água (escorvar ou
ferrar a bomba). Para isso existem dois sistemas; um, no qual o depósito está a um nível superior ao
da bomba e esta entra nesta por gravidade, e um outro a que chamamos escorvamento ou ferragem.
O escorvamento consiste em realizar o vácuo de forma que seja a pressão atmosférica a força
que empurra a água até à bomba.
Para tal só será possível escorvar (ou ferrar) uma bomba quando a altura de aspiração, que é a
diferença de nível entre o corpo da bomba e a superfície do líquido – água – seja igual ou inferior a 10,
33 metros (altura teórica).
Na prática, a altura de aspiração não deve exceder cerca de 6 metros para obter bom rendimento
das bombas. Além disso, a altura de aspiração não é constante mas depende dos seguintes factores:

1º - Da pressão barométrica (atmosférica) e da altitude. Ao subirmos a lugar com elevada altitude


a pressão atmosférica diminui de forma que se considera, aproximadamente, uma perda de altura de
aspiração de 0,129 metros por cada 100 metros de altitude.
Assim, num lugar situado a 1 300 metros de altitude uma bomba aspirará, como máximo:

10,33 – (0,129 X 13 ) = 8,6 metros

Altura acima
do nível 0 100 200 300 500 700 900 1200 1400 1600 2000
do mar

Perda
de 0 0,129 0,250 0,370 0,625 0,870 1,100 1,440 1,660 1,880 2,290
aspiração
2º - Da temperatura da água. Um líquido emite vapores a uma certa temperatura. Estes
vapores diminuem o vácuo criado pela bomba. A uma maior temperatura, mais vapor; portanto,
menor altura de aspiração.
Calcularam-se, experimentalmente, as perdas de carga de aspiração a diferentes temperaturas
de forma que:
- a 10º perde-se 0,125 metros
- a 15º perde-se 0,175 metros
- a 20º perde-se 0,236 metros
- a 25º perde-se 0,320 metros
- a 50º perde-se 1,25 metros

No Verão é frequente encontrarmos água a uma temperatura compreendida entre 15º e 20º, o
que faz supor uma perda de altura de aspiração na ordem de 0,20 metros.

3º - Da densidade da água aspirada. A água salgada é mais densa do a água doce.

4º - Das fugas e entradas de ar. As vedações, as uniões, os poros ou imperfeições de fabrico


impedem a realização de um vácuo absoluto. Estas causas serão de juntar aos factores já atrás
referidos.

5º - Das perdas da carga nos aspiradores ou chupadores. Para diminuir este factor, os
aspiradores deverão ser de maior diâmetro que a saída da bomba, oscilando estes diâmetros entre
45 mm e 110 mm.

6º - Do caudal a obter. Para obter um maior caudal deveremos diminuir a altura de aspiração
(para um mesmo regime de funcionamento).
19 - Mecanismo de escorvamento (ou ferragem) 

As bombas centrífugas não podem, por si mesmas, criar o vácuo inicial para poderem aspirar e,
portanto, devem ser dotadas de um mecanismo auxiliar capaz de efectuar essa função. A estes
mecanismos denominamos de sistemas de escorvamento e, ainda que haja diversos tipos, os
principais são:
- Pistões
- Anel de água
- Efeito Venturi ou ejector de gases
Para saber bem usar os diversos modelos, bem como dar-lhe a manutenção cuidada que
exigem, é indispensável consultar as instruções dos fabricantes.

20 - Ejectores

O princípio de funcionamento é o conhecido efeito Venturi provocado por


um aumento de velocidade da água +proveniente da bomba ao passar por um
estreitamento. A depressão produzida arrasta o líquido em que está submerso
o ejector expulsando-o para cima. Portanto, a secção da saída deve ser maior
do que a de entrada.
Estes aparelhos utilizam-se nos casos em que a profundidade, ou a
distância não permitem realizar aspirações. Também se usam nos casos de
águas sujas já que os ejectores não têm peças móveis sendo a sua construção
muito robusta. Pelo contrário, o seu rendimento é baixo e consome grande
quantidade de água limpa.

O ejector é um aparelho que permite aspirar líquidos utilizando a força motriz


de outro líquido (normalmente água) impulsionado por uma bomba.
21 - Turbobomba

É um aparelho que realiza


aproximadamente as mesmas funções que
um ejector, mas com a particularidade de que
o líquido que se utiliza como força motriz
(normalmente água) não se mistura com o
líquido impulsionado.
O sistema de funcionamento é
completamente diferente do ejector e baseia-
-se no princípio de uma turbina que é
movida por água impulsora e que transmite
este movimento a uma outra turbina que,
submersa no líquido a impulsionar, envia a
água ou outro líquido para fora por meio de
uma mangueira.
Para funcionar, a turbobomba
necessita estar praticamente submersa
dentro de água. A secção de saída é
normalmente igual à de entrada.
Esta aparelho é mais delicado do
que o ejector já que possui elementos
móveis, vedantes, rolamentos, etc., que
podem avariar-se com maior facilidade.
Possui as vantagens de não gastar água, já
que pode instalar-se um circuito de retorno
ao veículo que a impulsiona e o seu
rendimento é superior ao ejector.

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