Experimentos de uma nova

economia: Economia
Solidária

Roseny de Almeida

Mestra em Ciência Política – UFPE

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 Economia Solidária é:
- Um conjunto de atividades econômicas
organizadas e realizadas por trabalhadores e
trabalhadoras sob a forma de autogestão.
- Uma estratégia para formulação de um novo
modelo de desenvolvimento que visa a
sustentabilidade ambiental, a inclusão
econômica, social e cultural, com a participação
de homens e mulheres deste país.
- Uma nova forma de produzir, de gerir, de
consumir, de comercializar e de se relacionar
com as pessoas... (um novo modo de vida) 2
Atividades econômicas:

 Produção de bens / mercadorias

 Prestação de serviços
 Finanças solidárias
 Comércio justo
 Consumo solidário

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Organizações solidárias:

 Cooperativas
 Associações produtivas
 Empresas recuperadas por
trabalhadores e trabalhadoras
 Redes solidárias (produção,
comercialização e consumo solidário)
 Clubes de troca, etc.

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 Origem
A primeira experiência surge na Inglaterra
(1760), por trabalhadores estaleiros.
Fundaram moinhos de cereais de forma
cooperativada para driblar o monopólio
local
 A experiência mais conhecida é a de 1844,
na Inglaterra – Cooperativa de Consumo de
Rochdale (chegou a ter em 1879 – 10.427
sócios) e foi a partir dela que se formulou
os princípios internacionais do
cooperativismo
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 Os socialistas utópicos
 Robert Owen (1771-1858) - Inglaterra
 Charles Fourier (1772 - 1837) – França

Acreditavam que seria possível mudar a

sociedade através da livre organização dos
produtores sem a exploração de algumas
pessoas sobre as outras

Utopia = País imaginário, criação de Thomas Morus (1480-1535),

escritor inglês, onde um governo, organizado da melhor maneira,
proporciona ótimas condições de vida a um povo equilibrado e feliz.
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Princípios do Cooperativismo
1. Livre acesso e adesão voluntária
2. Controle, organização e gestão democrática
3. Participação econômica dos associados
4. Autonomia e independência
5. Educação, capacitação e informação
6. Cooperação entre as cooperativas
7. Compromisso com a comunidade

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Economia Solidária e Socialismo
O socialismo se propõe a uma transformação na
estrutura da sociedade através da coletivização da
terra, socialização dos meios de produção...

A economia solidária não mexe na estrutura, mas

se apresenta como um importante instrumento
para repensar o modelo de desenvolvimento
brasileiro e a organização do trabalho no
capitalismo “é possível minar as bases do
capitalismo” 8
 Surgimento no Brasil
 Asprimeiras iniciativas de cooperativismo no
Brasil, surgem no final do século XIX.
Em 1887 é criada em Campinas/SP a Cooperativa
de Consumo dos Empregados da Cia Paulista.

 Sua chegada no Brasil foi intensificada no início

do século XX com os imigrantes europeus com
forte influência dos anarquistas, inspirados num
projeto revolucionário.
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 Reinvenção da Economia Solidária
no fim do século XX – Brasil
 Cresce o volume de cooperativas e associações
produtivas a partir de 1980 / 1990, como
alternativas de trabalho e renda diante dos altos
índices de desemprego

A partir da década de 80 algumas empresas falidas

passam a ser geridas pelos trabalhadores e
trabalhadoras (Usina Catende – PE, UNIFORJA -
SP, COOPERMINAS - SC ...)

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 Envolvimento do Movimento Sindical CUTista, ONGs,
instituições religiosas, Universidades através da Rede de
Incubadoras e UNITRABALHO...

 Implementação de Políticas Públicas com a Criação da

Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) no
Governo Lula em 2003

 Criação de redes de produção, comercialização e consumo

solidário.

 Organização dos Fóruns Estaduais de Economia Solidária

com a participação dos Empreendimentos Econômicos
Solidários, entidades de apoio/fomento e gestores públicos.
Em 2003 foi criado o Fórum Brasileiro de Economia
Solidária.
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 “Guerra” de sentidos
 Economia solidária
 Economia Popular Solidária
 Sócio-economia solidária
 Economia da dádiva
 Economia social

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 Tipos de organizações
no Brasil
1. Cooperativismo “autêntico” - Empreendimentos
Econômicos Solidários que se identificam com a proposta
da economia solidária: Cooperativas, Empresas
Autogestionárias, Associações produtivas...)

2. Cooperativas ligadas à OCB

3. Cooperativas do tipo “coopergatas” (falso

cooperativismo)

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1.Cooperativismo “autêntico” ligadas
à Economia Solidária
Tem como valores:
 Cooperação
 Autogestão (planejamento e execução pelos próprios trabalhadores)
 Viabilidade Econômica
 Sustentabilidade Ambiental
 Solidariedade
 Desenvolvimento Humano

Tem como foco o interesse dos (as) trabalhadores (as)

Tem o apoio dos movimentos sociais e sindical CUTista, universidades
(Incubadoras e UNITRABALHO) e alguns gestores públicos

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 2. Cooperativas identificados
com a proposta da OCB
Tem como valores:
 Gestão especializada e profissional
 Grande preocupação com o mercado e a produtividade
 Educação cooperativista
 Responsabilidade social
 Intercooperação

São, geralmente, grandes empreendimentos

Não valoriza a participação dos cooperados na gestão
Tem o apoio da Organização das Cooperativas no Brasil (OCB)

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3. Cooperativas “Coopergatas”

São as falsas cooperativas. São formadas

por empresas que se autodenominam como
cooperativas, mas existem como meio de
sonegar encargos sociais e de burlar a
legislação trabalhista

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 Alguns Desafios da
Economia Solidária

 Comercialização: é necessário a organização dos

trabalhadores em redes e em cadeias produtivas

 Avançar na autogestão: falta aos trabalhadores

experiência em gestões participativas, pois
historicamente não houve espaço para os
trabalhadores nas gestões das empresas.

 Formação de lideranças e capacitação técnica

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 Avançar na legislação (a atual lei não
atende às novas demandas)

 Conscientizara população a consumir

produtos da economia solidária

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 Periodicidades das Assembléias ou Reuniões no Brasil

49,22%

50,00%

45,00%
Mensal
40,00%

35,00% Outra:
30,00%
21,46%
Anual ou mais
25,00%

20,00% 12,40% Bi ou Trimestral

15,00% 8,46%
5,22%
10,00% 3,23% Semestral

5,00%
Não realiza assembléia geral
0,00%

Fonte: Dados obtidos no Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária – SENAES/ MTE/2005.

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 Formas de Participação dos Sócios no Brasil

66%
70% 62% 62%
60%

60% Nas decisões cotidianas

49%
Eleição da diretoria
50% 42%
Prestação de contas aos
40% sócios(as)
Acesso aos registros e
informações
30%
Decisão sobre destino das
sobras e fundos
15% Plano de trabalho
20%

Contratações e remunerações
10% 3%
Não existe.
0%

Fonte: Dados obtidos no Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária – SENAES/ MTE/2005.

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